Festa da Padroeira 2021 (Foto:Terumi Sakai)

Mãe do povo brasileiro, Nossa Senhora Aparecida é venerada com grande carinho em terras verde e amarelas. A população, de origem majoritariamente católica, cresceu junto com a devoção àquela que é considerada a Rainha do Brasil, explica o arcebispo dom Geremias Steinmetz. Por isso, “falar sobre ela é mexer, de fato, com a alma do nosso Brasil”. A força da religiosidade popular e do sentimento por Maria, presente não só no país, mas em toda América Latina, fazem do dia de Nossa Senhora Aparecida um evento, além de religioso, também cultural.

Antes, porém, da religiosidade popular, está o fato de Maria ser a mãe do próprio Jesus, e ser Ele quem a designou também como nossa mãe, aos pés da cruz. “Nossa Senhora nos trouxe Jesus, mas Jesus também entregou Nossa Senhora a nós como nossa mãe: ‘mulher, eis aí teu filho’, ‘filho, eis aí tua mãe’”, explica dom Geremias.

Maria é nossa mãe! Esse relato do apóstolo João no evangelho “está na alma do nosso povo, está na vida do nosso povo”. Por isso, continua o arcebispo, “Nossa Senhora Aparecida, quando, há pouco mais de 300 anos, foi encontrada, pouco a pouco foi entrando na vida do povo, na devoção das pessoas, e a própria construção do santuário hoje representa uma grande força evangelizadora, como querem os Papas desde o Concílio Vaticano II pelo menos, passando por João Paulo II, Bento XVI, e mais ainda o Papa Francisco”.
Segundo dom Geremias, os documentos da Igreja Latino-americana falam sempre da necessidade de se valorizar a religiosidade popular, sobretudo com elementos objetivos da fé, como a Palavra de Deus, a Eucaristia, os sacramentos, a necessidade de conversão e de mudança de vida. “E, sobretudo, Nossa Senhora nos indica sempre o discipulado de Jesus Cristo, porque ela é a primeira discípula do próprio Cristo”, finaliza.

Certamente tem a ver com as suas origens, quando foi achada já tinha essa cor, então os cientistas falam um pouco sobre essa questão do rio em que foi achada, portanto a cor negra pode ser resultado um pouquinho do tempo em que permaneceu imersa naquela água, naquele barro, mas ao mesmo tempo a leitura que se faz é um pouco o modo como Deus se comunica com as pessoas, à simbologia que Deus usa para se comunicar, para transferir e transmitir o seu reino de amor, de paz, de justiça, mostra que nossa senhora negra, uma imagem negra, ela mostra também um pouco essa questão do próprio povo brasileiro, naquele tempo e outrora a questão da escravidão que era sempre mais forte, mas que infelizmente existe até hoje, os resquícios da escravidão existem até hoje, isso talvez também explique porque Nossa Senhora está e continua tão presente na vida do nosso povo, especialmente nessa presença com os humildes, com as pessoas mais sofredoras, com classes verdadeiramente deixadas de lado na história do nosso Brasil que precisam ser reconstituídas, precisam ser resgatadas, penso que é uma linguagem teológica e ao mesmo tempo uma linguagem pastoral muito profunda e falando-se em lugar teológico que é a devoção a nossa senhora no Brasil de hoje, nós temos que nos perguntar o que Deus de fato continua querendo dizer ao nosso povo com essa presença tão significativa, com essa presença tão importante, diga-se uma mensagem para o povo, mas uma mensagem para os nossos governantes, aqueles que estão a nossa frente, levando adiante a vida do povo, a governança do nosso país, os nossos estados, dos nossos municípios, mas ao mesmo tempo a Igreja precisa continuar se perguntando o significado desse evento ou mais do que isso, desse fenômeno religioso através de nossa senhora.

Juliana Mastelini Moyses
Pascom arquidiocesana

O Santuário de Nossa Senhora Aparecida do Norte do Paraná, na última terça-feira (12), multiplicou o alcance ao público e atingiu recordes de transmissões. Ainda em restrições por conta da crise sanitária da pandemia do coronavírus, o local não pode receber o número de fieis que, normalmente, recebia até 2019. Foram cerca de 5,5 mil pessoas que assistiram às missas presencialmente. Já nas redes sociais, o público geral ultrapassou 859 mil visualizações. Assim, o santuário se consolida como um centro de fé e devoção não só de Londrina, região, do Paraná e do interior de São Paulo, mas, também, do Brasil todo.

 

“Nosso trabalho e nosso conteúdo tem sido procurado e visto por milhares de pessoas do país inteiro. Temos aqueles que pegam a estrada e vêm até aqui pagar alguma promessa e também temos aqueles que, de outros estados, nos assistem pelas transmissões e rezam conosco, participam conosco”, afirma o padre Rodolfo Trisltz, pároco e reitor do santuário. De acordo com a organização, foram 5,5 mil fieis participantes presencialmente. Sem contar os que vieram até o local e, por não poderem adentrar ao espaço, rezaram pelo lado de fora. Ou, simplesmente, passaram na Rua Grajaú para homenagear a padroeira do Brasil.

 

Antes, porém, o local abrigava cerca de 3 mil pessoas por missa, além daquelas que vinham apenas para visitar a Sala de Promessas ou o local onde se queimam as velas. Assim, o público estimado era de 30 mil a 40 mil pessoas no dia 12 de outubro. Depois da pandemia do coronavírus, em 2020 foi necessário implantar transmissões online em todas as atividades, o que elevou o público para, além dos presentes, a mais de 120 mil espectadores. Agora, em 2021, esse publicou ultrapassou 859 mil visualizações, conforme dados registrados pelas redes sociais.

 

Assim, o santuário contabiliza 859.422 visualizações em todo o conteúdo publicado no Facebook: vídeos, fotos e reportagens. Desse total, 445.653 assistiram aos vídeos, transmissões das missas e celebrações, também transmitidas pelo Youtube. Não está sendo contabilizada a audiência da TV Evangelizar, da Rádio Alvorada e da Paiquerê 91,7, emissoras que transmitiram cada qual uma das missas em sua programação. “Nós queremos sempre chegar a cada vez mais pessoas, ampliando, dessa forma, a evangelização. Afinal, a devoção a Nossa Senhora Aparecida é, antes de tudo, uma devoção evangelizadora”, ressalta o padre.

Santuário Nossa Senhora Aparecida de Londrina

 

Foto: Wellington Ferrugem/Divulgação

 

Foto destaque: Guto Honjo/Divulgação