Hoje, 14 de outubro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) completa 72 anos. Um slogan foi escolhido para marcar esta data: “CNBB: 72 anos de serviço à Igreja e à sociedade”. Às 11h, na capela Nossa Senhora Aparecida, na sede da CNBB, em Brasília, o arcebispo de Goiânia e primeiro vice-presidente da CNBB, dom João Justino de Medeiros silva, presidirá a missa de celebração dos 72 anos da Conferência. A celebração será transmitida nas redes sociais da CNBB.

72 anos de serviço à Igreja e à sociedade

O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, fala sobre o significado do aniversário de 72 anos da CNBB e convida para este momento de celebração e ação de graças pela vida Conferência. “Queridos irmãos e irmãs, queremos celebrar com alegria os 72 anos de criação da CNBB. É um momento importante de revermos com memória agradecida este passado de conquistas e histórias significativas para Igreja no Brasil com todo o envolvimento e, acima de tudo, todo o esforço que os bispos do Brasil de geração em geração vêm buscando conquistar cada vez mais. Como os princípios de ética, solidariedade, fraternidade, justiça e paz para todo o país”, disse.

Sendo a Conferência que congrega o maior episcopado do mundo, dom Ricardo reforçou que a CNBB, nestes 72 anos, se coloca ainda mais a serviço à sociedade brasileira. “Os bispos do Brasil são esta força de unidade, comunhão e também de fraternidade que buscam unir cada vez mais unir todas as comunidades, dioceses e regionais, na mesma perspectiva: “Evangelizar”  para que todos sigamos o que nosso Senhor Jesus Cristo nos mandou: “ide e pregai o Evangelho a toda criatura”, disse.

CNBB

Foto: Jaison Alves

A Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por ocasião do Dia do Nascituro, no dia 8 de outubro, publicou na sexta-feira, 4 de outubro, uma “Nota sobre o Dia do Nascituro”, na qual reafirma o compromisso na defesa da vida humana desde a concepção até a morte natural.

Publicada no contexto da Semana Nacional da Vida 2024, que neste ano, tem como tema: “Idosos, memória viva da nossa história” e o lema “Na velhice darão frutos” (Salmos 92, 15), a nota pede que os católicos voltem “novamente o olhar cuidadoso para aqueles que ainda não nasceram, celebramos e renovamos nosso compromisso com a cultura da vida, inspirada no Evangelho de Jesus Cristo, em todas as etapas, como nos recorda o Papa Francisco em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, “Um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento”.

O documento estimula ainda a realização de ações nas comunidades católicas para marcar esta data,  como o gesto concreto “Sinal da Esperança”. “No dia 08 de outubro, façamos em um gesto de propagação da ‘Luz de Cristo’ para poder iluminar e proteger as vidas vulneráveis e indefesas”. A nota convida a ascender o maior número de velas e a rezar juntos a ‘Oração do Nascituro’, como um momento de devoção e unidade.

Veja a íntegra do documento:
Nota sobre o Dia do Nascituro

Da Arquidiocese de Londrina esteve presente o coordenador da Ação Evangelizadora padre Alexandre Alves Filho

Aconteceu de 1 a 3 de outubro, na Casa Dom Luciano, em Brasília (DF), o Seminário de Iniciação à Vida Cristã para Presbíteros, organizado pela Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB. Mais de 250 padres participaram da iniciativa que buscou aprofundar temas relacionados à transmissão da fé na cultura atual, sendo 17 do Paraná.

A celebração de abertura foi presidida pelo arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética, dom Leomar Antônio Brustolin, que na sequência proferiu uma palestra na qual destacou os três elementos norteadores da reflexão sobre a atual evangelização: sinais dos tempos, conversão pastoral e missão.

Dom Leomar destacou que, no seminário, o clero tem se manifestado muito atento, interativo, interlocutor e procurando alargar as reflexões para que se possa encontrar caminhos.

“Estarmos juntos, rezarmos juntos e pensarmos juntos já é grande sinal de boa perspectiva. Hoje nós temos certeza de que algo novo precisa ser feito na evangelização e as novas diretrizes vão nessa direção. A Iniciação à Vida Cristã não pode ser vista de forma desconectada com as questões relativas às Diretrizes”, pontuou.

ABC da Iniciação à Vida Cristã

Responsável pela conferência sobre o “ABC da Iniciação à Vida Cristã”, o assessor da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, padre Wagner Carvalho, fez com que os participantes refletissem sobre terminologias e momentos celebrativos.

Dividida em três partes, o estudo se propôs, primeiro, a definir a natureza da iniciação e justificar o motivo para que a Igreja escolha como itinerário a formação do discípulo missionário. A segunda parte se concentrou na definição dos conceitos e, por último, destacou os desafios e oportunidades daquilo que está se falando na iniciação.

“A palestra tinha como objetivo também pensar em quais momentos o presbítero e a iniciação se tocam, para que não parta daquela iniciativa de dizer como eu devo fazer, mas antes entender esse fazer. E agora entendendo, eu posso fazer de modo consciente. A avaliação foi muito positiva, a participação deles e o interesse também nesse momento”, destacou o padre Wagner.

Querigma

Mariana Venâncio, também assessora da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, proferiu no segundo dia de Seminário uma conferência sobre o “Querigma”, no qual destacou o seu significado, finalidade, pressupostos, decorrências e, ainda, como anunciá-lo.

“O anúncio querigmático é, na verdade, o centro da fé cristã, como o Diretório para a Catequese diz, vai ao âmago da fé cristã e ao anúncio de Jesus Cristo. Não o anúncio intelectualizado, mas a proposição do encontro com a pessoa de Jesus Cristo. Essa proposição tem por finalidade gerar a adesão a Jesus e o desejo por progredir no discipulado”, diz.

Participantes do Paraná

Participantes do Paraná

Padre Alexandre Alves Filho, da Arquidiocese de Londrina (PR), explicou que o encontro fecha um ciclo dentro da dimensão bíblico-catequética, que é conscientizar para a necessidade da Iniciação à Vida cristã nas igrejas do Brasil. “Primeiro teve um encontro com seminaristas, em julho passado. Depois, teve o encontrão com os catequistas, em Aparecida (SP), que reuniu mais de 2.500 catequistas. E fechando esse ciclo, agora foi a vez de conscientizar os presbíteros”.

Para o padre Alexandre, o encontro ajudou os padres a tomarem consciência da necessidade de formar discípulos, ao invés de conseguir adeptos. “Foi um encontro muito positivo, porque sentimos a necessidade de mudar o nosso esquema, não só de catequese infantil, porque a Iniciação à Vida Cristã não contempla só a catequese infantil, mas contempla todas as pastorais. Precisamos iniciar todos os membros de todas as pastorais no espírito verdadeiramente cristão do seguimento de Jesus”, afirmou ele.

Para o coordenador da ação evangelizadora da Diocese de São José dos Pinhais (PR), padre Celmo Suchek de Lima, o encontro expressou a comunhão e um caminho de esperança para a Igreja. “A iniciação à Vida Cristã nos conduz ao encontro com a pessoa de Jesus Cristo. Cada um de nós, principalmente nesse Brasil tão grande e diverso, com as tantas culturas e expressões, podemos trilhar um caminho juntos, um caminho sinodal. Um caminho de comunhão, então acredito que o saldo desse encontro é a troca de experiências e essa possibilidade de vivermos uma Igreja em comunhão”, afirmou.

Padre José de Lima, assessor da Catequese e da Pastoral Presbiteral na diocese de Cornélio Procópio (PR), afirmou que o encontro foi como uma revisão sobre tudo que já aprendeu, há mais de 15 anos, sobre a Iniciação à Vida Cristã. “Para mim, o esse encontro foi como uma grande revisão e uma qualificação dessa revisão com elementos novos, com novo material, pesquisas mais atuais e aquilo que a Igreja deseja com esse foco na Iniciação à Vida Cristã. Estou contente e feliz, justamente porque todo aquele trabalho que a gente já vem fazendo há anos, agora estamos colhendo o resultado. Esse é o caminho e não temos mais como voltar atrás”, explicou padre Lima.

CNBB Sul 2
Fonte: Portal CNBB

Entrevistas: Padre Alexandre Alves Filho

Fotos: Divulgação

A sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF), está unida ao pedido do Papa Francisco para rezar todos os dias pela segunda etapa do Sínodo sobre a Sinodalidade. Desde ontem, tem sido promovidas iniciativas de oração com a intenção do Sínodo que reúne bispos, padres, religiosos e religiosas e leigos e leigas de todo o mundo para refletir propostas para uma Igreja cada vez mais “sinodal em missão”.

Liturgia das Horas

Na terça-feira, 1º de outubro, o analista de comunicação Antônio Marcos Farias conduziu uma live no Instagram da CNBB com a oração da Liturgia das Horas. Além de recordar o encerramento do Mês da Bíblia, no dia anterior, o momento de oração teve como intenção o Sínodo, os bispos que estão participando e o Papa Francisco.

Momento diário

Nesta quarta-feira, 2 de outubro, o subsecretário adjunto geral da CNBB, padre Leandro Megeto, iniciou a reunião da Avaliação Gerencial Mensal (AGM), com a participação dos coordenadores de departamentos do Secretariado Geral, rezando na intenção do Sínodo. A intenção é promover, durante a realização  diariamente, um momento orante voltado para a Assembleia Sinodal.

“O Papa tem pedido que toda a Igreja entre em comunhão de oração pelo Sínodo. Eu gostaria de começar essa reunião da AGM com a mensagem do Papa e depois rezando juntos a mesma oração que os padres sinodais rezaram hoje de manhã na abertura do Sínodo”, propôs.

Foi exibido vídeo com o pedido de oração feito pelo Papa e, em seguida, os participantes rezaram a Oração pelo Sínodo Adsumus Sancte Spiritus“. Na sequência, foi rezado o Salmo 126. Padre Leandro convidou à meditação individual e rogou que as luzes do Espírito “suscitem reflexões, conversas, partilhas que favoreçam toda a evangelização no mundo”.

Oração pelo Sínodo e súplica pela Paz no mundo

Na CNBB, o padre Leandro anunciou que todos os dias às 11h50, na capela Nossa Senhora Aparecida haverá um momento de oração pelo Sínodo. O momento vai seguir a liturgia proposta pelo aplicativo “Reza pelo Sínodo em Click to Pray”.  O momento será transmitido pelas redes sociais da Conferência. Através da oração, a plataforma convida a acompanhar a Igreja neste período de assembleia. Na segunda-feira, 7, a CNBB se unirá, às 11h30, na capela Nossa Senhora Aparecida, com a oração do terço em torno da suplica pela paz no mundo convocada pelo Papa Francisco.

Importância da oração para a unidade

A coordenadora da Secretaria Técnica da CNBB, irmã Flávia Luiza Gonçalves, da Congregação Discípulas do Divino Pastor, partilhou que a oração pelo sínodo, realizada em comunhão com os colaboradores coordenadores dos setores de trabalho da CNBB já no início da AGM, “é de grande importância, pois fortalece o espírito de unidade e discernimento na Igreja”.

“Através da oração, pedimos a orientação do Espírito Santo para que os participantes do sínodo tomem decisões sábias e inspiradas, buscando sempre o bem comum e o fortalecimento da fé e cumprimento da missão”, afirmou.

A religiosa também destacou que esse momento de oração conjunta reforça a dimensão comunitária da Igreja, “lembrando-nos que somos todos corresponsáveis na missão de construir uma Igreja mais sinodal, participativa e inclusiva”.

O coordenador do Departamento de Contabilidade da CNBB, Rodson Souza, considera muito importante a iniciativa de oração dos colaboradores da CNBB pelo Papa, os bispos, e os leigos que estão em Roma participando do Sínodo. “Isso ajuda na evangelização e na mudança da Igreja, para que o Espírito Santo haja junto com os bispos para que tenham suas decisões conduzidas por Deus”.

Convite à oração

Em vídeo, o Papa convidou os fiéis católicos a rezarem com ele todos os dias, “juntamente com todos aqueles que participam na Assembleia Sinodal”. Ele partilhou que é possível fazer isso pela plataforma da Rede Mundial de Oração, Click To Pray, uma plataforma digital presente em 89 países e que procura mobilizar os católicos através da oração e da ação diante dos desafios da humanidade e da missão da Igreja.

Para o Sínodo, são duas iniciativas compartilhadas pela Rede Mundial de Oração do Papa. A primeira é “Reza pelo Sínodo em Click to Pray”. Através da oração, a plataforma convida a acompanhar a Igreja neste período de assembleia, pedindo os dons da escuta e do discernimento, para poder avançar em conjunto no caminho da fé. E a segunda é a Campanha de Oração “Adote um sinodal” (#prayforthesynod): ao inserir o e-mail, a plataforma designa o nome de um dos mais de 350 membros do Sínodo para que seja acompanhado por orações e guiado pelo Espírito Santo até o encerramento da assembleia em 27 de outubro.

A segunda e última sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade começou nesta quarta-feira, 2 de outubro, em Roma. Em véspera dos trabalhos, o Pontífice pediu comunhão em oração de 2 a 27 de outubro: “convido a rezar comigo todos os dias, juntamente com todos aqueles que participam na Assembleia Sinodal que começa amanhã. Também podemos fazer isso pela plataforma da Rede Mundial de Oração, Click To Pray. Conto com vocês!”.

O Papa Francisco fez um convite especial na terça-feira, 1° de setembro, através da sua conta oficial na rede social X. Diz a mensagem:

“Convido-vos a rezar comigo todos os dias, juntamente com todos aqueles que participam na Assembleia Sinodal que começa amanhã. Também podemos fazer isso pela plataforma da Rede Mundial de Oração, Click To Pray. Conto com vocês!”

A plataforma digital sugerida pelo Papa Francisco está presente em 89 países e procura mobilizar os católicos através da oração e da ação diante dos desafios da humanidade e da missão da Igreja. Em especial, duas iniciativas estão sendo compartilhadas pela Rede Mundial de Oração do Papa. A primeira é “Reza pelo Sínodo em Click to Pray”. Através da oração, a plataforma convida a acompanhar a Igreja neste período de assembleia, pedindo os dons da escuta e do discernimento, para poder avançar em conjunto no caminho da fé. E a segunda é a Campanha de Oração “Adote um sinodal” (#prayforthesynod): ao inserir o e-mail, a plataforma designa o nome de um dos mais de 350 membros do Sínodo para que seja acompanhado por orações e guiado pelo Espírito Santo até o encerramento da assembleia em 27 de outubro.

O convite do Papa, assim, reforça o pedido já feito pelo cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo, durante a apresentação da segunda sessão da assembleia em coletiva de imprensa em setembro, para que todos os fiéis e as comunidades religiosas, de modo especial as de vida contemplativa, rezem “para que os membros da Assembleia possam ser dóceis à voz do Espírito Santo”. Inclusive durante os trabalhos haverá “uma alternância de momentos de oração pessoal, de diálogo e de comunhão entre nós, de comunhão fraterna na escuta e no amor recíproco e de comunhão na oração”, confirmou o cardeal.

Igreja do Brasil em oração pelo Sínodo

Atentos ao pedido do Papa Francisco, a partir desta quinta-feira, 3 de outubro, de segunda a sexta, às 11h45, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) fará um momento de oração pela segunda sessão do Sínodo dos Bispos, ao vivo, pelo seu perfil no instagram: @cnbbnacional.Participe e reze conosco!

O Sínodo dos Bispos

A segunda e última sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade começa nesta quarta-feira, 2 de outubro, em Roma. Um retiro espiritual de dois dias, guiado pelas meditações do Pe. Dominicano Timothy Radcliffe e pela Ir. Ignazia Angelini, precede os trabalhos que seguem até o dia 27 de outubro. A grande novidade foi a celebração penitencial na Basílica de São Pedro presidida pelo Papa Francisco na terça-feira, 1º de outubro, com o testemunho de três vítimas que sofreram com abusos, guerra e com a indiferença da sociedade em migrante. Já na noite de 11 de outubro, também no Vaticano, na Praça dos Protomártires, onde, segundo a tradição, ocorreu o martírio de Pedro, será realizada uma oração ecumênica com a presença do Pontífice. A data pretende recordar a abertura, no mesmo dia de 62 anos atrás, do Concílio Vaticano II. Em 21 de outubro haverá mais um dia de retiro espiritual em vista do discernimento sobre a redação do esboço do documento final.

Os trabalhos da assembleia serão orientados pelo texto-base do Instrumentum Laboris (IL) publicado no início de julho, inclusive em português. O documento – estruturado em cinco partes – está em continuidade com todo o processo sinodal iniciado em 2021 e apresenta propostas para uma Igreja cada vez mais “sinodal em missão”, mais próxima do povo, menos burocrática e na qual todos os batizados participem de sua vida. Entre os pontos de reflexão estão a valorização da mulher e a necessidade de transparência e prestação de contas.

Acompanhe as notícias do Sínodo – Aqui

CNBB

Com informações: vaticannews.va

Foto: Vatican Media

30 de setembro de 1964 é a data oficial da fundação do Regional Sul 2 da CNBB, que compreende a Igreja Católica no estado do Paraná. Ele foi criado durante a 6ª Assembleia Geral da CNBB, no período da terceira fase do Concílio Vaticano II, sendo desmembrado da então região de São Paulo (CNBB Sul 1). 

Sua implantação efetiva ocorreu em 1965, com a criação de departamentos dedicados à Catequese, Vocações e Liturgia, refletindo as prioridades eclesiais da época, fortemente influenciadas pelo Concílio. Frei Agostinho José Sartori, que dois anos depois tornou-se  bispo da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão, foi o primeiro subsecretário do Regional Sul 2, servindo de 1965 a 1967. 

Uma das primeiras ações do recém-criado Regional, na reunião de 25 e 26 de junho de 1965, em Foz do Iguaçu, foi a decisão de se elaborar um Plano Regional e de se fazer a Grande Marcha dos Bispos pelo Oeste Paranaense para conhecer a realidade, ouvir o povo e ajudá-lo em suas reivindicações. Além disso, em 1965, foi criado o Instituto de Catequese do Paraná, que culminou na realização do 1º Congresso Catequético em 1966, um marco para a formação catequética no estado.

A primeira sede do Regional foi na Cúria Metropolitana da Arquidiocese de Curitiba, onde permaneceu até 1974. Em 1974, foram comprados dois apartamentos, num prédio situado no mesmo bairro da Cúria. Em 1998, a sede mudou para o atual endereço, no centro de Curitiba.  

Durante muito tempo, foi um padre que esteve à frente da gestão do Regional, e era chamado de Subsecretário Regional, para não confundir com o bispo que compunha a presidência, com a função de Secretário Regional. A partir do novo Regulamento da CNBB, aprovado em 2002, que acentua o termo Secretariado Regional, a pessoa à frente passou a ser chamada de Secretário ou Secretária Executivo (a).  

 No início era um ministério exclusivamente presbiteral, mais tarde, começaram a surgir religiosas e leigos. Em 2002 os Secretários Executivos dos 17 Regionais da CNBB trabalharam na elaboração de um documento intitulado “Missão e atribuições dos Secretários Regionais”. No referido documento são delineadas a identidade e a missão dos secretários. Destaca, igualmente pistas para uma boa coordenação do secretariado Regional.

Quadro dos presidentes, exposto na recepção da sede do Regional Sul 2 da CNBB

Desde 1964, foram presidentes do Regional Sul 2 da CNBB os seguintes bispos: 

1964 – 1965: Dom Jaime Luiz Coelho (Arcebispo de Maringá)

1965 – 1968: Dom Manoel da Silveira D’Elboux  (Arcebispo de Curitiba)

1968 – 1995: Dom Pedro Antônio Marchete Fedalto (Arcebispo de Curitiba)

1995 – 2002: Dom Murilo Krueger (Arcebispo de Maringá)

2002 – 2007: Dom Lúcio Ignácio Baumgaertner (Arcebispo de Cascavel)

2007 – 2011: Dom Moacyr José Vitti (Arcebispo de Curitiba)

2011 – 2014: Dom João Bosco Barbosa de Sousa (Bispo de União da Vitória)

2014 – 2019: Dom Mauro Aparecido dos Santos (Arcebispo de Cascavel)

2019 – atual: Dom Geremias Steinmetz (Arcebispo de Londrina)

Dom Geremias

Ao comentar sobre a história do Regional, o atual presidente da CNBB Sul 2, dom Geremias Steinmetz, afirmou que os bispos sempre buscaram viver a sinodalidade, trabalhando em questões conjuntas. “A primeira delas foi a catequese, depois a questão do dízimo, do fortalecimento de algumas pastorais, das CEBs, dos grupos de reflexão, dos grupos de família. Foram trabalhos que os bispos abraçaram conjuntamente porque tiveram essa possibilidade de se encontrar, de dialogar. Sempre tivemos, ao menos, três reuniões ao ano, nas quais podemos refletir sobre as grandes questões, aplicar que nos pede a CNBB ou grandes questões pedidas pelo Santo Padre”, disse dom Geremias.

O arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, afirmou que ao celebrar os 60 anos do Regional é preciso, cada vez mais, tomar consciência da necessidade de continuar caminhando juntos. “Quando se fala de caminhar juntos, de unidade da Igreja, não se trata apenas de estratégias para funcionar bem. É uma questão, cujo princípio está na própria Palavra de Deus:  unidade, trabalhar juntos, é afirmação, é testemunho de um corpo, de uma participação de todos em um grande centro, que é a fé em Jesus Cristo e Jesus Cristo Ressuscitado. Se não, cada diocese teria suas regras, suas expressões, suas permissões e suas concessões, e isso tornaria uma Igreja desfigurada. Então, é importante tomar consciência de que todos nós, por mais que tenhamos certezas e virtudes, se não caminharmos juntos, seremos filhos de uma comunidade dividida. E isso não faz bem a originalidade do Evangelho”, disse o arcebispo.

Na missa de abertura da Assembleia dos Bispos do Paraná, que aconteceu na Concatedral Nossa Senhora da Glória, em Francisco Beltrão, na noite do dia 24 de setembro, o episcopado paranaense celebrou os 60 anos da fundação do Regional Sul 2 da CNBB. A missa foi presidida pelo arcebispo de Londrina e presidente do Regional Sul 2 da CNBB, dom Geremias Steinmetz, ladeado pelo bispo de Guarapuava e vice-presidente da CNBB Sul 2, dom Amilton Manoel da Silva, e pelo bispo de Paranavaí e secretário do Regional Sul 2 da CNBB, dom Mário Spaki, e concelebrada pelos demais bispos do Paraná e vários padres.

Para marcar essa comemoração, antes de iniciar a missa, houve um momento em que cada bispo recebeu das mãos de um catequizando da diocese de Palmas-Francisco Beltrão (decanato de Francisco Beltrão), uma cruz peitoral comemorativa dos 60 anos. Confira, no vídeo abaixo, como foi esse momento.

No momento da homilia, após fazer referência às leituras bíblicas do dia, dom Geremias fez uma breve apresentação do que é o Regional Sul 2 da CNBB e recordou momentos importantes desses 60 anos de caminhada. Ao final, sem citar nomes, dom Geremias agradeceu a todos os bispos, padres, diáconos, religiosos e religiosas e leigos e leigas que fizeram parte da história do Regional. “Até aqui o Senhor nos conduziu, com sua graça e a luz do seu Espírito Santo, e por isso podemos confiar que Ele continuará nos conduzindo ao longo dos próximos anos e décadas, em nossa missão de viver, testemunhar e levar o Evangelho a todas as pessoas e a todas as realidades em nosso Paraná”, finalizou o arcebispo.

Entrega do manto à Padroeira do Paraná

No final da missa, houve um momento mariano de troca de presentes. Em nome do episcopado paranaense, dom Geremias ofereceu aos Missionários Redentoristas: padre Dirson Gonçalves, reitor do Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rosário do Rocio, em Paranaguá, e ao frater Andrey Reimer, um manto para a padroeira do estado do Paraná, Nossa Senhora do Rocio, o qual veio estampada a logo do Regional Sul 2 da CNBB, em comemoração aos seus 60 anos. E os Missionários Redentoristas ofereceram aos bispos do Paraná uma imagem de Nossa Senhora do Rocio, com o mesmo manto comemorativo. A imagem ficará exposta na sede do Regional Sul 2 da CNBB, em Curitiba.

Karina de Carvalho Nadal
CNBB Sul 2

No último dia da Assembleia dos Bispos do Paraná, o episcopado iniciou as atividades com a Missa na capela da Casa de Formação Divino Mestre, em Francisco Beltrão, onde estavam reunidos. A Missa foi presidida pelo bispo de Guarapuava e vice-presidente da CNBB Sul 2, dom Amilton Manoel da Silva, ladeado pelo bispo de Foz do Iguaçu, dom Sergio de Deus Borges, e pelo bispo da Eparquia Católica Ucraniana Imaculada Conceição, dom Meron Mazur.

Referindo-se ao Evangelho do dia, o qual relata que Herodes ficou perplexo com o que se ouvia falar de Jesus e buscava vê-lo, dom Amilton disse que também nós precisamos ter essa atitude diante de Jesus.

“É preciso que renovemos a perplexidade, diante de um Deus que se revela, do amor que nos acompanha, da força que cada dia recebemos para continuarmos a nossa missão com muita esperança e alegria. Herodes buscava ver Jesus e essa perplexidade é porque é preciso continuar buscando ver Jesus, É preciso continuar a buscar. É preciso ver Jesus. Não adianta ficarmos perplexos de braços cruzados, deixando-se dominar por esse aspecto negativo de Herodes. Continuar a ver Jesus na nossa história da vocação e missão, na natureza. É preciso continuar a ver Jesus”, disse dom Amilton.

Ao longo da manhã, os bispos continuaram reunidos discutindo temas propostos na pauta, dentre eles a composição das Pastorais, Movimentos e Organismos, a Comissão Pastoral da Terra, questões referentes à educação e questões administrativas e financeiras do Regional Sul 2 da CNBB. A assembleia foi concluída com o almoço.

Para o bispo de Paranavaí e secretário do Regional Sul 2 da CNBB, dom Mário Spaki, a Assembleia dos Bispos é um momento de muita amizade, fraternidade, partilha. “É o momento de a gente parar, rezar juntos, dialogar, avaliar a caminhada da Igreja e tomar as decisões mais necessárias no momento, a partir dos assuntos que fazem parte da pauta”, afirmou o bispo.

Dentre os assuntos em pauta nessa assembleia, dom Mário destacou a Missão São Paulo VI, que a Igreja do Paraná mantém no país da Guiné-Bissau, na África, há 10 anos. “Essa missão é um grande presente para a Igreja do Paraná, porque nós podemos ajudar um país de fora, um país pobre, e dessa forma sermos também nós ajudados, porque quem doa, recebe muito mais. Este ano, enviamos 25 mil Bíblias para lá e também, agora, aprovamos definitivamente uma proposta de ajudarmos a diminuir a fome das crianças na Guiné-Bissau. Isso foi muito importante”, disse dom Mário.

Para o arcebispo de Cascavel (PR), dom José Mário Scalon Angonese, um dos temas de destaque dessa Assembleia foi a 44ª Assembleia do Povo de Deus, que aconteceu entre os dias 20 a 22 de setembro. “Os temas trabalhados aqui na Assembleia foram diversos, mas talvez o que mais tenha me chamado a atenção, e que é um tema que deva ser continuamente debatido, é a reflexão sobre os passos, a avaliação sobre a assembleia do povo de Deus, em quatro etapas e quatro instâncias, mas como se fosse uma só, com um mesmo tema a ser refletido, depois uma síntese conclusiva, uma experiência bonita. Gostei de ter participado desse momento”, disse o arcebispo.

Dom José Mário iniciou seu ministério episcopal como bispo auxiliar de Curitiba (PR), nos anos de 2013 a 2017, quando foi transferido para a diocese de Uruguaiana (RS). Ele afirmou que foi uma bênção retornar ao Paraná. “É uma bênção conviver com essa Igreja viva, dinâmica, e fazer parte dessa história bonita da Igreja no Paraná. Uma assembleia é sempre uma escola, a gente sempre aprende coisas novas, a convivência também enriquece muito a troca de informações, Estou muito contente de ter voltado e contente também de fazer parte dessa história bonita do Paraná”, afirmou dom José Mário.

Na Assembleia dos Bispos, além dos bispos, tem direito de participar o padre na função de secretário executivo, o padre presidente da Comissão Regional de Presbíteros e, quando tem, o padre na função de administrador diocesano de uma diocese vacante. Nesta assembleia, participou o padre Genivaldo Barboza, administrador diocesano da diocese de Campo Mourão (PR). Pela primeira vez assumindo essa função na diocese, padre Genivaldo afirmou que participar da Assembleia dos Bispos foi uma oportunidade muito rica e singular.

“Está sendo uma experiência única perceber como esses homens, inspirados pelo Espírito Santo, verdadeiramente, tratam de assuntos muito interessantes, muito importantes, eu diria, para a nossa Igreja do Regional. É uma riqueza imensa, porque jamais imaginaria poder estar tão próximo dos Bispos do Paraná, beber dessa fonte tão grande, que é a experiência desses homens, enquanto homens de Deus, enquanto Igreja do Paraná, e também observar como é rica a contribuição de cada um acerca dos temas que são tratados”, disse padre Genivaldo.

Karina de Carvalho Nadal
CNBB Sul 2

Material é publicado pelo Regional Sul 2 da CNBB em anos eleitorais desde 2008 e busca ajudar os cidadãos a compreenderem a importância da política na sociedade

A Arquidiocese de Londrina lançou nesta segunda-feira, 22 de julho, a Cartilha de Orientação Política 2024 – “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). A cartilha é produzida pelo Regional Sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que compreende as dioceses da Igreja Católica do estado do Paraná. O material foi apresentado à imprensa, em entrevista coletiva, pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz, que é o presidente do Regional Sul 2 e pelo coordenador da Ação Evangelizadora da arquidiocese, padre Alexandre Alves Filho. No dia 9 de julho, o documento já havia sido lançado em nível estadual, em uma solenidade em Curitiba.

O material é publicado desde 2008 em anos eleitorais com o objetivo de informar e conscientizar os cidadãos sobre a importância do voto e da democracia, explica o arcebispo dom Geremias Steinmetz, presidente do Regional Sul 2 da CNBB e diretor geral da cartilha.

“Atende a um objetivo da Igreja de continuar dando uma orientação segura, de uma verdadeira política, da melhor política para o nosso povo. É uma contribuição, de fato, à cidadania. É uma questão, digamos, religiosa, porque ela é uma questão que trata de ética, trata da justiça, mas ao mesmo tempo é uma questão da sociedade, que trata da questão da representatividade e das explorações que historicamente se registram no nosso país”, explica.

A cartilha é elaborada de forma simples e didática, ajudando os cidadãos a compreenderem a relevância da política na sociedade. O conteúdo é apartidário, focando na essência da política sem qualquer viés ideológico ou de partido político, refletindo a postura da Igreja Católica e da CNBB. Fiel ao Evangelho, a Igreja tem a missão de proteger e promover a vida humana desde a concepção até o fim natural. Conforme destacado pelo Papa Francisco na encíclica Fratelli Tutti, a “política melhor” é vital para que todos possam viver com dignidade.

“A Amizade Social nos convida a ver as pessoas como amigos, não como inimigos. Não é isso que a política agora propõe. Nós somos pessoas adversárias, não inimigas, é o que trata também da cartilha. Então, a Amizade Social nos leva a romper esse casulo dessa briga que está se estendendo e nos aproxima uns dos outros com propostas diferentes, mas com o mesmo ideal, servir o povo. É isso aqui a proposta”, explica o padre Alexandre Alves Filho, coordenador da Ação Evangelizadora da arquidiocese.

A edição de 2024 é inspirada no Jubileu 2025, proposto pelo Papa Francisco, e adota o tema da Esperança. Com o objetivo de apresentar a política como uma ferramenta positiva e necessária para o bem comum, a esperança é o fio condutor de todo o conteúdo da cartilha.

A elaboração da cartilha teve início em fevereiro de 2024, com a colaboração de uma comissão de reflexão composta por bispos, padres e especialistas em diversas áreas do conhecimento e da comunicação.

A Cartilha de Orientação Política 2024 está disponível nas paróquias e também pode ser adquirida pelo site do Regional Sul 2 da CNBB: www.cnbbs2.org.br ou pelo telefone, que também é Whatsapp: (41) 3224-7512.

Juliana Mastelini Moyses
Arquidiocese de Londrina

Foto: Tiago Queiroz

De 8 a 12 de julho, padre Alexandre Alves Filho esteve no Encontro Nacional de Coordenadores Diocesanos de Pastoral na Casa Dom Luciano, em Brasília

Mais de 200 pessoas participaram do Encontro Nacional de Coordenadores Diocesanos de Pastoral, realizado entre os dias 8 e 12 de julho, em Brasília (DF), pelo Secretariado Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O encontro teve como proposta favorecer o estudo dos principais temas ligados à evangelização na Igreja no Brasil, como o processo de atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da CNBB, o Sínodo sobre a sinodalidade e o Jubileu da Esperança, em 2025.

O encontro terminou na sexta-feira, 12 de julho, com a conferência do arcebispo de Goiânia e primeiro vice-presidente da CNBB, dom João Justino de Medeiros Silva. O coordenador da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Londrina, padre Alexandre Alves Filho, participou do encontro.  

Como aspectos principais do encontro, o sacerdote ressalta o intercâmbio de experiência entre os coordenadores e o estudo aprofundado das temáticas. “Estudamos muito sobre a situação do Brasil, uma visão sobre a realidade brasileira. Também estudamos sobre as diretrizes. Fizemos a nossa contribuição para as diretrizes gerais da Ação Evangelizadora que devem ser editadas no ano que vem, em 2025. Fizemos um amplo estudo também sobre a perspectiva pastoral no mundo polarizado como vivemos. O que foi mais importante foi a troca de experiências entre os diversos coordenadores de norte a sul do país. Então eu tiro como ponto positivo esse intercâmbio de experiências e o estudo em larga escala que fizemos”, finalizou padre Alexandre.

Pascom Arquidiocesana

Fotos: CNBB

A 113ª reunião do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi iniciada na manhã dessa terça-feira, em Brasília (DF), e vai até o final da manhã de quinta-feira, 20. Nas primeiras sessões do encontro, os bispos refletiram sobre a crise ambiental e sobre a vivência da fé pelo povo brasileiro, e partilharam a respeito da situação do Rio Grande do Sul. O arcebispo dom Geremias Steinmetz participa da reunião como membro do Conselho Permanente.

Crise ambiental
O primeiro tema da reunião do Conselho Permanente foi a análise de conjuntura social, apresentada pelo bispo de Carolina (MA) e coordenador do Grupo Padre Tierry Linardy, dom Francisco de Lima. A abordagem sobre “A nossa Casa comum é a nossa causa comum”, analisou as causas e efeitos da crise ambiental global.

Foram consideradas na apresentação as limitações e negligências humanas em relação ao meio ambiente. O texto também é dedicado a observar os impactos do desenvolvimento nos biomas brasileiros.

Foi lembrada a enchente no Rio Grande do Sul, considerada a maior catástrofe climática de uma região metropolitana no hemisfério Sul.

Ao final da apresentação, dom Francisco destacou ser essencial às pessoas compreender a relação da biodiversidade com o equilíbrio ambiental, recordando o convite do Papa Francisco a uma conversão ecológica.

“A crise ambiental global e suas manifestações no Brasil exigem a adoção de práticas ecológicas fundamentais para atingir a estabilidade climática e a biodiversidade”.

A ecologia integral desafia, segundo o bispo, ampliar, como Igreja, o espaço de diálogo com cientistas e universidades, “para sermos promotores de diálogo mais articulado na sociedade”.

Crise climática é experiência
No Rio Grande do Sul, “a crise climática não é mais uma teoria, para nós é uma experiência”, afirmou o arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente do Regional Sul 3 da CNBB (CNBB Sul 3). Com mais de 2,3 milhões de pessoas afetadas, sendo 176 mortos, em 478 municípios, o estado sofre as consequências das chuvas e enchentes que atingem a região desde o final de abril.

Junto com dom Leomar Brustolin, o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, também partilhou sobre a experiência das últimas semanas. Os bispos falaram sobre a tragédia, salientaram os fatores relacionados à geografia do estado e à falta de conclusão e manutenção de sistemas de contenção ou escoamento da água que se acumula no lago Guaíba. Também lamentaram a ocorrência de saques e outros crimes, a cobertura da imprensa com atenção aos animais em detrimento das pessoas e a politização da tragédia. “É um pecado mortal”, disse dom Leomar sobre a tentativa de políticos lucrarem com o momento de dor.

Mas quiseram dar destaque à solidariedade. Dom Jaime agradeceu a “disposição para ajudar, seja no atendimento ou na alimentação” e disse ser necessário “agradecer à Igreja no Brasil por essa solidariedade imensa”.

Dom Leomar contou que o regional foi auxiliado na hora certa. “Recebemos de todos o amparo na hora mais difícil”. E fez uma prestação de contas da campanha em favor dos atingidos promovida pelo Regional Sul 3. Segundo o arcebispo, a campanha ajudou a sensibilizar muita gente em todo o Brasil, “produziu e tem produzido muito resultado”, disse.

O maior desafio virá na sequência, para dom Leomar: “será a saúde mental”. É por esse motivo que o recurso arrecadado da Campanha “É Tempo de cuidar do Rio Grande do Sul” tem sido gerido por um conselho, que vai definir os passos para direcionamento dos recursos. Como ação urgente, os recursos são destinados à aquisição e distribuição de equipamentos de proteção individual para que as famílias consigam limpar suas casas. De imediato, há também o direcionamento para a aquisição de móveis e eletrodomésticos. Na sequência, o esforço será para o cuidado com a saúde mental.

“Temos esperança, confiamos, e agradecemos aos irmãos e irmãs de todo o Brasil que se mostraram solidários”, disse dom Leomar Brustolin.

Após a partilha dos bispos, o assessor de Comunicação da CNBB, padre Arnaldo Rodrigues, apresentou a motivação para ajudar o povo do Rio Grande do Sul com “o aparato de comunicação da Igreja no Brasil”. A Campanha É tempo de cuidar do RS, baseada no tripé: oração e solidariedade, informação e esperança, contou com estratégias de comunicação e articulação entre veículos de comunicação católicos para levar a campanha a mais pessoas por meio de um programa especial transmitido ao vivo por rádios e TVs de inspiração católica.

Modo de ser católico
O último tema abordado na manhã desta terça-feira foi a análise de conjuntura eclesial, que tratou do descompasso entre o modo de ser católico atual e a realidade da sociedade brasileira. O bispo de Petrópolis (RJ) e diretor do Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (INAPAZ), dom Joel Portella Amado, aprofundou a questão da secularização; das novas territorialidades na vivência da fé católica; os diferentes perfis de pastoral presentes na atualidade, com seus valores e limites.

CNBB
Fotos: Divulgação