No dia 4 de abril, foi realizada a primeira assembleia do Decanato Centro abordando a temática do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade. O encontro foi na Paróquia Nossa Senhora Rainha do Universo e teve a participação de cerca de 70 pessoas, entre padres, diáconos, religiosas e leigos.

O encontro foi dividido em dois momentos. No primeiro, o padre Rafael Solano, cura da Catedral Metropolitana, trabalhou com os participantes sobre a dimensão teológica do sínodo em cinco pontos: fase da escuta, fase de integrar, fase de dinamizar, fase de atualizar e a espiritualidade sinodal.

Em seguida, padre Marcio França, pároco da Nossa Senhora Rainha do Universo, tratou sobre a dimensão canônica e jurídica do sínodo: os fiéis e leigos que confluem para o bem da Igreja e para o anúncio do Evangelho.

Segundo o decano, padre Marcelo Gomes, pároco da Nossa Senhora das Graças, foi um encontro muito rico, de trocas e vivências. Os demais padres do decanato também puderam dar a sua palavra, assim como os diáconos e todo povo. “Visto que no nosso decanato, a maioria dos padres chegamos ou um pouco antes da pandemia ou depois da pandemia, é o primeiro momento que tivemos de estar juntos, foi um encontro muito bonito.”

Comunhão, participação e missão são as três palavras, próprias do sínodo, que, segundo o padre, o decanato está buscando marcar os seus trabalhos. “Nós queremos dar esse pontapé no nosso decanato para poder crescer cada vez mais e sermos uma Igreja anunciadora, uma Igreja fraterna, uma Igreja de comunhão, uma Igreja que seja junto entre si e com as realidades do mundo”, finaliza o padre.

Pascom Arquidiocesana

Fotos: Divulgação

 Dia mundial das águas …” a criação abriga a esperança, pois ela também será libertada da escravidão da corrupção (Rm8,20b-21ª)

O Dia Mundial das Águas foi celebrado na Arquidiocese de Londrina no dia 20 de março, na Terra Indígena Apucaraninha, área de retomada. Essa celebração foi realizada pela Comissão Pastoral da Terra e o Núcleo das Pastorais Sociais.

A data é comemorada todo ano no dia 22 de março. A mesma foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992 e visa à conscientização da população sobre a importância do cuidar dos mananciais.  O tema deste ano é: “Águas subterrâneas: Tornando o invisível visível”.

Para o padre Dirceu Luiz Fumagalli, coordenador regional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o intuito de realizar a celebração na terra indígena em torno de uma nascente está na lógica da retomada das terras indígenas. “A retomada das terras indígenas não é só a retomada da terra, eles estão retomando uma terra utilizada para o agronegócio, então estão recuperando uma terra desnudada. Recuperar o território indígena é recuperar a terra, as matas e as águas. A terra é algo determinante para esse processo”, afirmou. Por isso celebrar numa reserva, apesar do tema de 2022, ser águas subterrâneas.

Fumagalli explicou que a retomada dessa área indígena é fruto de um movimento insurgente dentro da própria comunidade indígena, principalmente dos mais jovens que não querem mais arrendar as terras. Eles querem retomar o cuidado e o cultivo com a terra. Dentro dessa lógica a CPT se recoloca na solidariedade. “Fomos lá no início do processo solidariamente, para oferecer alimentos, lonas, num segundo momento levamos sementes para o início do plantio de sementes de um tempo mais curto de produção, ajudamos com a estrutura mínima para que pudessem ter água com as mangueira e dentro desse contexto de diálogo achamos prudente, juntamente com eles, fazer essa celebração e, sendo solidários e no  desdobramento dessas ações, além da celebração das águas,  fazer um gesto simbólico  um plantio em  torno da nascente, dialogando entre terra, água e mata”, concluiu.

De acordo com a integrante da CPT Isabel Diniz, o local onde se realizou a celebração das águas possui quatro minas d’água, sendo que uma delas foi limpa para que a celebração ali fosse realizada. Nesse local foram plantadas 50 mudas de variedades específicas para reflorestamento em torno de nascente de água. Isabel comentou pontos importantes da celebração realizada.

Celebração, compromisso e partilha

“A celebração teve como ponto central a retomada da terra, não somente da terra, mas do território em que a fauna, a flora, a terra e a espacialidade é considerada passível de recuperação. É uma área bastante degradada e poluída por conta do uso abusivo de agrotóxicos no monocultivo, então a retomada dessa área para o povo Kaigang é a retomada de uma área saudável com qualidade de vida, com a água recuperada”, disse. Durante a celebração os indígenas cantaram no idioma Kaigang, manifestando assim a sua cultura.

Participaram da celebração aproximadamente 150 pessoas, entre indígenas, apoiadores e integrantes da CPT, do coletivo popular de Londrina, jovens universitários, pessoas de diversas comunidades e também um grupo de  religiosas Claretianas de Londrina e as Irmãs de Santana, que trabalham em  Tamarana, juntamente com o diácono Cirço, representante da Pastoral Indigenista.

Os participantes da celebração fizeram um gesto de compromisso, bebendo da água da mina que foi colhida com um balde e distribuída. Em seguida foi feito um gesto de partilha de frutas da época.

Ao final, os participantes foram convidados a realizar o plantio das mudas em torno da nascente.

Preservar a água, a terra, a mata, o povo

O coordenador do Setor Cultural Indígena Kaigang da Reserva Apucaraninha, Israel Kanh Ru Marcolino, explicou porque essa retomada se dá nesse momento. “O nosso pensamento é cuidar da cabeceira das minas, reflorestar a áreas pois a minas estão secando. Em primeiro lugar está a água, precisamos reflorestar com mata nativa mesmo. Precisamos fazer parcerias para produzir alimentos, para o sustento das nossas famílias pois muitas delas passam necessidades. A retomada para nós é importante porque a nossa população está crescendo demais. Para a retomada nós temos a documentação para isso então não é dúvida, é certeza”, disse Marcolino.

De acordo com o coordenador, esta terra pertence a essa comunidade desde 1955, mas estava arrendada para plantio de comodities. Devido ao aumento das famílias indígenas ele percebeu a necessidade de as famílias terem um pedaço da terra para plantar e preservar seus costumes e se autossustentarem.

Os indígenas estão organizados e deram um prazo de 90 dias para que as autoridades façam a regularização da terra que pertence a essa comunidade. Ele ressaltou a importância do trabalho da CPT apoiando a jornada de luta e de alguma maneira orientando, subsidiando com sementes, equipamentos a permanência desse povo e preservação da sua cultura.

Irene Alves Oliveira dos Santos
PASCOM Arquidiocesana

Fotos: Divulgação

A Arquidiocese de Londrina lamenta com profundo pesar o falecimento de Ligia Fernanda Silva, ocorrido nesta tarde na Paróquia São Luiz Gonzaga, zona leste de Londrina. Informamos que estamos colaborando com as autoridades e com as investigações. Nos solidarizamos com a família da vítima e pedimos a Deus que os abençoe e conforte.

“O Senhor é refúgio para os oprimidos, uma torre segura na hora da adversidade” (Sl 9,9)

Londrina, 5 de abril de 2022

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina

Pela Rede Mundial de Oração do Papa (Apostolado da Oração): https://www.popesprayer.va/pt-pt/

Vamos levar ainda muito tempo para esquecer a pandemia. Tomara que não nos esqueçamos de algumas coisas que ela nos ensinou. Por um lado, “a entrega, a generosidade dos profissionais de saúde, voluntários, agentes de saúde, sacerdotes, religiosos e religiosas”.

E por outro lado, a importância dos sistemas públicos de saúde. O Papa Francisco lembra-nos: “Os países mais pobres, os países mais vulneráveis não podem ter acesso aos tratamentos necessários para tratar tantas doenças que as pessoas continuam a sofrer”.

Por esta razão, pede aos governos “que não esqueçam que um bom serviço de saúde, acessível a todos, é uma prioridade”. Vamos juntar-nos a ele no seu apelo, e difundir esta mensagem da forma que pudermos.

“Rezemos este mês pelos profissionais de saúde.

A pandemia, mostrou-nos a entrega, a generosidade dos profissionais de saúde, voluntários, agentes de saúde, sacerdotes, religiosos e religiosas.

Mas esta pandemia também deixou claro que nem todos têm acesso a um bom sistema público de saúde.

Os países mais pobres, os países mais vulneráveis não podem ter acesso aos tratamentos necessários para tratar tantas doenças que as pessoas continuam a sofrer.

Isso deve-se com frequência à má gestão dos recursos e à falta de um compromisso político sério.
É por isso que quero pedir aos governos de todos os países do mundo que não esqueçam que um bom serviço de saúde, acessível a todos, é uma prioridade.

Mas também quero lembrar que o serviço de saúde não é apenas uma organização, mas que aí estão homens e mulheres que dedicam a sua vida a cuidar da saúde do outro. E que deram a vida durante esta pandemia para ajudar tantos doentes a recuperar-se.

Rezemos para que o compromisso dos profissionais de saúde em cuidar dos doentes e idosos, especialmente nos países mais pobres, seja apoiado pelos governos e comunidades locais”.

Com a colaboração de Vatican News http://www.vaticannews.va/

O Video do Papa

No último dia de visita pastoral do arcebispo a Jaguapitã, no sábado, 2 de abril, dom Geremias Steinmetz marcou presença junto a diversas instâncias da Igreja.

Pela manhã conheceu as capelas urbanas e conversou com os funcionários da paróquia. O arcebispo também assinou os livros de batizado e casamento e escreveu uma mensagem no livro tombo da paróquia.

À tarde se encontrou com os vicentinos e conheceu o trabalho feito pela Sociedade São Vicente de Paulo.

A visita encerrou com a Santa Missa do 5º Domingo da Quaresma na Paróquia São José, com a presença de toda comunidade. Dom Geremias agradeceu às pessoas e ao padre Jaime pelos dias que esteve na cidade. “Foi uma visita, de fato, muito positiva”, falou o arcebispo.

O padre agradeceu a presença do bispo e o ânimo que trouxe ao povo, com o desejo de que os frutos sejam colhidos pela comunidade.

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

Fotos: Tiago Queiroz

A Comunidade São José, que pertence à Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ibiporã, recebeu um presente neste início de ano. Nas últimas semanas a reforma da igreja foi finalizada e a reinauguração contou com a dedicação do templo ao padroeiro e a consagração do altar. A Missa foi celebrada pelo arcebispo metropolitano, dom Geremias Steinmetz, e também reuniu padres e diáconos da arquidiocese.

A reconstrução da igreja começou em novembro de 2020 e foi possível graças a doações da comunidade, empresários locais e agricultores, além de promoções e do próprio dízimo. A maior parte da reforma foi feita ao longo de 2021, ano de São José, instituído pelo Papa Francisco.

Pascom Paroquial

Fotos: Divulgação

Nesta primeira sexta-feira do mês, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, dom Geremias Steinmetz teve seu segundo dia de visita pastoral a Jaguapitã. Durante todo o dia, o arcebispo esteve na Casa de Maria, instituição que acolhe doentes de aids e pessoas com transtornos mentais, uma escola, um asilo, Prefeitura e Câmara Municipal.

A Santa Missa na Casa de Maria deu início às atividades. O arcebispo celebrou junto a cerca de 50 pessoas, entre funcionários e internos. Uma celebração um pouco diferente do que ele celebra nas paróquias. De vez em quando podia-se presenciar um grito, ou alguém que levantava do lugar, pedia um abraço para um funcionário ou reclamava de algo que o estava incomodando. Depois da celebração, o bispo conversou com os internos e com a equipe, que partilhou um pouco sobre a realidade da casa. “Eu sempre falo, aqui é Casa de Maria, então a gente vai acolhendo quem pode”, destaca a presidente e fundadora Regina Célia Siqueira Almeida.

A presidente falou da alegria em receber dom Geremias para celebrar uma missa na casa. “O dom Albano já esteve aqui várias vezes, foi ele que trouxe Jesus pra nós [o Santíssimo Sacramento no sacrário], o dom Orlando esteve mas não celebrou uma missa, então pra nós é um presente de Deus a visita do dom Geremias, a gente ficou muito feliz, em plena primeira sexta-feira do mês, deu certinho, um presente de Deus mesmo.”

Em seguida na Prefeitura, depois na Câmara Municipal, dom Geremias conversou com as autoridades locais e funcionários, para entender um pouco sobre a realidade do município. Dom Geremias falou aos representantes municipais da importância da fé na sociedade e de se respeitar a dignidade humana em todas as suas instâncias. “Desde a criança que está nascendo até a pessoa que está no hospital esperando para ser chamada para a eternidade.”


“Vocês devem colocar-se à disposição de todos”, frisou dom Geremias. “Porque quando temos uma crise não são só membros de uma determinada religião que são atingidos, mas todos. Ninguém fica fora do evangelho.”

A pedido dos funcionários da prefeitura, dom Geremias os deu uma bênção.

Na Câmara, os vereadores também partilharam suas experiências com a Igreja, citando algumas ações importantes como dos vicentinos, da Pastoral da Sobriedade e do Meio Ambiente. Segundo os legisladores, a recente criação da Comissão do Meio Ambiente no município partiu de um incentivo da Pastoral do Meio Ambiente da Paróquia São José. Dom Geremias os entregou dois documentos do Papa Francisco: Laudato Si, que trata sobre o meio ambiente, e Fratelli Tutti, em que o papa fala do pós-pandemia.

Após o almoço, o arcebispo foi recebido com música na Escola Divina Providência, administrado pela Congregação das Irmãs Franciscanas do Coração de Jesus. A mensagem estampada nas camisetas dos alunos deram as boas vindas ao arcebispo: Paz e bem, assim como São Francisco de Assis. Ao terminarem, a diretora entregou o violão a dom Geremias e pediu que ele tocasse uma música. O arcebispo puxou a canção “Um dia uma criança me parou” e foi acompanhado pelos alunos.

Na próxima parada, a Casa Sagrada Família, dom Geremias também foi recebido com música por parte dos 42 idosos e 17 funcionários da instituição.

A última atividade do dia foi o encontro com os membros do Conselhos Pastoral Paroquial (CPP), quando dom Geremias falou sobre sua presença em Jaguapitã e da experiência nos locais por onde está passando. “Nem todos são cristãos, mas o evangelho tem que ser dirigido a todas as pessoas. Por isso a visita pastoral é uma presença na Igreja mas também na sociedade. Por isso nesses dias demonstramos a preocupação de estar na sociedade também”

Casa de Maria

A Casa de Maria, primeiro local visitado hoje por dom Geremias atende ao todo 70 pessoas, das quais 45 são portares de HIV e o restante com algum transtorno mental. “A gente atende a todos, o pessoal vai pedindo e a gente tendo uma vaguinha vai encaixando”, explica Regina Célia Siqueira Almeida, presidente e fundadora da casa. “Os idosos que estão conosco é porque foram ficando, tem gente que está conosco há 20 anos, 15 anos, que já não tem família.” Muitas dessas pessoas estão acamadas ou cadeirantes.

Regina destaca que dos 25 internos com transtornos mentais, 15 deles são em decorrência do abuso de álcool e droga. “Temos que mostrar também que esses meninos que estão transtornados aqui são por causa do uso de droga e álcool… Então a gente faz uma campanha grande pra ninguém beber, ninguém usar droga, no sentido que é muito difícil, as pessoas não têm noção, quando chega numa idade de 45 anos, tem gente aqui que você pensa que é idoso mas que tem 45, 47 anos, de uso abusivo de drogas.”

O espaço físico da instituição, onde funcionava uma casa dos padres xaverianos, é bem amplo, com capacidade para acolher muitas pessoas, o que falta é dinheiro para manter os funcionários. Por isso ela até comentou com dom Geremias sobre a ideia de reduzir o número de internos. “A gente não tem estrutura financeira para manter os funcionários. Se você pedir 1 kg de arroz pra um, feijão pra outro, você até consegue, mas pagar funcionário você não consegue. E precisam ser funcionários que tenham capacidade, que gostem, que tenham comprometimento com a causa, nesse sentido que a gente tem que ir vendo e fazendo e torcendo pra que tudo dê certo.”

A Casa de Maria foi fundada há 31 anos, para trabalhar com dependentes de álcool e drogas, mas desde 1995 começou a atender doentes de aids. “Quando a gente montou a comunidade terapêutica, á gente ia nos encontros em Campinas, eles ficavam admirados que a gente não atendia os doentes de aids na nossa comunidade, mas a gente sabia do problema. Aí a gente montou aqui, depois de cinco anos, porque a gente viu que é um trabalho bem diferenciado”, finaliza.

Juliana Mastelini Moyses

Pascom Arquidiocesana

Fotos: Tiago Queiroz

De hoje a sábado, o arcebispo dom Geremias Steinmetz realiza visita pastoral à Paróquia São José de Jaguapitã. Durante os três dias, de 31 de março a 2 de abril, o arcebispo acompanhará um pouco a rotina da paróquia e da cidade, com visitas a movimentos e pastorais, escolas, hospitais, instituições e órgãos civis, etc.

O evento retoma as visitas que dom Geremias iniciou em 2019, interrompidas em 2020 por causa da pandemia. Em 2019, o arcebispo esteve nas paróquias de Centenário do Sul, de Rolândia, de Cambé e na Catedral. “Agora em 2022 estamos recomeçando aqui em Jaguapitã onde deveríamos ter feito lá em 2020 ao redor da festa de São José, mas devido a pandemia não foi possível”, explicou.

Dom Geremias fala que a visita pastoral é um momento importante na vida da paróquia, no relacionamento da paróquia com o bispo e do bispo com a paróquia. “Não só com a paróquia mas com a cidade como um todo, porque a visita pastoral se preocupa em primeiro lugar com um olhar sobre o trabalho da paróquia, quer dizer, catequese, movimentos, ministérios, a questão da evangelização, da liturgia e dos trabalhos que afinal de contas acontecem numa a paróquia. Mas ao mesmo tempo a visita pastoral se dirige à sociedade como um todo.”

Quinta-feira
Neste dia 31 de março, a visita começou pelo Fórum de Jaguapitã. Dom Geremias conversou com a promotora Amanda Ribeiro dos Santos e a juíza Danielle Serigati Valasquim sobre a situação da justiça na cidade, as dificuldades enfrentadas e como a Igreja pode ser uma aliada nos serviços. Questões como a violência de menores e a violência doméstica, que tem como uma das causas o alcoolismo, estiveram no centro das discussões. Muitas dessas situações foram potencializadas pela pandemia.

Diante dessa temática, o padre Jaime Botero Gallo, pároco da São José, destacou o trabalho da Pastoral da Sobriedade, que está sendo iniciado na paróquia com o objetivo de fazer um trabalho integral com dependentes e suas famílias.

Segundo a juíza a sociedade precisa ter um olhar para a vítima, mas também para o agressor, para que exista ação de conscientização e prevenção, que não pense apenas na punição, mas que evite também o delito. E um trabalho com a comunidade para que as pessoas saibam como agir e denunciem casos de violência e abuso.

Em seguida, o arcebispo conheceu a Unidade Básica de Saúde Dona Hiuta, visitou todas as alas da unidade e o funcionamento do posto, onde trabalham cerca de 20 pessoas. Ali, dom Geremias conversou com usuários e agentes do município.

Escolas

Na Escola Estadual Dr. Waldemiro Pedroso, aos professores reunidos, a diretora Marta Betanes da Silva falou da alegria em receber uma visita diferente, desta vez uma visita pastoral, não pedagógica como está acostumada. “Os professores caminharam esses dois anos de pandemia e foram os grandes protagonistas para que a educação não caísse. Foi necessário muito esforço deles, muita dedicação”, fala Marta, destacando que a visita do bispo traz uma motivação para o trabalho: a volta para a luz que é Jesus. “Todo mundo que passou por esses momentos de angústia, com certeza, buscou a luz de Jesus nas suas igrejas e o bispo hoje traz a sua mensagem de que a espiritualidade é também o que mantém o ser humano saudável emocional e espiritualmente.”

A diretora explica que as aulas on-line possibilitaram que os professores adentrasse à casa e à realidade dos alunos. “O professor teve a oportunidade de ver várias realidades. O aluno falou durante a aula: ‘professor, pera aí que meu irmãozinho tá chorando eu tenho que dar leite pra ele. A minha mãe tá trabalhando, a creche tá fechada, eu tenho que cuidar dele’. ‘Professor, espera um pouquinho que minha vó tá me chamando que eu tenho que ir na padaria comprar pão porque não tem ninguém pra fazer isso’. Então durante esse período de muito estudo dos alunos da rede estadual, ao mesmo tempo o professor também pode ver os contextos, analisar os contextos, e conhecer um pouco mais dessa realidade que não foi fácil. Foi uma luta árdua e constante e graças a Deus nesses dois anos conseguimos colher frutos e hoje a escola está aí com os alunos todos presentes”, finaliza.

Na Escola Municipal Paulo Freire, dom Geremias refletiu com os professores sobre a Campanha da Fraternidade, que trata neste ano da educação. Na atitude de Jesus no evangelho da mulher pecadora, percebe-se uma metodologia de Jesus de educar e de corrigir quem erra. “A CF é um diálogo com a sociedade, uma fé que tem uma incidência na sociedade. E a visita pastoral também tem esse desejo de reapresentar a fé. Quando falamos fé queremos apresentar Jesus Cristo. Uma fé que nos anima pessoalmente, nos santifica pessoalmente e faz com que a gente construa um mundo melhor”, conclui.

Nesta tarde, dom Geremias também conheceu a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Jaguapitã, que atende 67 alunos com as mais diversas deficiências, o Hospital Municipal, e a sede da Pastoral da Criança, localizada ao lado da igreja São José. Para encerrar o dia de visita pastoral, o arcebispo teve um encontro com os Grupos Bíblicos de Reflexão (GBR), quando conversou com e respondeu as dúvidas dos fiéis.

Assista à transmissão do encontro do encontro de dom Geremias com os GBR:



Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

Fotos: Tiago Queiroz

Ecônomos do Regional Sul 2 da CNBB realizaram seu encontro anual nos dias 28 a 30 de março, no Centro de Formação São João Diego, em Guarapuava (PR). Participaram 37 pessoas, entre padres e leigos, representando 16 dioceses e 2 eparquias ucranianas do Paraná. Coordenado pelo secretário executivo do Regional Sul 2 da CNBB, padre Valdecir Badzinski, o encontro contou também com a presença do bispo da diocese de Guarapuava e secretário do Regional Sul 2, Dom Amilton Manoel da Silva, e do bispo de Campo Mourão (PR) e membro do Conselho Fiscal do Regional Sul 2 da CNBB, Dom Bruno Elizeu Versari.  

Na pauta do encontro, que teve por objetivo a avaliação da caminhada das dioceses e a atualização de assuntos referentes à gestão eclesial, estiveram vários assuntos. Dentre eles, a gestão da Missão São Paulo VI, que a Igreja do Paraná mantém no país da Guiné-Bissau, na África; a gestão eclesial diocesana: imunidade, isenção e contabilidade; e a economia diocesana e a pandemia, fazendo uma análise a partir do método FOFA, que avalia quais são as Forças, Oportunidades, Fraquezas e Aprendizagem. Dom Bruno, que também é referencial para o Dízimo na Igreja do Paraná, trabalhou com os participantes o tema da “evangelização a partir do Dízimo”.  

Dom Bruno fala aos participantes sobre “Evangelização a partir do Dízimo”.

Para o padre Nilton Reami, ecônomo da diocese de Paranavaí (PR), que participa pela primeira vez do encontro, foi um momento de aprendizado. “Bem, estou um pouco apreensivo, pois assumi essa nova missão, a pedido do bispo diocesano, há pouco tempo. Estou aqui como ouvinte e aprendiz para ouvir e entender como os outros fazem e exercem essa função. É uma oportunidade de aprender mais sobre essa função com os amigos que já tem uma longa experiência como ecônomos nas dioceses”, disse padre Nilton. 

O ecônomo da diocese de Paranaguá (PR), padre Luiz Gonzaga Peres, afirmou que o mais enriquecedor do encontro é a troca de experiências. “Sempre é um momento muito marcante quando a gente encontra com outros que exercem a mesma função que a gente. A troca de experiência é o que mais me enriquece, porque dificuldades e pontos positivos todos nós temos. Então, essa troca, tanto das coisas positivas como das negativas, traz um enriquecimento maior do que qualquer curso de formação”, constatou o sacerdote.  

Ao final do dia 29 de março, o grupo fez uma visita técnica à Mitra Diocesana de Guarapuava (PR), conhecendo as instalações e como a diocese se organiza administrativamente. Logo após, para encerrar as atividades do dia, participaram da Santa Missa, presidida por Dom Amilton, no Santuário Diocesano Nossa Senhora de Belém. 

Visita à Mitra Diocesana de Guarapuava

Esse encontro, promovido pelo Regional Sul 2 da CNBB, acontece uma vez por ano e reúne os padres ecônomos e leigos que atuam no departamento financeiro das dioceses do Paraná para um momento de formação, partilha e atualização.  

Karina de Carvalho
Assessora de Comunicação da CNBB Sul 2

“Fraternidade e Educação”
“Fala com sabedoria, ensina com amor” (Provérbios 31, 26)

Pe. José Cristiano Bento dos Santos (Foto divulgação)

Em 2022, pela terceira vez a educação volta a ocupar as reflexões da Campanha da Fraternidade, agora, impulsionada pelo Pacto Educativo Global (CF 2022). A Educação foi tema da CF em 1982, 1998. Um chamado do Papa Francisco para que todas as pessoas no mundo, instituições, igrejas e governos priorizem uma educação humanista e solidária como modo de transformar a sociedade.
Segundo Francisco, “a educação é, sobretudo, uma questão de amor e responsabilidade que se transmite, ao longo do tempo, de geração em geração. Por conseguinte, a educação apresenta-se como o antídoto natural à cultura individualista”.
Por meio do curso de Teologia, a PUCPR – Londrina, universo do conhecimento sustentado pela fé e a razão, elementos que para São João Paulo II (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade; colocou em prática o objetivo da CF 2022, que é promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário.
Esse objetivo foi concretizado com a realização do seminário sobre a CF, no dia 25 de março, que foi pensado a partir de duas disciplinas da Teologia, que têm uma forte sintonia com o tema Educação: a Catequética e a Doutrina Social da Igreja.
A Catequética tem como objeto de estudo a catequese. Por catequese entendemos o processo de iluminação da existência humana. Ela é obra de conscientização e de libertação, em vista do empenho por um mundo mais humano conforme o plano de Deus.
Já a Doutrina Social da Igreja propõe, de maneira crítica e sistemática, a promoção de uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso verdadeiramente a serviço da vida humana, em especial, dos mais pobres.
Educar é um ato eminentemente humano […]. E em nós existe uma profunda sede de aprender e ensinar (CF 2022). É uma relação sinodal, na qual há uma troca de saberes que faz todos os envolvidos no processo educativo serem docentes e discentes. De fato, docentes e discentes devem ter um envolvimento com a prática educativa na universidade, de maneira sabiamente política, moral, gnosiológica, e realizá-la com alegria.
Por isso, o nosso seminário contou com o apoio do Centro Acadêmico São João Paulo II (CASJPII), Associação Cultural e Educacional Paulo VI, professores do Curso de Teologia e com a colaboração da socióloga e professora Adriana de Fátima Ferreira (UEL) e do assessor nacional para a educação da CNBB,padre Júlio Cesar Evangelista Rezende (Ordem de Santa Cruz).
De acordo com Émile Durkheim, “é pela educação que a transmissão se realiza”. E educar para o Papa Francisco, “é sempre um ato de esperança que convida à coparticipação transformando a lógica estéril e paralisadora da indiferença numa lógica diferente, capaz de acolher a nossa pertença comum”.
Por isso “educarmo-nos para o cuidado dialogal, nas relações interpessoais. E para o compromisso socioambiental; educarmo-nos para a redescoberta das motivações mais profundas ao próprio ato de educar” (CF 2022).
Padre José Cristiano Bento dos Santos

Fotos: Divulgação