A verdadeira devoção brota da verdadeira fé, que conduz a reconhecer a dignidade da Mãe de Deus, a nutrir sentimentos de filial amor por ela, a imitar a sua generosa união com Cristo, porque isto é o que de fato importa; esta deve ser para todos a norma suprema de toda devoção na Santa Igreja de Deus.

Para responder à pergunta “Como a Igreja cultua Nossa Senhora?”, vamos nos servir dos números 66 e 67 da LUMEN GENTIUM, que são dedicados respectivamente a focalizar a natureza e o fundamento do culto à Virgem e as normas pastorais.

No número 66 se sublinha três argumentos (teológico, histórico, bíblico) que demonstram como a devoção a Maria é plenamente legítima e assim se adentra nos deveres religiosos do povo de Deus.

A Virgem Maria é honrada na Igreja “com culto especial”, em razão da função a ela confiada, enquanto “Mãe de Deus”, e que se apresentou no plano da salvação: “Maria toma parte nos mistérios da vida de Cristo”. O texto se limita às palavras da mais antiga oração em honra de Maria, ou seja, o “Sub tuum praesidium”, invocação que remonta o século III, no qual se encontra o título “Theotokos” – Mãe de Deus.

O documento destaca quatro adjetivos do culto mariano: Veneração, amor, invocação e imitação. A veneração está intimamente ligada ao amor, enquanto que a invocação se alinha com a imitação de suas virtudes. Do culto reservado à Mãe de Deus, se afirma que difere essencialmente do “culto de adoração, prestado ao Verbo encarnado, assim como ao Pai e ao Espírito Santo”. Cristo é Deus por natureza; Maria, ao contrário, é criatura. A Cristo é devido o culto de adoração, a ela o culto de veneração, ainda que imensamente superior ao culto tributado aos anjos e santos.

O número 67 traduz em diretrizes concretas os grandes princípios doutrinais:

– Em primeiro lugar são chamados a “promover generosamente o culto, especialmente litúrgico, à Beata Virgem. O culto à Beata Virgem Maria em geral, especialmente o litúrgico, deve ser generosamente promovido e realizado por todos.

– Em segundo lugar, são convocados a terem em grande estima “as práticas e os exercícios de piedade recomendados durante séculos pela Igreja. O fundamento e a finalidade do culto à Mãe de Deus faz parte da doutrina católica: doutrina que o concílio mesmo deliberadamente ensina.

– Em terceiro lugar, são exortados a observar quanto no passado foi estabelecido acerca do culto das imagens de Cristo, da beata Virgem e dos santos.

São chamados a deixarem-se guiar pelas fontes da fé: A Sagrada Escritura; os santos Padres; os doutores e as liturgias da Igreja (seja oriental ou ocidental); o magistério, a estudar e conhecer a reta interpretação da doutrina eclesial.

Portanto, trata-se de educar os fiéis a cultivarem a devoção a Maria, abstendo-se do sentimento estéril e transitório fechados em si mesmos, bem como da vã e supersticiosa credulidade, fruto da ignorância e do erro.

Padre Valdomiro Rodrigues da Silva
Mestre em Mariologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Marianum, de Roma, Itália
Diretor Espiritual do Seminário Paulo VI

O Santuário de Nossa Senhora Aparecida do Norte do Paraná, na Vila Nova em Londrina, realizará o curso “9 meses com Maria”, uma série de aulas sobre Mariologia, ministradas uma vez por mês, de abril a dezembro. É mais uma atividade dentro da programação do Ano Jubilar, período que vai até outubro de 2022 e que comemora o Jubileu de Platina (70 anos como paróquia) e o Jubileu de Prata (25 como Santuário). As inscrições podem ser feitas pela internet e custam R$ 20 por aula.

Entre as temáticas a serem trabalhadas estão questões sobre Maria no Antigo Testamento e nos quatro Evangelhos, além do livro do Apocalipse. Também está no programa das aulas discussões sobre alguns dogmas da mãe de Cristo, como a Maternidade, a Virgindade eterna, a Imaculada Conceição e a Assunção de Maria. “Quero levar às pessoas o conhecimento de Maria, a fim de que todos se aproximem da mãe de Jesus e nossa mãe. É isso que procuro fazer em cada curso ou formação”, ressalta o padre Valdomiro Rodrigues da Silva, diretor espiritual do Seminário Paulo VI.

Organizador do curso, o sacerdote é mestre em Teologia com especialização em Mariologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Marianum, de Roma, na Itália. E estudou, em sua tese, “A veneração à Nossa Senhora Aparecida na liturgia e na piedade popular”. De acordo com ele, o curso que será ofertado no Santuário de Nossa Senhora Aparecida cumpre a função de levar, ainda mais próxima ao povo de Deus, uma mãe que foi dada pelo próprio Jesus. “Que ninguém esqueça que temos uma Mãe, que nos foi dada por Jesus aos pés da cruz e por meio dela chegamos a Cristo”, diz.

O curso tem início no dia 23 de abril e, daí por diante, será realizado todo terceiro sábado de cada mês, até dezembro. As inscrições podem ser feitas pela internet e o pagamento de R$ 20 por aula pode ser realizado por pix, depósito bancário ou cartão (haverá máquina durante as aulas).

Serviço:

Curso de Mariologia: 9 meses com Maria

Datas e temas:

23/04 – Introdução Geral

21/05 – Mariologia no Antigo Testamento

18/06 – Mariologia em Mateus e Marcos

16/07 – Mariologia em Lucas

20/08 – Mariologia em João e Apocalipse

17/09 – Dogma da Maternidade Divina de Maria

15/10 – Dogma da Virgindade Perpétua de Maria

19/11 – Dogma da Imaculada Conceição

17/12 – Dogma da Assunção de Maria

Horário: sempre das 14h às 16h30

Local: Santuário de Nossa Senhora Aparecida (R. Grajaú, 257)

Investimento: R$ 20 por aula

Pagamento:

-Pix 43999720242

-Depósito em conta Nubank Banco 0260 – Agência 0001 – Conta Corrente 19255981-6

-Haverá máquina de cartão nas aulas

FOTOS: Wanderley Tolomi

No dia 18 de maio, o Santuário de Schoenstatt de Londrina (PR) celebra aniversário. São 71 anos da presença materna e educadora de Maria na vida de milhares de pessoas, que encontram no Santuário um lugar de paz e renovação espiritual.

 

A celebração festiva será no domingo, dia 23, iniciando com a Santa Missa às 18h na Catedral, em seguida acontecerá uma peregrinação drive thru no Santuário. Tudo será transmitido pelo canal do Youtube da Catedral e do Santuário.

 

Na comemoração deste ano, a Família de Schoenstatt celebra também o ano jubilar dos 75 anos de entronização da imagem da Mãe Três Vezes Admirável na Catedral de Londrina, realizada pelo Pe. José Kentenich, fundador da Obra de Schoenstatt, no dia 20 de abril de 1947. Este acontecimento reforça os laços históricos entre a Catedral e o Santuário.

 

A Mãe de Deus quer estabelecer-se entre seus filhos.

O Pe. José Kentenich se refere à entronização do quadro da Mãe e Rainha na Igreja Matriz como um novo documento de fundação, ou seja, um marco importante no início de Schoenstatt no Brasil. Assim ele explica:

 

“Sabemos que ela, a Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, quer ser para esta terra o que Schoenstatt é para o mundo. Quer educar os povos a partir daqui, quer restituí-los para Cristo, abri-los para Deus” (21/04/1947).

 

Confira a programação completa das celebrações de aniversário:

 

 

Santuário Schoenstatt

O Santuário Nacional de Aparecida vai representar o Brasil na “maratona” de oração convocada pelo Papa Francisco pelo fim de pandemia durante o mês de maio. Esta jornada de oração envolverá 30 santuários marianos do mundo. Hoje, dia 6 de maio, a partir das 11h, a oração do terço será rezada nesta intenção na Basílica de Aparecida (SP). A iniciativa está sendo realizada à luz da expressão bíblica: “De toda a Igreja subia incessantemente a oração a Deus” (At 12,5). “Rezar com o Papa Francisco é rezar com a Igreja. Num gesto de eclesialidade e comunhão com o Santo Padre, o Santuário Nacional se une às famílias enlutadas. Só existe luto onde houve amor. Com esperança e fé recorremos à proteção da Santa Mãe de Deus, pelo fim da pandemia”, afirma o reitor da Basílica de Aparecida, padre Eduardo Catalfo.

 

O momento oracional será transmitido ao vivo pelas redes sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pelas redes sociais do Santuário Nacional (Facebook e YouTube), TV Aparecida, TV ao Vivo no A12 e Aplicativo Aparecida. Os canais oficiais da Santa Sé vão exibir a celebração às 13h, com tradução ao português, no horário de Brasília, 18h de Roma.

 

O templo que abriga a Imagem da Padroeira do Brasil vai se unir a um conjunto de 30 santuários dedicados à Virgem Maria em todo o mundo, que ao longo do mês de maio, elevarão preces pelo “término do contágio da Covid-19 e pela retomada das atividades sociais e do trabalho”, conforme destaca a nota emitida pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, organizador do evento a nível mundial. A jornada de orações tem como tema em todos os santuários a expressão bíblica: “De toda a Igreja subia incessantemente a oração a Deus” (At 12,5).

 

Além das intenções gerais, a celebração em Aparecida também rezará pelos jovens. Eles terão participação ativa na cerimônia, realizando as orações que compõem o terço. A cerimônia será presidida pelo arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes. As canções serão executadas por músicos do Projeto de Educação Musical do Santuário de Aparecida (PEMSA), um dos projetos sociais mantidos pelo Santuário Nacional.

 

Por orientação do Vaticano, a celebração será aberta aos fiéis que desejarem participar de forma presencial no interior da Basílica. Porém, as vagas no interior do templo serão restritas a capacidade atual do local, limitada a apenas dois fiéis por banco.

 

O ingresso será feito próximo à Capela da Ressurreição, na Esplanada São João Paulo II. No local, é realizada uma triagem com aferição de temperatura corporal e higienização das mãos. Só é permitida a entrada com uso de máscara, que deve ser utilizada durante todo o rito e em todo o complexo de acolhida.

 

Início da Jornada de Oração em Roma

O próprio Papa quem abriu o calendário de orações no último sábado, 1º de maio. O pontífice rezou na Capela Gregoriana da Basílica de São Pedro, diante de um ícone da Virgem Maria, venerado na Basílica Vaticana desde o século VII.

 

No final do Terço o Santo Padre proferiu uma oração da qual transcrevemos um trecho: “Sob vossa proteção buscamos refúgio, Santa Mãe de Deus, na dramática situação atual, carregada de sofrimentos e angústias que oprimem o mundo inteiro, recorremos a Vós, Mãe de Deus e nossa Mãe, refugiando-nos sob a vossa proteção. Ó Virgem Maria, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos nesta pandemia do coronavírus e confortai a quantos se sentem perdidos e choram pelos seus familiares mortos e, por vezes, sepultados de uma maneira que fere a alma”.

 

Na ocasião, Francisco abençoou terços que serão enviados aos trinta santuários diretamente envolvidos na ação. Sendo que uma parcela deles será destinada ao Santuário de Aparecida, como presente do chefe da Igreja Católica ao maior centro de peregrinação do Brasil. Bergoglio também encerrará o calendário de preces rezando nos Jardins do Vaticano no dia 31 de maio. Os detalhes desta cerimônia ainda serão definidos e informados pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

 

CNBB

Festa da Padroeira no Santuário Nossa Aparecida de Londrina

Programação do dia 12:

Confissões
Bênção dos objetos
12h – Bênção dos Carros
12h – Consagração das Crianças (dentro da igreja)
13h30 – Terço dos Homens (extensão do Santuário ao lado do colégio)
19h – Procissão Luminosa
20h – Coroação

 

Horários das Missas:
05h – Pe. Jorge Guillermo Arias Santisteban
06h15 – Pe. Humberto Lisboa Nonato Gema
07h30 – Pe. Josenildo Dias Pires
09h – Pe. José Luis Primão
10h30 – Pe. Vandemir Alberto Araujo
13h30 – Pe. José Rafael Solano Durán
15h – Pe. Joel Ribeiro Medeiros
16h30 – Pe. Gelson Luiz Mikuszka
18h – Pe. Rodolfo Gabriel Trisltz

 

 

[dropcap]N[/dropcap]o domingo entre Natal e Ano Novo celebra-se a Festa da Sagrada Família. Esta festa recorda que o mistério da encarnação é um mistério de partilha. O Filho de Deus veio partilhar em tudo, exceto no pecado, da nossa condição humana. Veio para fazer parte da família humana, vivendo na obediência e no trabalho dentro de uma família concreta, embora única e irrepetível. Emergem, porém, nessa família os valores e as virtudes que devem caracterizar qualquer família cristã. A Bíblia relembra os deveres dos filhos para com os pais (Eclo 3,3-17) e apresenta a vida familiar segundo o mandamento do amor (Cl 3,12-21). O Evangelho lembra os principais momento da vida da Família de Nazaré: a fuga para o Egito (Mt 2,13-23); a apresentação do Menino Jesus no Templo (Lc 2,22-40); Jesus com 12 anos no templo (Lc 2, 41-52). A Igreja na sua oração pede que “em nossas famílias sejam vividas e floresçam as mesmas virtudes da Família de Nazaré e que os pais venerem o dom da vida”. Ainda lembra “que os pais se sintam participantes da fecundidade do amor de Deus e os filhos cresçam em sabedoria, piedade e graça”.

A Família continua sendo um das grandes questões na pastoral e no trabalho de evangelização. Nestes primeiros quatro meses de trabalho aqui na Arquidiocese de Londrina percebi a existência de vários movimentos, pastorais e grupos que se preocupam com a família promovendo encontros, reuniões, reflexões, etc. Isto, com certeza, deve continuar se avolumando na nossa pastoral. Há sempre uma família precisando da palavra de consolo da Igreja. Esta palavra é bom que venha através de famílias que vivem a alegria de serem seguidoras de Jesus Cristo. Em março de 2016 o Papa Francisco publicou a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia – sobre o amor na família. Logo no primeiro número o Santo Padre fala dessa alegria: “a alegria do amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja. Apesar dos numerosos sinais de crise no matrimônio, o desejo de família permanece vivo nas novas gerações. Como resposta este anseio, o anúncio cristão que diz respeito à família é deveras uma boa notícia” (n.01).

A Exortação Apostólica Amoris Laetitia fala com positividade da família. Inicia sugerindo uma ótima reflexão sobre o Salmo 128. Levanta vários temas do mundo da família: o relacionamento com a esposa, com os filhos, a presença do sofrimento, do mal, da violência que dilaceram a vida familiar. Sugere também uma reflexão sobre o trabalho e, por fim, sobre a ternura do abraço. Os outros capítulos falam sobre a realidade e os desafios das famílias; a vocação da família; o amor no matrimônio e ali reflete, palavra por palavra, o Hino da Caridade de ICor 13,4-7. O amor que se torna fecundo é objeto do capítulo V. As perspectivas pastorais ocupam os capítulos de VI a VIII. Nesta perspectiva o Santo Padre procura, sobretudo, não fazer julgamentos sobre os muitos obstáculos que a família enfrenta. Quer trabalhar com palavras-chave, ou palavras de ouro: Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade. Quer dizer, nas entrelinhas, que não importa qual é o problema que a família concreta enfrenta, ela sempre tem o direito de ser seguidora ou discípula de Nosso Senhor Jesus. Parece que as palavras de ordem são: Proximidade, discernimento, Misericórdia e Integração com a família de hoje.

dom geremiasDom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina

[dropcap]O[/dropcap] Dogma da Assunção de Nossa Senhora foi solenemente proclamado pelo papa Pio XII em 1 de Novembro de 1950, por meio da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus e é celebrada no dia 15 de Agosto. No Brasil se celebra no domingo seguinte, quando a data não cai no domingo.

A Constituição destaca a união indissolúvel entre Maria e Jesus em dupla natureza:

a) Física – acolhendo em seu ventre o Verbo divino e revestindo-o com nossa carne, Maria tornou-se como que a Arca da Nova Aliança, a sede da Presença encarnada de Deus entre nós. Desse modo, repugna pensar que o corpo da Virgem, de tal forma fundido com a humanidade de Cristo em virtude da função biológico-materna, fosse depois separado do Filho, submetendo-se à corrupção do sepulcro.

b) Moral – Maria enquanto nova Eva, ao lado e em dependência do novo Adão (Cristo) participou intimamente da obra redentora do Filho, na luta e na vitória contra o demônio, o pecado e a morte. Assim, como a ressurreição foi o início da salvação operada por Cristo, também era conveniente que a participação de Maria nessa luta fosse coroada pela glorificação de seu corpo virginal. Portanto, a Assunção de Maria; é consequência da união perfeita de Maria com o Filho no campo da fé.

A Assunção significa o definitivo encontro de Maria com seu Filho que a precede na glória. Mãe e Filho vivem um amor e uma união inimaginável. Ela não precisa mais crer em sua divindade, contra todas as aparências. Agora vê a realidade assim como ela é, da filiação e de sua maternidade divina. Aquela que sempre esteve ao lado do filho nesta vida, não foi abandonada por Deus que a escolheu e preparou para conceber, gerar e dar à Luz ao Seu Filho. Ela se tornou a porta de entrada de Jesus Cristo neste mundo e por especial privilégio herdou a graça de estar junto dele em corpo e alma, conforme define a proclamação dogmática, que professa que Maria “terminado o curso de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória do céu”.

assuncao de maria
Assunção da Virgem. 1616. Por Rubens, atualmente nos Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica.

Em 8 de Dezembro de 1854, o Papa Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, proclama Maria Imaculada Conceição. Este dogma está em estreita ligação com o da Assunção de Maria, pois se coloca como uma das causas para a definição do presente dogma de fé. Para entendermos bem isso, basta que pensemos no que significa a Imaculada Conceição de Maria. Por sua Imaculada Conceição, ela se encontra em uma especial situação, toda particular, única e inteiramente diferente. Ao ser preservada do pecado em vista dos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, Maria é subtraída de toda ação maléfica do demônio sobre sua pessoa. Naturalmente, esta isenção expressa uma misericórdia toda particular de Deus, que a introduz em sua glorificação antecipada da qual até mesmo seu corpo desfruta. Ela não precisa aguardar julgamento algum, pois o julgamento é reservado aos pecadores. Ela já está pronta e pode, assim, contemplar o cumprimento de todas as promessas do Pai, a começar pela Ressurreição, se tornando a primeira beneficiária das virtudes de Cristo Salvador.

A Virgem Imaculada na glória é “sinal de esperança segura e de conforto para o Povo de Deus peregrino” (Lumen Gentium 68). Ela é a “imagem e o começo da Igreja consumada” (LG 68). A Virgem gloriosa é um sinal eloquente do jeito de Deus agir: Ele exalta os humildes (Lc 1,52b; cf. Lc 14,11.18). De fato, ela é a serva (Lc 1,38.48) que foi elevada a Rainha. O Documento da Conferência Latino-americana de Puebla declara que “no corpo glorioso de Maria começa a criação material a ter parte no corpo ressuscitado de Cristo”.

Pe. Valdomiro Rodrigues da Silva
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Luz
Mestrando em Mariologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Mariana em Roma