Todo soldado que deseja servir na guerra, deve se preparar, e todo atleta que deseja ganhar o prêmio, precisa se esforçar e treinar para alcançar o objetivo. Com esta ideia do soldado e do atleta, já se pode imaginar que para ambos nada será fácil. Toda preparação e todo treinamento, requer grande renúncias, São Paulo aos Coríntios diz: “Não sabeis que aqueles que correm no estádio, correm todos, mas um só ganha o prêmio? Correi, portanto, de maneira a consegui-lo. Os atletas se abstêm de tudo; eles para ganharem uma coroa perecível; nós, porém, para ganharmos uma coroa imperecível. […] Trato duramente o meu corpo e reduzo-o à servidão, a fim de que não aconteça que tendo proclamado aos outros, venha eu mesmo a ser reprovado” (I Cor 9,24-25.27).

São Paulo usa o vocabulário esportivo porque fala para gregos, neste caso os coríntios tinham uma necessidade especial de equilíbrio em todas as áreas. Um atleta disciplinado que se concentra na meta, subordina todos os desejos por conta de levar o prêmio. Aqui entra a sinceridade nesta disciplina, porque a competição é real e muitas vezes o inimigo está no interior da pessoa. Tal como São Paulo fala aos Romanos: “Realmente não consigo entender o que faço; pois não pratico o que quero, mas faço o que detesto” (Rm 7,15), aqui entra a necessidade de uma coordenação interior para entender e questionar todo este campo de batalha que é vida de cada um.

Quando os discípulos de Jesus pedem para que Ele os ensine a orar (Cf. Lc 11,10), neste caso é para não pecar, não voltar ao homem velho, não blasfemar contra Deus, não repetir as coisas erradas. Os discípulos simplesmente desejavam que este clima de oração fosse para ficar mais tempo na presença do mestre. Oração é uma escola de silêncio, interioridade, sensibilidade interior, um olhar para o ser profundo da alma, resumidamente seria um fechar os olhos para o mundo exterior e abrir para o interior, fazendo assim uma viagem com grandes descobertas com foco não só pelo lado humano, mas também, o transcendental, ou seja, Deus.

Ao falar da oração, adentramos no mais profundo sentido do abandonar-se nos braços de Deus e deixar que Ele ensine, oriente e faça todas as observações cabíveis neste processo de formar bem guerreiro ou atleta, portanto, a oração favorecerá neste contato. Porque aqui todos somos convocados para este aquecimento, ou para a batalha, porém, para qualquer uma destas duas categorias, a ordem é fundamental, para alcançar a vitória, levar o prêmio, chegar à meta. Aqui entra a chave de leitura, a oração. Um método, antigo e novo, conhecido e pouco praticado, mas que no fundo deseja fazer com que todos tirem o melhor de cada um, para isso é preciso se deixar conduzir pelo Espírito (Cf. Gl 5,16.18), não simplesmente pelos conhecimentos intelectuais, mas de uma intimidade, tal como os discípulos queriam com Jesus.

Os vencedores, os heróis, os mestres, os santos, só chagaram a tal reconhecimento porque foram disciplinados, obedientes, souberam renunciar, e não desistiram de lutar. A oração nos capacita para tudo isso e muito mais, basta ter a atitude de lutar pelo prêmio mais valioso, o céu.  

Padre Lucimar de Assis Mendes, SF
Pároco da Paróquia Cristo Rei, de Cambé


Paulo de Tarso é, sem dúvida, depois de Jesus Cristo, uma das figuras mais fascinantes do cristianismo primitivo, um verdadeiro homem de Deus, profundamente comprometido com a missão de levar a mensagem do Evangelho a todas as nações. Passou por uma profunda conversão, era um fariseu zeloso e não media esforços para perseguir aqueles que não cumpriam a Lei Mosaica. A caminho de Damasco sua soberba caiu por terra e ele ouviu a voz do Ressuscitado! Que experiência maravilhosa Paulo deve ter vivido! Inevitavelmente, se transformou no maior propagador do evangelho. De perseguidor dos cristãos, tornou-se pastor de almas.


Apesar de Paulo não estar sozinho em sua ação missionária, pois tinha ao seu lado grandes defensores do cristianismo, como Barnabé, Priscila e Áquila, Tito, Timóteo, Silas, Lídia, Pedro, é dele a grande responsabilidade de ser o mais lúcido defensor da abertura da Igreja ao mundo pagão. Como diz o escritor Giuseppe Barbaglio, em seu livro (As Cartas de Paulo I), esse personagem incrível do cristianismo não era um intelectual, nem um pensador, ou grande escritor, no sentido clássico, mas sua atividade literária foi fundamental para a propagação do evangelho e para a formação das primeiras comunidades cristãs.

Saulo, o fariseu
Saulo, era natural de Tarso, na Cilícia, filho de comerciantes ricos, fariseu, aluno do célebre rabino Gamaliel, era cidadão romano e por ser um zeloso defensor da Torá, perseguia os cristãos, pois considerava os seguidores de Cristo traidores do Judaísmo. Para esse zeloso guardião das tradições judaica e farisaica esses cristãos tinham abandonado a Lei Mosaica, portanto, Saulo assumiu uma atitude agressiva em relação aos cristãos. Na Carta aos Gálatas Paulo escreve: “Ouvistes certamente da minha conduta de outrora no judaísmo, de como perseguia sobremaneira e devastava a Igreja de Deus e como progredia no judaísmo mais que muitos compatriotas da minha idade, distinguindo-me no zelo pelas tradições paternas” (Gl 1,13-14).


Saulo, o convertido
A caminho de Damasco e com a missão de prender cristãos, inclusive com carta de recomendação do sumo sacerdote para cometer tal ato, o arrogante perseguidor literalmente “cai do cavalo”. Vindo abaixo com seu orgulho e com seu rosto em terra, ouve a voz do Senhor que lhe dizia: “Saul, Saul, por que me persegues?” (At 9,4). Essa narrativa dramática e edificante narrada em Atos dos Apóstolos nos mostra que o Senhor resgata para o seu ministério até o seu pior inimigo. Saulo cometia atrocidades com os cristãos, mas era um homem culto, falava grego, latim e hebraico e Deus se valeu de sua inteligência e ortodoxia para que Paulo pregasse e convertesse a muitos. “Cair do cavalo” significou para o até então fariseu, cair da sua soberba e se transformar em um instrumento evangelizador nas mãos do Senhor.

Paulo, o missionário, o pastor de almas
Para entender Paulo e sua paixão pela evangelização, podemos utilizar uma metáfora que ilustra muito bem sua missão. O próprio Paulo, em 1 Coríntios, compara sua a vida após a conversão como aqueles que correm no estádio: “Não sabeis que aqueles que correm no estádio, correm todos, mas um só ganha o prêmio? Os atletas correm para ganhar um coroa perecível, os cristãos para ganharem uma coroa imperecível” (1 Cor 9,24-25). Paulo se coloca como exemplo de um verdadeiro atleta, aquele que precisa ser extremamente disciplinado para ser merecedor do prêmio. Paulo se via como um instrumento de uma missão divina, seu propósito transcendia interesses pessoais, a motivação por trás de suas palavras: “Não fui eu que me dei a mim mesmo esta missão, mas foi Deus que me confiou” (1 Cor 9,16), deixa nos muito claro sua convicção. Frederick Fyvie Bruce, renomado estudioso do Novo Testamento, em (Paulo, o Apóstolo do Coração Livre), afirma que nosso personagem era, acima de tudo, um homem de princípios inabaláveis e sua paixão pela evangelização vinha de uma profunda convicção espiritual. Ainda, segundo José Comblin, em (A Teologia da Missão de Paulo), o apóstolo entendia que a verdadeira fé cristã não era apenas uma questão de crença pessoal, mas também de prática comunitária.

Em nossas comunidades como podemos seguir o exemplo de Paulo?
A prática pastoral inspirada em Paulo exige líderes servidores, que escutem, orientem e cuidem da comunidade, promovendo a união e a construção de pontes. Assim como Paulo, somos chamados a viver uma fé que una, a solidariedade, a justiça e o compromisso com a verdade de Cristo, a fé exige ação, cuidado com o próximo e uma esperança concreta em um futuro de redenção.


O gesto misericordioso de Deus
Ao final da nossa reflexão, recomendamos que leiam a Carta aos Efésios, encontraremos ali uma verdadeira reflexão sobre o pensamento paulino. Com sua fé firme e uma convicção sólida na mensagem que queria transmitir que era a crença na salvação vinda de Cristo, sua vida foi marcada por uma missão divina de cuidar de suas comunidades e de viver em esperança, mesmo diante das dificuldades. Se, em alguns momentos, sua postura parecia radical, isso se devia à força de sua convicção em Cristo. No entanto, sua mensagem ainda hoje é muito clara: o cristianismo verdadeiro não se vive de forma isolada, mas em comunidade, com amor, serviço e um compromisso profundo com o próximo, onde todas pessoas são convidadas na fé, a fazer parte da aliança. Se Paulo não viu Jesus, mas ouviu o Cristo, a sua experiência com o Ressuscitado não demonstra nenhum mérito vindo dele, mas do grande gesto misericordioso de Deus que o resgatou do domínio das trevas.

André Santiago, Diego da Silva Biondaro, Evandra Ranieri e Silvio Neuhaus
Estudantes do 4º período do curso de Teologia da PUCPR – Campus Londrina

Artigo produzido para a disciplina Cartas Paulinas, ministrada pelo professor Fabrízio Zandonadi Catenassi

Celebrando o Mês vocacional, somos chamados pela Santíssima Trindade a escutar Sua voz atravessando nosso coração, para juntos, como vocacionados, sermos em Cristo transfigurados.

O Mistério da Vocação se entrelaça com o Mistério da Transfiguração de Cristo (cf. Mc 9,2-10), pois o vocacionado do Senhor, do Kyrios, é o chamado no mais profundo do seu ser a alcançar a graça da transformação radical, ou seja, “descer” às suas raízes, para celebrar a essência plasmada e amada pela Trindade Santa. Pois a vocação, o chamamento existencial é apelo trinitário para que a pessoa na sua totalidade possa alcançar a plenitude de seu caminho, de sua história-vida, de sua existência.

Cotidianamente estamos em busca dessa realização plena/eterna, porém diante da fragmentação contemporânea, alguns se concentram em glórias passageiras, corruptíveis, e por vezes efêmeras, superficiais, levando o coração ao vazio, à perda de sentido para vida, à falta da alegria. Por isso a Igreja nos convida a parar, silenciar, escutar, em meio às inúmeras vozes do mundo, a Voz de Jesus, que atrai nosso coração para imersão em seu Amor Redentor. Amor transformador que na sinfonia harmoniosa, vai com sua notas celestiais, conduzindo o ser humano a vivência de sua vocação à existência, a optar fundamentalmente por Cristo, sendo testemunhas de sua Redenção no mundo, como batizados; imersos Nele resplandecemos a humanidade, vivenciando a vocação específica.

A transfiguração se desvela na vocação quando encontramos pessoas dispostas a serem outro Cristo no mundo, fracionando o Pão Eucarístico, sendo e celebrando o Mistério de se fracionar pela salvação da humanidade. Pois como afirma o Papa Francisco, o Cristo se fracionou, se fraciona e continará se fracionando por amor ao ser humano. Sendo assim, o ápice do Ministério Presbiteral é se fracionar pelo amado Povo de Deus. Povo escolhido que em família, vivencia o dom da unidade matrimonial, cônscios de que no coração da “família reside o futuro da humanidade”, como lembrava São João Paulo II. Futuro esse destinado a mundança plena de toda a criação que anseia, deseja a metamorfose do coração. Por isso, a necessidade de agradecer a coragem de tantos consagrados missionários, que deixando sua pátria, portam essa realidade divina a outras culturas.

Enfim, somos todos vocacionados transfigurados quando nos primeiros passos da iniciação cristã comprendemos que Deus nos Ama, nos Chama e nos Envia ao coração do outro que é terra de Missão. Nesse sentido celebremos nossa vocação fazendo de nossas paróquias verdadeiras sinfonias vocacionais, as quais na sua diversidade de carismas e realidade, vivem a unidade eclesial: reflexo da Santidade da Trindade que transfigura a totalidade da criação na celebração de nossa vocação.

Em Cristo,
Pe. Wendel Perre dos Santos.

O Papa Francisco escreveu no dia 15/10/2023 a exortação Apostólica “Só a Confiança”, sobre a confiança no amor misericordioso de Deus, em ocasião dos 150 anos do nascimento de Santa Teresinha do Menino Jesus.

Santa Teresinha entrou para o Carmelo com apenas 15 anos, aos 24 anos encerrava sua jornada nesta terra. Apesar de uma breve vida deixou muitos ensinamentos e o testemunho de uma vida cristã que continua a iluminar a Igreja ao longo do tempo.

A jovem Teresa escolheu colocar em evidência o nome de Jesus para demonstrar sua pertença a Ele, no seu quarto deixou registrado “Jesus, o meu único amor”, esse amor se transformou em desejo de torna-lo conhecido.

O caminho de santidade encontrado por Santa Teresinha é conhecido como “pequena via”, é preciso reconhecer a própria pequenez e imperfeição e, por outro lado, renovar a confiança no amor de Deus que nos carrega em seus braços. A confiança em Deus livra a alma de “tantos medos, do desejo de segurança humana e do desejo de ter tudo sob controle. A confiança em Deus faz buscar a salvação das almas para além do terror dos pecados”.

A meditação da carta de São Paulo aos Coríntios no capítulo 13 fez Teresinha entender seu chamado ao amor, esse grande amor dá sentido a cada pequena ação e ajuda a lidar com as inúmeras limitações que encontramos em nós e naqueles que nos rodeiam.

Nela, o desejo do céu se manifestou como desejo ardente do bem dos outros. Seus escritos e sua intercessão continua colaborando para a renovação espiritual e para a alegria de experimentar a presença de Deus.

Que o Senhor nos ajude a renovar a confiança n’Ele e trilhar o caminho dos santos.

Santa Teresinha do Menino Jesus, rogai por nós.

Padre Paulo Alencar
Pároco da Paróquia São João Batista de Bela Vista do Paraíso

Foto: Freepik

Adoração do Menino Jesus (1515). Jan Joest of Kalkar

No dia 21 de março comemora-se o Dia da Síndrome de Down. Às 14h, uma missa será celebrada na APS DOWN em Londrina presidida pelo padre Glauber Gualberto, que organiza um trabalho com as pessoas com vários tipos de deficiência em Londrina. A seguir ele compartilha conosco o artigo ‘Um anjo com síndrome de Down adora o Menino Jesus’.


“Você disse anjos?” A revista L’Oasis, do SNCC (Serviço Nacional de Catequese e Catecumenato), da França, trouxe aos seus leitores, na edição de número 26, de 2023, uma pintura flamenga do século XVI representando a Natividade e a adoração dos anjos e pastores ao Menino Jesus, datada de 1515. Uma cena comum aos fiéis católicos que talvez passasse despercebida não fosse por um detalhe peculiar. O pintor, aluno do renomado artista Jan Joest van Kalkar,(1450-1519), escolheu representar um dos anjos e um pastor provavelmente com síndrome de Down. Tese apresentada em um artigo na revista científica American Journal of Medical Genetics, de dezembro de 2002.

À primeira vista, a pintura é uma das muitas representações contemporâneas da cena da natividade. Nossa atenção como membros da Pastoral da Inclusão é atraída para dois temas desta pintura, um dos anjos e um dos pastores com afeições distintas. O anjo ao lado de Maria, cuja única asa visível está atrás da  cabeça, parece ter características da síndrome de Down: um rosto médio  achatado, dobras epicantais, fissuras palpebrais inclinadas para cima, ponta   nasal pequena e virada para cima e curvatura dos cantos da boca.

O cabelo encaracolado do anjo não é característico da síndrome de Down, mas é convencional em pinturas de anjos. Ele se destaca especialmente porque sua aparência facial difere da do anjo central, cuja aparência aquilina se assemelha à de Maria e às feições dos outros anjos.

Outros pontos que podemos contemplar na referida pintura são os dedos curtos, especialmente na mão esquerda (parcialmente cobertos pelo cabelo de Maria). Novamente isso contrasta com as mãos de Maria e dos outros anjos em primeiro plano, que têm dedos longos e afilados.

O pastor com um chifre de carneiro nesta pintura (no centro atrás dos anjos) também tem uma aparência incomum, que é indicativa de Down. O cabelo do pastor é reto e ele tem aumento do comprimento e uma inclinação para cima das fissuras palpebrais com algum grau de ptose. Além disso, os olhos são amplamente espaçados, mas esse hipertelorismo aparente pode ser uma  interpretação artística da ponte nasal achatada.

As luvas do pastor impedem a interpretação da configuração da mão. Se essa figura se destinava a se assemelhar ao anjo incomum  é  incerto  (Levitas e  Reid, 2002), mas essas características podem ser sugestivas com a síndrome de Down, bem como para hipotireoidismo, que era frequente neste período  histórico. Levitas e Reid (2002) sugerem que a representação angélica de um  indivíduo com síndrome de Down era simbólica e pode denotar que o artista tinha  afinidade com indivíduos com deficiência.

A representação artística das síndromes tem sido de interesse contínuo, muitas vezes como um ponto de partida para a discussão da história médica.    Identificamos nesta pintura da Natividade Flamenga do século 16 esses traços compatíveis com a síndrome de Down. Vários observadores anteriores identificaram a síndrome  de Down  na  arte pré-moderna, às vezes estimulando discussões contínuas sobre sua história, sua prevalência e sua relação com o  hipotireoidismo. Esta pode ser uma das primeiras representações europeias da síndrome de Down.

A representação de um indivíduo com síndrome de Down como um anjo levanta várias questões sobre o status de tal indivíduo no final dos tempos medievais e o reconhecimento social de anomalias menores, em contraste com malformações maiores, em seu valor preditivo para deficiências. Em contraste, a descrição de Langdon Down da condição ocorreu somente após a evolução dos conceitos sobre o significado clínico da aparência física e da medição.

Como reagimos ao ver esta pintura? O que nos desperta esta intenção de incluir a deficiência – sobretudo quando se trata de uma criatura celeste – nesta obra do século XVI?

Fonte:

Cf. Levitas, Andrew & Reid, Cheryl. (2003). An angel with Down syndrome in a sixteenth century Flemish Nativity painting. American journal of medical genetics. Part A. 116A. 399-405. 10.1002/ajmg.a.10043.

Padre Glauber Gualberto

“A quem procurais?” (Jo 18,4) é a pergunta de Jesus àqueles que mesmo tendo ouvido d’Ele quem É ainda são incapazes de conhecê-lo e compreendê-lo, mesmo tendo o Deus vivo diante dos olhos são aos humildes que se revela. A tradição da Igreja condensa a profundidade da espiritualidade quaresmal dentro dos ritos vividos pelos cristãos na Semana Santa, ou Semana Maior, a fim de que “purificados por esses ritos anuais, nos preparemos reverentes para gozar os dons pascais”. Ocorrerá nos dias 14, 15 e 16 a celebração do Tríduo Pascal onde comemoraremos a Ceia do Senhor, sua Paixão e a Vigília Pascal, que entendendo esses três dias que são como um volvamos nossas almas ao clarear do novo e eterno dia.

A Quinta-feira Santa é a celebração onde foi-nos dado o Sacramento da Eucaristia, é tamanha a grandeza deste mistério que faz-se presente na Sagrada Liturgia na palavra do Senhor a Moisés: “Este dia será para vós uma festa memorável em honra do Senhor, que havei de celebrar por todas as gerações como instituição perpétua”. Não somente isso, mas também há o ato pelo qual foi intitulada de Missa do Lava-Pés. O serviço é parte necessária da vida cristã e da Igreja, a responsabilidade de uns com os outros e de ambos com Deus pelo próximo, faz com que possamos ser acolhidos mais intimamente em Cristo. Mesmo sobre quaisquer argumento disse Jesus: “Se eu não te lavar os pés, não terás parte comigo”. E enfim, tendo traçado o sinal da cruz, tomado parte com o Senhor pelo serviço e a comunhão, podemos juntos com Ele adentrar a santíssima e salvífica agonia.

O profundo silêncio da noite que se abate sobre o mundo, entre a quinta e a sexta, quando o seu Criador foi ferido por causa de nossos pecados, Ele que sendo Senhor, aprendeu a ser obediente até a morte, e morte de cruz, tornando-se causa de salvação para todos os que lhe obedecem. Prostrado em silêncio fica o sacerdote, ao entrar no templo. Tão expressivo som das matracas, que já quase não se ouve, em seu som direto, profundo e um tanto incômodo lembra a Igreja que é pela lança que abre o lado de Nosso Senhor, pelos pregos que perfuram mãos e pés, doloroso amor do Deus que se encarnou ouvindo incessantes vozes de blasfêmias e zombarias. Não há Missa neste dia, não há consagração, o único do ano, pois adoramos ao Senhor crucificado, o lenho da Cruz do qual pendeu a salvação do mundo. Alguém acaso pode questionar se é esta adoração maior que a Santa Missa. Não, mas uma parte da única Santa Missa do Tríduo Pascal. Ainda pode tornar com a pergunta “Mas se é uma só Missa, acaso permanece fora do templo?”, digo-te cristão que até os protestantes, ateus e iníquos sentem o peso da culpa que abate-se sobre nós nestes dias, ainda que não saibam de onde vem. Mantenha-se penoso é seu Senhor que foi sacrificado, e por você.

Eis que surge uma chama acesa, benzida, a luz do Cristo ressurreto, uma pequena chama no meio da escuridão que se levantou com o crepúsculo. Ouve atento essa silêncios, pequena e clara chama que na Palavra com que Deus criou o céu e a terra (cf. Gn 1-2) acendeu-se, que no cordeiro durante o sacrifício do nosso pai Abraão (cf. Gn 22,1-18) inflamou-se mais, na libertação da terra do Egito e a passagem no mar a pés enxutos (cf. Ex 14,15-15,1) inflamou-se mais, que chama e se compadece com misericórdia eterna (cf. Is 54,5-14) e num pacto eterno que sacia o homem integralmente (cf. Is 55,1-11) inflamou-se mais, que faz marchar até o esplendor do Senhor (cf. Br 3,9-15.32 – 4, 4) que nos promete derramar uma água pura e dar-nos um novo coração (Ez 36,16-17a.18-28) onde essa chama inflamou-se mais e seu objeto de iluminação fez-se carne, e habitou entre nós (Jo 1,14). Essa chama acesa frente a nossos olhos, a luz da fé que portamos e com ela dizemos “A minh’alma tem sede de Deus e deseja o Deus vivo”, d’Ele que ressuscitado dos mortos não morre mais e nos permite morrer com Ele para vivermos com Ele, mortos para o pecado e vivos para Deus (cf. Rm 6,3-11) e enfim junto ao alto brado dos santos de Deus cantar “Aleluia, Aleluia, Aleluia; Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! ‘Eterna é a sua Misericórdia’”. E por fim, a semelhança do Senhor Jesus, vos pergunto, neste túmulo escuro e frio, penoso de morte onde vem chorar as lágrimas lastimosas, “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui. Ressuscitou!” (cf. Lc 24,1-12). Olhe para frente, veja nas mão do sacerdote que se elevam, ali, ali está quem procura, o Deus Vivo, que encerra em si toda a graça. O Cristo que não nos deixou com sua morte às 15h da Sexta-feira da Paixão, mas vivificou sua Igreja, nós, nessa única e perfeita renovação incruenta de seu sacrifício na cruz, a Santa Missa do Tríduo Pascal.

Seminarista Matheus Petrachin Fernandes

Com a Carta Encíclica Fratelli Tutti, o Papa Francisco faz uma proposta bem ampla e profunda sobre a Fraternidade e a Amizade Social. Inspirando-se primeiramente em São Francisco de Assis quer falar de um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço. Foi também neste santo que se inspirou para escrever a encíclica Laudato Sii, sobre o cuidado da Casa Comum. No número 6 fala sobre a sua intenção: “Entrego esta encíclica social como humilde contribuição para a reflexão, a fim de que, perante as várias formas atuais de eliminar ou ignorar os outros, sejamos capazes de reagir com um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite a palavras”(FT 06). 

 

Além disso, o Santo Padre conta que enquanto redigia esta encíclica irrompeu de forma inesperada a pandemia do Covid -19 que “deixou a descoberto as nossas falsas seguranças”(FT 07). Constata que a incapacidade das diversas nações de agirem em conjunto, apesar de estarem superconectadas,  mostrou a dificuldade de resolver os problemas que afetam a todos. 

 

A pandemia da COVID–19 já ultrapassou um ano, ultrapassou 350 mil mortos e milhões de infectados e não dá sinais de arrefecimento. Neste momento, todas as luzes de alerta estão ligadas em relação aos críticos indicadores de agravamento da pandemia no Brasil. E o mundo nos olha com perplexidade. Uma das situações mais constrangedoras e críticas que enfrentamos é a taxa de ocupação dos leitos de UTI com pacientes da COVID – 19, mas também a rapidez do agravamento da crise e do colapso do nosso sistema de saúde.

 

Devido a essa sobrecarga do sistema, os trabalhadores da saúde têm enfrentado uma carga excessiva de trabalho, que resulta em adoecimento. Acrescente-se a insuficiência de quadros para dar conta dessa grande e demorada pandemia, a percepção de que o pessoal da linha de frente da assistência está convivendo com outros fatores de tensão: falta de oxigênio para os pacientes em alguns locais, baixa de estoques de analgésicos, sedativos e bloqueadores musculares usados para a intubação de pacientes em UTIs, etc. Além disso, há muitos que querem negar a existência do vírus e a gravidade da pandemia.

 

A incapacidade das diversas nações de agirem em conjunto, apesar de estarem superconectadas,  mostrou a dificuldade de resolver os problemas que nos afetam a todos 

 

É sabido que cientistas do mundo inteiro vêm orientando que três ações são fundamentais no combate à pandemia: o uso das máscaras e a limpeza constante das mãos; o distanciamento social com lockdown nas situações mais graves; e a vacinação em massa da população. Com relação à campanha de vacinação, os números estão muito aquém do necessário. Falta muito para que o Brasil consiga vacinar os grupos prioritários, tais como, idosos, profissionais da linha de frente, indígenas, indivíduos com comorbidades e profissionais do ensino e das forças de segurança, etc.

 

Assim como o tempo vai passando, as comunidades cristãs também vão trabalhando no sentido de se entender com relação à retomada das atividades religiosas e, certamente, das atividades como um todo. É bom ir se entendendo com várias situações novas que se nos apresentarão: o trabalho das equipes de Pascom em nossas paróquias e comunidades; celebrações on-line; reuniões de organização de pastorais e movimentos on-line; catequeses presenciais e remotas; o problema da sustentabilidade dos trabalhos da Igreja; redescobertas e reestruturações que deverão ocorrer; a importância de uma boa organização ao redor do dízimo; uma grande renovação dos ministérios e ministros; necessidade de trabalhar pela diminuição das polarizações, etc.

 

Que todos sejamos abençoados com a vacina o mais rápido possível.  Que a preservação da vida de todos seja o nosso intento.

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo de Londrina

 

Estamos nos aproximando, mais uma vez, da celebração da verdade fundamental da fé que é a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. De maneira um pouco mais ampla, a celebração do Mistério Pascal inclui também a paixão, a crucificação, o sepultamento e a ascensão de Nosso Senhor aos céus. Na Semana Santa, além de celebrar todas estas verdades, celebra-se ainda a vida da Igreja, sua significância e atuação para levar à salvação que brota destes mistérios todos, à humanidade e às pessoas de maneira particular.

 

A verdade da Ressurreição de Jesus “constitui antes de tudo a confirmação de tudo o que o próprio Cristo fez e ensinou. Todas as verdades, mesmo as mais inacessíveis ao espírito humano, encontram a sua justificação se ao ressuscitar Cristo deu a prova definitiva que havia prometido, da sua autoridade divina” (CIC 651). Jesus sempre falou a partir desta realidade. Quando admoestava, curava, pregava, ensinava, etc. Em momentos mais centrais até chamava atenção para que tudo fosse interpretado a partir da sua “paixão, morte de cruz e ressurreição”. Significa que a Ressurreição é o grande NOVO da fé. Algo que de fato diferencia a fé cristã de muitos outros modos de conceber a fé.

 

O Catecismo da Igreja Católica é bem categórico ao afirmar: “O mistério da Ressurreição de Cristo é um acontecimento real que teve manifestações historicamente constatadas, como atesta o Novo Testamento” (CIC 639). Os textos bíblicos mais destacados são: 1Cor 15, 3-4, onde evidencia a viva tradição da Ressurreição. Lc 24,5-6 mostra que no conjunto dos acontecimentos da Páscoa, o primeiro elemento que se depara é o sepulcro vazio, mas reconhece que ele não constitui uma prova irrefutável.  Os passos rumo ao reconhecimento do fato da ressurreição são constituídos pelas ‘santas mulheres’ (Lc 24,3.22-23), em seguida Pedro (Lc 24,12), o discípulo que Jesus amava (Jo 20,2; Jo 20,8). Também as aparições do Ressuscitado fortalecem o modo “categórico” com o qual fala o Catecismo.

 

“O abalo provocado pela paixão e morte na cruz foi tão grande que os discípulos (ao menos alguns deles) não creram de imediato na notícia da ressurreição” (CIC 643). O Apóstolo Paulo proclama que “se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia é também a vossa fé” (1 Cor 15,14). Por ela a graça de Deus nos é restituída e assim podemos viver uma vida nova. A vida nova “consiste na vitória sobre a morte do pecado e na nova participação na graça” (654). Além disso, a Ressurreição de Cristo é “princípio e fonte da nossa ressurreição futura” (655). 

São verdades que iluminam a vida do homem. Crer em Deus Vivo e atuante na história faz toda a diferença. As intervenções d’Ele sempre nos empurram para a defesa e a construção da vida das pessoas, especialmente os mais pobres. A libertação das amarras que prendem os mais frágeis é missão verdadeiramente evangélica e está em consonância com este Mistério profundo da fé. A Doutrina da Igreja é, justamente, a reflexão e a aplicação no dia a dia da sociedade, de princípios que brotam da fé na Ressurreição do Senhor e que ajudam a realizar o ser humano em toda a sua plenitude de acordo com a sua vocação manifestada no desejo de Deus ao ressuscitar o seu Filho e não de deixa-lo abandonado na morte. 

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo de Londrina

 

Artigo publicado na Revista Comunidade edição março 2021

Fotos: Pe. Lawrence Lew OP

 

“Não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados” (Mt 1, 20-21).

 

Nossa vida é marcada por muitas situações que não compreendemos. Em algumas circunstâncias, nunca daremos por satisfeitas as explicações. Sendo experiências muito difíceis, tais como: perda, humilhação, doença, acidente, discriminação, etc. Estas realidades criam cicatrizes visíveis na nossa história.

 

São José, um homem que viveu e praticou em profundidade a fé no Deus da vida, homem do SILÊNCIO, ou seja, da oração silenciosa, não se entregou ao desânimo e, por isso, sempre teve na sua vida a seiva da vida para se reconciliar com sua história, ser sempre uma pessoa resolvida. Viveu, apesar dos grandes desafios, a alegria (não euforia), com Maria e Jesus, o seu filho putativo.

 

Olhando para a história de São José, vemos claramente que sua vida espiritual é um alicerce para o cotidiano; é um convite a nós cristãos a vivermos uma vida espiritual profunda, sempre marcada pela oração silenciosa, este é o verdadeiro caminho que todos os cristãos podem trilhar, no qual todas as “dificuldades” podem ser acolhidas e vencidas.

 

José sempre soube se reconciliar com sua história, porque estava sempre pronto a entregar sua vida à vontade de Deus. Assim falou o Papa Francisco: “A vontade de Deus, a sua história e o seu projeto passam também através da angústia de José. Assim, ele ensina-nos que ter fé em Deus inclui também acreditar que Ele pode intervir inclusive através dos nossos medos, das nossas fragilidades, da nossa fraqueza. E ensina-nos que, no meio das tempestades da vida, não devemos ter medo de deixar a Deus o timão da nossa barca. Por vezes queremos controlar tudo, mas o olhar d’Ele vê sempre mais longe” (Patris Corde, 2).

 

Neste ano de São José, eu e você somos convidados a olhar com mais atenção para esta figura bíblica, olhar para o nosso passado e aprender dele e com ele a nos reconciliarmos com nossa história de vida. Com esta pandemia da COVID-19 aprendemos o quanto somos frágeis e que num piscar de olhos podemos perder pessoas muito queridas nossas. Por isso ficaremos os dias que nos faltam lamentando, odiando, não perdoando? Sempre infelizes? Busquemos, então, a prática da reconciliação com nossa história vida.

 

Diante de São José e do seu filho putativo, somos chamados a observar nossas cicatrizes. Elas têm dois significados. Primeiro, sinais de derrota, humilhação, marcas de um momento terrível, de dor que nos leva a olhar para sempre nestes terríveis sinais. Segundo, me lembro de Jesus (Jo 20,20). As cicatrizes nas mãos e no lado não eram de derrota, mas de que superou, de que venceu, mesmo que foi terrível e sabemos que foi, mas Ele venceu. Muito aprendeu de seu pai José.

 

Aproveite o ano de São José e reconcilie-se com sua história.

 

Pe. Joel Ribeiro Medeiros
Pároco da Paróquia São José da cidade de Rolândia

 

Quaresma é um tempo de penitência pré-pascal, período de quarenta dias que antecede o Tríduo Pascal, destinado à preparação dos fiéis, especialmente dos candidatos ao Batismo, para a celebração da Páscoa. Este tempo litúrgico existe na Igreja desde o século II, quando os cristãos se preparavam para a celebração da noite de Páscoa mediante um jejum penitencial de dois dias. No século III este jejum já foi estendido a uma semana de duração. A caracterização desses 40 dias quanto ao seu conteúdo foi determinada essencialmente pelas instituições do catecumenato e da penitência eclesiástica.

 

 As comunidades se associavam solidariamente aos preparativos dos candidatos ao batismo e dos penitentes. Tendo em vista a assembleia pascal decisiva em torno da mesa do Senhor, todo ódio e toda contenda deveriam ter sido afastados e os membros da comunidade unir-se no amor fraternal renovado. Era essa a finalidade do jejum como possibilitador de esmolas, da multiplicação de celebrações e de catequeses.

 

O Concilio Vaticano II sintetizou toda a rica história da Quaresma em algumas orientações valiosas: “Destaquem-se tanto na Liturgia como na catequese litúrgica, os dois aspectos característicos do tempo quaresmal, que pretende, sobretudo através da recordação ou preparação do Batismo e pela Penitência, preparar os fiéis, que devem ouvir com mais frequência a Palavra de Deus e dar-se à oração com mais insistência, para a celebração do mistério pascal” (SC 109). 

 

Sugere ainda utilizar com “abundância os elementos batismais”. O mesmo se diga dos elementos penitenciais. Quanto à catequese “ensine-se as consequências sociais do pecado; a natureza própria da penitência, que é a ojeriza ao pecado por ser ofensa a Deus; nem se deve esquecer a parte da Igreja na prática penitencial, nem deixar de recomendar a oração pelos pecadores” (SC 109). Além do mais, ensina que “a penitência quaresmal deve ser também externa e social, que não só interna e individual” (SC 110).

 

Com estas orientações chegamos ao nosso tempo. Atualmente procura-se valorizar muito na Quaresma a pregação da Palavra de Deus, a oração, a religiosidade popular, a caridade, pois ela apaga uma multidão de pecados. Foi neste “caldo cultural” que nasceu a Campanha da Fraternidade. Esta procura ser uma forte sugestão de conversão interior, pessoal e social. Aponta para questões urgentes na sociedade apontando para a Vida e Vida em plenitude (Jo, 10,10). 

 

Poderíamos recordar de muitos temas e do modo vigoroso como a Campanha da Fraternidade se desenvolveu e muitos frutos que produziu em várias décadas de história. Em 2021 a CF Ecumênica com o tema: Fraternidade e diálogo: compromisso de Amor. O Lema: Cristo é a nossa paz: do que era dividido, faz uma unidade (Ef 2,14). Além das sugestões de vivência da Quaresma que já estão no texto, acrescento, por conta da CF 2021-Ecumênica: Promoção do Diálogo Ecumênico – Semana de Oração pela Unidade Cristã; convivência inter-religiosa; esforçar-se por superar a violência; superação da violência contra as mulheres; incentivar o cuidado com a Casa Comum.

 

Que todos possam aproveitar este momento histórico “refletindo sobre possíveis caminhos de diálogo e a construção de pontes de amor e paz em lugar dos muros de ódio para explicitar os sinais da ‘nova humanidade nascida em Cristo’ que está presente entre nós” (Texto Base, 2).

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo de Londrina

 

Foto destaque: Marilene Maria Souza

*Artigo publicado na Revista Comunidade Edição Fevereiro 2021