Seminaristas foram ordenados em celebração presidida pelo arcebispo dom Geremias na Catedral no sábado, 30 de outubro

 

 

Pela imposição das mãos de dom Geremias Steinmetz, arcebispo de Londrina, os seminaristas Alex Aparecido Barboza, Elizeu Bonfim de Souza, Paulo Ricardo Batista, Renato Aparecido Ferraz Pelisson e Rodrigo Nunes dos Santos receberam o primeiro grau do sacramento da ordem, o diaconato. A celebração eucarística na Catedral de Londrina reuniu padres, religiosos, diáconos, seminaristas, familiares, amigos e membros das comunidades em que os jovens atuaram durante sua trajetória pastoral.

 

Como lema da ordenação, a passagem de João: “É necessário que ele cresça e que eu diminua” (3,30), ressalta a natureza sobrenatural do chamado de Deus, como dom perene para toda a Igreja, sendo instrumentos do amor do coração de Jesus. Com a ordenação, os jovens adentram ao clero da diocese e podem ministrar o sacramento do batismo e do matrimônio e realizar algumas celebrações.

 

O sacramento da ordem é composto de três graus: diaconato, presbiterato e episcopado. Aos diáconos “são-lhes impostas as mãos, não para o sacerdócio, mas para o ministério sagrado. Fortalecidos com a graça sacramental, servem o povo de Deus, em união com o Bispo e o seu presbitério, na diaconia da liturgia, da palavra e da caridade. A sagrada Ordenação é conferida pela imposição das mãos do Bispo e a Oração, através da qual ele bendiz o Pai e invoca o dom do Espírito Santo para a realização do ministério”, explica o rito de ordenação dos diáconos. Esse ministro, de acordo com as Sagradas Escrituras e a Tradição, é aquele que veio para servir e não ser servido, seguindo o exemplo de Jesus.

 

Na reta final dade formação, os jovens fizeram, em 2021, um Ano de Síntese Pastoral, em que atuaram em uma paróquia da arquidiocese, vivendo o dia-a-dia daquela comunidade. O próximo passo da caminhada vocacional é a ordenação presbiteral, que será realizada num período de seis meses a um ano após a ordenação diaconal.

 

Ao final da celebração, o arcebispo agradeceu as comunidades que estiveram presentes em todas as etapas da vida dos seminaristas, principalmente as comunidades de origem, onde eles foram criados e se desenvolveram. “Muito obrigado! Falo em nome do clero, em nome da arquidiocese como um todo. Com cinco novos diáconos estamos orgulhosos. Mas é um orgulho bom, de que a pastoral vocacional está dando certo, o trabalho de formação está andando, e a graça de Deus vai nos dando as pessoas necessárias.”

 

Padre Paulo Rorato, reitor do Seminário Teológico São Paulo VI, destacou que com a ordenação diaconal os jovens vestem o “avental do serviço”.  “Que jamais vocês retirem esse avental e, mesmo recebendo a ordenação presbiteral, ele deve permanecer amarrado em nós como fez o próprio Cristo Jesus quando instituiu a eucaristia: amarrou o avental e nunca mais tirou. Que esse compromisso de serviço agora assumido diante do povo de Deus possa vos animar cada dia, para que assim possamos juntos nesta Igreja Particular de Londrina, com o nosso arcebispo, ir construindo o Reino de Deus. Parabéns, coragem, contem com as nossas orações, sobretudo com a nossa amizade!”

 

Padre Joel Ribeiro Medeiros, coordenador da Pastoral Presbiteral, acolheu os novos diáconos em nome dos padres da arquidiocese. “Neste ano em que o papa nos convoca como Igreja para um sínodo sobre sinodalidade, ou seja, em comunhão, sejam bem vindos para trabalhar conosco, para somar. Nós queremos, então, juntos, como presbitério, acolher vocês. E que trabalhemos sempre em sinodalidade, comunhão, nunca na divisão, na competição, formando grupos para lá e para cá, mas para a comunhão e a unidade, como diz a leitura, um só corpo. Mesmo que nós tenhamos pensamentos diferentes, mas que na sinodalidade possamos criar comunhão. Nós, padres, os acolhemos com um grande abraço, bem vindos!”

 

Pastoral

Na síntese pastoral, cada seminarista atuou em uma paróquia da arquidiocese: Alex Aparecido Barbosa, Paróquia Nossa Senhora da Paz, de Ibiporã; Elizeu Bonfim de Souza, Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do Km 9; Paulo Ricardo Batista, Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Porecatu; Renato Aparecido Ferraz Pelisson, Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Alvorada do Sul; e Rodrigo Nunes dos Santos, Paróquia São João Batista, de Bela Vista do Paraíso.

 

Padre Luiz Primão, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Paz, de Ibiporã, destaca que o trabalho do seminarista numa comunidade no seu ano de síntese torna-se um grande outdoor vocacional. “Jesus nos pediu para rezar: a messe é grande, os trabalhadores são poucos. A vocação, a pessoa que assume com alegria o projeto de Deus se torna uma grande propaganda vocacional, e a comunidade percebeu isso”, explica o padre..

 

Segundo ele, o trabalho na comunidade também é uma oportunidade de descobrir as próprias capacidades. “O seminarista se prepara dez anos para ordenação diaconal e nessa preparação, neste ponto da síntese, em conclusão com a comunidade, ele se sente confirmado dentro dessa comunidade pastoral, que acolhe, que lhe dá afeto, carinho e amor, mas também esse campo pastoral para exercitar-se a partir do discípulo que todos nós somos.”

Pessoalmente, padre Primão se sente como um pai que vê o filho se realizando. “OAlex eu busquei em casa quando ele ingressou para a arquidiocese, eu encontrei ele com a mãe e o cachorro, eu levei ele e a mãe ficou protegida por Jesus. Então isso é uma grande realização para mim, ver ele com todas as lutas que se tem, a decisão tem  as suas consequências, e agora vê-lo feliz, e se realizando, eu me sinto em profunda paz e consequentemente também feliz”, finaliza.

 

Padre Paulo Alencar, pároco da Paróquia São João Batista, de Bela Vista do Paraíso, onde o Rodrigo fez a síntese vocacional levanta dois pontos sobre a presença dos seminaristas na comunidade: a convivência e a vida espiritual. Primeiro a convivência com o padre e com a comunidade. “A gente cresce muito no relacionamento, até para que eles sintam como que é a vida do sacerdote, os desafios e as alegrias que a gente enfrenta a cada dia… A gente sente essa segurança para que eles dêem esses passos e possam até cuidar de uma comunidade”.

 

Na paróquia, o seminarista ajudou com formações, visitas às comunidades, pastorais, ministros, leitores, coroinhas, celebrações. “Então a convivência com o padre por um lado e a convivência com a comunidade por outro, que vai fazendo com que eles cresçam nesse desejo de servir a Igreja.”

 

Sobre a vida espiritual, padre Paulo explica que esta também se aprofunda na convivência e no serviço ao povo de Deus, por exemplo, com a oração da Liturgia das Horas com o padre, os momentos devocionais com a comunidade, as celebrações. “Então a gente também percebe que é um momento muito fecundo e que os ajuda a se prepararem, crescer no gosto, realizar a ordenação como foi celebrada hoje.”

 

Sobre a ordenação, o padre sentiu-se emocionado ao presenciar um irmão chegar ao ministério. “Ao mesmo tempo eu me recordo do próprio caminho que eu realizei, a oportunidade de estender as mãos, eu sempre penso que a gente chega a algum lugar e nunca é sozinho, sempre tem pessoas que estendem as mãos para nós. Eu falei que um dia estenderam as mãos  para mim, é uma alegria hoje poder estender  as mãos para ele, aconselhando, um pouco como um pai também, como formador, e um irmão também, uma grande alegria, eu conheço os cinco que hoje foram ordenados e vejo assim, que a Igreja, a Arquidiocese de Londrina é enriquecida pelos carismas e pela personalidade, pelo dom, a dedicação e a presença de cada um deles”, finaliza padre Paulo.

 

Diácono Alex

Quando o neo-diácono Alex Aparecido Barboza entrou para o seminário, foi a passagem de São Marcos que o inspirou coragem para deixar tudo pelo Evangelho: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de Mim e do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida” (Mc 10,29-30). Na ordenação, o jovem viu a profecia se cumprir: “olhando tudo em minha volta, percebi que o que Deus prometeu, Ele cumpriu”. Alex entrou para o seminário no ano em que o pai faleceu, conta a mãe, Francineide Aparecida Otílio. “[Quando ele entrou para o seminário], foi bem difícil, porque foi no mesmo ano que o pai dele faleceu. O pai dele foi embora, ele foi para o seminário.”

No seu ministério, Alex espera ser fiel a Deus, com os olhos fixos em Jesus, confiando na Sua misericórdia. “Amando a Igreja e servindo o povo de Deus naquilo que me foi confiando. Isto é, no anúncio da Palavra de Deus, auxiliando na liturgia eucarística, nos sacramentos e principalmente no serviço da caridade. Quero dar meu melhor para que Cristo seja conhecido e amado, tendo como ponto de partida o lema que escolhermos para nossa ordenação: ‘É necessário que Ele cresça e eu diminua’”.

Na cerimônia da ordenação, Alex teve a presença de pessoas que fizeram e fazem parte da sua vocação: família, amigos das comunidades por onde passou, seminaristas e padres que o ajudaram com o testemunho de segmento a Cristo. “[A família] tem importância primordial, foram eles que me ensinaram o fundamento principal da vida cristã: o amor. Por isso, a minha vocação não é só minha; é deles também, pois foram eles que durante todo o período que estava no seminário, me deram suporte e coragem para prosseguir”, afirma.

A mãe do neo-diácono, Francineide Aparecida Otílio, destaca a caminhada vocacional do filho até o diaconato. “Estou me sentindo muito feliz. Eu esperei dez anos por esse dia maravilhoso. É uma caminhada bem longa mas parece que passou tão rapidinho que a gente começa a olhar lá atrás nem acredita de tão bom que foi. Em todos os momentos eu via ele feliz, e se dedicando muito.”

É difícil até de encontrar as palavras para descrever a felicidade. “Eu só penso que eu queria que todas as mães tivessem a felicidade que eu estou [tendo] hoje”, destaca Francineide, que sempre rezou e reza pelo filho.

 

 

Diácono Elizeu 

Para o diácono Elizeu, a ordenação representa a superação de grandes desafios. “Perceber que amadureci, celebrar a ordenação agora é coroar os  esforços, a dedicação e a disciplina, mas acima de tudo a gratidão a Deus por conceder a graça da superação de tantas limitações”, conta o jovem que desde criança sonha em ser padre. “Quando participava das missas, queria fazer o mesmo que o padre, mas desde quando me propus a seguir esse caminho me percebi limitado. No seminário tive grandes dificuldades acadêmicas que me fizeram pensar ser incapaz de ser padre.”

Para o futuro, a expectativa é ser padre! “Ainda há uma caminhada a ser percorrida e gera na gente uma ansiedade. Mas ainda assim, tenho expectativa de viver bem esse período de diaconato transitório, fazendo o que é próprio desse ministério”, destaca.

Elizeu pretendia ter mais pessoas consigo no dia da ordenação, mas por causa das limitações da pandemia, não foi possível. “Além da família, convidei casais que pudessem representar as cidades e paróquias por onde passei em missões e trabalhos pastorais”, explica. “A família sempre foi um porto seguro para mim. Em todos os momentos foi com eles que pude contar, principalmente quando tudo parecia perdido e acabado. Foi a família a minha grande motivação. Meus pais e meus irmãos.”

De modo especial, Elizeu fala do apoio do irmão Geovani, que foi seu primeiro catequista. Foi ele que o levou ao seminário junto com os pais em fevereiro de 2012. Foi a ele que Elizeu recorreu quando se afastou do seminário, e ele que o emprestava o carro para trabalhar. “Às vezes me causava incômodo ver ele indo para o trabalho de manhã debaixo de chuva, às vezes em um extremo frio de moto, enquanto eu usava o carro dele para ir para a universidade e trabalhar em seguida. Família nunca foi um problema, para mim, família sempre foi solução”, finaliza Elizeu.

Na ordenação, Jesus Bonfim de Souza, pai do neo-diácono, se sentiu como um pai que entrega o filho para o matrimônio. “E eu entrego o meu filho a Jesus, o Salvador”, comemorou o pai que reza não só pela vocação do filho, mas para que cresça o número de sacerdotes para a Igreja. “Ele é fruto de um trabalho de muitos anos na comunidade, eu como ministro da eucaristia, a mãe dele como catequista” e toda família sempre muito ligada à Igreja.

Vera Lúcia de Souza, mãe do neo-diácono, fala da graça de ter um filho no caminho do sacerdócio. “No mundo difícil que a gente está vivendo hoje, essa geração nova que está chegando, de repente tem um filho, eu não consigo entender direito, é emocionante. O Elizeu eu acho que ele já veio neste mundo escolhido”, revela a mãe. “Eu tentei viver um dia de cada vez, sempre as pessoas perguntavam para mim: ‘nossa, deve ser um orgulho para uma mãe, não?’ E eu digo: ‘eu vivo um dia de cada vez’, então a gente vai vivendo, um dia de cada vez, vendo passar, até chegar esse momento, e chegou”. Se ela reza pela vocação do filho? “Não só rezo como peço oração para os outros também, porque eles precisam, é muito importante.”

 

Diácono Paulo

O neo-diácono Paulo destaca que foi o Espírito Santo que o conduziu desde os primeiros passos na vocação, “Contudo, a ordenação se apresenta a mim como a culminância das vontades de Deus, da Igreja, e da minha quanto ao chamado!”. “A sensação é a de que Deus me confirma por meio da Igreja nessa missão específica.”

Ele espera, como diácono, “servir aos demais (numa paróquia em específico) naquilo que diz respeito a Deus. Ser verdadeiramente instrumento e sinal de Deus em meio a uma sociedade tão secularizada e esquecida do seu primeiro amor”.

Na ordenação, estiveram presentes pessoas que contribuíram de modo decisivo na sua caminhada vocacional, desde familiares, amigos e membros das comunidades por onde passou. “Tive a oportunidade e a graça de realizar o meu ano de síntese pastoral na cidade de Porecatu. Por isso, nessa ‘reta final’ rumo à ordenação, senti a necessidade de tê-los juntos a mim nesse momento especial. Sou muito grato à juventude daquela comunidade por me confirmar na vocação e ser amparado com o seu amor.”

Sobre a importância da família, Paulo destaca que esta é um celeiro de vocações, onde se suscitam anseios de se buscar a Deus e levá-lo aos demais. Por isso, é o ambiente propício ao toque suave da graça que leva a entregar uma vida inteira. “Posso dizer que entreguei a minha vida a Deus porque o encontrei no rosto de um pai e de uma mãe humanos”, afirma o neo-diácono. “Deus se faz presente no seio familiar e a partir dele realiza o seu chamado porque não conseguimos conceber atitudes e gestos mais singelos do que aqueles que encontramos na relação de um pai e de uma mãe com seu filho”, finaliza.

A mãe do Paulo, Maria de Lourdes dos Santos Batista, conta que desde muito pequeno ele já demonstrava o caminho que seguiria. “A gente fica feliz por isso, que Deus abençoe e Nossa Senhora possa cobrir ele. Não só ele, todos os outros, porque depois vem mais, tem os quatro junto com ele, ano que vem outros, então que Nossa Senhora possa abençoar, cobrir com seu manto, porque eles são filhos prediletos de Nossa Senhora.”

Maria conta que um dia, diante do sacrário, estava fazendo adoração e disse para Jesus: “Jesus, eu tenho dois filhos, se o Senhor quiser pode chamar os dois, se o senhor não quiser, pode chamar um, eu dou de bom coração’. E desde aquele dia eu rezo por ele todos os dias, entregando nas mãos de Deus, que ele seja um santo padre para a Igreja.”

Segundo ela, a família sempre teve uma vida de Igreja, mas Paulo foi vendo que Deus o chamava para mais. “Eu casei na Igreja Nossa Senhora dos Migrantes, depois batizei eles, eles foram coroinhas, tanto ele como meu outro filho. Ele foi coroinha com sete anos, ficou até os 15, e então ele sempre teve vivência cristã. A gente rezava o terço junto, eu, ele, o irmão e o pai, então sempre ele foi da Igreja, mas depois foi vendo que queria mais, que Deus chamava ele mais de perto para uma vida consagrada.”

Todos os dias ela reza pela vocação do Paulo e o entrega nas mãos de Nossa Senhora, “porque ela é a nossa rainha. Em casa ela e o Padre Pio a gente pede a proteção deles para ele. E eu rezo não só pelo meu filho, mas eu rezo pelos sacerdotes, pelos seminaristas que estão vindo, eles precisam muito da nossa oração.”

 

Diácono Renato

Para o neo-diácono Renato, a ordenação diaconal foi um momento de experimentar novamente o amor de Deus, pela confirmação da Igreja na sua vocação. “Foram muitos anos de estudos e dedicação, buscando corresponder ao chamado do Senhor da melhor forma possível; e isso nem sempre é muito fácil, porque ainda há tanta coisa para mudar! Por várias vezes pensei em desistir, por várias vezes pensei que não daria conta da demanda exigida; é muita expectativa sobre nós, isto tanto por parte da Igreja quanto do povo de Deus de modo geral. Mas, no dia 30, pude sentir novamente este amor incondicional de Deus, que mesmo diante da minha pequenez, ainda querendo continuar atuando no mundo por este instrumento insuficiente, como já disse certa vez nosso Papa Emérito Bento XVI. Nosso lema de ordenação ficou profundamente gravado em meu coração: ‘É necessário que Ele cresça e que eu diminua’”.

Para o futuro, Renato confia nos caminhos de Deus. “Se há uma coisa que eu tenho plena certeza é  que Deus cuida sempre dos detalhes! Sei que terei muitas dificuldades, ainda mais porque nossa vocação é ter que lidar com o humano, hoje tão ferido e sem rumo pelo mundo em que vivemos. Quero que as pessoas possam experimentar sempre o amor de Deus, como eu sempre experimentei.”

Na celebração, além da família, Renato contou com a presença de pessoas dos locais onde realizou trabalhos pastorais, da sua comunidade de origem, Capela São Geraldo, de Ibiporã, onde sua vocação nasceu, e pessoas importantes na sua caminhada. “Gostaríamos que todos pudessem ir, mas infelizmente a COVID ainda não permitia, mas sei que estavam unidos em oração. Nunca recebi tantas mensagens lindas num só dia, todos unidos em oração. Que experiência mais bonita.”

Renato conta que a família sempre foi seu suporte. “Principalmente minha mãe e irmão, quando era o momento de, como filho mais velho, eu começar a ajudar no cuidado de casa, precisei voltar a ‘ser criança’, no bom sentido do termo, (mesmo com mais de 22 anos na época) fui novamente cuidado por eles como se fosse o que mais precisava”, quando entrou para o seminário. “E como foi bom ver Deus, na minha ausência de casa, ocupar o meu lugar e cuidar de cada um deles. Sou grato a eles, porque se cheguei até aqui, foi porque eles souberam compreender este chamado e, do modo como podiam, me ajudaram acima de todas as coisas”, finaliza.

Para o mãe do neo-diácono, Cleuza Mendes Ferraz, o dia da ordenação se assemelhou ao dia do casamento do filho. “Há 10 anos ele chegou para mim e falou: ‘mãe, eu vou pedir a conta no serviço e vou estudar para padre’. Aí fiquei meio assim. Falei: ‘que seja feita a vontade de Deus na tua vida’. Eu precisava dele, era um momento que era muito importante a ajuda dele, mas eu pensei: ‘ele vai fazer a vontade de Deus’.”

“E foi assim, ele foi para o seminário, ficou um ano, ficou dois, e foi ficando até agora. Agora, graças a Deus, depois de muitos anos, muita espera, é o dia”, comemora Cleuza. “Ver um filho da gente se preparando para servir a Deus é muita gratidão, muita alegria, estou muito feliz com ele, por ele escolher esse caminho. Esse caminho é especial, tudo para Deus e nada sem Maria. Então acredito muito que vai dar tudo certo e ele vai fazer de tudo para dar conta desse serviço, porque ele ama muito a Igreja, é um menino muito devoto de Nossa Senhora, tanto que é Renato Aparecido. Então que Nossa Senhora cubra ele mais os outros quatro, que eles sejam muito felizes.”

 

Diácono Rodrigo

Para o neo-diácono Rodrigo a ordenação é um momento decisivo da caminhada vocacional. “Durante estes anos de preparação nos deparamos com muitas dificuldades e desafios, mas também muitas são as alegrias, realizações e aprendizados de modo que, no geral, valeu muito a pena ser perseverante e vivenciar este momento único da ordenação em que sentimos a ação bondosa de Deus em nossas vidas, nos inserindo naquele estado de vida a que fomos chamados lá no início da caminhada, isto é, a vida consagrada a serviço do povo de Deus e da Igreja.”

Ele espera viver o período do diaconato com a intensidade que o ministério exige, imitando o exemplo de Cristo servidor. “E me dedicar com maior empenho ao serviço pastoral, à liturgia e à evangelização, celebrando sacramentos e sacramentais”, destaca.

Na cerimônia de ordenação, Rodrigo teve presentes familiares, amigos da comunidade surda de Londrina, e membros de comunidades onde trabalhou. Com destaque para a família, onde sempre encontrou a oração e o apoio que precisou. “Foi no seio familiar que recebi a fé e aprendi a amar e participar da Igreja. Foi através da minha família que recebi o primeiro convite para participar de um encontro vocacional, eles me sustentaram durante tantos anos com ajuda material, espiritual e afetiva e, sobretudo, nunca me abandonaram por causa das minhas escolhas, fossem elas boas ou más, sempre ficaram ao meu lado. À minha família toda a minha gratidão!”

O pai, Abdias Soares dos Santos, ficou muito emocionado na ordenação. Ele conta que a decisão de Rodrigo de ser padre foi acolhida com muito carinho pela família e depois de uma longa caminhada, ele se ordena diácono. “Uma coisa que fiquei muito feliz quando cheguei é de saber que ele tem aqui uma segunda mãe, que é a dona Marlene, lá de Ibiporã. Eu fiquei muito satisfeito em saber dessa história, onde ele chega todo mundo abraça.”

A mãe, Maria do Carmo Nunes Santos, conta que trouxe muita gente consigo para participar da celebração. A família é da cidade de Mariana, em Minas Gerais. “Não puderam vir todos, mas pelo menos uma turminha veio, e os outros mandaram um vídeo. Uma forma de estar presente, não só por causa da pandemia, mas porque por um motivo ou outro não dava para vir.” Na estada em Londrina, eles foram acompanhados por uma família de uma comunidade em que Rodrigo atuou na cidade.

‘É uma trajetória grande, bonita que às vezes a gente pensava que ele não ia dar conta… É bom, mas a ficha parece que ainda não caiu, eu fico olhando para ele, tem horas que não falo nada, só abraço. Mas é muito bom”, finaliza Maria.

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

Fotos:
Guto Honjo / Marilene Souza / Terumi Sakai

 

 

 

Tema escolhido pelo seminarista Caio Caldeira, ordenado diácono no dia 8 de dezembro, ressalta a natureza sobrenatural do chamado de Deus.

 

O seminarista Caio Matheus Caldeira da Silva foi ordenado, no dia 8 de dezembro, diácono transitório da Igreja de Londrina, para o serviço ministerial da Palavra e da Caridade, pela imposição dos mãos do arcebispo dom Geremias Steinmetz. A Santa Missa foi na Capela Sagrada Família, da Paróquia Santa Rita de Cássia, Decanato Leste, às 15 horas.

 

Nascido em Bela Vista do Paraíso no dia 18 de julho de 1993, Caio cresceu e foi criado na cidade de Sertanópolis, onde foi paroquiano da Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus. Fez seus estudos nos seguintes seminários, 2011– Seminário Menor Propedêutico “São José” (Londrina), 2012-2014 – Seminário Maior Filosófico “Dom Albano B. Cavallin” (Maringá), 2015-2018 – Seminário Maior Teológico “São Paulo VI” (Londrina) e no ano de 2019 – Ano de Síntese Pastoral – Paróquia Santa Rita de Cássia, Decanato Leste.

 

O seminarista conta que sentiu o chamado de Deus para servir aos sete anos de idade. “Uma senhora chamada Marta Reis passou por minha casa e me convidou a participar de uma dança infantil em uma missa da comunidade. Depois daquele momento senti uma profunda curiosidade pela Igreja e pela roupa diferente que o padre usava nas celebrações”, lembra. 

 

Depois disso foi perguntar ao seu pároco na época, padre Benedito (missionário do PIME) o que era a Igreja e qual era a função dela no mundo. Segundo o seminarista, o padre de uma forma muito carinhosa e pedagógica lhe disse que a missão da Igreja no mundo era salvar as pessoas pelo anúncio de Jesus Cristo à semelhança de um super herói. “Com o passar dos anos fui amadurecendo esse chamado pelo acompanhamento vocacional e pela participação ativa nas pastorais e movimentos. O testemunho dos padres missionários do PIME foram essenciais para fazer com que esse chamado pudesse crescer e aumentar cada dia mais”.

 

Os anos de formação não se reduzem ao estudo acadêmico, diz Caio, e a formação sacerdotal é um conjunto de várias áreas que buscam sobretudo a edificação de um homem integral que possa ser pastor. “Cada ano de formação foi um ano de crescimento, amadurecimento e de santificação. Foram anos muito bons e frutíferos onde aprendi amar muito mais a Igreja do que já amava antes de ingressar no seminário. E hoje observo que os empenhos investidos em oração, estudo e convivência fazem o ministério hoje mais suportável, tranquilo e prazeroso”, diz.

 

Os desafios pessoais, de acordo com o seminarista, sempre existem em todas as vocações e são eles que fazem a caminhada mais autêntica e mais dinâmica. “Uma das coisas que tive de abrir mão foi estar com a minha família e também ter que deixar a comunidade paroquial de Sertanópolis à qual eu era muito afeiçoado. Porém, hoje fazendo uma síntese destes quase dez anos de seminário percebo que todos os desafios e provações foram férteis para me fazer um homem mais santo e pastor.”

 

Já para os desafios que terá pela frente como sacerdote, o seminarista acredita que será o próprio mundo. “Um mundo que rompeu com a cultura dos valores éticos, morais e espirituais, onde o homem passou a ser parâmetro para si e por muitas vezes esqueceu e excluiu Deus e todos os conteúdos metafísicos. Vivemos imersos em uma cultura que não dá mais espaço para Deus e para a Igreja. Neste sentido, como futuro padre terei o desafio de fazer com que a Boa Nova de Cristo seja conhecida na sua autenticidade e principalmente que ela seja esclarecida diante de uma cultura que nos impele dar as razões de nossa fé”, acredita.

 

O foco do seminarista  na missão é tornar cada vez mais Jesus conhecido, amado e seguido, conta ele. “Proporcionar que as pessoas tenham um verdadeiro encontro com Cristo para assim gerar uma comunidade fiel que é discípula e missionária.” Para atrair mais ovelhas, segundo ele, é necessário um autêntico testemunho de seguidor de Cristo. “Foi assim que os apóstolos fizeram com que Cristo fosse mais conhecido, amado e seguido por milhões de pessoas. E com eles deu certo. Espero que Deus me dê a graça de cada dia mais crescer neste autêntico testemunho para atrair mais pessoas para Cristo e segui-lo”.

 

Seu sonho, enquanto diácono transitório, é fazer a vontade de Deus em sua vida e com seu testemunho poder anunciar Cristo Jesus ressuscitado. “Fazendo assim com que Jesus seja cada vez mais conhecido e amado por todos. Esse deve ser o desejo de todas as vocações dentro da Igreja”. Ele diz que pretende conduzir seu ministério sempre com muita oração, prudência, discernimento, obediência e principalmente comunhão. “Sem esses pilares qualquer ministério é arruinado. É sempre necessário também ter a profunda convicção que quem conduz o nosso ministério é o Espírito Santo. Ele é o protagonista. Como nos diz o evangelho somos apenas servos inúteis, fizemos o que deveria ser feito. Pois, a obra não é nossa, mas de Deus.

 

Sua visão em relação à carência de novos sacerdotes é de que as vocações existem, mas há falta de uma cultura vocacional. “O Senhor nunca desampara a sua messe. Sempre escuto nas paróquias por onde passei jovens rapazes que expressam o chamado de Deus para as suas vidas. Porém, o que nos falta é o cultivo das vocações, ou seja, a criação de uma cultura vocacional que seja personalizada e afetiva com os jovens”. Caldeira acredita que é necessário que todas as vocações sejam acompanhadas principalmente pelos sacerdotes, pois eles são o grande “outdoor vocacional”. “Todo chamado vocacional brota do coração de Deus, mas por muitas vezes esse chamado é materializado em uma vocação já existente. Quando criança tive o grande testemunho dos grandes missionários do PIME, Pe. Benedito Libânio de Souza e Pe. Antônio Turra que incentivaram, acompanharam e me ajudaram a amadurecer no chamado à vida sacerdotal que recebi”, finaliza.

Waurides Alves
PASCOM Arquidiocesana

 

Veja o vídeo da Ordenação:

 

 

 

 

 

 

 

Fotos: Terumi Sakai e Renilson Guimarães

“Permanecei no meu amor” (Jo 15, 9b)

A Arquidiocese de Londrina convida para a Santa Missa na qual o Diácono Welinton Ignacio, pela imposição das mãos do arcebispo dom Geremias Steinmetz e oração da Igreja, será ordenado sacerdote da Igreja de Londrina. A celebração será no dia 21 de dezembro, às 15h na Paróquia São José, em Rolândia.

 

 

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Ordenação Presbiteral Diácono Welinton Ignacio
Data: 21/12/2019
Horário: 15h
Local: Paróquia São José – Rolândia

Na festa de São Lourenço, padroeiro dos diáconos, no dia 10 de agosto, o arcebispo dom Geremias Steinmetz presidiu a Santa Missa pelos diáconos da nossa Igreja. A celebração foi na Paróquia Santa Terezinha, de Sertanópolis, e reuniu os diáconos das várias comunidades da arquidiocese.

PASCOM Arquidiocesana

 

 

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Fotos: Pascom Paróquia Santa Terezinha – Sertanópolis PR

Pela imposição das mãos do arcebispo dom Geremias Steinmetz e a prece da Igreja reunida na Capela Nossa Senhora Rainha da Paz (Paróquia Nossa Senhora da Glória), o seminarista Welinton Ignacio foi ordenado diácono transitório da Igreja de Londrina, no domingo, dia 4 de agosto. O diaconato é o primeiro grau do sacramento da ordem, se dedica ao serviço ao povo de Deus na caridade, na palavra e na liturgia. Com a ordenação, o seminarista dá um novo passo em direção ao sacerdócio.

 

Na celebração, o seminarista expressou seu desejo de assumir o ministério diaconal, seu compromisso com o povo e de proclamar a fé com palavras e atos. É na ordenação diaconal que o futuro sacerdote assume também o compromisso de guardar o celibato, perseverar no espírito de oração, obediência ao bispo e imitar o exemplo de Cristo.

 

“Que todos possamos ter no coração o desejo do serviço. Não é só o diácono que serve. Todos os cristãos, no seu serviço, são chamados a serem servidores do Reino. Hoje vamos ordenar mais um servidor do Reino, que vai se colocar a serviço do povo de Deus para que muito mais pessoas possam ter vida em plenitude”, explicou dom Geremias.

 

Juliana Mastelini Moyses
PASCOM Arquidiocesana

 

 

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Fotos: Terumi Sakai

No próximo domingo, dia 4 de agosto, o seminarista Welinton Ignácio dá um passo importante na sua caminhada vocacional: será ordenado diácono transitório. O diaconato é o primeiro grau do sacramento da ordem, dedicado ao serviço ao próximo. Fortalecidos pela graça sacramental, os diáconos servem o povo de Deus na liturgia, na palavra e na caridade, em comunhão com o bispo e o seu presbitério. O passo seguinte é a ordenação sacerdotal. A cerimônia será na Capela Nossa Senhora Rainha da Paz, da Paróquia Nossa Senhora da Glória, Decanato Norte, às 15h30. Será a primeira ordenação realizada nessa paróquia.

 

“A ordenação é como se fosse um casamento, tanto em questão de organização, quanto na preparação pessoal, porque é um comprometimento que o seminarista assume”, explica Welinton, que escolheu como lema diaconal a passagem de Lucas na qual Jesus se apresenta como modelo de serviço: “Estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22, 27). “Ali marca mesmo que a sua vida vai ser dedicada só para Deus, nada mais, então tem seu valor muito grande.”

 

 

 

 

Caminhada
Welinton nasceu em Rolândia, participava da Capela da Ressurreição, hoje Paróquia da Ressurreição. Entrou para o Seminário Menor Bom Pastor em 2009, com 15 anos de idade. Depois de terminar o Ensino Médio, iniciou a faculdade de Filosofia na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Maringá, de 2012 a 2014.

 

No último ano de Filosofia, iniciou o curso da Escola Vocacional, no Instituto Pastoral Vocacional (IPV), para atuar no Serviço de Animação Vocacional da arquidiocese, trabalho ao qual esteve à frente até 2017. De 2015 a 2017, cursou Teologia na PUC Londrina e em 2019 assumiu o estágio pastoral na Paróquia Nossa Senhora da Glória, Decanato Norte. “O estágio pastoral é para você se inserir na comunidade, porque uma coisa é estar nos fins de semana, outra é estar em todas as reuniões, de todas as pastorais, de todos os âmbitos que acontecem na vida da comunidade durante a semana. Isso é muito importante”, conclui Welinton.

 

 

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Serviço
Ordenação Diaconal Seminarista Welinton Ignacio
Domingo, 4 de agosto, às 15h30
Capela Nossa Senhora Rainha da Paz (Paróquia Nossa Senhora da Glória)
Rua Enoch Vieira dos Santos, 574

 

Assista à entrevista que a TV Cultura 27 de Rolândia fez com o seminarista Welinton Ignacio: 

 

“Estou no meio de vós como aquele que serve” Lc 22,27

 

A Arquidiocese de Londrina, minha família e eu, seminarista Welinton Ignacio, temos a alegria de convidar você, seus familiares e sua comunidade para a Celebração Eucarística na qual serei ordenado Diácono pela imposição das mãos e oração consecratória de Dom Geremias Steinmetz, Arcebispo Metropolitano de Londrina.

 

 


 

Ordenação Diaconal
Seminarista Welinton Ignacio

Data: 04/08
Horário: 15h30
Local: Capela Nossa Senhora Rainha da Paz
Endereço: Rua Enoch Vieira dos Santos, 574 – Cabo Frio – Londrina PR

 

 

 

 

Mais operários para a messe

Em fase final de preparação para o sacerdócio, dois seminaristas da Arquidiocese de Londrina serão ordenados diáconos transitórios neste agosto

“Hoje, meu olhar é naquilo que Jesus me pede e é isso que eu vou colocar em prática: viver o sacerdócio na alegria de servir à Igreja Universal na Igreja particular de Londrina.” A frase do seminarista Humberto Lisboa Nonato Gema, 49 anos, resume sua expectativa para a sua ordenação diaconal, juntamente com o seminarista Rodolfo Gabriel Trisltz, 28 anos. A celebração ocorre no dia 4 de agosto, às 19 horas, na Catedral Metropolitana de Londrina, com Santa Missa presidida pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz.

Os dois seminaristas recebem o Diaconato Transitório, que é o primeiro grau do Sacramento da Ordem, e que faz parte da preparação para o sacerdócio (o presbiterado). A Ordem, assim como o Sacramento do Matrimônio, é chamado de sacramento de serviço: como batizado e crismado, a pessoa assume um papel especial, pondo-se a serviço de Deus, com uma graça especial para uma missão particular na Igreja em ordem à edificação do povo de Deus, contribuindo em especial para a comunhão eclesial e para a salvação dos outros.

Rodolfo conta que desde pequeno teve a inclinação para a vida presbiteral. “Quando criança fui coroinha, na adolescência fui catequista, trabalhei como sacristão, fui organista da paróquia, cantei por anos no Coral Palestrina de Cambé, que em várias ocasiões também fui regente, entre outras atividades que envolvia a participação na comunidade.” Durante o período de estudos desenvolveu trabalhos pastorais em paróquias das dioceses de Cornélio Procópio, Curitiba e Presidente Prudente (SP). Como também leciona música nos seminários da Arquidiocese de Londrina até os dias de hoje.

Seminarista Humberto (Foto Tiago Queiroz)

Já Humberto revela que sua vocação “nasceu adulta”. “Minha família não era de ir à igreja, portanto não tive muito contato com ela quando criança. Tive uma vida normal de trabalho, estudo, vida com a família. Até que um dia Jesus manifestou Sua misericórdia em minha vida e nessa manifestação de Deus tive meu encontro pessoal com Ele. A partir daí minha vida mudou.” Nesse período, ele começou a participar da vida de sua comunidade e nessa caminhada sentiu “que Deus queria algo a mais de mim, então procurei um sacerdote para me acompanhar no meu discernimento vocacional”, conta. “O trabalho na comunidade foi de extrema importância para meu discernimento para uma vida de entrega total a Deus.”

Antes de vir para a Arquidiocese de Londrina, Humberto conta que teve uma longa experiência na vida consagrada. “Por dez anos fui membro da Toca de Assis, mas o desejo de ser padre estava no coração. Como na Toca não havia preparação para o sacerdócio tomei a decisão de pedir afastamento e fazer uma experiência no seminário.” E como já conhecia a Arquidiocese de Londrina, residindo em uma das casas da Toca, conversou com Dom Albano Cavalin, que prontamente o acolheu.

 

TRABALHO PASTORAL

Seminarista Rodolfo (Foto Tiago Queiroz)

Questionado sobre qual pastoral mais se identifica, Humberto diz não ser uma pergunta fácil de se responder. “A Igreja é um ‘poço’ de carismas e abre um leque enorme para aptidões. No entanto, penso que minha caminhada se fez presente muito com a Liturgia, que é algo fascinante e que na ação evangelizadora da Igreja é extremamente importante. Também o lado da espiritualidade da Igreja tem um chamado muito especial, no qual me identifico muito.” O trabalho com as vocações, segundo ele, “mexeu muito com meus ânimos vocacionais, e que agora não dá para fingir que ficou para trás, com o término da minha formação no seminário. Esse trabalho com as vocações é que, de certa forma, fomenta e dá continuidade ao pastoreio da Igreja em sua missão evangelizadora, através dos novos religiosos(as) e sacerdotes que são despertados para sua vocação.”

“A missão do consagrado, além de levar a boa nova de Jesus, é ser testemunha com a própria vida dessa boa nova.

Para Rodolfo, pela facilidade que sempre teve com a música, sempre foi provocado para se aperfeiçoar nela. As experiências desde então vêm crescendo, como as aulas de música que ministra no seminário, além de acompanhar a música em nível de arquidiocese, pelo Cemul (Curso de Extensão em Música Litúrgica). Assim, vê essa pastoral com muita responsabilidade no papel evangelizador. “O Papa Bento 16 dizia que ‘a liturgia e a música foram irmãs desde as suas origens. Desde o instante em que o homem quer louvar a Deus, a simples palavra não mais lhe basta’”.

Por isso, ele diz concordar plenamente com o dito popular “quem canta reza duas vezes”. “A música ocupa um lugar muito significativo na vida da liturgia, pois ela consegue chegar em lugares que muitas vezes as palavras não chegam. Por isso, a ação desta pastoral deve favorecer a assembleia a ir de encontro com o Sagrado”, opina.  Rodolfo admite que há gargalos que limitam esse trabalho, porém considera que “ao entendermos que a música na liturgia é para tornar mais poético o encontro com o Sagrado, e entenderemos que a voz ou os instrumentos são um veículo que levam as pessoas por meio da liturgia a encontrar-se com Deus, temos aí o meio de como melhorar”.

 

EXPECTATIVAS

Sobre as expectativas para a ordenação e para a vida sacerdotal, os dois seminaristas não escondem a alegria. “A missão do consagrado, além de levar a boa nova de Jesus, é ser testemunha com a própria vida dessa boa nova. E é isso que eu pretendo viver. Ser testemunho de vida doada por amor a Jesus e à igreja, de busca na vivência da santidade, da caridade para com o próximo, de amor pelo sacerdócio e, no dia a dia, alimentar minha vocação na oração, na adoração, na convivência com o presbitério, com o bispo e no estar junto à comunidade do povo de Deus”, resume Humberto.

“As expectativas são inúmeras, mas o que verdadeiramente espero é que um dia eu possa dizer como São Paulo: ‘Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a Fé. (2Tm, 7)’.

Rodolfo, por sua vez, admite que ainda é jovem e tem muito a aprender e a colaborar para com o povo de Deus. “As expectativas são inúmeras, mas o que verdadeiramente espero é que um dia eu possa dizer como São Paulo: ‘Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a Fé. (2Tm, 7)’. E pretendo também levar muito a sério as palavras do papa Francisco, quando diz que pastores têm de ter cheiro de ovelha.”

Ele finaliza a conversa com um pedido: “sei que ser cristão não é nem um pouco fácil, mas sim um caminho de Cruz. E por isso, peço que a comunidade sempre reze por mim, pelo Humberto que está sendo ordenado junto comigo, e todos os que escolheram seguir a Jesus Cristo sendo presbítero, pois o corpo pode ser de bronze, mas os nossos pés, estes são de barro”.

Célia Guerra 
JC – Pascom Arquidiocesana