Na noite desta segunda-feira, 24/1, na Paróquia São José Operário, Decanato Oeste, foi realizada a Santa Missa em honra a São Francisco de Sales, padroeiro dos comunicadores e jornalistas. A Celebração Eucarística foi presidida pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz e concelebrada pelo Pe. Dirceu Reis, assessor da Pastoral da Comunicação e pároco da comunidade. Dezenas de agentes da PASCOM e demais jornalistas participaram da celebração.

 

Em sua homilia, dom Geremias destacou a mensagem do papa Francisco para o 56º Dia Mundial das Comunicações Sociais. “Escutar com o ouvido do coração” é o título da mensagem do papa. No texto, o Pontífice analisa a dimensão da escuta em tempos de redes sociais e a sua importância no processo sinodal da Igreja. A partir dessa mensagem dom Geremias alertou para o oposto da ação de escutar, que é “bisbilhotar”, sobretudo em tempos de redes sociais.

 

Ao invés de nos escutarmos uns aos outros, “falamos uns sobre os outros”. Ao invés de procurarmos a verdade e o bem, procuramos o consenso, buscamos audiência. Estamos, muitas vezes, à espera que a outra pessoa acabe de falar, a fim de impor o nosso ponto de vista. “Quem não sabe escutar o irmão, em breve já não será capaz de ouvir nem sequer Deus. Por isso na ação pastoral, a obra mais importante é o ‘apostolado do ouvido’. Dar gratuitamente um pouco do seu tempo para ouvir as pessoas é o primeiro gesto de comunicação e caridade.” A dimensão da escuta é ainda mais essencial no processo sinodal há pouco iniciado. “Na consciência de que participamos numa comunhão que nos precede e nos inclui, possamos redescobrir uma Igreja sinfônica, na qual cada pessoa é capaz de cantar com a própria voz, acolhendo como um dom as dos outros, para manifestar a harmonia do conjunto que o Espírito Santo compõe”, ressaltou o arcebispo.

 

Na celebração dom Geremias também reconheceu a grandeza e o significado do trabalho pastoral de todos os agentes da Pastoral da Comunicação sobretudo nesses últimos anos em que a criatividade de comunicação fez com que a ação evangelizadora da Igreja chegasse a tantos lares e corações.

 

Ao final da Santa Missa o padre Dirceu Reis convidou todos os presentes a lerem e meditarem a bela mensagem do Papa Francisco já disponível pelo <link>. Confira algumas imagens da celebração.

 

Pascom Arquidiocesana

Fotos: Terumi Sakai

Escutar com o ouvido do coração” é o título da mensagem do Papa Francisco para o 56º Dia Mundial das Comunicações Sociais. No texto, o Pontífice analisa a dimensão na escuta em tempos de redes sociais e a sua importância no processo sinodal da Igreja.

 

Foi divulgada esta segunda-feira, festa de São Francisco de Sales (padroeiro dos comunicadores), a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que este ano será celebrado em 29 de maio.

Depois de dedicar a mensagem precedente aos verbos “ir e ver”, o Papa escolheu outro verbo decisivo na gramática da comunicação: “escutar”. De que modo? Com o ouvido do coração.

A fé vem da escuta

O avanço da tecnologia comunicativa colocou à disposição podcasts e áudios em aplicativos, que demonstram que a escuta continua sendo essencial para a comunicação humana, condição para um autêntico diálogo. Entre os cinco sentidos, Deus parece privilegiar a audição. São Paulo dizia que “a fé vem da escuta”.

“A escuta corresponde ao estilo humilde de Deus”, escreve o Papa. É essa ação que permite que Deus se revele como Aquele que, ao falar, cria o homem à sua imagem, e ao ouvi-lo, o reconhece como seu interlocutor. “No fundo, ouvir é uma dimensão do amor”, mesmo se às vezes o homem tende a “tapar os ouvidos”.

“Existe de fato uma surdez interior, pior do que a física. Ouvir, com efeito, não diz respeito apenas ao sentido da audição, mas à pessoa toda.”

O verdadeiro órgão da audição, portanto, é o coração, ali sentimos o desejo de estar em relação com os outros e com o Outro. “Não somos feitos para viver como átomos, mas juntos.”

A escuta como condição da boa comunicação

Todavia, Francisco alerta para o oposto da ação de escutar, que é “espreitar”, “bisbilhotar”, sobretudo em tempos de redes sociais. Ao invés de nos escutarmos uns aos outros, “falamos uns sobre os outros”. Ao invés de procurarmos a verdade e o bem, procuramos o consenso, buscamos audiência. Estamos simplesmente à espera que a outra pessoa acabe de falar, a fim de impor o nosso ponto de vista.

“A boa comunicação, ao contrário, não procura impressionar o público com uma piada de impacto, com a finalidade de ridicularizar o interlocutor, mas presta atenção às razões do outro e procura compreender a complexidade da realidade. É triste quando, até na Igreja, se formam alinhamentos ideológicos, a escuta desaparece e dá lugar a uma oposição estéril.”

Na verdadeira comunicação, acrescenta o Papa, o “eu” e o “tu” estão ambos “em saída”, inclinados um para o outro. Portanto, a escuta é o primeiro ingrediente indispensável do diálogo e da boa comunicação. “Não há bom jornalismo sem a capacidade de ouvir.” Aliás, este é um dos aprendizados basilares do jornalista: ouvir várias fontes.

Os perigos da “infodemia”

Na Igreja, esse preceito se transforma em “ouvir várias vozes”, que permite exercer a arte do discernimento e se orientar numa sinfonia de vozes.

Francisco cita o cardeal Agostino Casaroli, que falava de “martírio da paciência” em seu trabalho como diplomata, necessário para ouvir e ser ouvido.

Para o Papa, a capacidade de ouvir é mais valiosa do que nunca. De fato, este tempo “ferido pela longa pandemia” levou à “infodemia”, isto é, ao grande fluxo de informações sobre um tema específico – neste caso sobre a Covid – nem sempre fundadas e críveis, gerando desconfiança na sociedade.

Outro exemplo citado pelo Pontífice sobre a “arte de ouvir” vem do desafio representado pela migração forçada. Ouvir as experiências dos migrantes significa dar um nome e uma história a cada um deles. “Ouçamos estas histórias!”, exclama Francisco, encorajando os jornalistas a contá-las.

O “apostolado do ouvido”

O Papa conclui a mensagem analisando a dimensão da escuta dentro da Igreja. “Quem não sabe escutar o irmão, em breve já não será capaz de ouvir nem sequer Deus.”

Na ação pastoral, a obra mais importante é o “apostolado do ouvido”, aponta Francisco. “Dar gratuitamente um pouco do seu tempo para ouvir as pessoas é o primeiro gesto de caridade.”

A dimensão da escuta é ainda mais essencial no processo sinodal há pouco iniciado. “Rezemos para que seja uma grande oportunidade de escuta recíproca.”

“Na consciência de que participamos numa comunhão que nos precede e nos inclui, possamos redescobrir uma Igreja sinfónica, na qual cada pessoa é capaz de cantar com a própria voz, acolhendo como um dom as dos outros, para manifestar a harmonia do conjunto que o Espírito Santo compõe.”

Bianca Fraccalvieri
Vatican News

 


 

Confira a mensagem na íntegra:

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA O LVI DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

Escutar com o ouvido do coração

 

Queridos irmãos e irmãs!

 

No ano passado, refletimos sobre a necessidade de «ir e ver» para descobrir a realidade e poder narrá-la a partir da experiência dos acontecimentos e do encontro com as pessoas. Continuando nesta linha, quero agora fixar a atenção noutro verbo, «escutar», que é decisivo na gramática da comunicação e condição para um autêntico diálogo.

 

Com efeito, estamos a perder a capacidade de ouvir a pessoa que temos à nossa frente, tanto na teia normal das relações quotidianas como nos debates sobre os assuntos mais importantes da convivência civil. Ao mesmo tempo, a escuta está a experimentar um novo e importante desenvolvimento em campo comunicativo e informativo, através das várias ofertas de podcast e chat audio, confirmando que a escuta continua essencial para a comunicação humana.

 

A um médico ilustre, habituado a cuidar das feridas da alma, foi-lhe perguntada qual era a maior necessidade dos seres humanos. Respondeu: «O desejo ilimitado de ser ouvidos». Apesar de frequentemente oculto, é um desejo que interpela toda a pessoa chamada a ser educadora, formadora, ou que desempenhe de algum modo o papel de comunicador: os pais e os professores, os pastores e os agentes pastorais, os operadores da informação e quantos prestam um serviço social ou político.

 

Escutar com o ouvido do coração

A partir das páginas bíblicas aprendemos que a escuta não significa apenas uma perceção acústica, mas está essencialmente ligada à relação dialogal entre Deus e a humanidade. O «shema’ Israel – escuta, Israel» (Dt 6, 4) – as palavras iniciais do primeiro mandamento do Decálogo – é continuamente lembrado na Bíblia, a ponto de São Paulo afirmar que «a fé vem da escuta» (Rm 10, 17). De facto, a iniciativa é de Deus, que nos fala, e a ela correspondemos escutando-O; e mesmo este escutar fundamentalmente provém da sua graça, como acontece com o recém-nascido que responde ao olhar e à voz da mãe e do pai. Entre os cinco sentidos, parece que Deus privilegie precisamente o ouvido, talvez por ser menos invasivo, mais discreto do que a vista, deixando consequentemente mais livre o ser humano.

 

A escuta corresponde ao estilo humilde de Deus. Ela permite a Deus revelar-Se como Aquele que, falando, cria o homem à sua imagem e, ouvindo-o, reconhece-o como seu interlocutor. Deus ama o homem: por isso lhe dirige a Palavra, por isso «inclina o ouvido» para o escutar.

 

O homem, ao contrário, tende a fugir da relação, a virar as costas e «fechar os ouvidos» para não ter de escutar. Esta recusa de ouvir acaba muitas vezes por se transformar em agressividade sobre o outro, como aconteceu com os ouvintes do diácono Estêvão que, tapando os ouvidos, atiraram-se todos juntos contra ele (cf. At 7, 57).

 

Assim temos, por um lado, Deus que sempre Se revela comunicando-Se livremente, e, por outro, o homem, a quem é pedido para sintonizar-se, colocar-se à escuta. O Senhor chama explicitamente o homem a uma aliança de amor, para que possa tornar-se plenamente aquilo que é: imagem e semelhança de Deus na sua capacidade de ouvir, acolher, dar espaço ao outro. No fundo, a escuta é uma dimensão do amor.

 

Por isso Jesus convida os seus discípulos a verificar a qualidade da sua escuta. «Vede, pois, como ouvis» (Lc 8, 18): faz-lhes esta exortação depois de ter contado a parábola do semeador, sugerindo assim que não basta ouvir, é preciso fazê-lo bem. Só quem acolhe a Palavra com o coração «bom e virtuoso» e A guarda fielmente é que produz frutos de vida e salvação (cf. Lc 8, 15). Só prestando atenção a quem ouvimos, àquilo que ouvimos e ao modo como ouvimos é que podemos crescer na arte de comunicar, cujo cerne não é uma teoria nem uma técnica, mas a «capacidade do coração que torna possível a proximidade» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 171).

 

Ouvidos, temo-los todos; mas muitas vezes mesmo quem possui um ouvido perfeito, não consegue escutar o outro. Pois existe uma surdez interior, pior do que a física. De facto, a escuta não tem a ver apenas com o sentido do ouvido, mas com a pessoa toda. A verdadeira sede da escuta é o coração. O rei Salomão, apesar de ainda muito jovem, demonstrou-se sábio ao pedir ao Senhor que lhe concedesse «um coração que escuta» (1 Rs 3, 9). E Santo Agostinho convidava a escutar com o coração (corde audire), a acolher as palavras, não exteriormente nos ouvidos, mas espiritualmente nos corações: «Não tenhais o coração nos ouvidos, mas os ouvidos no coração».[1] E São Francisco de Assis exortava os seus irmãos a «inclinar o ouvido do coração».[2]

 

Por isso, a primeira escuta a reaver quando se procura uma comunicação verdadeira é a escuta de si mesmo, das próprias exigências mais autênticas, inscritas no íntimo de cada pessoa. E não se pode recomeçar senão escutando aquilo que nos torna únicos na criação: o desejo de estar em relação com os outros e com o Outro. Não fomos feitos para viver como átomos, mas juntos.

 

A escuta como condição da boa comunicação

Há um uso do ouvido que não é verdadeira escuta, mas o contrário: o espionar. De facto, uma tentação sempre presente, mas que neste tempo da social web parece mais assanhada, é a de procurar saber e espiar, instrumentalizando os outros para os nossos interesses. Ao contrário, aquilo que torna boa e plenamente humana a comunicação é precisamente a escuta de quem está à nossa frente, face a face, a escuta do outro abeirando-nos dele com abertura leal, confiante e honesta.

 

Esta falta de escuta, que tantas vezes experimentamos na vida quotidiana, é real também, infelizmente, na vida pública, onde com frequência, em vez de escutar, «se fala pelos cotovelos». Isto é sintoma de que se procura mais o consenso do que a verdade e o bem; presta-se mais atenção à audience do que à escuta. Ao invés, a boa comunicação não procura prender a atenção do público com a piada foleira visando ridicularizar o interlocutor, mas presta atenção às razões do outro e procura fazer compreender a complexidade da realidade. É triste quando surgem, mesmo na Igreja, partidos ideológicos, desaparecendo a escuta para dar lugar a estéreis contraposições.

 

Na realidade, em muitos diálogos, efetivamente não comunicamos; estamos simplesmente à espera que o outro acabe de falar para impor o nosso ponto de vista. Nestas situações, como observa o filósofo Abraham Kaplan,[3] o diálogo não passa de duólogo, ou seja um monólogo a duas vozes. Ao contrário, na verdadeira comunicação, o eu e o tu encontram-se ambos «em saída», tendendo um para o outro.

 

Portanto, a escuta é o primeiro e indispensável ingrediente do diálogo e da boa comunicação. Não se comunica se primeiro não se escutou, nem se faz bom jornalismo sem a capacidade de escutar. Para fornecer uma informação sólida, equilibrada e completa, é necessário ter escutado prolongadamente. Para narrar um acontecimento ou descrever uma realidade numa reportagem, é essencial ter sabido escutar, prontos mesmo a mudar de ideia, a modificar as próprias hipóteses iniciais.

 

Com efeito, só se sairmos do monólogo é que se pode chegar àquela concordância de vozes que é garantia duma verdadeira comunicação. Ouvir várias fontes, «não parar na primeira locanda» – como ensinam os especialistas do oficio – garante credibilidade e seriedade à informação que transmitimos. Escutar várias vozes, ouvir-se – inclusive na Igreja – entre irmãos e irmãs, permite-nos exercitar a arte do discernimento, que se apresenta sempre como a capacidade de se orientar numa sinfonia de vozes.

 

Entretanto para quê enfrentar este esforço da escuta? Um grande diplomata da Santa Sé, o cardeal Agostinho Casaroli, falava de «martírio da paciência», necessário para escutar e fazer-se escutar nas negociações com os interlocutores mais difíceis a fim de se obter o maior bem possível em condições de liberdade limitada. Mas, mesmo em situações menos difíceis, a escuta requer sempre a virtude da paciência, juntamente com a capacidade de se deixar surpreender pela verdade – mesmo que fosse apenas um fragmento de verdade – na pessoa que estamos a escutar. Só o espanto permite o conhecimento. Penso na curiosidade infinita da criança que olha para o mundo em redor com os olhos arregalados. Escutar com este estado de espírito – o espanto da criança na consciência dum adulto – é sempre um enriquecimento, pois haverá sempre qualquer coisa, por mínima que seja, que poderei aprender do outro e fazer frutificar na minha vida.

 

A capacidade de escutar a sociedade é ainda mais preciosa neste tempo ferido pela longa pandemia. A grande desconfiança que anteriormente se foi acumulando relativamente à «informação oficial», causou também uma espécie de «info-demia» dentro da qual é cada vez mais difícil tornar credível e transparente o mundo da informação. É preciso inclinar o ouvido e escutar em profundidade, sobretudo o mal-estar social agravado pelo abrandamento ou cessação de muitas atividades económicas.

 

A própria realidade das migrações forçadas é uma problemática complexa, e ninguém tem pronta a receita para a resolver. Repito que, para superar os preconceitos acerca dos migrantes e amolecer a dureza dos nossos corações, seria preciso tentar ouvir as suas histórias. Dar um nome e uma história a cada um deles. Há muitos bons jornalistas que já o fazem; e muitos outros gostariam de o fazer, se pudessem. Encorajemo-los! Escutemos estas histórias! Depois cada qual será livre para sustentar as políticas de migração que considerar mais apropriadas para o próprio país. Mas então teremos diante dos olhos, não números nem invasores perigosos, mas rostos e histórias de pessoas concretas, olhares, expetativas, sofrimentos de homens e mulheres para ouvir.

 

Escutar-se na Igreja

Também na Igreja há grande necessidade de escutar e de nos escutarmos. É o dom mais precioso e profícuo que podemos oferecer uns aos outros. Nós, cristãos, esquecemo-nos de que o serviço da escuta nos foi confiado por Aquele que é o ouvinte por excelência e em cuja obra somos chamados a participar. «Devemos escutar através do ouvido de Deus, se queremos poder falar através da sua Palavra».[4] Assim nos lembra o teólogo protestante Dietrich Bonhöffer que o primeiro serviço na comunhão que devemos aos outros é prestar-lhes ouvidos. Quem não sabe escutar o irmão, bem depressa deixará de ser capaz de escutar o próprio Deus.[5]

 

Na ação pastoral, a obra mais importante é o «apostolado do ouvido». Devemos escutar, antes de falar, como exorta o apóstolo Tiago: «cada um seja pronto para ouvir, lento para falar» (1, 19). Oferecer gratuitamente um pouco do próprio tempo para escutar as pessoas é o primeiro gesto de caridade.

 

Recentemente deu-se início a um processo sinodal. Rezemos para que seja uma grande ocasião de escuta recíproca. Com efeito, a comunhão não é o resultado de estratégias e programas, mas edifica-se na escuta mútua entre irmãos e irmãs. Como num coro, a unidade requer, não a uniformidade, a monotonia, mas a pluralidade e variedade das vozes, a polifonia. Ao mesmo tempo, cada voz do coro canta escutando as outras vozes na sua relação com a harmonia do conjunto. Esta harmonia é concebida pelo compositor, mas a sua realização depende da sinfonia de todas e cada uma das vozes.

 

 

Cientes de participar numa comunhão que nos precede e inclui, possamos descobrir uma Igreja sinfónica, na qual cada um é capaz de cantar com a própria voz, acolhendo como dom as dos outros, para manifestar a harmonia do conjunto que o Espírito Santo compõe.

 

Roma, São João de Latrão, na Memória de São Francisco de Sales, 24 de janeiro de 2022.

FRANCISCO

 

[1] «Nolite habere cor in auribus, sed aures in corde» ( Sermo 380, 1: Nova Biblioteca Agostiniana 34, 568).

[2] Carta à Ordem inteiraFontes Franciscanas, 216.

[3] Cf. «The life of dialogue» , in J. D. Roslansky (ed.), Communication. A discussion at the Nobel Conference (North-Holland Publishing Company – Amesterdão 1969), 89-108.

[4] D. Bonhöfffer, La vita comune (Queriniana – Bréscia 2017), 76.

[5] Cf. ibid., 75.

 

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/communications/documents/20220124-messaggio-comunicazioni-sociali.html

Seguindo as formações mensais da Pastoral da Comunicação do Regional Sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o encontro da última quinta-feira, 17 de junho, procurou responder às principais dúvidas sobre a produção de conteúdo para redes sociais. Ministrada pelo professor da PUCPR e jornalista Renan Colombo, mestre em Ciência Política doutorando em Ciências da Informação e especialista em Mídias Digitais, a formação dá seguimento ao encontro do mês passado, que abordou o engajamento nas redes sociais. O encontro contou com a participação de mais de 210 agentes das dioceses do Paraná e também de outros Estados do país.

 

O professor trouxe respostas para sete questionamentos: 1) Que redes sociais usar?; 2) Com que frequência postar?; 3) É melhor portar foto ou vídeo?; 4) Como funciona o algoritmo?; 5) Vale a pena impulsionar?; 6) Como interpretar métricas?; e 7) Devo contratar ferramentas?

 

Segundo ele, as repostas a essas dúvidas vão depender de uma análise do público que se quer atingir e o canal que se utiliza. Por exemplo, quais redes sociais utilizar depende de quais redes sociais o público que você quer atingir utiliza. Renan sugeriu observar os canais que mais fazem parte da rotina do público e lembrou que usar muitos canais gera uma demanda grande de trabalho.

 

A frequência das postagens em cada rede social é diferente, explica. Por exemplo, Twitter e Stories do Instagram têm uma necessidade maior de postagens já que têm um tempo de visibilidade menor. Já para o Facebook e o Feed do Instagram, que são postagens mais duradouras, é possível fazer menos postagens.

 

Outra dica importante dada pelo palestrante é sobre o algoritmo das redes sociais, o sistema que analisa o comportamento dos usuários que interagem com a página e determina a visibilidade que cada postagem terá. Segundo ele, estimulando o engajamento, ou seja, a interação do público com suas postagens, tanto curtindo, mas principalmente compartilhando e comentando, o algoritmo interpreta que mais pessoas estão interessadas nos seus conteúdos e, consequentemente, aumenta a sua visibilidade.

 

Testemunho

No testemunho pastoral deste mês, os agentes puderam conhecer a realidade da Pascom da Paróquia São José das Famílias, da Arquidiocese de Curitiba. A paróquia iniciou as transmissões das missas de forma adaptada utilizando celulares e, aos poucos, melhorou seus equipamentos e conhecimentos operacionais. Hoje transmite não só missas, mas também programas de evangelização através do canal do Youtube e de um canal de TV. Confira abaixo o vídeo do testemunho:

 

App

No encontro, foi apresentada também uma novidade no aplicativo da Pascom do Regional Sul 2. Um novo recurso disponível permite enviar notícias e fotos para serem publicadas no site da Pascom. Basta fazer um cadastro na home do aplicativo e enviar sua notícia.

 

Muticom

No encontro, dom Mario Spaki, bispo de Paranavaí e referencial da Pascom no Paraná, motivou os agentes a participarem do Mutirão de Comunicação 2021 – Muticom, que será on-line nos dias 23 e 24 de julho. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no link: https://muticom.com.br/

 

Dom Mario apresentou uma meta para o número de participantes de cada diocese do Estado. Se a meta for cumprida, o Paraná terá, pelo menos, a participação de 1700 agentes no Muticom 2021.

 

Próximo encontro

O próximo encontro da Pascom do Regional Sul 2 será no dia 26 de agosto. Em vez da formação de julho, os agentes são convidados a participarem do Muticom.

 

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

 

 

Na tarde dessa quarta feira, 19 de maio, a direção da TV Tarobá – Londrina (filiada da BAND) recebeu oficialmente o arcebispo metropolitano de Londrina, dom Geremias Steinmetz. O encontro se deu em razão da gravação da Santa Missa que vai ao ar no próximo domingo, 26 de maio, às 6h30.

 

O coordenador comercial, sr. Luciano Pezzi Schmidf, e o gerente de programação e operações, sr. José Carlos dos Santos, recepcionaram o arcebispo na emissora. Um encontro cordial de renovação da parceria entre a emissora e a arquidiocese na gravação e transmissão da Santa Missa dominical.

 

O encontro foi acompanhado pelo assessor arquidiocesano da Pastoral da Comunicação (Pascom), padre Dirceu Júnior dos Reis. Em cada domingo com um padre de nossa arquidiocese e equipes de liturgia de várias paróquias, a Santa Missa na TV Tarobá é uma tradição em muitos lares na cidade de Londrina e em toda a região. A estrutura, escalas e liturgia são preparados com zelo pela Maria Alice dos Santos e Mayara da Silva Rosolin. Acompanhe a Santa Missa na TV Tarobá aos domingos às 6h30.

 

Pascom Arquiidocesana

Fotos: Guto Honjo

No domingo da ascensão do Senhor, 16 de maio, celebrando o 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais, o arcebispo dom Geremias Steinmetz presidiu a Santa Missa com a presença de agentes da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Londrina. A missa, concelebrada pelo assessor da Pascom padre Dirceu Júnior dos Reis, foi na Paróquia São José Operário, Decanato Oeste, e transmitida pelas redes sociais da arquidiocese.

 

A reflexão deste dia é inspirada na mensagem do Papa Francisco: “Vem e verás”, que convida os comunicadores a encontrar as pessoas onde elas estão. Em sua homilia, dom Geremias destacou a mensagem do Papa Francisco ao dizer que é importante os comunicadores estarem abertos ao encontro procurando verificar “com os próprios olhos”. “Se não nos abrimos ao encontro, permanecemos espectadores externos” disse o Papa Francisco na mensagem.

 

Ainda na homilia o arcebispo agradeceu a generosidade de todos os agentes da Pascom que, em suas paróquias ou em suas comunidades, colaboram diretamente na comunicação do Evangelho por meio das mídias sociais, transmissões e demais conteúdos de evangelização. 

 

Pascom Arquidiocesana

Fotos: Terumi Sakai e Marcio Eduardo Vendrametro

 

Padre Arnaldo Rodrigues – doutor em Comunicação Social pela Universidade La Sapienza di Roma e sacerdote da Arquidiocese do Rio de Janeiro

 

Neste dia 16 de maio de 2021, 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Arquidiocese Entrevista traz uma conversa com o padre Arnaldo Rodrigues sobre os desafios e possibilidades da comunicação na Igreja na era das tecnologias e das redes sociais. Dentre os assuntos tratados estão convergência, evangelização e Pastoral da Comunicação.

 

Acompanhe a entrevista conduzida pela jornalista Juliana Mastelini Moyses.

 

No dia 29 de abril, a Pastoral da Comunicação (Pascom) do Regional Sul 2 da CNBB promoveu uma formação on-line sobre a espiritualidade do comunicador. O tema foi assessorado pelo Padre Dirceu Júnior dos Reis, assessor da Pascom na Arquidiocese de Londrina (PR).

 

O encontro, realizado pela plataforma Zoom, reuniu mais de 320 membros da Pascom de diversas dioceses do Paraná e do Brasil e contou também com a presença e participação do bispo referencial para a Pastoral da Comunicação no Paraná, Dom Mário Spaki, bispo de Paranavaí (PR).

 

Esse é o segundo encontro formativo promovido pela Pascom do Regional Sul 2, que programou realizar essas formações mensais ao longo do ano. O próximo encontro está programado para acontecer no dia 27 de maio, às 20 horas.

 

Dom Mário Spaki concedeu, nesta segunda-feira, 3 de maio, uma entrevista à TV Pai Eterno, na qual falou sobre o encontro e sobre o trabalho realizado pela Pastoral da Comunicação na Igreja do Paraná.

Karina de Carvalho
Assessora de Comunicação CNBB Sul 2

 

 

 

Na noite dessa quinta-feira, 25 de fevereiro, coordenadores diocesanos da Pastoral da Comunicação de 17 Arqui/Dioceses do Paraná, reuniram-se, por meio da plataforma Zoom, para um encontro com a coordenação do regional e o bispo referencial, Dom Mário Spaki, bispo de Paranavaí (PR). O encontro que, anualmente, acontece durante um final de semana de fevereiro ou março, este ano, devido à pandemia, precisou ser adaptado e transcorreu ao longo de uma hora e 20 minutos, com a participação de 40 pessoas.

 

Dom Mário Spaki abriu o encontro com a oração de uma dezena do rosário pelas vocações e também pedindo pelos doentes e as famílias das vítimas da pandemia do Coronavírus. Em seguida, houve um breve momento de apresentação dos participantes e a partilha da Pascom da Arquidiocese de Cascavel (PR) que, neste ano de pandemia, conseguiu dar passos significativos na organização da pastoral.

 

O momento formativo foi conduzido por Dom Mário Spaki, que tratou sobre os desafios da Pascom. O bispo recordou a mensagem do Papa Francisco para o 55° Dia Mundial das Comunicações Sociais: «“Vem e verás” (Jo 1, 46). Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são», e falou da necessidade de “gastar a sola do sapato”, de sair ao encontro das pessoas para contar suas histórias de vida. Ainda destacou a importância de “comunicar para a própria gente”, buscar notícias da própria paróquia e não notícias de fora que visam apenas visualizações e likes. “O nosso objetivo é comunicar para a própria gente e não fazer uma comunicação só com coisas produzidas no computador, mas ir ao encontro, aquilo que o Papa está nos desafiando”, disse Dom Mário.

 

Durante o encontro, também foi tratado sobre os Prêmios de comunicação da CNBB, incentivando os coordenadores que tiverem trabalhos que se encaixem nos critérios a se inscreverem, dado que, neste ano, há uma categoria para “práticas e experiências da Pastoral da Comunicação”. Além disso, foi lembrado que está aberto o concurso para o cartaz do 55° Dia Mundial das Comunicações que, em 2020, foi vencido pelo jovem Everton Lucas de Oliveira, da Paróquia Menino Jesus, de Reserva (PR), diocese de Ponta Grossa (PR).

 

Tiago Queiroz, membro da coordenação regional, propôs aos coordenadores a realização de formações online, mensais, ao longo do ano, deixando livre aos próprios coordenadores para apresentar temas de interesse e já sugerindo alguns por meio de uma enquete. Dentre os assuntos apresentados na enquete, a “Teologia da Comunicação e a espiritualidade do agente da comunicação”, foi apontado por mais de 50% dos participantes. A organização e agenda desses encontros será preparada, em breve, pela coordenação da Pascom regional.

 

Ao final de encontro, o secretário executivo da CNBB Sul 2, Padre Valdecir Badzinski, deu uma palavra de agradecimento pela organização do encontro e por todo trabalho realizado pela Pascom nas dioceses. Recordou da extensão e do potencial do trabalho em rede que a Igreja possui na comunicação, devido a sua capilaridade, e que isso precisa ser bem aproveitado e articulado pela Pascom.

Com a oração do comunicador, conduzida pelo assessor eclesiástico, Padre Valdecir Bressani, o encontro foi concluído.

Karina de Carvalho
Assessora da Comunicação da CNBB Sul 2

No último domingo, 24 de janeiro, celebramos o dia de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas. Na Paróquia São José Operário, Decanato Oeste, foi realizada a Santa Missa em ação de graças pelos comunicadores da Arquidiocese de Londrina. A celebração foi presidida pelo padre Dirceu Reis, assessor arquidiocesano da Pastoral da Comunicação.

 

Em sua homilia o padre destacou a trajetória de São Francisco de Sales no enfretamento ao calvinismo e no seu ensinamento por meio de folhetos deixados nas casas das famílias, um jeito original e cativante de evangelizar. “Um grande bispo e doutor da igreja, com sua obra ‘Introdução a vida devota’ ele apresenta um caminho de santidade aos leigos e leigas no ofício de suas funções, uma realidade até então desconhecida”.

 

Uma das virtudes mais fortes no padroeiro dos comunicadores é a mansidão, pois a comunicação é fruto também de uma vivência transcendental. Assim é possível servir a Deus no irmão. Diversos comunicadores da arquidiocese participaram da Santa Missa. Ao final o padre Dirceu expressou sua gratidão e respeito a todos os comunicadores ao se lembrar das Irmãs Visitandinas, fundadas por São Francisco de Sales. Elas, durante o martírio na Revolução Francesa, expressavam a alegria semelhante à de uma noiva que se encontra com seu noivo no altar. Comunicar a verdade nos dias atuais é um exercício de martírio permeado pela alegria, concluiu o padre.

 

São Francisco de Sales nos ajude a comunicar palavras de paz, de verdade e amor.

 

Pascom

 

 

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O ano de 2020 foi totalmente atípico. Ninguém, no final de 2019, previa a realidade que viveríamos poucas semanas mais tarde. Todos estávamos programados para mais um ano de muito trabalho: celebrações, cursos, estudos, visitas pastorais, encontros de pastorais e movimentos, trabalhos missionários, viagens, etc. De repente tudo começou a ser cancelado, remarcado e, por fim, desmarcado. Ao findarmos o ano, ouso afirmar que nos recuperamos em um nível satisfatório mas há muito que precisa ser feito e há muitos desafios que precisam ser superados.

 

Já nos dias da eclosão da pandemia do Coronavírus a Igreja de Londrina se preocupou em dar alguns direcionamentos para que o efeito dela pudesse ser o menos prejudicial possível. Lembro-me bem que definimos seguir a orientação das autoridades sanitárias na questão das celebrações e permanecermos em diálogo com a sociedade. A decisão de trabalhar “on-line” também foi no sentido de não deixar as comunidades perderem o contato entre si. Juntamente com a Cáritas Arquidiocesana, decidimos iniciar uma campanha de arrecadação de alimentos, roupas, calçados, colchões, prevendo a avalanche de pessoas que iriam precisar de ajuda. Insere-se neste contexto a parceria com a Secretaria de Assistência Social de Londrina com a cedência de três endereços da Igreja para acolher pessoas em situação de rua, etc..

 

O XVII Plano Arquidiocesano de Pastoral utiliza como níveis de trabalho a Pessoa, a comunidade e a Sociedade. Sobre o nível da Sociedade diz literalmente: “Este nível considera como desafio da realidade, os esforços de nossas comunidades no anúncio e na construção de uma sociedade solidária para denunciar e enfrentar o escândalo da exclusão e da violência na sociedade consumista, da intolerância e do ódio, afirmando os direitos humanos e anunciando o Reino de Deus”.  A importância de atuar evangelicamente em relação à Sociedade, na busca pela garantia de vida plena das pessoas e de uma cultura da vida, da justiça e da fraternidade, está fundamentada a partir dos seguintes apelos da realidade: 1. A sociedade brasileira é uma das mais desiguais do mundo. 2. Nossas comunidades anseiam construir uma sociedade justa fraterna e solidária, em diversos espaços.  3. Há iniciativas concretas de práticas solidárias em nossas comunidades na busca da superação da opressão e exploração onde reivindicam políticas públicas. Na minha avaliação, com tudo o que foi feito na relação com as pessoas e na área da caridade pela Cáritas, pela Arquidiocese, pelas paróquias, pelas comunidades demos um passo enorme e de qualidade apontando para a possibilidade concreta de que podemos ser mais ousados na busca de soluções para os problemas e para a possibilidade concreta de que eles têm solução.

 

Como expectativa para o futuro, nutro a esperança de uma retomada com mais qualidade e uma renovação no modo de evangelizar sem nunca prescindir da construção de comunidades concretas e dinâmicas. Nos poucos passos de retomada que demos percebi como o nosso povo é fiel à Igreja ou à sua paróquia, especialmente no dízimo e as contribuições pessoais com as obras da Igreja; percebo que temos que investir com muita força na formação básica dos católicos; vi que a PASCOM bem organizada será uma grande resposta pastoral para jovens e adolescentes, por fim, temos que tratar com maior realismo a área da economia nas nossas paróquias e na arquidiocese.

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo de Londrina

Artigo publicado na Revista Comunidade, Edição Dezembro 2020
Foto destaque: Missa em Ação de Graças pelo Ano de 2020 – Catedral de Londrina (31/12/2020) Ernani Roberto

 

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