No Colégio Dom Bosco, em Brasília-DF entre os dias 07 a 09 de setembro de 2017, aconteceu II Encontro Nacional de Revitalização da Pastoral Juvenil da CNBB. O encontro contou com a participação de cerca de 300 pessoas. Os jovens e assessores tiveram a oportunidade de ver a caminhada da juventude nos diversos regionais, e a partir da realidade juvenil diagnosticar o caminho percorrido até aqui. As Santas Missões Populares Jovem, nosso Setor Juvenil, estava representado pelo Diácono Dirceu Júnior dos Reis (assessor e coordenador arquidiocesano), Guilherme Woitas (vice coordenador arquidiocesano) e Ivan Taiatele (formador arquidiocesano).

encontro nacional juventude
Diácono Dirceu, Guilherme e Ivan (Arquidiocese de Londrina)

Em muitos regionais a força jovem sustenta os trabalhos. Foram discutidos também a importância da vocação ao Ministério da Assessoria, perfil dos assessores adultos e o investimento nas causas da Juventude. Constatou-se que essas linhas de ação ainda são uma urgência Pastoral e o Doc. 85 que está completando 10 anos de história precisa ser um livro de cabeceira para quem realiza esse trabalho de acompanhamento juvenil. Foram divididos os grupos por regionais para debater e suscitar as novas propostas nas áreas: social, ecológica e políticas públicas. Dom Vilsom Basso, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, deu as orientações práticas, destacou também o tema da Campanha da Fraternidade em 2019 sobre as Políticas Públicas e lançou desafios que incentivam, iluminam e animam a evangelização da juventude.

Entre as propostas levantadas pelo Regional Sul 2 estavam a criação de um conselho da juventude envolvendo o estudo e a presença da Igreja também nesses espaços para buscar melhorias; proporcionar aos jovens mais oportunidades para estudar a Doutrina Social da Igreja, para incentivar que gostem de política e também para que entendam a diferença entre política e “politicagem”; e a realização anual do “Mês Verde”, uma grande oportunidade do Setor Juvenil de todas as arquidioceses e dioceses realizarem ações sobre a relação da juventude com o Mãe Terra. O II Encontro Nacional de Revitalização da Pastoral Juvenil da CNBB foi um momento muito especial para nossa caminhada na Arquidiocese de Londrina. Uma grande alegria para todos  foi perceber que nossa arquidiocese está caminhando com a CNBB e tem sido sinal de luz e esperança para dioceses que iniciam a reestruturação do Setor Juvenil.

Louvamos a Deus pelo nosso arcebispo, Dom Geremias Seteinmetz, pelos decanos, párocos, coordenadores arquidiocesanos, decanais e paroquiais que juntos estão construindo um novo tempo de evangelização da juventude alimentada pelo encontro, alegria, fé e missão. Nossa gratidão pela representação em Brasília -DF por meio do Diácono Dirceu, Guilherme Woitas e Ivan Taiatele,

Santas Missões Populares Jovem – SMP Jovem
ARQUIDIOCESE DE LONDRINA – Setor Juvenil

 

O episcopado brasileiro, reunido em sua 55ª Assembleia Geral, em Aparecida (SP), emitiu nessa última quinta feira (03/05) uma Nota Oficial sobre o momento que o Brasil atravessa nos últimos tempos. A Nota destaca que o Brasil é “um País perplexo diante de agentes públicos e privados que ignoram a ética e abrem mão dos princípios morais, base indispensável de uma nação que se queira justa e fraterna”. No texto, os bispos advertem: “Urge retomar o caminho da ética como condição indispensável para que o Brasil reconstrua seu tecido social. Só assim a sociedade terá condições de lutar contra seus males mais evidentes: violência contra a pessoa e a vida, contra a família, tráfico de drogas e outros negócios ilícitos, excessos no uso da força policial, corrupção, sonegação fiscal, malversação dos bens públicos, abuso do poder econômico e político, poder discricionário dos meios de comunicação social, crimes ambientais”.

 

Confira na íntegra a nota da CNBB:

 

O GRAVE MOMENTO NACIONAL

 

“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6,33)

 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil–CNBB, por ocasião de sua 55ª Assembleia Geral, reunida em Aparecida-SP, de 26 de abril a 5 de maio de 2017, sente-se no dever de, mais uma vez, apresentar à sociedade brasileira suas reflexões e apreensões diante da delicada conjuntura política, econômica e social pela qual vem passando o Brasil. Não compete à Igreja apresentar soluções técnicas para os graves problemas vividos pelo País, mas oferecer ao povo brasileiro a luz do Evangelho para a edificação de “uma sociedade à medida do homem, da sua dignidade, da sua vocação” (Bento XVI – Caritas in Veritate, 9).

O que está acontecendo com o Brasil? Um País perplexo diante de agentes públicos e privados que ignoram a ética e abrem mão dos princípios morais, base indispensável de uma nação que se queira justa e fraterna. O desprezo da ética leva a uma relação promíscua entre interesses públicos e privados, razão primeira dos escândalos da corrupção. Urge, portanto, retomar o caminho da ética como condição indispensável para que o Brasil reconstrua seu tecido social. Só assim a sociedade terá condições de lutar contra seus males mais evidentes: violência contra a pessoa e a vida, contra a família, tráfico de drogas e outros negócios ilícitos, excessos no uso da força policial, corrupção, sonegação fiscal, malversação dos bens públicos, abuso do poder econômico e político, poder discricionário dos meios de comunicação social, crimes ambientais (cf. Documentos da CNBB 50– Ética, Pessoa e Sociedade – n. 130)

O Estado democrático de direito, reconquistado com intensa participação popular após o regime de exceção, corre riscos na medida em que crescem o descrédito e o desencanto com a política e com os Poderes da República cuja prática tem demonstrado enorme distanciamento das aspirações de grande parte da população. É preciso construir uma democracia verdadeiramente participativa. Dessa forma se poderá superar o fisiologismo político que leva a barganhas sem escrúpulos, com graves consequências para o bem do povo brasileiro.

É sempre mais necessária uma profunda reforma do sistema político brasileiro. Com o exercício desfigurado e desacreditado da política, vem a tentação de ignorar os políticos e os governantes, permitindo-lhes decidir os destinos do Brasil a seu bel prazer. Desconsiderar os partidos e desinteressar-se da política favorece a ascensão de “salvadores da pátria” e o surgimento de regimes autocráticos. Aos políticos não é lícito exercer a política de outra forma que não seja para a construção do bem comum. Daí, a necessidade de se abandonar a velha prática do “toma lá, dá cá” como moeda de troca para atender a interesses privados em prejuízo dos interesses públicos.

Intimamente unida à política, a economia globalizada tem sido um verdadeiro suplício para a maioria da população brasileira, uma vez que dá primazia ao mercado, em detrimento da pessoa humana e ao capital em detrimento do trabalho, quando deveria ser o contrário. Essa economia mata e revela que a raiz da crise é antropológica, por negar a primazia do ser humano sobre o capital (cf. Evangelii Gaudium, 53-57). Em nome da retomada do desenvolvimento, não é justo submeter o Estado ao mercado. Quando é o mercado que governa, o Estado torna-se fraco e acaba submetido a uma perversa lógica financista. Recorde-se, com o Papa Francisco, que “o dinheiro é para servir e não para governar” (Evangelii Gaudium 58).

O desenvolvimento social, critério de legitimação de políticas econômicas, requer políticas públicas que atendam à população, especialmente a que se encontra em situação vulnerável. A insuficiência dessas políticas está entre as causas da exclusão e da violência, que atingem milhões de brasileiros. São catalisadores de violência: a impunidade; os crescentes conflitos na cidade e no campo; o desemprego; a desigualdade social; a desconstrução dos direitos de comunidades tradicionais; a falta de reconhecimento e demarcação dos territórios indígenas e quilombolas; a degradação ambiental; a criminalização de movimentos sociais e populares; a situação deplorável do sistema carcerário. É preocupante, também, a falta de perspectivas de futuro para os jovens. Igualmente desafiador é o crime organizado, presente em diversos âmbitos da sociedade.

Nas cidades, atos de violência espalham terror, vitimam as pessoas e causam danos ao patrimônio público e privado. Ocorridos recentemente, o massacre de trabalhadores rurais no município de Colniza, no Mato Grosso, e o ataque ao povo indígena Gamela, em Viana, no Maranhão, são barbáries que vitimaram os mais pobres. Essas ocorrências exigem imediatas providências das autoridades competentes na apuração e punição dos responsáveis.

No esforço de superação do grave momento atual, são necessárias reformas, que se legitimam quando obedecem à lógica do diálogo com toda a sociedade, com vistas ao bem comum. Do Judiciário, a quem compete garantir o direito e a justiça para todos, espera-se atuação independente e autônoma, no estrito cumprimento da lei. Da Mídia espera-se que seja livre, plural e independente, para que se coloque a serviço da verdade.

Não há futuro para uma sociedade na qual se dissolve a verdadeira fraternidade. Por isso, urge a construção de um projeto viável de nação justa, solidária e fraterna. “É necessário procurar uma saída para a sufocante disputa entre a tese neoliberal e a neoestatista (…). A mera atualização de velhas categorias de pensamentos, ou o recurso a sofisticadas técnicas de decisões coletivas, não é suficiente. É necessário buscar caminhos novos inspirados na mensagem de Cristo” (Papa Francisco – Sessão Plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais – 24 de abril de 2017).

O povo brasileiro tem coragem, fé e esperança. Está em suas mãos defender a dignidade e a liberdade, promover uma cultura de paz para todos, lutar pela justiça e pela causa dos oprimidos e fazer do Brasil uma nação respeitada.

A CNBB está sempre à disposição para colaborar na busca de soluções para o grave momento que vivemos e conclama os católicos e as pessoas de boa vontade a participarem, consciente e ativamente, na construção do Brasil que queremos.

No Ano Nacional Mariano, confiamos o povo brasileiro, com suas angústias, anseios e esperanças, ao coração de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Deus nos abençoe!

Aparecida – SP, 3 de maio de 2017.

Cardeal Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ
Arcebispo de São Salvador da Bahia
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB