A  presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou na manhã deste domingo, 17 de outubro, uma Carta Aberta dirigida ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), o deputado estadual, Carlão Pignatari. No documento, a CNBB rejeita “fortemente as abomináveis agressões” proferidas no último dia 14 de outubro, dia de seu aniversário de 69 anos de presença e serviços ao Brasil, pelo deputado estadual Frederico D’Avila, da Tribuna da ALESP. Em vídeo, Dom Walmor Oliveira de Azevedo manifestou sua indignação e prestou apoio ao Papa Francisco e ao arcebispo de Aparecida.

 




 

O político, diz a carta, agiu com ódio descontrolado e desferiu ataques ao Santo Padre o Papa Francisco, à própria CNBB e ao arcebispo de Aparecida (SP), dom Orlando Brandes. A CNBB defende que, com esta atitude, o deputado “feriu e comprometeu a missão parlamentar, o que requer imediata e exemplar correção pelas instâncias competentes” e vai buscar uma reparação jurídica a ser corrigida “pelo bem da democracia brasileira”.

Na Carta Aberta, a CNBB afirma se ancorar, profeticamente, sem medo de perseguições, no princípio contido na Gaudium et Spes (“Alegria e Esperança” em latim) sobre o papel da Igreja no mundo contemporâneo, a única constituição pastoral e a 4ª das constituições do Concílio Vaticano II:

“a Igreja reivindica sempre a liberdade a que tem direito, para pronunciar o seu juízo moral acerca das realidades sociais, sempre que os direitos fundamentais da pessoa, o bem comum ou a salvação humana o exigirem (cf. Gaudium et Spes, 76)

A CNBB busca agora, por meio da presidência de seu regional Sul 1, um agenda para entregar pessoalmente o documento ao presidente da ALESP, deputado Carlão  Pignatari. Confira, abaixo, a íntegra do documento em versão word e aqui em versão PDF.


CARTA ABERTA

P – Nº. 0325/21

Exmo. Sr.
Deputado Estadual Carlão Pignatari
Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
Cidadãos e cidadãs brasileiros

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, nesta casa legislativa e diante do Povo Brasileiro, rejeita fortemente as abomináveis agressões proferidas pelo deputado estadual Frederico D’Avila, no último dia 14 de outubro, da Tribuna da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Com ódio descontrolado, o parlamentar atacou o Santo Padre o Papa Francisco, a CNBB, e particularmente o Exmo. e Revmo. Sr. Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida. Feriu e comprometeu a missão parlamentar, o que requer imediata e exemplar correção pelas instâncias competentes.

Ao longo de toda a sua história de 69 anos, celebrada no dia em que ocorreu este deplorável fato, a CNBB jamais se acovardou diante das mais difíceis situações, sempre cumpriu sua missão merecedora de respeito pela relevância religiosa, moral e social na sociedade brasileira. Também jamais compactuou com atitudes violentas de quem quer que seja. Nunca se deixou intimidar. Agora, diante de um discurso medíocre e odioso, carente de lucidez, modelo de postura política abominável que precisa ser extirpada e judicialmente corrigida pelo bem da democracia brasileira, a CNBB, mais uma vez, levanta sua voz.

A CNBB se ancora, profeticamente, sem medo de perseguições, no seguinte princípio: a Igreja reivindica sempre a liberdade a que tem direito, para pronunciar o seu juízo moral acerca das realidades sociais, sempre que os direitos fundamentais da pessoa, o bem comum ou a salvação humana o exigirem (cf. Gaudium et Spes, 76).

Defensora e comprometida com o Estado Democrático de Direito, a CNBB, respeitosamente, espera dessa egrégia casa legislativa, confiando na sua credibilidade, medidas internas eficazes, legais e regimentais, para que esse ultrajante desrespeito seja reparado em proporção à sua gravidade – sinal de compromisso inarredável com a construção de uma sociedade democrática e civilizada.

A CNBB, prontamente, comprometida com a verdade e o bem do povo de Deus, a quem serve, tratará esse assunto grave nos parâmetros judiciais cabíveis. As ofensas e acusações, proferidas pelo parlamentar – protagonista desse lastimável espetáculo – serão objeto de sua interpelação para que sejam esclarecidas e provadas nas instâncias que salvaguardam a verdade e o bem – de modo exigente nos termos da Lei.

Nesta oportunidade, registramos e reafirmamos o nosso incondicional respeito e o nosso afeto ao Santo Padre, o Papa Francisco, bem como a solidariedade a todos os bispos do Brasil. A CNBB aguarda uma resposta rápida de Vossa Excelência – postura exemplar e inspiradora para todas as casas legislativas, instâncias judiciárias e demais segmentos para que a sociedade brasileira não seja sacrificada e nem prisioneira de mentes medíocres.
Em Cristo Jesus, “Caminho, Verdade e Vida”, fraternalmente,

Brasília-DF, 16 de outubro de 2021

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte, MG
Presidente

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre, RS
1º Vice-Presidente

Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima, RR
2º Vice-Presidente

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ
Secretário-Geral

O novo arcebispo de Cascavel, dom Adelar Baruffi, nomeado na quarta-feira, participou do início da assembleia e foi acolhido pelo episcopado paranaense

 

Na tarde dessa quinta-feira, 23 de setembro, os arcebispos e bispos do Paraná iniciaram a sua segunda assembleia anual ordinária, de forma on-line. Essa assembleia reúne todos os arce/bispos do Paraná, o administrador diocesano de Cascavel (PR), padre Reginei Modolo, o secretário executivo da CNBB Sul 2, padre Valdecir Badzinski, e o presidente da Comissão Regional de Presbíteros, Pe. Emerson Lipinski.

 

Após a abertura da assembleia, com a celebração Liturgia das Horas, o arcebispo de Londrina e presidente do Regional Sul 2 da CNBB, dom Geremias Steinmetz, fez a acolhida do novo arcebispo de Cascavel (PR), dom Adelar Baruffi, nomeado pelo Papa Francisco na quarta-feira, 22 de setembro. Em seguida, alguns bispos também saudaram e acolheram o novo arcebispo. Dom Adelar, por sua vez, agradeceu a acolhida e as felicitações dos bispos e afirmou estar feliz em assumir essa nova missão no Paraná. “Quero estar com vocês para, juntos, trabalharmos e realizarmos a missão a nós confiada”, afirmou dom Adelar.

 

Dom Geremias participa da assembleia do seu escritório na Cúria Arquidiocesana de Londrina. Foto: Juliana Mastelini Moyses

Dando início à assembleia, os bispos aprovaram a pauta a ser trabalhada e dom Geremias fez a leitura da ata das atividades realizadas no regional desde a última assembleia, ocorrida em março deste ano. Em seguida, os bispos dialogaram sobre a realidade das pastorais, movimentos e organismos presentes no Paraná.

 

Segundo dom Geremias, um dos assuntos importantes, sobre o qual os bispos dedicaram um bom tempo, foi a Missão São Paulo VI, que a Igreja do Paraná mantém no país da Guiné-Bissau, África. “Dialogamos sobre todo contexto da Missão e reafirmamos a opção de enviar um padre que deverá, no tempo oportuno, participar do trabalho da Missão. Nessa tarde, também tratamos sobre o projeto da Cartilha de Orientação Política, que será produzida pelo regional no próximo ano. Além de outros assuntos importantes, como a Campanha da Fraternidade 2022 e a VI Semana Social Brasileira”, afirmou dom Geremias. Padre Valdecir está secretariando a Assembleia dos Bispos, desde a casa do bispo de Guarapuava.

Sobre esse primeiro dia de assembleia, dom Geremias avaliou que foi muito positivo. “Todos os bispos estão participando, estão falando e está sendo uma conversa muito franca e muito aberta, em que a gente, de fato, consegue analisar as questões e os problemas da nossa Igreja. Só não estamos presencialmente reunidos, mas estamos em sintonia e profunda comunhão, cumprindo com nossa missão”, afirmou o arcebispo.

 

O primeiro dia de assembleia concluiu-se às 18 horas e foi retomado nesta sexta-feira, 24 de setembro, às 8 horas, concluindo-se às 12 horas. Às 14 horas, terá início a 41ª Assembleia do Povo de Deus, que será realizada de forma híbrida, ou seja, cada arqui/diocese estará reunida com seus líderes e conectada via plataforma Zoom umas às outras.

 

Para dom Geremias, as expectativas do episcopado, em geral, são muito boas, pois será atingido um número grande de lideranças. “Nós teremos nesse modelo de assembleia, provavelmente, mais de 400 pessoas participando. Normalmente, quando realizamos a assembleia de forma presencial, não passamos de 150 pessoas. Portanto, será um ganho, em termos de número de participação nas dioceses. Aqui em Londrina, estaremos reunidos no Centro de Pastoral Jesus Bom Pastor, de onde eu vou dirigir a assembleia como um todo, enquanto presidente do regional, e ao mesmo tempo acompanhar o povo da minha arquidiocese, que participa com alegria dessa assembleia”, disse dom Geremias.

 

Karina de Carvalho
Assessora de comunicação da CNBB Sul 2

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoveu, nos dias 16 e 17 de setembro, o I Encontro de Parlamentares Católicos a serviço do Povo Brasileiro, com a participação de cerca de 80 parlamentares, entre vereadores, deputados estaduais e federais e senadores. Na abertura do evento, foi destacada a busca pelo diálogo e pela “política melhor” apontada pelo Papa Francisco na carta encíclica Fratelli Tutti. Em sua fala, o o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, destacou que a Igreja apoia e investe em tudo o que pode promover e garantir a ‘política melhor’, como acentuou o Papa no capítulo V do documento sobre a fraternidade humana e a amizade social.

 

A parte central do segundo dia do 1º Encontro de Parlamentares Católicos a Serviço do Povo Brasileiro, na sexta-feira, 17 de setembro, foi dedicada ao painel “Testemunhos em Diálogo”, no qual, de forma intercalada, nove políticos previamente escolhidos apresentaram o que o parlamentares católicos esperam da Igreja no exercício de sua missão e nove bispos e arcebispos responderam à pergunta: “O que a Igreja espera dos parlamentares católicos no exercício de sua missão?”.

 

Neste momento coordenado pelo moderador do dia, o bispo de Roraima (RR) e segundo-vice presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Mário Antônio da Silva, cada um teve um tempo de cinco minutos de fala. Com os mais de 80 parlamentares brasileiros, de diferentes partidos políticos e níveis de atuação (municipal, estadual e federal), o encontro está sendo realizado pela Assessoria Política da CNBB. Para efeitos didáticos, as respostas foram organizadas a partir da pergunta considerando a ordem de fala dos prelados. Abaixo agrupamos as falas de nove bispos e arcebispos que responderam à pergunta: “O que a Igreja espera dos parlamentares católicos no exercício de sua missão?”.

 

O que a Igreja espera dos parlamentares católicos no exercício de sua missão?

 

 

O arcebispo de São Paulo e primeiro vice-presidente do Conselho Episcopal Latinoamericano (Celam), cardeal Odilo Cherer, primeiro a falar, deu ênfase a aspectos ligados à moralidade de pessoas que atuam na esfera pública cuja missão deve ser atuar em favor do bem comum. “Que sejam bons políticos no sentido de buscar ser coerentes nas opções pautadas pela honestidade e pela ética nas ações”, afirmou.

 

O bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Família da CNBB, dom Ricardo Hoepers, ressaltou que na Sagrada Escritura, no magistério da Igreja e do Papa Francisco não faltam orientações e valores que devem pautar a atuação dos parlamentares católicos. O bispo disse que os parlamentares também devem buscar pautar sua atuação na promoção, defesa e cuidado com a vida da concepção à morte natural e das famílias com a proposição de políticas públicas que vão neste sentido.

 

O bispo de Lages (SC) e presidente do Grupo de Trabalho Pacto pela Vida e Pelo Brasil da CNBB, dom Guilherme Werlang disse que é urgente, neste momento de crise pelo qual o Brasil atravessa, que as lideranças católicas sejam bússolas éticas para superar os desafios. “Os parlamentares católicos devem pautar sua atuação na defesa da democracia, no diálogo, na defesa de nossos ecossistemas e biomas. Devemos buscar construir um Pacto pela Vida e pelo Brasil com políticas públicas para mitigar o sofrimento do povo brasileiro”, disse. Aos parlamentares católicos, dom Guilherme, em referência ao Papa Francisco, disse que a vida precisa estar acima da economia.

 

O arcebispo do Rio do Janeiro (RJ), cardeal Orani Tempesta, destacou elementos do modelo de Igreja que o Papa Francisco tem buscado: “uma Igreja em saída e que busca construir pontes”. Ele disse ser necessário os parlamentares estarem atentos para proporem projetos que terão continuidade. Os projetos, segundo o cardeal, precisam ter em vista a promoção da dignidade das pessoas como trabalho, saúde, entre outras políticas.

 

O bispo de Cametá (PA), dom José Altevir da Silva, fez um clamor aos parlamentares. De acordo com ele, o povo, sobretudo o povo da região Norte, as comunidades tradicionais e povos indígenas, encontram-se ainda excluídos da possibilidade de uma vida digna. O bispo apontou que o bioma Amazônico está sendo destruído pelos grandes projetos e empreendimentos econômicos. “Aqui nesta região existe um povo com uma história, com valores e uma cultura. O Brasil assinou tratados internacionais e este povo não está sendo ouvido e nem consultado sobre estes projetos”, disse.

 

O arcebispo de Manaus (AM), dom Leonardo Steiner, enalteceu a atuação de parlamentares a partir os valores do Evangelho. Os políticos católicos, destacou o arcebispo, devem ser os primeiros a ser os frequentadores da Palavra de Deus, do magistério da Igreja e sua Doutrina Social, do magistério dos Papas e dos vários documentos da CNBB. Estas referências, para dom Leonardo, oferecem valores para o modo de ser e atuar dos parlamentares católicos na esfera política. O arcebispo disse ainda ser necessário que os parlamentares busquem aprovar políticas públicas que atendam aos interesses dos empobrecidos, a partir da escuta dos clamores das comunidades e minorias além de pautar sua atuação pela ética, defesa da democracia e busca do bem comum.

 

O arcebispo de São Salvador (BA), cardeal Sergio da Rocha destacou três pontos em sua fala: a) Os parlamentares devem buscar ser testemunhas cristãs no mundo da política, sendo, a partir dos ensinamentos de Jesus, sal da terra e luz do mundo; b) buscar ser coerentes com a fé professada (celebrada e vivida junto às comunidades), sobretudo orientando-se pela ética na política; e c) serem testemunhos de comunhão com a Igreja, sua Doutrina Social, o magistério do Papa Francisco, as orientações da CNBB e das Igrejas locais.

 

O arcebispo de Campo Grande (MS), dom Dimas Lara Rezende ressaltou que os parlamentares católicos devem considerar a política como um serviço aos mais pobres e apostar mais na busca por um projeto de Nação e não de governos. Ele lembrou da lei da Ficha Limpa, conquistada a partir a mobilização da Igreja Católica no Brasil reforçando que os parlamentares devem estar atentos ao combate à corrupção e à busca do bom uso dos recursos públicos.

 

O bispo de Tocantinópolis (TO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB, dom Giovani Pereira apontou aos parlamentares o desafio de resgatar a dignidade da política. Falou do esforço que a CNBB, por meio das Pastorais Sociais, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP) e do Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Camara (Cefep), tem feito para oferecer uma formação aos leigos e leigas com vista a atuação na esfera política e pública. Disse que, inspirados pelo Papa Francisco, os parlamentares católicos devem primar sua conduta pela busca do diálogo e pela cultura do encontro. Falou também da importância de considerarem as demandas locais e de promoverem a participação social.de como virtude a ser aprimorada no Brasil. Após transmitir a saudação cordial e a bênção do Papa Francisco, recordou a riqueza da variedade étnica, espiritual e cultural única do país: “Essa variedade admirável corrobora para o seu compromisso com a paz e a superação dos conflitos”, sublinhou.

 

PARLAMENTARES CATÓLICOS APRESENTARAM O QUE ESPERAM DA IGREJA NO EXERCÍCIO DE SUA MISSÃO

 

Abaixo agrupamos as falas dos noves parlamentares que falaram, como segue abaixo:

 

O que os parlamentares esperam da Igreja no exercício de sua missão?

Primeiro a falar, o deputado federal Patrus Ananais (PT/MG) apresentou às lideranças uma questão a partir das preocupações sociais expressadas pelo Papa Francisco na Encíclica Fratelli Tutti: como enfrentar o poder do dinheiro e do capital e a deificação do mercado? Sabemos que a miséria não é vontade de Deus e, por isto, esperamos o enfrentamento deste poder com ações concretas.

A deputada federal Carmem Zanotto (Cidadania/SC) disse esperar da Igreja um diálogo mais próximo dos parlamentares no exercício de sua missão, mesmo em torno de pautas não convergentes. Ela ressentiu-se do distanciamento mesmo entre os parlamentares católicos e disse sentir falta das missas no Congresso Nacional, espaço no qual as homilias tinham um papel central de orientar a atuação parlamentar. Disse ser importante continuar realizando encontros como este para refletir como os parlamentares podem estar mais próximos em torno da atuação a partir dos temas e projetos que unem os católicos.

 

O vereador Chico Alencar (Psol-RJ) lembrou que em 1970, à época membro da Juventude Estudantil Católica (JEC), participou de uma assembleia da CNBB na qual conheceu dom Helder Câmara, dom Paulo Evaristo Arns e dom Pedro Casaldáliga. Ele disse que espera que a Igreja seja Igreja e busque, com os parlamentares, a partilha, a troca e viver em comunidade. Também disse que a missa da CNBB no Congresso era um espaço no qual alimentava a sua espiritualidade para atuar no Congresso. Ele disse ser insuficiente ser católico apenas do “senso demográfico” ou apenas de ir às missas ao domingo. “Não dá para aceitar o aumento de 23% de compras de arma no Brasil. “É impossível um cristão defender isto que vai na contramão do princípio de buscar a justiça como caminho para a paz”, disse.

 

O deputado federal Francisco Júnior (PSD-GO) partilhou suas dores e expectativas como parlamentar. Segundo ele, antes de entrar na política era visto como “bom moço” mas hoje é como se tivesse um carimbo de “suspeito” na testa. Ele disse entender a política como missão e vocação e espera que a Igreja seja como uma mãe e pastora capaz de apontar os caminhos e referências para a sua atuação baseadas na Doutrina Social mas também de acompanhar os mandatos e chamar a atenção quando está errado mas também incentivar quando há acertos. Ele disse ser importante que a Igreja não fique refém de pessoas e ideologias mas seja um espaço aberto a acolher a todos. “Que o exercício da política seja como um ministério a serviço da vida, da família e dos empobrecidos”, disse.

 

A vereadora de Itacoatiara (AM), Maria Francelizia da Silva (PT), disse compreender que o mandato é uma extensão da atuação pastoral do cristão no espaço político. Contudo, ela apontou que sente falta de formação mais efetiva, por meio de escolas de formação política, dos parlamentares e também para despertar nos leigos o desejo de atuação no espaço político. Também cobrou mais acompanhamento da atuação parlamentar.

O senador Flávio Arns (Podemos-PR) disse ser necessário continuar a promoção de encontros entre a Igreja e os parlamentares para aproximação recíproca. “A gente sempre espera que a Igreja esteja atenta aos fatos pelos quais o Brasil está passando como a necessidade de mais diálogo, a superação das polarizações e também traduzir isto para a vida do povo”, disse. Segundo ele, a Igreja precisa acompanhar mais de perto os mandatos parlamentares para que possa ampliar as vozes das bases a partir dos desafios de cada região. Ele disse ser necessário também a Igreja Católica dar mais visibilidade às várias iniciativas que faz no Brasil a serviço do povo brasileiro (saúde, educação, assistência, entre outros). Defendeu também ser necessário que a Igreja aproxime-se de outros políticos que atuam a partir de princípios humanísticos mas não necessariamente comungam da mesma fé.

 

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) disse que a conjuntura pede mais ações de promoção e defesa da fé. Em sua avaliação, a Igreja precisa subsidiar os parlamentares com mais conhecimento. Um papel que a Igreja pode fazer, em sua avaliação, uma vez que atua com uma grande capilaridade, é ajudar as pessoas a ter uma visão mais crítica da realidade e a compreender que a pobreza não é algo que Deus quer mas é fruto da ação humana e de decisões políticas e governamentais.

 

O vereador de Fortaleza (CE) Jorge Pinheiro (PSDB) pediu, como filho, que a Igreja seja uma mãe educadora que esteja mais presente incentivando e acolhendo mas também puxando a orelha quando notar que a atuação parlamentar não esteja coerente com os princípios e orientações católicas.

 

A deputada estadual pelo PT de Minas Gerais, Marilene Alves de Souza (Leninha) disse perceber a existência de muitos pontos convergentes a partir dos quais a Igreja pode trabalhar para iluminar o caminho e a atuação dos parlamentares no exercício de seus mandatos. Ela disse acreditar que a política é a forma mais perfeita de exercício da caridade. “A caridade é o caminho mais nobre para transformar as estruturas rumo à política do bem comum e do bem viver para todos, especialmente para os mais empobrecidos”, afirmou.

 

CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu uma nota nesta sexta-feira, 9 de julho, sobre o momento atual da conjuntura brasileira. No documento, a instituição reafirma, por meio de sua presidência, a necessidade de “defender as vidas ameaçadas, os direitos respeitados e para apoiar a restauração da justiça, fazendo valer a verdade”.

 

Na avaliação da CNBB, a sociedade democrática brasileira está atravessando um dos períodos mais desafiadores da sua história. “A trágica perda de mais de meio milhão de vidas está agravada pelas denúncias de prevaricação e corrupção no enfrentamento da pandemia da COVID-19”, diz um trecho da nota.

 

A CNBB, na nota, “apoia e conclama as instituições da República para que, sob o olhar da sociedade civil, sem se esquivar, efetivem procedimentos em favor da apuração, irrestrita e imparcial, de todas as denúncias, com consequências para quem quer que seja, em vista de imediata correção política e social dos descompassos”.

 

Confira, abaixo, a íntegra do documento e a versão em PDF <aqui>.

 

 

Nota da CNBB diante do atual momento brasileiro
Brasília-DF, 9 de julho de 2021

 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB levanta sua voz neste momento, mais uma vez, para defender vidas ameaçadas, direitos desrespeitados e para apoiar a restauração da justiça, fazendo valer a verdade. A sociedade democrática brasileira está atravessando um dos períodos mais desafiadores da sua história. A gravidade deste momento exige de todos coragem, sensatez e pronta correção de rumos.

 

A trágica perda de mais de meio milhão de vidas está agravada pelas denúncias de prevaricação e corrupção no enfrentamento da pandemia da COVID-19. “Ao abdicarem da ética e da busca do bem comum, muitos agentes públicos e privados tornaram-se protagonistas de um cenário desolador, no qual a corrupção ganha destaque.” ( CNBB, Mensagem da 56ª. Assembleia Geral ao Povo Brasileiro, 19 de abril de 2018).

 

Apoiamos e conclamamos às instituições da República para que, sob o olhar da sociedade civil, sem se esquivar, efetivem procedimentos em favor da apuração, irrestrita e imparcial, de todas as denúncias, com consequências para quem quer que seja, em vista de imediata correção política e social dos descompassos.

 

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

 

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB

 

Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima (RR)
Segundo Vice-Presidente da CNBB

 

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB

 

CNBB

Com o mote de que “Toda vida importa“, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza no próximo sábado, 19 de junho, um dia de sensibilização e orações em memória dos mortos pelo novo coronavírus. Com a previsão de o país atingir 500 mil mortes no próximo sábado, a conferência escolheu a data para manifestar solidariedade, esperança e consolo. 

 

Redes sociais
A iniciativa foi apresentada aos bispos durante a reunião do Conselho Permanente da CNBB, realizada nesta quarta e quinta-feira, 16 e 17 de junho. Cards serão postados nas redes sociais com a hashtag #todavidaimporta. Outra sugestão é que os sinos das Igrejas toquem às 15h de sábado.

 

Missa
No mesmo horário, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, preside a Santa Missa na intenção das 500 mil vítimas da Covid-19 no Brasil. A celebração será no Santuário Nossa Senhora da Piedade, em Caeté (MG), com transmissão pelas redes sociais da CNBB e por emissoras de TV de inspiração católica, como TV Horizonte, TV Pai Eterno, Rádio e Rede Imaculada e TV Nazaré.

 

Oração
A CNBB também vai oferecer um vídeo de oração pelos 500 mil mortos na pandemia. Composta pelo bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, a oração será narrada pelo jornalista Silvonei José, que atua em Vatican News. A sugestão é que as emissoras de TV utilizem o material ao final dos telejornais, como uma homenagem aos que se foram ou em outros programas. O vídeo também será distribuído nas redes sociais da CNBB e rádios católicas.

 

A oração lembra dos irmãos e irmãs que morreram em decorrência da pandemia do novo coronavírus, “muitas sem o mínimo necessário para o tratamento digno como ser humano”. O pedido é que Deus Pai acolha esses filhos e filhas e conceda-lhes a paz eterna. A prece também é que o povo brasileiro possa trabalhar por solidariedade, acolhimento, partilha, compreensão e resiliência. “Que a saudade seja estímulo à fraternidade!
E que a fé seja o sustento de nossa esperança!”.

 

Encerrou nesta quinta-feira, 17 de junho, a reunião ordinária do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do qual fazem parte cerca de 40 bispos de todo Brasil, dentre eles dom Geremias . O encontro, realizado virtualmente, discutiu, entre outras questões, uma análise de conjuntura, calendário para o ano que vem e o Sínodo dos Bispos, a ser realizado em 2023.

 

O núncio apostólico no Brasil, dom Giambatistta Diquattro, abriu o evento com uma palavra aos bispos a partir do contexto social e eclesial da atualidade, com forte polarização. Dom Giambatistta fez um convite: “vivamos nossa vocação como filhos de Deus e como operadores de paz”.

 

Um dos temas tratados no primeiro dia foi o Ano Vocacional, que será de novembro de 2022 a novembro de 2023. Dom Geremias explica que este ano vai tentar suscitar mais vocações missionárias, tanto missão ad gentes, como missão no próprio país ou diocese. Segundo ele, é preciso trabalhar o sim para a missão na generosidade. “Aquilo que a gente vê nos Evangelhos e nos missionários que vieram pra cá, [eles] sempre tiveram essa espiritualidade: partir em missão, dar a vida pela missão”, explica.

 

Outro ponto importante levantado por dom Geremias foi a apresentação da diretoria ANEC (Associação Nacional de Educação Católica do Brasil) sobre sua atuação no país. São mais de 1,5 milhão de alunos e mil escolas de primeiro e segundo e 40 instituições de ensino superior afiliadas à ANEC.  A entidade teve um encontro com a Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB e levou ao Conselho Permanente informações sobre sua atuação institucional na defesa de educação de excelência e na incidência política, institucional e internacional. Houve um pedido para unir forças em iniciativas comuns.

 

Na reunião do conselho foi tratado também sobre a Signis Brasil e a comunicação na CNBB. A Signis é uma associação católica que reúne representantes de veículos radiofônicos, televisivos, impressos e digitais de todo país. Tem o papel de articular os meios de comunicação católicos em vista da missão de evangelizar. “Foi uma meia hora de trabalho em que se falou sobre a rádio, programações conjuntas, e foi colocada bastante em pauta a questão da comunicação no país hoje”, destaca dom Geremias.

 

Outro assunto conversado na reunião foi o encontro de parlamentares católicos, que irá acontecer nos dias 16 e 17 de setembro de forma on-line. “Inclusive foi pedido para que a gente sugerisse nomes para que assim esse encontro possa acontecer e quem sabe ter uma consequência positiva na vida nacional, na vida também no nosso continente, na América Latina”, explica. A partir de uma indicação da 5ª Conferência do Episcopado Latino Americano e do Caribe, em 2007, o Conselho Episcopal Latino Americano (Celam) incentiva a realização de encontro com parlamentares católicos. Em âmbito continental, houve uma primeira reunião em Bogotá, na Colômbia, no ano de 2017, e a segunda, no Paraguai, em 2019.

 

O Encontro de Parlamentares Católicos a Serviço do Povo Brasileiro terá representação de lideranças políticas dos vários níveis do Poder Legislativo e todas as regiões do país. Busca-se também a pluralidade partidária. O assessor político da CNBB, padre Paulo Renato Campos, apresentou a programação preparada para o evento e ressaltou o pedido para comissões, organismos e regionais enviarem suas contribuições para o encontro.

 

O próximo Sínodo dos Bispos será realizado em 2023, a partir do tema missão. Em outubro deste ano, será lançada a pesquisa que visa colaborar com a reflexão que vai se desenvolver no sínodo. Até julho do ano que vem, vai ser coletado o material que depois segue para a síntese que irá compor o Instrumento Laboris, os textos de trabalho do sínodo.

Confira outros assuntos tratados na reunião:

 

É tempo de Cuidar

Dom Mário Antônio da Silva, vice-presidente da CNBB, apresentou alguns números da Ação Solidária Emergencial “É tempo de Cuidar”, que chegou em sua segunda fase.  Também convidou dois membros da Cáritas Brasileira, entidade que também ajuda a promover a iniciativa, para falar sobre a perspectiva da Campanha.

 

Irmã Cleusa, da Cáritas, falou sobre a Semana de Mobilização, realizada de 8 a 12 de junho e seus frutos.  Já o Magalhães, da Cáritas Brasileira, apresentou os dados gerais da Campanha. Até o momento já foram mais de 1 milhão e 800 mil itens alimentícios arrecadados.

 

Repam

Também durante a reunião, o Conselho Permanente aprovou a recondução dos membros que farão parte da diretoria da Rede Eclesial Pan-Amazônica, a Repam. São eles: dom Erwin Kräutler, como presidente; dom Roque Paloschi, como secretário e dom Mário Antônio da Silva, como ecônomo.

 

Campanha da Fraternidade 2022

Na sequência da reunião do Conselho Permanente, foram apresentados a oração e o sumário do texto-base da Campanha da Fraternidade 2022, cujo tema é “Fraternidade e Educação”. Os bispos receberam a décima versão do texto que irá conduzir as reflexões da Campanha do ano que vem e poderão identificar ausências, sugerir acréscimos e indicações, até o dia 25 de junho.

 

Novo Estatuto

Outro tema da manhã desta quinta-feira foi o Novo Estatuto da CNBB. O processo de elaboração chega à terceira etapa, com a aprovação de uma Comissão de Peritos e posterior Formulação Jurídico Canônica do Estatuto e do Regimento da Conferência, entre os meses de julho e outubro.

 

A equipe de trabalho indicou uma série de peritos, entre canonistas, especialistas na área jurídica civil, teólogos e pastoralistas. São bispos, padres, leigas e leigos. Junto com a Comissão de Peritos também haverá uma equipe de consultores para auxiliar no processo de formulação do texto. Os membros do Conselho Permanente indicaram outros nomes à lista proposta, os quais serão articulados pela equipe que coordena o processo de elaboração do novo estatuto.

 

Expressões carismáticas

O Conselho Permanente também aprovou na manhã desta quinta-feira, 17, a criação de um grupo de trabalho que irá refletir sobre as expressões carismáticas na Igreja no Brasil. A ideia surgiu partir do contato do bispo de Tocantinópolis (TO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB, dom Geovane Pereira de Melo; do secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado; do bispo de Paranavaí (PR), dom Mário Spaki, referencial para o Serviço de Comunhão Charis no Brasil; e do bispo auxiliar de Brasília, dom José Aparecido Gonçalves Almeida.

 

A proposta é refletir sobre as expressões ligadas à Renovação Carismática e aos carismas pentecostais na Igreja no Brasil, tratando de questões relacionadas à doutrina, liturgia e compromisso social, por exemplo. Desses grupos, segundo dom Geovane, nasceram ministérios, serviços e novas comunidades, cujas expressões “têm uma forte presença nos meios de comunicação social e forte influência na forma de pensar de uma grande parte dos fiéis católicos”.

 

Sínodo

As atividades da manhã foram concluídas com um encontro dos bispos com a Secretaria do Sínodo, que falou sobre o processo de preparação para a XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, cujo tema proposto pelo Papa Francisco é “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. Direto de Roma, contataram os bispos o secretário geral do Sínodo, cardeal Mario Grech, e os subsecretários monsenhor Luis Marìn de San Martin e irmã Nathalie Becquart. Eles explicaram sobre as motivações para a assembleia sinodal, reconheceram o processo da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe e incentivaram a contribuição do Brasil. A secretaria do Sínodo ainda deseja que o processo do sínodo ajude também “a sentir toda a Igreja a dar uma resposta nesse momento que estamos vivendo”.

 

Pascom Arquidiocesana
Com informações CNBB

Na preparação para a Campanha da Fraternidade de 2022, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou, na sexta-feira, 4 de junho, o edital para a escolha da música do hino, cuja letra foi escolhida na última reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da entidade, no dia 24 de maio. O prazo para envio das composições é até o dia 30 de junho.

 

Características da música do Hino
De acordo com o edital, a música deve expressar “caráter vibrante, vigoroso, ‘energizador’”; “melodia e ritmo fluentes, acessíveis a qualquer tipo de assembleia”; e ainda “força melódica e rítmica eficazes para a dinamização das potencialidades individuais e grupais, despertando-os do torpor do egoísmo e do comodismo”.

 

Quanto à melodia, a comissão avaliadora espera que as composições realcem o sentido da letra. Isso exige, portanto, que os músicos, estudem com antecedência a letra e observem os acentos tônicos das palavras “para que haja uma correspondência natural com os tempos fortes da melodia”.

 

Fluência, simplicidade e beleza também são requisitos para a composição, assim como a proposta de que tenha características da genuína música brasileira, como por exemplo, da etnomúsica religiosa.

 

Apresentação da composição
Os candidatos deverão enviar a composição escrita em partitura, com a letra e indicação dos acordes (cifras) para o acompanhamento instrumental, em formato PDF. O edital também pede uma gravação em áudio, no formato MP3. Tudo deve ser enviado por e-mail junto com o termo de Cessão de Direitos Autorais. O prazo final é o dia 30 de junho de 2021.

 

Todas as informações detalhadas e os requisitos técnicos para a música do hino da CF 2022, bem como a letra escolhida, estão no edital. Acesse-o (AQUI).

 

CNBB

A Missão São Paulo VI, na África, e a próxima Assembleia do Povo de Deus foram assuntos debatidos pelos bispos

 

A primeira reunião de 2021 do Conselho Episcopal de Pastoral aconteceu ao longo do dia 11 de maio na sede do Regional Sul 2 da CNBB, em Curitiba (PR). Esse conselho se reúne duas vezes por ano para tratar de assuntos referentes à caminhada pastoral da Igreja no Paraná. Ele é formado pelos bispos da presidência do Regional Sul 2, um representante de cada Província Eclesiástica e um representante da Igreja Católica do rito Ucraniano.

 

Participaram da reunião: o presidente, Dom Geremias Steinmetz (arcebispo de Londrina); o vice-presidente, Dom José Antonio Peruzzo (arcebispo de Curitiba); o secretário, Dom Amilton Manoel da Silva (bispo de Guarapuava); pela província de Curitiba, Dom Sérgio Arthur Braschi (bispo de Ponta Grossa); pela província de Cascavel, Dom Edgar Xavier Ertl (bispo de Palmas-Francisco Beltrão); pela província de Maringá, Dom Mário Spaki (bispo de Paranavaí); pela província de Londrina, Dom Carlos José de Oliveira (bispo de Apucarana); pela Igreja Católica do rito Ucraniano, Dom Volodemer Koubetch, arcebispo da metropolita; e o secretário executivo do Regional Sul 2, Padre Valdecir Badzinski.

 

Durante toda a reunião, que aconteceu numa sala bem arejada, os bispos tomaram todos os cuidados recomendados pela vigilância sanitária, como o uso de máscaras, álcool gel e distanciamento.

Os bispos do Conselho Episcopal de Pastoral, nessa reunião, têm a missão refletir temas que, de alguma forma, já foram discutidos na Assembleia Regional dos Bispos e precisam ser revistos, avaliados e adaptados. O secretário do Regional Sul 2, Dom Amilton Manoel da Silva, explicou que são assuntos que não precisam do aval de todos os bispos, pois eles já tiveram conhecimento. “Geralmente, são temas que já passaram pela assembleia. Algum tema novo que surge é dentro de temas que foram vistos e aprovados por todos os bispos do regional e agora precisam ser melhorados, diante de algumas propostas que surgem de grupos ou de iniciativas diversas no caminhar. São assuntos ligados à pastoral, que necessitam de uma adaptação na prática”, disse Dom Amilton.

 

Dentre os assuntos em pauta, dois demandaram um maior tempo dos bispos: a Missão São Paulo VI, que o Paraná mantém no país da Guiné-Bissau, África, e a 41ª Assembleia do Povo de Deus, prevista para acontecer no mês de setembro. Os bispos ouviram, via videoconferência, o coordenador do Conselho Missionário Regional (COMIRE), Diácono Pedro Lang, os reitores da Missão São Paulo VI, direto da África, o casal Pércio e Márcia Vitória, e o novo administrador diocesano, Padre Lúcio Brenteganni. “Nós trabalhamos muito a Missão São Paulo VI, a continuidade da construção do segundo bloco da escola, a formação de missionários novos, discutimos também a necessidade de enviar um padre para a Missão”, disse Dom Geremias Steinmetz.

 

Dom Amilton explicou que, com a morte de Dom Pedro Zilli, bispo de Bafatá, ocorrida último dia 31 de março, era necessário refletir sobre os projetos da missão e ouvir o novo administrador diocesano: “O padre Lúcio fez uma avaliação da missão e apresentou novas propostas. Isso precisa da avaliação dos bispos e será preciso um pouco mais de tempo, inclusive a espera da eleição do novo bispo, mas enquanto isso já podemos avaliar uma participação ainda maior da Igreja do Paraná na Guiné-Bissau”, afirmou o bispo.

 

Quanto a Assembleia do Povo de Deus, que esse conselho é responsável por delinear os encaminhamentos práticos, os bispos avaliaram a proposta de rever o tema que já havia sido definido por todos os bispos. “Os padres coordenadores diocesanos da Ação Evangelizadora, após a sua reunião, apresentaram uma proposta de mudança de tema, assessor e participação. Então, como isso já havia sido definido por todos os bispos, chegamos à conclusão que precisamos decidir juntos, bispos e os coordenadores diocesanos da Ação Evangelizadora. As propostas são boas, mas precisamos discutir juntos, pois o efeito pode ser maior e podemos atingir melhor as lideranças pastorais das nossas dioceses”, disse Dom Amilton.

 

Os bispos também discutiram sobre a modalidade dessa Assembleia do Povo de Deus que, em geral, reúne cerca de 150 pessoas, deixando em aberto se ela acontecerá de forma presencial ou on-line. A decisão vai depender da situação da pandemia no Paraná. A próxima reunião do conselho episcopal de pastoral está programada para acontecer no mês de agosto.

 

Karina de Carvalho
Assessora de Comunicação CNBB Sul 2

Nesta semana, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Nacional da Pastoral Familiar, oferece uma formação especial sobre as exortações apostólicas Familiaris Consortio, de São João Paulo II, e Amoris Laetitia, do Papa Francisco. Desde segunda-feira, dia 3, até sexta, 7, são estudados os aspectos eclesiológicos, morais e pastorais dos dois documentos. O Seminário On-line Alegria do Amor tem reunido agentes da Pastoral Familiar, integrantes de movimentos e serviços, além de bispos, presbíteros, religiosas e religiosos e seminaristas de todo o Brasil.

 

Eclesiologia
Na segunda-feira, o vice-presidente e diretor da Seção Brasileira do Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para o Matrimônio e Família, padre Rafael Fornasier, abordou as questões eclesiológicas e doutrinais presentes nas duas exortações apostólicas. Em especial, ele colocou em foco duas expressões importantes nos últimos tempos: “Igreja doméstica” e “Igreja, família de famílias”.

 

Na primeira parte, padre Fornasier recapitulou os textos das exortações apostólicas. Ele destacou que há uma continuidade entre as abordagens de São João Paulo II e do Papa Francisco. “Na Familiaris Consortio o termo ‘Igreja doméstica’ é citado 11 vezes e na Amoris Laeitia aparece sete vezes a expressão”, calculou.

 

Por sua vez, ‘Igreja, família de famílias’, aparece apenas em 2007, no Documento de Aparecida, mas se tornou recorrente nos últimos anos no relatório final do Sínodo de 2015 e na Amoris Laetitia. “Nos primórdios, a Igreja começa nas casas. Só depois que aparecem as igrejas como comunidade. E essas duas situações devemos estreitar ainda mais”, destacou o teólogo.

 

Padre Rafael Fornasier
Na segunda parte da palestra, padre Rafael Fornasier apontou que nos últimos anos tem sido importante pensar a família no campo da teologia, em especial após com a exortação Evangelium Gaudium, sobre o anúncio do evangelho no mundo atual – que deve contar com a participação das famílias.

 

“A família não é uma célula isolada. Ela cresce, se transforma e se conecta em outras células. Da mesma forma ocorre nas paróquias. É formada por famílias que estão relacionadas em rede e, portanto, a igreja se concretiza ali”, disse.

 

Moral
No segundo dia de encontro, o presbítero da Arquidiocese de Londrina (PR), padre Rafael Solano, que é mestre e doutor em Teologia Moral, tratou dos aspectos morais dos dois documentos, elencando as formas, mentalidade e lei da gradualidade apresentadas nos textos. Também refletiu sobre a família inserida no processo de evangelização e sobre o conceito de espiritualidade familiar, que pode ajudar a colocar os documentos em prática.

 

Padre Rafael Solano citou a Didaquê do início da Igreja como catequeses que iluminavam a vida cristã com “os primeiros elementos éticos e morais que nós vimos diante de nós”. Para ele, a Didaquê traz consigo a grandeza traduzida das Bem-Aventuranças.

 

Evangelização da família
Para o padre Solano, o primeiro aspecto moral da Familiaris Consortio, junto com a Amoris Laetitia, é o processo de evangelização. “Não existe Pastoral Familiar, não existe teologia moral familiar, se o Evangelho não entra em casa. Ele deve se fazer conhecido no lar”, destacou.

 

Alegria do Amor
Na quarta-feira, o seminário apresentou a palestra de dom Leomar Brustolin, bispo auxiliar de Porto Alegre (RS), sobre os aspectos pastorais. Na quinta-feira, o bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Vida e Família, dom Ricardo Hoepers, conduziu uma mesa redonda com os três palestrantes e a teóloga Maria Inês de Castro Millen. Na sexta-feira, 7, o arcebispo de Florianópolis (SC), dom Wilson Tadeu Jönck, aprofundará os aspectos “Ser pai e ser mãe, homem e mulher” à luz dos documentos que iluminam o evento.

 

Acompanhe pelos canais da Pastoral Familiar e da CNBB no Youtube:
<Pastoral Familiar> 
<CNBB Oficial>

 

CNBB

No dia 29 de abril, a Pastoral da Comunicação (Pascom) do Regional Sul 2 da CNBB promoveu uma formação on-line sobre a espiritualidade do comunicador. O tema foi assessorado pelo Padre Dirceu Júnior dos Reis, assessor da Pascom na Arquidiocese de Londrina (PR).

 

O encontro, realizado pela plataforma Zoom, reuniu mais de 320 membros da Pascom de diversas dioceses do Paraná e do Brasil e contou também com a presença e participação do bispo referencial para a Pastoral da Comunicação no Paraná, Dom Mário Spaki, bispo de Paranavaí (PR).

 

Esse é o segundo encontro formativo promovido pela Pascom do Regional Sul 2, que programou realizar essas formações mensais ao longo do ano. O próximo encontro está programado para acontecer no dia 27 de maio, às 20 horas.

 

Dom Mário Spaki concedeu, nesta segunda-feira, 3 de maio, uma entrevista à TV Pai Eterno, na qual falou sobre o encontro e sobre o trabalho realizado pela Pastoral da Comunicação na Igreja do Paraná.

Karina de Carvalho
Assessora de Comunicação CNBB Sul 2