Em pré-assembleia realizada no sábado, lideranças falam do legado das SMP depois dos quase quatro anos de processo na arquidiocese. As contribuições farão parte do 17º Plano de Ação Evangelizadora

Lideranças das Santas Missões Populares tiveram uma pré-assembleia no sábado, 24 de junho, para discutir os rumos da missão permanente na arquidiocese. A reunião contou com a presença de pouco mais de 370 pessoas, entre padres, religiosos e leigos, que elaboraram uma síntese das contribuições das Santas Missões para a Igreja de Londrina. As contribuições levantadas serão consideradas na elaboração do 17º Plano de Ação Evangelizadora.
A pré-assembleia foi um momento também de celebrar os quase quatro anos em que a arquidiocese esteve totalmente envolvida com as missões. Os presentes, representantes de todos os decanatos, relembraram toda a caminhada para destacar as contribuições da missão para os rumos que a Igreja de Londrina vai tomar nos próximos anos. Na ocasião, dom Geremias Steinmetz assinou a Carta de Compromisso do Missionário. Cada missionário da arquidiocese também assinou a sua Carta de Compromisso no primeiro retiro das SMP.
Dom Geremias explica que este é um momento de síntese importante na arquidiocese, depois de quase quatro anos de trabalho em vistas das SMP, do 14º Intereclesial e dos empenhos do 16º Plano de Evangelização. “Agora é necessário fazer uma síntese e repensarmos a caminhada. Ver por onde nós temos que caminhar, quais os passos que precisamos dar, quais os trabalhos que precisamos continuar investindo com mais força, com mais energia.”
O primeiro passo em direção ao novo Plano de Evangelização foi dado em março com a pré-assembleia em vista do 14º Intereclesial. Além das SMP, também haverá uma avaliação de todo o trabalho do 16º Plano Arquidiocesano. “Isso então vai nos trazer para julgar e elaborar as proposições dos trabalhos para os próximo quatro, cinco anos. Estamos muito felizes, a arquidiocese está respondendo, os padres estão respondendo, o laicato está respondendo com muita energia também, e eu creio que com a graça de Deus e um bom discernimento, a gente poderá fazer um ótimo trabalho nos próximos anos”, completa dom Geremias.

Grupos
Depois da avaliação das SMP na arquidiocese, as pessoas foram divididas em 12 grupos, nos quais discutiram o processo das missões. Com grupos pequenos, há maior possibilidade de que todos sejam ouvidos e se leve em conta a realidade variada da arquidiocese. Representantes de cada grupo apresentaram o conteúdo discutido em plenária no final da assembleia.
“Essas discussões estão nos dizendo que Igreja missionária as pessoas querem na Arquidiocese de Londrina e como fazer para que as nossas paróquias se convertam em paróquias missionárias, bem como elencar para nós prioridades em vista das missões permanentes e desafios a serem superados pelo Plano de Ação Evangelizadora. As visitas nos mostraram uma realidade muito desafiadora e agora nós vamos eleger o que nós vamos fazer para contribuir com a missão permanente, para tornar a Igreja de Londrina uma Igreja com o pé no chão, que sabe onde pisa e que tem respostas a um desafio tão emergente que é a pobreza, a violência e o afastamento das pessoas de Cristo”, explica Paulo Tardivo, coordenador das SMP.

Continuidade
A pré-assembleia trouxe para os missionários a certeza de que a missão continua. “Havia muita dúvida ainda nas paróquias, nas comunidades sobre a continuidade das missões. E o que ficou evidente é que o projeto das SMP continua, já tem os eventos programados para essa sequência do ano e está inserida no próximo Plano de Ação Evangelizadora da arquidiocese”, comenta o missionário Eli Araújo, da Paróquia Rainha do Universo, coordenador das SMP do Decanato Centro.

Juliana Mastelini Moyses
PASCOM Arquidiocesana

 

Dom Geremias assinou a Carta de Compromisso do Missionário das SMP. Cada missionário da arquidiocese também assinou a sua carta no primeiro retiro das SMP (Foto Tiago Queiroz)

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Fotos: Guto Honjo / Tiago Queiroz

Bispos do Conselho Permanenteda CNBB se reúnem nesta semana em Brasília para tratar de assuntos e questões da Igreja Católica. É a segunda reunião anual do Conselho Permanente. Nesta reunião os bispos fazem também uma análise da situação política, econômica e eclesial atual do Brasil. Está entre as duas reuniões mais importantes que dom Geremias Steinmetz participa, acima dela só a Assembleia Geral da CNBB. Dom Geremias participa do conselho desde 2014.

Serão dois dias de muito de trabalho, explica dom Geremias (Foto Tiago Queiroz/PASCOM)

 “É uma alegria participar desta reunião. Essa reunião ajuda muito a compreender questões referentes às cidades. Londrina é uma cidade relativamente grande, então se tem uma visão boa de como levar adiante grandes questões. Além disso, também vamos ver as diretrizes gerais da Ação Evangelizadora no Brasil, aqui na arquidiocese estamos elaborando as diretrizes para o ano que vem, então essa reunião é importante para que nossas proposições não caiam fora”, explicou o arcebispo.

Participam do Conselho Permanente a presidência da CNBB, os presidentes das 12 Comissões Episcopais Pastorais, presidentes dos regionais da CNBB e um bispo eleito de cada regional. Na pauta da reunião assuntos como as diretrizes da Ação Evangelizadora no Brasil para 2019-2023, ideologia de gênero e mês missionário extraordinário.  “Serão dois dias e meio de muito trabalho”, conclui.

Grupo de Assessores
Na segunda-feira, 18 de junho, os assessores de todas as comissões da CNBB estiveram reunidos na sede provisória da Conferência em Brasília. São 12 comissões episcopais pastorais: Liturgia, Animação Bíblico-Catequética, Cultura e Educação, Laicato, Vida e Família, Juventude, Comunicação, Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso, Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, Doutrina da Fé, Ministérios Ordenados e Vida Consagrada e Ação Social Transformadora. Além deles, também participa a assessoria da comissão especial para a Amazônia e assessores de Política, de Direito Canônico e de Imprensa. (Com informações: CNBB).

Juliana Mastelini Moyses
PASCOM Arquidiocesana

As raízes da devoção ao Sagrado Coração de Jesus fundam-se na mística medieval alemã e francesa. Merece destaque são Bernardo, com sua devoção à paixão de Jesus, concretizada nos diversos membros de seu corpo e no coração traspassado. Adquire grande vigor com o trabalho dos franciscanos, sobretudo são Boaventura (falecido em 1274), estendendo-se da França à Alemanha e Itália e reclamando o reconhecimento oficial da Igreja e na sua liturgia. João Eudes (1601-1680) obteve a faculdade de celebrar solenemente a festa do Sagrado Coração das mãos do Bispo de Rennes em 08 de março de 1670.

Que a devoção ao Sagrado Coração de Jesus continue proporcionando a cada pessoa o alívio das dores, a certeza da paz, a alegria do amor, o incentivo para missão, a disposição para a caridade, o desejo de servir ao irmão

Santa Margarida Maria Alacoque foi uma das principais religiosas da Igreja a propagar a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Ela nasceu na Aldeia de Lautecour, na Borgonha, em 1647. Nessa época apesar de já existir, a veneração não era muito conhecida. A sua missão foi dar-lhe impulso e difusão universal, adaptá-la às necessidades da Igreja Católica nos tempos modernos e fixar as práticas de piedade mais adequadas às novas circunstâncias. Ela teve uma revelação do Sagrado Coração de Jesus quando ouviu: “Meu coração Divino está inflamando de amor pelos homens e por ti. Preciso difundir as chamas do meu coração para enriquecer a todos com os preciosos tesouros do meu coração”. Assim nasceu a festa do Sagrado Coração de Jesus. A mais célebre das aparições foi em 1675, quando Jesus pediu a Santa Margarida Maria que fosse estabelecida uma festa para honrar seu Coração: “a sexta-feira depois da oitava da festa do Corpo de Deus, comungando-se nesse dia e buscando desagravá-lo com atos fervorosos”.

O Papa Pio IX, em 1856, concedeu a extensão da festa a toda a Igreja. O dia que se fixava era a sexta feira depois da oitava de “Corpus Christi”, coincidindo, a partir da reforma do Concílio Vaticano II, com a terceira sexta feira depois de Pentecostes.

O primeiro devoto do Coração de Jesus no Brasil nascente, São José de Anchieta, escreveu versos sobre o Coração de Jesus: “a lança que abriu-lhe o peito…”. Ele estava já se antecipando nessa devoção mas não publicava porque não estava ainda aprovada.

Na liturgia da Igreja, em 2018, estamos vivendo o Ciclo B. Os textos bíblicos para a celebração do Sagrado Coração de Jesus são o de Oséias (11,3-4.8-9), de Paulo aos Efésios (3,8.12.14-19) e de João (19,31-37). Com eles é proclamado o amor de Deus, cujo “coração salta no peito e suas entranhas se comovem dentro dele”. Importa dirigir o olhar para Cristo, traspassado na cruz. Verdadeiro cordeiro pascal, de cujo coração sai sangue e água, símbolos dos dons da salvação, para compreender com todos os santos, qual é a largura e o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Cristo que supera qualquer conhecimento”.

Os documentos registram a criação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Londrina, em 1934. Significa que esta devoção está presente nesta cidade desde a construção das primeiras casas. Justifica-se assim que seja o Padroeiro de Londrina. A diocese de Londrina foi criada sob os auspícios do Sagrado Coração de Jesus e assim é também o seu padroeiro. A Catedral é chamada carinhosamente de “Catedral do Coração” numa clara referência ao seu padroeiro. Que a devoção ao Sagrado Coração de Jesus continue proporcionando a cada pessoa o alívio das dores, a certeza da paz, a alegria do amor, o incentivo para missão, a disposição para a caridade, o desejo de servir ao irmão. Muitas pessoas que vivem nas “periferias existenciais” encontram no Sagrado Coração de Jesus conforto, esperança e consolo.

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina

Foto destaque: Wellington Ferrugem

Para discutir o tema “Pastoral Urbana a partir da experiência da Paróquia Ascensão do Senhor”, arcebispos e bispos das grandes metrópoles brasileiras estão reunidos hoje em Salvador, no Centro de Treinamento de Líderes (CTL). Participam os arcebispos e bispos das arquidioceses de Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Londrina, Olinda e Recife, Belém, Brasília, Florianópolis, Ribeirão Preto e Goiânia. (Com informações Arquidiocese de São Salvador Bahia)

Confira fotos da abertura na manhã de hoje:

Fotos: Arquidiocese de São Salvador Bahia

[dropcap]N[/dropcap]a caminhada do Ano Litúrgico a Igreja Católica celebra a Festa de Pentecostes e com ela encerra o Tempo Pascal. Celebra-se assim o início da atividade da Igreja, o trabalho da evangelização. Recorda-se, especialmente, o mandato do próprio Jesus aos seus discípulos: Ide a todos os povos, anunciai e batizai (Mc 16,15). Encerrado o Tempo Pascal a Igreja nos oferece a celebração de algumas das grandes verdades da fé: A solenidade da Santíssima Trindade e a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor (Corpus Christi).

A devoção à Trindade, entendida como “conceito” elaborado pelas escolas teológicas, não é muito antiga: remonta ao século X. A tradição litúrgica patrística, porém, não ignorou a Trindade vendo-a sempre na realização da própria história da salvação como uma realidade dinâmica. Com razão A. Adam observa: “O fato de que esta festa seja celebrada justamente no domingo depois do de Pentecostes pode ser interpretado como um agradecido olhar retrospectivo sobre o cumprimento da salvação; mistério que, segunda a antiga teologia dos Santos Padres, é realizado pelo Pai, através do Filho, no Espírito Santo”.

A Festa de Corpus Christi é produto da devoção eucarística medieval ocidental. Surgiu para afirmar a presença real contra os erros de Berengário de Tours e foi estendida a toda a Igreja pelo Papa Urbano IV em 1264. Motivou ainda o limite do conteúdo desta festa: atenção à presença real considerada de modo muito independente do mistério eucarístico total. A reforma do Concílio Vaticano II, com a denominação mais completa dada à solenidade (menciona-se não somente o corpo mas também o sangue de Cristo) e com maior riqueza de textos bíblicos, quis exprimir uma visão do mistério eucarístico que leve em conta todos os seus aspectos.

Visto que estamos vivendo o Ano B, as leituras apresentam a eucaristia como sacrifício da Aliança. O texto do Êxodo (24,3-8) descreve a aliança do Sinai selada pelo sacrifício e pela aspersão do povo com o sangue das vítimas imoladas: “Este é o sangue da aliança que o Senhor faz com vocês através de todas essas cláusulas”. O Evangelho de Marcos (14,12.16.22-26) apresenta a instituição da eucaristia como cumprimento da  antiga Páscoa e atuação da nova e eterna aliança: Jesus diz: “Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos”. O trecho da Carta aos Hebreus (9,11-15) coloca em confronto o sacrifício de Cristo, sacerdote – vítima, com aquele oferecido no grande dia da expiação. A oferta sacrifical – pascal de Cristo não é somente um sacrifício de expiação, mas a oferta do sangue é também um sacrifício – aliança.

A propósito, o Papa Bento XVI publicou em 2007 a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Sacramentum Caritatis, sobre a eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da Igreja. Nela busca esclarecer a relação intrínseca entre celebração e adoração. “Neste significativo aspecto da fé da Igreja, encontra-se um dos elementos decisivos do caminho eclesial que se realizou após a renovação litúrgica querida pelo Concílio Vaticano II. Quando a reforma dava os primeiros passos, aconteceu às vezes não se perceber com suficiente clareza a relação intrínseca entre a Santa Missa e a adoração do Santíssimo Sacramento” (n.66).  Tentando responder a algumas objeções, acrescenta: “A adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d’Aquele que comungamos. Precisamente assim, e apenas assim, é que nos tornamos um só com Ele e, de algum modo, saboreamos antecipadamente a beleza da liturgia celeste. O ato de adoração fora da Santa Missa prolonga e intensifica aquilo que se fez na própria celebração litúrgica. Com efeito, somente na adoração pode maturar um acolhimento profundo e verdadeiro. Precisamente neste ato pessoal de encontro com o Senhor amadurece depois também a missão social, que está encerrada na Eucaristia e deseja romper as barreiras não apenas entre o Senhor e nós mesmos, mas também, e sobretudo, as barreiras que nos separam uns dos outros” (n.66).

No número 67, o Papa Bento XVI recomenda: “aos pastores da Igreja e ao povo de Deus a prática da adoração eucarística tanto pessoal como comunitária. Para isso, será de grande proveito uma catequese específica na qual se explique aos fiéis a importância deste ato de culto que permite viver, mais profundamente e com maior fruto, a própria celebração litúrgica”.

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina

Foto destaque: Douglas Estevam

[dropcap]E[/dropcap]stou nestes dias relendo, mais uma vez, o XVI Plano de Ação Evangelizadora (2014-2017) da Arquidiocese de Londrina. Me chamou atenção que entre as “sombras eclesiais” (pág 19) está escrito assim: “é crônica a falta de vocações na arquidiocese” e, em seguida: “É ainda frágil a união entre os presbíteros, os diáconos e os religiosos”. Nas “luzes eclesiais” diz (pág. 17): Londrina é o berço de uma congregação religiosa, as Irmãs Missionárias Claretianas, fundada pelo primeiro arcebispo Dom Geraldo Fernandes e madre Leônia Milito, no ano de 1958”. Mais adiante diz: “O Presbitério de Londrina é enriquecido pela presença e ação dos padres diocesanos, pela grande presença de religiosos e de missionários, vindos de diversos países. Os diáconos permanentes muito colaboram em nossa Igreja, com seu testemunho e ação evangelizadora”. O tema das Vocações é um destaque da quarta Urgência Pastoral (pág. 36). Ali aparecem várias sugestões interessantes para impulsionar as vocações sacerdotais e religiosas: Fortalecer a Pastoral Vocacional e o Serviço de Animação Vocacional nas paróquias; ter um padre referencial em cada decanato para a animação vocacional; valorizar o Dia Mundial de Oração pelas Vocações no quarto domingo da Páscoa; promover encontros e retiros de opção de vida nas paróquias e nos decanatos para adolescentes e jovens, etc. Percebe-se que o trabalho vocacional é manifesto nas preocupações da arquidiocese e, até mesmo, procura-se apontar caminhos e soluções para que possamos ter sempre mais vocações sacerdotais e religiosas.

Diante de tudo isso podemos perguntar: será que Deus parou de chamar ou a nossa maneira de chamar que não desperta a atenção suficientemente? Rezemos com fé e autenticidade de coração e muitas vocações sacerdotais e religiosas não tardarão a bater nas portas dos nossos seminários.

O mesmo problema que nós enfrentamos é enfrentado por muitas outras dioceses do Brasil. Há dioceses que até alguns anos atrás eram verdadeiros celeiros de vocações, hoje não conseguem mais repor o clero diocesano que envelhece ou morre. Vê-se também muitas vocações para as chamadas Novas Comunidades, quando faltam vocações para os presbitérios locais e também para as congregações missionárias, masculinas ou femininas. É com esta preocupação que nasceu a Ação Evangelizadora Cada Comunidade uma nova Vocação. Ela se desenvolveu a partir de uma experiência na Diocese de Ponta Grossa (PR), que obteve e ainda obtêm êxito no campo vocacional e, especialmente, de ordenações sacerdotais. A Ação Evangelizadora é simples e enxuta: que em cada encontro eclesial de pastorais, movimentos, comunidades, religiosos, presbíteros, diáconos, grupos, etc., reze-se uma oração vocacional conhecida do grupo ou, na ausência desta, reze-se uma dezena do terço pedindo por vocações sacerdotais e religiosas. É o próprio Jesus que nos manda rezar pedindo trabalhadores para a messe (Mt 9, 38). Além disso, o convite é para gravarmos pequenos vídeos, com testemunhos de vida, chamados vocacionais, apelos de Deus na vida das pessoas. O desafio é falar positivamente da alegria de responder ao chamado de Deus no serviço à vida da comunidade e da Igreja e no serviço ao Reino de Deus.

A minha história pessoal é recheada pela presença de religiosos e religiosas. Há vários deles entre a minha família próxima ou mais distante. Todos vinham visitar-nos e falavam com alegria dos trabalhos, conquistas, dificuldades e até desencontros nos seus respectivos trabalhos. Além disso, a oração na minha comunidade de origem que sempre, aos domingos, reza pelas vocações e acompanha com satisfação aqueles que de lá saíram para dar uma resposta mais concreta ao chamado de Deus. Diante de tudo isso podemos perguntar: será que Deus parou de chamar ou a nossa maneira de chamar é que não desperta a atenção suficientemente? Rezemos com fé e autenticidade de coração e muitas vocações sacerdotais e religiosas não tardarão a bater nas portas dos nossos seminários.

A minha história pessoal é recheada pela presença de religiosos e religiosas. Há vários deles entre a minha família próxima ou mais distante. Todos vinham visitar-nos e falavam com alegria dos trabalhos, conquistas, dificuldades e até desencontros nos seus respectivos trabalhos.

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina

[dropcap]A[/dropcap]pós a vivência do período quaresmal, em que se destacam o anúncio da Palavra de Deus, o jejum, a esmola e a oração como práticas para motivar o aprofundamento da fé e também do discipulado de Nosso Senhor Jesus Cristo, celebra-se a Ressurreição do Senhor. Ela é precedida da Semana Santa que recorda grandes mistérios da fé, tais como: a instituição do sacerdócio, a instituição da Eucaristia, o Lava-pés, a morte do Senhor e a Vigília Pascal, ou seja, da Ressurreição. Esta é a celebração central da fé cristã. Sem a ressurreição vã seria a nossa fé. Seríamos os mais tolos dos homens. Poucas celebrações litúrgicas são tão ricas de conteúdo e de simbolismo como a Vigília Pascal. Ela é o coração de todo o ano litúrgico, do qual se irradiam todas as outras celebrações. O Missal Romano lembra que “por uma antiquíssima tradição, esta é ‘a noite de vigília em honra do Senhor’” (Ex 12, 42).

No primeiro período da Igreja, a Páscoa foi o único ponto central da pregação, da celebração e da vida cristã. O culto da Igreja nasce da Páscoa e para celebrar a Páscoa. É um dado da maior importância. Tudo é visto no centro e a partir do centro, e este centro é o acontecimento do Cristo morto e ressuscitado. No começo, portanto, tudo está centrado neste único mistério histórico-salvífico, atualizado no presente da celebração. Os primeiros cristãos celebravam a Páscoa a cada oito dias naquele dia que é chamado “Dia do Senhor” ou Domingo. Pouco a pouco cresceu a consciência da Páscoa anual que objetivava celebrar uma vez por ano, com mais solenidade a Páscoa do Senhor e assim começou a formação do ano Litúrgico. Passou-se a celebrar a cada ano o ciclo dos “mistérios” de Cristo (natal, epifania, batismo, etc.) para esclarecer e dar maior destaque ao Mistério do Senhor (Ressurreição).

É ao redor da Páscoa que se forma a Igreja. Este Mistério da Fé, tão profundo e inusitado, precisa ser anunciado a toda a humanidade. A Igreja vive para anunciar a salvação que brota da ressurreição do Senhor. O Catecismo da Igreja Católica lembra que “a transmissão da fé cristã é primeiramente o anúncio de Jesus Cristo, para levar à fé nele. Desde o começo, os primeiros discípulos ardiam do desejo de anunciar a Cristo: ‘Pois não podemos, nós, deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos’ (At 4,20)” (425). No centro da catequese encontramos essencialmente uma Pessoa, a de Jesus de Nazaré, Filho único do Pai…, que sofreu e morreu por nós e agora, ressuscitado, vive conosco para sempre… (426).  

É ao redor da Páscoa que se forma a Igreja. Este Mistério da Fé, tão profundo e inusitado, precisa ser anunciado a toda a humanidade. A Igreja vive para anunciar a salvação que brota da ressurreição do Senhor

Este dia da ressurreição estende-se por 50 dias de celebração como se fosse um único dia de alegria pela vitória do Senhor sobre a morte. Assim quero desejar a todos uma Feliz e Santa Páscoa. Que o ressuscitado, o Deus da Vida, nos transforme em “homens e mulheres novos” e todos possamos celebrar a vitória sobre a morte produzida pelo pecado.

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina

 

Na última quarta-feira, 28 de fevereiro o arcebispo Metropolitano de Londrina, Dom Geremias Steinmetz, esteve em visita pastoral no seminário da etapa do discipulado, correspondente à filosofia, Dom Albano Bottero Cavallin em Maringá/PR.

Nesta ocasião o arcebispo presidiu a Celebração Eucarística e conversou com os seminaristas que aproveitaram a oportunidade em celebrar o aniversário natalício de Dom Geremias que foi na segunda feira dia 26.

Diego Jorge dos Santos
Seminário Filosófico Dom Albano Cavallin

cartaz 14 cebs final Entre os dias 23 e 27 de Janeiro de 2018 acontecerá em Londrina o 14º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEB´s). Este foi assumido, à época, por D. Orlando Brandes e a Arquidiocese de Londrina, na celebração final do Intereclesial que ocorreu em Juazeiro do Norte – CE, de 07 a 11 de Janeiro de 2014. O tema é “CEB´s e os desafios do Mundo Urbano” e o lema, retirado do Livro do Êxodo 3,7: “Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo”. O evento já está totalmente preparado, pois uma Comissão foi composta aqui em Londrina que, juntamente com a Comissão Ampliada Nacional vem organizando e planejando a, pelo menos há 03 anos, todos os detalhes de cada evento que deverá ocorrer neste espaço de tempo.

Além de 03 grandes celebrações: a de Abertura (Praça da Bíblia), a dos Mártires e Defensores da Vida (Aterro do Lago Igapó) e a de Encerramento (Ginásio de Esportes Moringão), deverá acontecer no Moringão a Grande Plenária que reunirá todos os participantes. As mini-plenárias acontecerão com temas variados e em vários lugares, nas paróquias centrais de Londrina. Os temas que serão trabalhados nestas mini-plenárias refletem as muitas questões para construirmos uma cidade para todos e não para uns poucos privilegiados:  O acesso e condições de moradia; Os desafios da mobilidade (transporte e locomoção); As mudanças no mundo do trabalho e os impactos na participação da comunidade; Pluralismo: ecumenismo e diálogo inter-religioso; Democratização e participação na política partidária; O desafio das juventudes; Movimentos e organizações sociais e populares; Ecologia e o cuidado ambiental; Direito à saúde e saneamento; Mídias, novas tecnologias e direito a comunicação; A questão da violência e da segurança; Os desafios da formação e da educação; Desafio de acesso e participação da cultura e lazer.

Muita gente, em Londrina e municípios vizinhos, está preparada e esperando com alegre expectativa as quase três mil pessoas que virão para cá querendo participar deste evento. Os 17 regionais da CNBB deverão se fazer presentes. Vários outros países se farão representar. Pessoas de outras igrejas cristãs e outras religiões também se farão presentes. Teremos a marcante presença de bispos de muitas das dioceses do país que virão acompanhando os delegados de suas dioceses. Todas as famílias que irão receber os participantes em suas casas foram reunidas e receberam orientações para que todos possam acolher bem e sentir-se participantes plenos do Intereclesial. Iniciativas realmente edificantes deverão acontecer nas comunidades, tais como, o jantar e convivência com as famílias hospedeiras e o Dia da Palavra nas Comunidades Hospedeiras. Também a questão da alimentação, transporte, espaços físicos e outros quesitos que estão organizados e receberam, inclusive, apoio de técnicos da Prefeitura Municipal de Londrina e do Prefeito Municipal com todo o seu team, a quem agradecemos.

Além de toda a organização de acolhimento, hospedagem, trabalhos já descritos, temos a preparação, que vem ocorrendo há 03 anos, através do processo das Santas Missões Populares em vista do 14º Intereclesial. Muitas paróquias envolvidas, muitas comunidades envolvidas e muitas pessoas envolvidas. Parabéns a todos! Que venha o 14º Intereclesial! Vamos continuar bebendo desta fonte da Palavra, da Eucaristia, do Concílio Vaticano II, da Organização Social.

dom geremiasDom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina

14 intereclesial cebs

[dropcap]O[/dropcap] dia 01 de Janeiro, além de ser o início de um novo ano é, também, celebrado como o DIA MUNDIAL DA PAZ. Todos os anos o Papa publica uma mensagem para este dia que é celebrado com bastante consciência na Igreja Católica. Para o ano de 2018 o Papa Francisco escolheu o tema MIGRANTES E REFUGIADOS: HOMENS E MULHERES EM BUSCA DE PAZ. Recorda primeiramente que “a paz, que os anjos anunciam aos pastores na noite de Natal, é uma aspiração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta”. Na mensagem são lembrados os mais de 250 milhões de migrantes no mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados.

Num segundo ponto da Mensagem trata-se do porquê de tantos refugiados e migrantes no mundo. Lembra da Mensagem de São João Paulo II no ano 2000 que falava de uma “sequência infinda e horrenda de guerras, conflitos, genocídios, limpezas étnicas que caracterizaram o século XX”. O Papa Francisco lamenta que “infelizmente, o novo século, não registrou uma verdadeira viragem: os conflitos armados e as outras formas de violência organizada continuam a provocar deslocações de populações no interior das fronteiras nacionais e para além delas”. A maioria migra seguindo um percurso legal, mas há quem tome outros caminhos, sobretudo por causa do “desespero, quando a pátria não lhes oferece segurança nem oportunidades, e todas as vias legais parecem impraticáveis, bloqueadas ou demasiado lentas”. Diante da tendência de vermos as migrações, simplesmente, como negativas, o Papa convida a “vê-las com um olhar repleto de confiança, como oportunidade para construir um futuro de paz”.

Além disso somos provocados a um olhar contemplativo que deve ser alimentado pela sabedoria da fé. Esta indica que “todos pertencemos a uma família, migrantes e populações locais que os recebem, e todos tem o mesmo direito de usufruir dos bens da terra, cujo destino é universal, como ensina a doutrina social da Igreja. Aqui encontram fundamento a solidariedade e a partilha”. Os migrantes e refugiados sempre trazem algo consigo: coragem, capacidades energias e aspirações para além dos tesouros de suas culturas nativas. Nisto podem-se reconhecer “rebentos de paz que já despontam e precisam ser cuidados”.

O Santo Padre apresenta, ainda, “quatro pedras miliárias para a ação”: acolher, proteger, promover e integrar. O “acolher” faz apelo à exigência de ampliar as possibilidades de entrada legal, de não repelir refugiados e migrantes. Lembra o texto bíblico: Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos (Hb 13,2). No “proteger” lembrar o dever de reconhecer e tutelar a dignidade inviolável daqueles que fogem dum perigo real em busca de asilo e segurança, de impedir a sua exploração. Lembra outro texto bíblico: O Senhor protege os que vivem em terra estranha e ampara o órfão e a viúva (Sl 146,9). No “promover” lembra o apoio para o desenvolvimento humano integral (educação, saúde, esporte, etc). Lembra o texto de Deuteronômio 10, 18-19: “Ama o estrangeiro e dá-lhe pão e vestuário” e “Amarás o estrangeiro porque foste estrangeiro no Egito”. O “integrar” significa permitir que refugiados e migrantes participem plenamente da vida da sociedade que os acolhe, numa dinâmica de mútuo enriquecimento. Lembra o texto de Paulo aos Efésios: “Já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus” (2,19). Por fim, faz proposta para dois pactos internacionais: um para migrações seguras, ordenadas e regulares, outro referido aos refugiados. “E importante que sejam inspirados por sentimentos de compaixão, clarividência e coragem, de modo a aproveitar todas as ocasiões para fazer avançar a construção da paz só assim o necessário realismo da política internacional não se tornará uma capitulação ao cinismo e à globalização da indiferença”.

dom geremiasDom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina