Momento histórico para a arquidiocese, ele é o primeiro padre da Igreja de Londrina a ser nomeado bispo

No próximo sábado, 13 de agosto, a Arquidiocese de Londrina celebra a ordenação episcopal do monsenhor Marcos José dos Santos, nomeado em junho pelo Papa Francisco como novo bispo da Diocese de Cornélio Procópio (PR). A celebração será na Catedral de Londrina, às 15h. O arcebispo dom Geremias Steinmetz será o ordenante principal e presidente da celebração, acompanhado dos bispos co-ordenantes dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida (SP), e dom Manoel João Francisco, bispo emérito da Diocese de Cornélio Procópio. O monsenhor terá como lema: “Eu vos escolhi” (Jo 15,16). Os três bispos têm um papel importante no ministério do monsenhor Marcos José. Dom Geremias é o atual arcebispo de Londrina, dom Orlando Brandes trabalhou por muitos anos com o monsenhor e de dom Manoel, ele será o sucessor na Diocese de Cornélio Procópio.

Este é um momento histórico para a Arquidiocese de Londrina, que ainda não tinha um bispo oriundo destas terras. Monsenhor Marcos José nasceu, estudou, se ordenou e exerceu o seu ministério sacerdotal aqui. É, portanto, um representante do clero de Londrina. Natural de Lupionópolis, uma das 16 cidades da arquidiocese, foi ordenado padre em fevereiro do ano 2000. Entre as atividades que exerceu estão a de coordenador da Ação Evangelizadora da arquidiocese, vigário geral, reitor de seminário e pároco.

A celebração contará com a presença de diversos bispos e autoridades civis. Também estarão presentes, padres, religiosos, diáconos, seminaristas, familiares, amigos e leigos. Na ocasião, a arquidiocese celebrará os cinco anos da presença do arcebispo dom Geremias à frente da Igreja de Londrina.

Padre Marcos José dos Santos

Nascido em 2 de março de 1974, em Lupionópolis (PR), padre Marcos José cursou Filosofia no Instituto Filosófico de Apucarana (1993-1995) e Teologia no Instituto Teológico Paulo VI, de Londrina (1996-1999). Tem mestrado em espiritualidade (2005) pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

A ordenação presbiteral foi no dia 12 de fevereiro de 2000, na Paróquia Cristo Rei, em sua cidade natal, Arquidiocese de Londrina.

Em seus primeiros anos de padre, foi animador vocacional diocesano (2000-2003); vigário paroquial na Paróquia Sagrados Corações, em Londrina (2001); e reitor do Seminário Propedêutico São José, de Londrina (2002-2003 e 2007).

Também atuou como diretor espiritual no Seminário Teológico Paulo VI, em Londrina (2006); coordenador da Ação Evangelizadora (2008-2013); pároco na Paróquia São João Paulo II, em Londrina (2014-2016); e vigário-geral da arquidiocese, de 2015 a 2017.

Nos últimos anos, foi pároco na Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Centenário do Sul (2017-2022). Em 2018, foi coordenador do 14⁰ Intereclesial das Cebs, sediado em Londrina. Desde 2006, foi assessor diocesano do Movimento dos Adoradores da Eucaristia (2006-2022). Também foi membro do Conselho dos Presbíteros por dois períodos (2008 a 2013 e de 2015 a 2022); e do Colégio dos Consultores (2015-2022).

Após a celebração de ordenação no dia 13, ele não será mais chamado de padre Marcos ou monsenhor Marcos, mas sim dom Marcos José dos Santos. Ele assumirá como novo bispo a Diocese de Cornélio Procópio no próximo sábado, 20 de agosto, em celebração na Catedral Cristo Rei, Cornélio Procópio, às 15h.

O que é uma ordenação episcopal?

Pela ordenação episcopal, o padre recebe o terceiro grau da Ordem, sacramento que continua a missão que Jesus Cristo deu aos seus apóstolos. A Ordem compreende três graus: o episcopado (ministério dos bispos), o presbiterado (dos padres) e o diaconato (dos diáconos).

Todos os graus da Ordem são conferidos por um ato sacramental chamado ordenação, sempre realizado por um bispo, que impõe as mãos sobre o ordenando e em seguida faz uma solene oração consacratória, que pede a Deus as graças do Espírito Santo para o ministério que ele vai assumir.

Na ordenação episcopal, aquele que será ordenado é ungido com o Óleo do Crisma e recebe o livro dos Evangelhos, além dos símbolos do bispo: o anel, a mitra (o chapéu) e o báculo (o cajado), simbolizando a sua missão de anunciar o Evangelho, a sua fidelidade à Igreja, e a sua função de pastor do rebanho do Senhor.

Os bispos são os sucessores dos 12 apóstolos escolhidos por Jesus, responsáveis por transmitir a fé da Igreja ao longo dos anos. A sucessão apostólica foi transmitida até os nossos dias pela imposição das mãos dos próprios bispos através da consagração episcopal, desde os tempos dos apóstolos. Para que seja válida, a ordenação de um bispo precisa ter a intervenção direta do Papa (que nomeia o novo bispo) e a presença de vários outros bispos na celebração.

Um bispo é responsável pela porção do povo de Deus que lhe foi confiada pelo Papa, mas, como sucessor dos 12 apóstolos, é também solidariamente responsável pela missão apostólica da Igreja. Ao monsenhor Marcos José dos Santos foi confiada a porção do povo de Deus que reside na Diocese de Cornélio Procópio, e também a missão de colaborar com o Papa Francisco na missão da Igreja.

Serviço:
Santa Missa de Ordenação Episcopal do Monsenhor Marcos José dos Santos
Sábado, 13 de agosto, às 15h
Catedral Metropolitana de Londrina

Juliana Mastelini Moyses
PascomArquidiocesana

Foto: Ernani Roberto

Padre Marcos José, bispo eleito para a Diocese de Cornélio Procópio, será o primeiro membro do episcopado “genuinamente londrinense”, um representante do clero arquidiocesano

A Arquidiocese de Londrina recebeu na quarta-feira, 22 de junho, uma notícia que alegra todo o povo de Deus. Um filho desta Igreja será ordenado bispo, recebendo o terceiro grau do sacramento da Ordem. O Papa Francisco anunciou a nomeação do padre Marcos José dos Santos, atual pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Centenário do Sul (PR), como novo bispo da Diocese de Cornélio Procópio (PR), aceitando a renúncia de dom Manoel João Francisco, que está com 75 anos, idade com a qual os bispos pedem renúncia. O agora monsenhor Marcos José será o primeiro bispo “genuinamente londrinense”, como o descreveu o arcebispo dom Geremias Steinmetz em coletiva de imprensa logo cedo, com a presença do padre Marcos e do padre Rafael Solano, cura da Catedral e vigário geral da arquidiocese.

O arcebispo explicou que era um desejo antigo a ordenação de um bispo da Arquidiocese de Londrina. “O padre Marcos é nascido em Lupionópolis, curiosamente o menor dos nossos municípios, o mais distante aqui da sede… Isso nos anima porque sempre se falou muito que não se tinha um bispo de Londrina. Apesar de termos bispos que nasceram no território de Londrina depois mudaram, por exemplo, o dom Donizete que foi nomeado para auxiliar de Cascavel. Ele é nascido nesta região. Porém se desenvolveu em Cornélio Procópio, então não conta”, brincou dom Geremias. “Então conta hoje um legítimo representante do nosso clero, do clero da arquidiocese.”

Na entrevista, padre Marcos comentou sobre suas raízes na Arquidiocese de Londrina, onde nasceu, cresceu e desenvolveu sua caminha cristã; fez a formação e exerce o ministério sacerdotal desde a ordenação em 12 de fevereiro de 2000. “Muita gratidão a esta Igreja que me fez padre, que me acompanhou, que me ensinou, que me acompanha e que agora através desta Igreja, eu sou enviado para uma outra Igreja em missão. Me sinto um filho da Igreja de Londrina sendo enviado em missão.”

A ordenação episcopal será no dia 13 de agosto, às 15h na Catedral Metropolitana de Londrina e terá como bispo ordenante dom Geremias e coordenantes dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, e dom Manoel João Francisco, bispo emérito de Cornélio Procópio. Monsenhor Marcos José assume a Diocese de Cornélio na semana seguinte de sua ordenação, no dia 20 de agosto, em celebração na Catedral Cristo Rei.

O padre conta que recebeu o convite para o episcopado com alegria e também um sentimento de compromisso. “Primeiramente aquele espanto, aquela surpresa, mas depois com a reflexão: é um chamado de Deus através da Igreja na pessoa do Papa Francisco, e, claro, com o tempo para dar a resposta, refletir e dar o ‘sim’, com um sentimento de muita serenidade, paz e, sobretudo, de me colocar a serviço da Igreja em Cornélio Procópio, contando com a graça de Deus, contanto com o apoio e as orações de todos.”

Ele agradeceu às suas duas famílias: a família de origem: os pais José Francisco (in memorian) e Alvina, irmãs, cunhados e sobrinhos; e a família da Igreja, na qual foi gerado na fé, na vida cristã e no ministério presbiteral. “Sou muito agradecido à Arquidiocese de Londrina, porque eu sou filho desta Igreja, e também nesta Igreja me coloquei a serviço. E por isso a minha gratidão a todos os trabalhos realizados, seja nos seminários, seja na Ação Evangelizadora, ultimamente nas duas últimas paróquias, na Paróquia São João Paulo II, no Vista Bela, e nos últimos cinco anos na Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Centenário do Sul”, agradece.

O monsenhor pediu também as orações e o apoio de todos. “O ministério, que é uma graça de Deus, eu ainda não tenho o conhecimento e a dimensão profunda, isso vai ser com a vida e com o tempo. Mas eu quero dizer que eu abraço com muita disponibilidade, humildade, serviço e amor, contando com a graça de Deus e com certeza com apoio de todos aqueles com os quais eu vou trabalhar nesse pastoreio na Igreja em Cornélio Procópio”, finaliza padre Marcos.

A arquidiocese se torna uma fonte de espiritualidade

Dom Geremias destacou que com o ministério episcopal do padre Marcos, outros locais começam a beber da fonte de espiritualidade que é a Arquidiocese de Londrina. Ele leva consigo a bagagem do trabalho pastoral desta Igreja particular. “Tudo aquilo que nesses anos todos aqui foi desenvolvido em termos de ação evangelizadora, em criatividade pastoral, as pessoas que por aqui passaram, os bispos que por aqui passaram de certa forma. Em síntese poderíamos dizer que hoje estão muito gratos ao Santo Padre, gratos a Deus pela nomeação deste nosso filho no episcopado e que por aqui também entregou sua vida com muita generosidade.”

Uma diocese, quando oferece um bispo para a Igreja, dá sinais de maturidade, reforça dom Geremias. “Uma maturidade pastoral, uma maturidade espiritual. Londrina, penso que de fato, estava precisando de uma manifestação assim no sentido de que temos aqui muitas coisas que podem ser levadas para a Igreja como um todo, para a Igreja do Paraná, do Brasil. Alguém que viveu todas essas experiências em praticamente 22 anos de ministério, tendo ainda toda sua história enquanto pessoa, é uma manifestação de apreço da Igreja pela Arquidiocese de Londrina, pelo trabalho que por aqui se desenvolve”, fala o arcebispo.

“A gente vê como as pessoas hoje se alegram muito pelo sim do padre Marcos José ao episcopado. E certamente com o seu trabalho, ele ainda vai também atrair muitas pessoas para o coração do nosso Deus, para o coração do nosso Senhor Jesus Cristo”, destaca dom Geremias na semana em que a Igreja celebra a festa do Sagrado Coração de Jesus, padroeiro da arquidiocese (24 de junho).

Processo de escolha

O arcebispo explicou que o processo de escolha de um novo bispo é simples, porém muito sério, compreende uma série de consultas e escrutínios sobre a vida do futuro membro do episcopado. “Houve um discernimento, haviam outros candidatos, outras pessoas que também estavam sendo discernidas, e pouco a pouco foi despontando o nome do nosso padre Marcos José”.

Quando foi consultado a respeito de nomes para substituir dom Manoel João Francisco, que na época estava prestes a completar 75 anos, dom Geremias procurou pensar em alguém do clero arquidiocesano. Como a Diocese de Cornélio Procópio faz parte da Província Eclesiástica de Londrina, composta também pelas Dioceses de Apucarana e Jacarezinho, a ideia é que fosse alguém da própria província, que conhecesse a realidade desta localidade. “O padre Marcos José tem esse conhecimento, ele estudou com os padres de Cornélio, e antes da minha chegada [na Arquidiocese de Londrina], dom Manoel foi administrador apostólico aqui, portanto tem uma ligação muito grande. Então nós podermos indicar alguém para a Diocese de Cornélio é sinal de uma unidade que já existe na Província Eclesiástica de Londrina.”

Segundo o arcebispo, depois do processo de discernimento, três nomes são enviados ao papa. Esses nomes são submetidos ao conselho da Congregação para os Bispos e posteriormente ao Santo Padre, que tem a sua metodologia de escolha. “Ali tem tudo sobre a vida de cada um, o ministério de cada um, as qualidades de cada um, tudo isso é de certa forma investigado, não de maneira negativa, mas para se ter segurança que se está nomeando alguém que vai liderar, que vai trabalhar com seriedade porque já demonstrou isso como padre, como professor, como coordenador. Isso é importante que seja dito ao Santo Padre na documentação que é oferecida a ele, para ter segurança de quem ele está nomeando. Então dizem sempre que o papa pega essa terna, esses três nomes, e certamente invocando o Espírito Santo de Deus, nomeia de acordo com o seu coração.”

Impulso vocacional

Dom Geremias explica que a ordenação de um bispo é também um incentivo a novas vocações. “Se Deus continua sendo fiel na vida de um padre que aceita participar do episcopado do nosso país, da Igreja, então ele é um sinal, ele é sempre um sinal de Deus”, explica o arcebispo. “Ele está dando sinais de que aquele chamado desde a juventude, para o qual a pessoa se prepara, toda formação, depois ele estudou por tempos em Roma também…, isso os jovens vêem. Muita gente se alegra com essa nomeação, e muitas pessoas olham e falam: ‘puxa, se ele fez tudo isso eu também posso fazer’.”

A vida de um bispo é sempre doação, destaca dom Geremias, alguém que entrega sua vida para resolver os problemas da Igreja, ser Igreja e viver a Igreja. “Um bispo, não é que perde a sua vontade, mas a vontade do bispo é a vontade da Igreja, é a vontade que vai se realizando pouco a pouco. Então é um sinal importante, no sentido que agora nós tempos um bispo londrinense, e que representa também essa espiritualidade cristã que por aqui nós”, finaliza dom Geremias.

Ordenação

Em nome do clero londrinense e da arquidiocese, o padre Rafael Solano, cura da Catedral e vigário geral da arquidiocese, parabenizou o novo bispo eleito e convidou toda comunidade para participar da ordenação episcopal no dia 13 de agosto às 15h, na Catedral Metropolitana. “A nossa Catedral acolhe a toda família da arquidiocese juntamente com toda família diocesana de Cornélio Procópio… Muito nos alegramos e muito agradecemos a Deus o dom da vida do padre Marcos José, hoje monsenhor Marcos José, e nos unimos também como irmãos de ministério.”

Juliana Mastelini Moyses

Pascom Arquidiocesana

Fotos: Terumi Sakai

Paroquianos da Nossa Senhora das Graças, de Centenário do Sul, acompanharam o bispo eleito
Antes da entrevista, monsenhor Marcos José foi recebido na Mitra Arquidiocesana pelos funcionários do Centro de Pastoral