“A Bíblia deve estar sempre à mão” (Papa Francisco)

 

Como uma lâmpada que ilumina um quarto escuro no meio da noite, a Palavra de Deus é a luz que ilumina toda vida da Igreja, sem a qual nada se pode fazer. Nosso dia a dia de cristãos católicos está impregnado das Sagradas Escrituras, mesmo que não percebamos. Porém, no mês de setembro, a Igreja do Brasil convida a um passo a mais no conhecimento da Palavra de Deus. O Mês da Bíblia é um período em que se busca de maneira especial conhecer a Palavra de Deus e a sua aplicação na vida cotidiana.

 

A Bíblia não deve ficar num suporte, alerta o Papa Francisco. Mas deve estar sempre à mão, para ser lida, frequentemente, seja individualmente, em família, em grupo. “Hoje se pode ler o Evangelho também com muitos instrumentos tecnológicos. Pode-se trazer consigo toda a Bíblia num telefone celular, num tablet. O importante é ler a Palavra de Deus, com todos os meios, e acolhê-la com o coração aberto. E então a boa semente dá fruto!”, afirmou o Papa.

 

Por que Setembro é o Mês da Bíblia?

O mês da Bíblia teve início em 1971, por ocasião do cinquentenário da Arquidiocese de Belo Horizonte (MG). Foi levado adiante com a colaboração do Serviço de Animação Bíblica da Congregação das Paulinas (SAB). Posteriormente, foi assumido pela Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) e estendeu-se ao âmbito nacional.

 

A escolha do mês de setembro para dedicar-se à Bíblia deve-se ao fato de no dia 30 de setembro ser comemorado o dia de São Jerônimo, o qual traduziu a Bíblia dos originais (hebraico, grego e alguns trechos em aramaico) para o latim. (Fonte: acidigital.com).

 

2021: Carta aos Gálatas

Neste ano a proposta da Igreja para o Mês da Bíblia é que os fiéis estudem e conheçam a Carta aos Gálatas, uma carta pessoal do apóstolo Paulo às comunidades da Galácia, escrita durante sua terceira viagem missionária.

 

Diferentemente de uma carta pastoral, como São Paulo escreveu, por exemplo, aos coríntios e aos filipenses, a Carta aos Gálatas é um esboço de um tratado teológico, no qual Paulo começa a organizar e a sistematizar seu pensamento de uma forma mais acadêmica.

 

Para adentrar no universo da Carta aos Gálatas, a arquidiocese promove, nesta sexta-feira, 3 de setembro, uma formação sobre a temática do Mês da Bíblia de 2021, com a professora Patrícia Zaganin, mestra em teologia Bíblica. O encontro arquidiocesano será transmitido ao vivo, às 20h, pelo aplicativo e redes sociais da arquidiocese:

Youtube (https://www.youtube.com/c/arquidiocesedelondrinaoficial)

Facebook (https://www.facebook.com/arquidiocesedelondrina).

 

Participe e deixe-se iluminar pela Palavra de Deus.

 

 

Todos os anos a ação evangelizadora da Igreja no Brasil tem como marco característico o mês de setembro ser dedicado à Bíblia. Em cada ano, um dos livros da Sagrada Escritura é lido, estudado e rezado. O 17º Plano de Ação Evangelizadora de nossa arquidiocese nos apresenta na terceira Urgência a Igreja como lugar de animação bíblica da vida e da pastoral. A comunidade que tem como missão assumir-se como casa da Palavra.

 

O Mês da Bíblia de 2019 tem como tema “Para que n’Ele nossos povos tenham vida – Primeira Carta de João”. É o quarto e último ano do ciclo do tema “Para que n’Ele nossos povos tenham vida”. Já refletimos a Profecia de Miqueias, a Primeira Carta aos Tessalonicenses, o livro da Sabedoria e por fim a Primeira Carta de João.

 

A palavra-chave da Primeira Carta de João é o verbo amar. Por isso o lema escolhido para o Mês da Bíblia 2019 é “Nós amamos porque Deus primeiro nos amou” (1Jo 4,19). O amor vem de Deus e chega a todos. Deus nos faz um convite e toda vez que somos convidados precisamos dar uma resposta, amar. A resposta ao amor de Deus é amor aos irmãos. Vamos nas próximas linhas conhecer um pouco mais essa carta no contexto histórico, literário e teológico.

 

A Primeira Carta de João faz perceber sua origem como uma homilia escrita. O autor se dirige de forma afetiva aos seus interlocutores, chamando-os de amamos e filhinhos. A tradição da Igreja apresenta como autor da Carta João, filho de Zebedeu, um dos doze e o mesmo autor das outras duas cartas e do Evangelho segundo João.

 

Sobre a teologia da carta encontramos duas fundamentais afirmações sobre Deus. Primeiramente que “Deus é Luz” (1Jo 1,5) depois “Deus é amor” (1Jo 4, 8.16). João apresenta que Deus é Luz e nEle não há trevas. Mais ao final percebemos que quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Aparecem os verbos crer, conhecer e permanecer, verbos importantes e muito presentes em todos os escritos de João. Podemos agrupar as afirmações “Deus é Luz” e “Deus é Amor” pois o amor é luz e quem não ama está nas trevas.

 

Do início ao fim da Primeira Carta de João aparece a pessoa de Jesus Cristo. A Carta é aberta e Ele é apresentado como Palavra da Vida já no primeiro versículo: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e nossas mãos apalparam da Palavra da Vida” (1Jo 1,1). O tema da encarnação vai ao longo da Carta se tornando mais presente e mais polêmico.

 

O centro do conflito que está na raiz da Carta são aqueles que negam a encarnação. Esses são chamados de anticristos. Esse termo aparece por cinco vezes Novo Testamento e todas elas nos escritos de João. A melhor forma de compreendermos seu significado está em lermos a Segunda Carta onde o autor diz: “Acontece que se espalharam pelo mundo muitos enganadores, que não confessam Jesus Cristo vindo na carne. Está aí o enganador, o Anticristo” (2Jo 7).

 

Uma riqueza da Primeira Carta de João é a forma como o autor se utiliza para exprimir o agir cristão: o verbo caminhar. Uma forma simples e pedagógica de toda Sagrada Escritura. Agir segundo a verdade é caminhar na luz, agir de forma mentirosa é caminhar nas trevas, e assim as expressões vão exprimindo o modo agir do cristão.

 

Que o Mês da Bíblia deste ano nos motive ao conhecimento da Primeira Carta de João. Ao ouvirmos que “Deus é Luz” nos encorajemos a permanecer e irradiar essa Luz. Podemos também nos questionar: é possível existir amor a Deus sem amor ao próximo? Assim, ao mesmo tempo a afirmação que “Deus é amor” deve nos ajudar a permanecer no amor e, desta forma, amarmos porque Deus primeiro nos amou.

Pe. Djonh Denys
Pároco Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Rolândia PR

“Anunciar o Evangelho e doar a própria vida” (cf. 1Ts 2,8)

mes da biblia 2017[dropcap]D[/dropcap]ia 30 de setembro é dia de São Jerônimo, um dos maiores biblistas de todos os tempos. Por isso, a Igreja dedica o mês de Setembro à Palavra de Deus. Todo ano, é escolhido um texto ou livro da Bíblia para estudo, reflexão, vivência e celebração. Neste ano o livro escolhido é a Primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses. Esta pequena Carta é a primeira carta escrita pelo apóstolo Paulo e também é o primeiro escrito do Novo Testamento.

Entre as tantas frases e expressões bonitas desta Carta, o lema escolhido foi tirado de 1Ts 2,8: “Anunciar o Evangelho e doar a própria vida”. A frase resume o que foi a vida e a paixão do Apóstolo Paulo depois da sua conversão. Viajando para tantos lugares, de cidade em cidade, Paulo anunciou o Evangelho (a Boa Notícia) que Jesus trouxe e fundou comunidades cristãs. Com suas Cartas o Apóstolo animava as comunidades e consolidava a mensagem que havia sido anunciada.

É importante recordar que Paulo não tinha em mãos os evangelhos escritos que nós temos hoje. Ele transmitia a mensagem que havia recebido dos apóstolos que conviveram com Jesus. É este Evangelho que foi anunciado como Palavra de Deus (1,6; 2,2.4.9) e que foi acolhido “não como palavra humana, mas como Palavra de Deus que produz efeito” (2,13) entre os fieis.

A Primeira Carta aos Tessalonicenses pode ser dividida em duas partes. A primeira parte (1,1–4,12) é uma grande ação de graças pela boa acolhida que os tessalonicenses tiveram do Evangelho anunciado. Na segunda parte (4,13–5,28) são mais reflexões teológicas a respeito da ressurreição e da parusia (final dos tempos) e algumas orientações finais.

Quem lê a Carta com cuidado vai perceber que a Carta não é só de Paulo, mas do grupo dos missionários: Paulo, Silvano e Timóteo (1,1). Há uma relação fraterna entre os remetentes e os destinatários. Percebe-se isso no jogo de palavras “nós x vós”. E é importante notar que por 17 vezes aparece a palavra “irmãos”. Esta Igreja que nasce é uma comunidade fraterna, de irmãos que transmitem e irmãos que acolhem o Evangelho. A Carta é marcada por uma profunda espiritualidade: vejam como aparecem tantas vezes os nomes divinos: Deus Pai, Senhor Jesus Cristo, Espírito Santo, Senhor, Deus, etc.

Os missionários fundaram a comunidade de Tessalônica e partiram para nova missão, mas ficou sempre a saudade, uma ligação afetiva que os unia mesmo quando estavam separados fisicamente. Isso nos ensina que a evangelização deve ser com amor e com paixão. Na Carta, os missionários se comportam ora “como uma mãe que acaricia os filhos” (2,7) e ora como “um pai que exorta os filhos” (2,11). É esta relação afetiva que os leva a evangelizar com o desejo de doar a própria vida, se necessário, para o bem e o crescimento da comunidade.

Os missionários rendem graças pelas três virtudes que a comunidade de Tessalônica pratica: a atividade da , o esforço da caridade e a perseverança da esperança (1,3). Estas três virtudes aparecem também em 1,8-10; 3,6 e 5,8, como uma marca que sustenta a comunidade. São as três virtudes cardeais que o cristianismo vai desenvolver na história da Igreja.

A evangelização e a fundação da Igreja em Tessalônica ocorreram em meio a conflitos (At 17,1-15). Os missionários foram vistos como aqueles que incomodavam e que estavam “revolucionando o mundo todo” (At 17,7), por isso Paulo, Silas e Timóteo tiveram que sair da cidade. Na Carta, recorda-se que o anúncio “ocorreu em meio a fadigas” (2,9). Paulo se refere a Satanás que está impedindo que ele retorne à comunidade (2,18) e teme que o Tentador destrua o trabalho realizado (3,5). Seguramente, “Satanás” e “Tentador” não se tratam de potências espirituais malignas, mas das estruturas do império romano, aliados a grupos judaicos, que se opunham ao trabalho de evangelização.

Com relação ao final dos tempos e à vinda de Jesus, havia uma espera ansiosa que tudo iria ocorrer muito em breve. A Carta procura animar os irmãos para que vivam o presente e que mantenham a esperança na ressurreição e – como pediu Jesus – que permaneçam em vigilância constante.

A mensagem desta Carta é um testemunho de como deve ser anunciado o Evangelho: com ardor pelo Reino, com entusiasmo e, ao mesmo tempo, com simplicidade e gratuidade. Hoje o mundo em crise nos desafia a sermos o testemunho vivo do Evangelho. A mensagem da boa nova de Jesus só chegará aos corações das pessoas se foi anunciada com paixão e com amor de quem é capaz de doar a própria vida pela causa do Reino de Deus.

Frei Ildo Perondi
Professor da PUCPR (Campus Londrina)

Irmãos e Irmãs da Caminhada! Estimados Padres!

É com alegria que convidamos para participarem do Curso Bíblico sobre o livro do Apocalipse de São João.

Data: 11, 12 e 13 de setembro de 2017;

Horário: 19h30 às 21h45;

Local: Catedral Metropolitana de Londrina;

Assessor: Frei Moacir Casagrande;

Destinatários: Grupos Bíblicos de Reflexão; Dia da Palavra, Formag; alunos da Escola de Teologia para Leigos; Doutrina Social da Igreja; Escola Bíblica; Treinamento de Liderança; Diáconos; Sacerdotes; Religiosas (os); Seminaristas; Agentes de Pastoral e a comunidade em geral.

Material necessário: Bíblia e material de anotação.

  • Não Haverá taxa de inscrição;
  • Haverá lanche para vender no local;
  • A Livraria Dom Geraldo estará presente.

Outras informações e esclarecimentos: (43) 3371-3141 com a Ir. Daiane ou Paulo Tardivo.

Conto com a sua participação e divulgação!

Ir. Daiane Pereira Francisco
Coordenadora Arquidiocesana dos Grupos Bíblicos de Reflexão