Padre Luis Mosconi, assessor nacional das SMP, descreve como começaram as conversas com Dom Orlando sobre as Santas Missões Populares em Londrina
No final de 2014 recebi um e-mail de Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Londrina. Fiquei honradamente surpreso, pois nunca tinha encontrado Dom Orlando em minha vida. Lendo o conteúdo do e-mail, a surpresa virou encanto e desafio: “Pe. Mosconi estou lhe convidando a nos ajudar realizar Santas Missões Populares em nossa Arquidiocese. Desta maneira queremos nos preparar a acolher o 14º Intereclesial das CEBs”. Que desafio irrecusável! Coloquei-me a disposição em nome do povo das SMP, traçando, juntos, o esboço de um organograma provisório.
Houve alguma dificuldade ao dar os primeiros passos. No encontro com os presbíteros e diáconos em abril de 2015, houve discussão um pouco tensa, mas sincera. Dom Orlando falou no final, dizendo os motivos pelos quais achava importante realizar SMP e, em seguida, pediu votação. Sua palavra de pastor foi decisiva. A quase totalidade dos presentes aprovou. As dúvidas desapareceram quando na jornada missionária do domingo seguinte apareceram 1.500 leigos vibrando pela proposta.
De lá para cá as coisas foram melhorando, crescendo, com uma participação intensa e alegre. E Dom Orlando sempre presente nos encontros-retiros arquidiocesanos e nos paroquiais, participando, incentivando, animando, fortalecendo. O povo ficava cada vez mais feliz, vendo o próprio pastor em seu meio, participando ativamente. Muita gente foi descobrindo novos valores em Dom Orlando, além dos que são típicos da cultura de origem alemã: o gosto de estar no meio do povo, a escuta, a valorização de tudo o que há de bom nas pessoas. E o povo se abrindo, se abraçando, crescendo. Nos encontros arquidiocesanos, escutei mais de uma vez frases como essas: “Dom Orlando é o baluarte das SMP! Dom Orlando transmite segurança e animo! Dom Orlando é uma bênção para a nossa Igreja neste tempo de muita graça divina!”. Como faz bem a presença de pastores assim!
A transferência de Dom Orlando para a Arquidiocese de Aparecida vai deixar saudade, mas também muita energia nos missionários, necessária para levar adiante esse precioso serviço missionário, que já produziu muitas boas noticias. O desafio agora é continuar, para que realmente a Arquidiocese de Londrina se torne, de verdade e sempre mais, uma Igreja em estado permanente de missão, onde a missão não seja uma pastoral a mais, mas o coração de toda a pastoral. Pois “A Vida é Missão e a Missão gera vida”.
Mudanças grandes não acontecem da noite para o dia, é um processo permanente. Exige docilidade interior, ir ao nó das questões e entrar decididamente no processo de conversão pessoal, pastoral, missionária. Pede uma alta dose de espiritualidade, aquela do seguimento de Jesus, que nos torna discípulos missionários de Jesus, aqui e agora. Sem seguimento a Jesus de Nazaré, há somente espiritualismo vago, confuso, genérico. Papa Francisco chama-o de ‘mundanismo espiritual’.
Creio que a maior alegria que podemos dar a Dom Orlando neste momento de despedida, é garantir que seguiremos adiante no processo das SMP com fidelidade, com criatividade, com ardor missionário.
Obrigado, Dom Orlando
Pe. Luis Mosconi
Assessor Nacional das Santas Missões Populares
Foto Tiago Queiroz
PASCOM Arquidiocesana