A 113ª reunião do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi iniciada na manhã dessa terça-feira, em Brasília (DF), e vai até o final da manhã de quinta-feira, 20. Nas primeiras sessões do encontro, os bispos refletiram sobre a crise ambiental e sobre a vivência da fé pelo povo brasileiro, e partilharam a respeito da situação do Rio Grande do Sul. O arcebispo dom Geremias Steinmetz participa da reunião como membro do Conselho Permanente.

Crise ambiental
O primeiro tema da reunião do Conselho Permanente foi a análise de conjuntura social, apresentada pelo bispo de Carolina (MA) e coordenador do Grupo Padre Tierry Linardy, dom Francisco de Lima. A abordagem sobre “A nossa Casa comum é a nossa causa comum”, analisou as causas e efeitos da crise ambiental global.

Foram consideradas na apresentação as limitações e negligências humanas em relação ao meio ambiente. O texto também é dedicado a observar os impactos do desenvolvimento nos biomas brasileiros.

Foi lembrada a enchente no Rio Grande do Sul, considerada a maior catástrofe climática de uma região metropolitana no hemisfério Sul.

Ao final da apresentação, dom Francisco destacou ser essencial às pessoas compreender a relação da biodiversidade com o equilíbrio ambiental, recordando o convite do Papa Francisco a uma conversão ecológica.

“A crise ambiental global e suas manifestações no Brasil exigem a adoção de práticas ecológicas fundamentais para atingir a estabilidade climática e a biodiversidade”.

A ecologia integral desafia, segundo o bispo, ampliar, como Igreja, o espaço de diálogo com cientistas e universidades, “para sermos promotores de diálogo mais articulado na sociedade”.

Crise climática é experiência
No Rio Grande do Sul, “a crise climática não é mais uma teoria, para nós é uma experiência”, afirmou o arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente do Regional Sul 3 da CNBB (CNBB Sul 3). Com mais de 2,3 milhões de pessoas afetadas, sendo 176 mortos, em 478 municípios, o estado sofre as consequências das chuvas e enchentes que atingem a região desde o final de abril.

Junto com dom Leomar Brustolin, o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, também partilhou sobre a experiência das últimas semanas. Os bispos falaram sobre a tragédia, salientaram os fatores relacionados à geografia do estado e à falta de conclusão e manutenção de sistemas de contenção ou escoamento da água que se acumula no lago Guaíba. Também lamentaram a ocorrência de saques e outros crimes, a cobertura da imprensa com atenção aos animais em detrimento das pessoas e a politização da tragédia. “É um pecado mortal”, disse dom Leomar sobre a tentativa de políticos lucrarem com o momento de dor.

Mas quiseram dar destaque à solidariedade. Dom Jaime agradeceu a “disposição para ajudar, seja no atendimento ou na alimentação” e disse ser necessário “agradecer à Igreja no Brasil por essa solidariedade imensa”.

Dom Leomar contou que o regional foi auxiliado na hora certa. “Recebemos de todos o amparo na hora mais difícil”. E fez uma prestação de contas da campanha em favor dos atingidos promovida pelo Regional Sul 3. Segundo o arcebispo, a campanha ajudou a sensibilizar muita gente em todo o Brasil, “produziu e tem produzido muito resultado”, disse.

O maior desafio virá na sequência, para dom Leomar: “será a saúde mental”. É por esse motivo que o recurso arrecadado da Campanha “É Tempo de cuidar do Rio Grande do Sul” tem sido gerido por um conselho, que vai definir os passos para direcionamento dos recursos. Como ação urgente, os recursos são destinados à aquisição e distribuição de equipamentos de proteção individual para que as famílias consigam limpar suas casas. De imediato, há também o direcionamento para a aquisição de móveis e eletrodomésticos. Na sequência, o esforço será para o cuidado com a saúde mental.

“Temos esperança, confiamos, e agradecemos aos irmãos e irmãs de todo o Brasil que se mostraram solidários”, disse dom Leomar Brustolin.

Após a partilha dos bispos, o assessor de Comunicação da CNBB, padre Arnaldo Rodrigues, apresentou a motivação para ajudar o povo do Rio Grande do Sul com “o aparato de comunicação da Igreja no Brasil”. A Campanha É tempo de cuidar do RS, baseada no tripé: oração e solidariedade, informação e esperança, contou com estratégias de comunicação e articulação entre veículos de comunicação católicos para levar a campanha a mais pessoas por meio de um programa especial transmitido ao vivo por rádios e TVs de inspiração católica.

Modo de ser católico
O último tema abordado na manhã desta terça-feira foi a análise de conjuntura eclesial, que tratou do descompasso entre o modo de ser católico atual e a realidade da sociedade brasileira. O bispo de Petrópolis (RJ) e diretor do Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (INAPAZ), dom Joel Portella Amado, aprofundou a questão da secularização; das novas territorialidades na vivência da fé católica; os diferentes perfis de pastoral presentes na atualidade, com seus valores e limites.

CNBB
Fotos: Divulgação

Os membros do Conselho Permanente da CNBB, reunidos nos dias 12 a 14 de março, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF), parabenizaram o Papa Francisco pelos 11 anos de seu pontificado, completados nesta quarta-feira, 13 de março. Por meio de uma carta endereçada ao Papa, eles também agradeceram o seu testemunho e magistério.

Na carta, os membros do Conselho Permanente, em sintonia com os constantes apelos do Papa pela fraternidade universal, desejaram que a Igreja seja, sempre mais, casa e escola de comunhão. “Expressamos nossa sincera gratidão pelo caminho sinodal que estamos percorrendo, incentivados e orientados por Vossa Santidade, procurando viver e atualizar o mistério da Igreja em missão”.

“Estamos solidários com seus insistentes apelos pela paz mundial, que tem sofrido graves ameaças, e também com o seu empenho pela reconciliação dos países em conflito”.

Os bispos se uniram em oração, especialmente pela saúde do Papa.  “Pedimos orações pelo êxito dos nossos trabalhos, para que estejamos, cada vez mais, a serviço da Igreja no Brasil, fiéis a Cristo e em unidade com o pastoreio de Vossa Santidade, em vista da santificação do povo de Deus”, finalizaram.

A carta é assinada pela presidência da CNBB.

Leia (aqui) a carta na íntegra.

CNBB

Fotos: CNBB

Os bispos, representantes de organismos do Povo de Deus, assessores e convidados se reuniram na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, de 21 a 23 de novembro, para a última reunião do Conselho Permanente do ano. O arcebispo dom Geremias Steinmetz participou do encontro representando o Regional Sul 2 da CNBB, do qual é presidente.

O Conselho Permanente da CNBB é uma instância de coordenação abaixo apenas da Assembleia da instituição. “O Conselho Permanente tem a missão de avaliar e encaminhar as decisões tomadas pelos bispos brasileiros na Assembleia da CNBB”, explicou o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Spengler.

Entre os assuntos presentes na pauta da reunião estiveram as análises de conjuntura eclesial e social, a acolhida aos imigrantes venezuelanos e o relatório sobre a primeira etapa do Sínodo dos Bispos, realizada em outubro em Roma. “Fizemos uma análise interessante apresentada pelo dom Jaime Spengler, presidente da CNBB. O texto, que é uma síntese do que foi feito no sínodo já está rodando o Brasil, o mundo”, destacou dom Geremias.

“Um trabalho muito bom de revisão, planejamento, análise também da nossa pastoral, as grandes questões que envolvem a Igreja Católica no nosso país”, finalizou dom Geremias.

Pascom Arquidiocesana

Foto: Divulgação

Encerrou nesta quinta-feira, 17 de junho, a reunião ordinária do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do qual fazem parte cerca de 40 bispos de todo Brasil, dentre eles dom Geremias . O encontro, realizado virtualmente, discutiu, entre outras questões, uma análise de conjuntura, calendário para o ano que vem e o Sínodo dos Bispos, a ser realizado em 2023.

 

O núncio apostólico no Brasil, dom Giambatistta Diquattro, abriu o evento com uma palavra aos bispos a partir do contexto social e eclesial da atualidade, com forte polarização. Dom Giambatistta fez um convite: “vivamos nossa vocação como filhos de Deus e como operadores de paz”.

 

Um dos temas tratados no primeiro dia foi o Ano Vocacional, que será de novembro de 2022 a novembro de 2023. Dom Geremias explica que este ano vai tentar suscitar mais vocações missionárias, tanto missão ad gentes, como missão no próprio país ou diocese. Segundo ele, é preciso trabalhar o sim para a missão na generosidade. “Aquilo que a gente vê nos Evangelhos e nos missionários que vieram pra cá, [eles] sempre tiveram essa espiritualidade: partir em missão, dar a vida pela missão”, explica.

 

Outro ponto importante levantado por dom Geremias foi a apresentação da diretoria ANEC (Associação Nacional de Educação Católica do Brasil) sobre sua atuação no país. São mais de 1,5 milhão de alunos e mil escolas de primeiro e segundo e 40 instituições de ensino superior afiliadas à ANEC.  A entidade teve um encontro com a Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB e levou ao Conselho Permanente informações sobre sua atuação institucional na defesa de educação de excelência e na incidência política, institucional e internacional. Houve um pedido para unir forças em iniciativas comuns.

 

Na reunião do conselho foi tratado também sobre a Signis Brasil e a comunicação na CNBB. A Signis é uma associação católica que reúne representantes de veículos radiofônicos, televisivos, impressos e digitais de todo país. Tem o papel de articular os meios de comunicação católicos em vista da missão de evangelizar. “Foi uma meia hora de trabalho em que se falou sobre a rádio, programações conjuntas, e foi colocada bastante em pauta a questão da comunicação no país hoje”, destaca dom Geremias.

 

Outro assunto conversado na reunião foi o encontro de parlamentares católicos, que irá acontecer nos dias 16 e 17 de setembro de forma on-line. “Inclusive foi pedido para que a gente sugerisse nomes para que assim esse encontro possa acontecer e quem sabe ter uma consequência positiva na vida nacional, na vida também no nosso continente, na América Latina”, explica. A partir de uma indicação da 5ª Conferência do Episcopado Latino Americano e do Caribe, em 2007, o Conselho Episcopal Latino Americano (Celam) incentiva a realização de encontro com parlamentares católicos. Em âmbito continental, houve uma primeira reunião em Bogotá, na Colômbia, no ano de 2017, e a segunda, no Paraguai, em 2019.

 

O Encontro de Parlamentares Católicos a Serviço do Povo Brasileiro terá representação de lideranças políticas dos vários níveis do Poder Legislativo e todas as regiões do país. Busca-se também a pluralidade partidária. O assessor político da CNBB, padre Paulo Renato Campos, apresentou a programação preparada para o evento e ressaltou o pedido para comissões, organismos e regionais enviarem suas contribuições para o encontro.

 

O próximo Sínodo dos Bispos será realizado em 2023, a partir do tema missão. Em outubro deste ano, será lançada a pesquisa que visa colaborar com a reflexão que vai se desenvolver no sínodo. Até julho do ano que vem, vai ser coletado o material que depois segue para a síntese que irá compor o Instrumento Laboris, os textos de trabalho do sínodo.

Confira outros assuntos tratados na reunião:

 

É tempo de Cuidar

Dom Mário Antônio da Silva, vice-presidente da CNBB, apresentou alguns números da Ação Solidária Emergencial “É tempo de Cuidar”, que chegou em sua segunda fase.  Também convidou dois membros da Cáritas Brasileira, entidade que também ajuda a promover a iniciativa, para falar sobre a perspectiva da Campanha.

 

Irmã Cleusa, da Cáritas, falou sobre a Semana de Mobilização, realizada de 8 a 12 de junho e seus frutos.  Já o Magalhães, da Cáritas Brasileira, apresentou os dados gerais da Campanha. Até o momento já foram mais de 1 milhão e 800 mil itens alimentícios arrecadados.

 

Repam

Também durante a reunião, o Conselho Permanente aprovou a recondução dos membros que farão parte da diretoria da Rede Eclesial Pan-Amazônica, a Repam. São eles: dom Erwin Kräutler, como presidente; dom Roque Paloschi, como secretário e dom Mário Antônio da Silva, como ecônomo.

 

Campanha da Fraternidade 2022

Na sequência da reunião do Conselho Permanente, foram apresentados a oração e o sumário do texto-base da Campanha da Fraternidade 2022, cujo tema é “Fraternidade e Educação”. Os bispos receberam a décima versão do texto que irá conduzir as reflexões da Campanha do ano que vem e poderão identificar ausências, sugerir acréscimos e indicações, até o dia 25 de junho.

 

Novo Estatuto

Outro tema da manhã desta quinta-feira foi o Novo Estatuto da CNBB. O processo de elaboração chega à terceira etapa, com a aprovação de uma Comissão de Peritos e posterior Formulação Jurídico Canônica do Estatuto e do Regimento da Conferência, entre os meses de julho e outubro.

 

A equipe de trabalho indicou uma série de peritos, entre canonistas, especialistas na área jurídica civil, teólogos e pastoralistas. São bispos, padres, leigas e leigos. Junto com a Comissão de Peritos também haverá uma equipe de consultores para auxiliar no processo de formulação do texto. Os membros do Conselho Permanente indicaram outros nomes à lista proposta, os quais serão articulados pela equipe que coordena o processo de elaboração do novo estatuto.

 

Expressões carismáticas

O Conselho Permanente também aprovou na manhã desta quinta-feira, 17, a criação de um grupo de trabalho que irá refletir sobre as expressões carismáticas na Igreja no Brasil. A ideia surgiu partir do contato do bispo de Tocantinópolis (TO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB, dom Geovane Pereira de Melo; do secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado; do bispo de Paranavaí (PR), dom Mário Spaki, referencial para o Serviço de Comunhão Charis no Brasil; e do bispo auxiliar de Brasília, dom José Aparecido Gonçalves Almeida.

 

A proposta é refletir sobre as expressões ligadas à Renovação Carismática e aos carismas pentecostais na Igreja no Brasil, tratando de questões relacionadas à doutrina, liturgia e compromisso social, por exemplo. Desses grupos, segundo dom Geovane, nasceram ministérios, serviços e novas comunidades, cujas expressões “têm uma forte presença nos meios de comunicação social e forte influência na forma de pensar de uma grande parte dos fiéis católicos”.

 

Sínodo

As atividades da manhã foram concluídas com um encontro dos bispos com a Secretaria do Sínodo, que falou sobre o processo de preparação para a XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, cujo tema proposto pelo Papa Francisco é “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. Direto de Roma, contataram os bispos o secretário geral do Sínodo, cardeal Mario Grech, e os subsecretários monsenhor Luis Marìn de San Martin e irmã Nathalie Becquart. Eles explicaram sobre as motivações para a assembleia sinodal, reconheceram o processo da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe e incentivaram a contribuição do Brasil. A secretaria do Sínodo ainda deseja que o processo do sínodo ajude também “a sentir toda a Igreja a dar uma resposta nesse momento que estamos vivendo”.

 

Pascom Arquidiocesana
Com informações CNBB

O monsenhor Raimundo Possidônio, da arquidiocese de Belém (PA), apresentou ao Conselho Permanente, na manhã deste dia 26, o Instrumento de Trabalho (Instrumentum laboris) para o Sínodo dos Bispos da região Paz-Amazônica, a ser realizado em outubro deste ano no Vaticano. O monsenhor é um dos brasileiros especialistas que participou da elaboração do Instrumento de Trabalho preparatório. Ele é um estudioso da história da Amazônia e colabora na REPAM.

 

Ele destacou que o documento é fruto de um processo de escuta que teve início com a visita do Papa Francisco a Puerto Maldonado (Peru) em janeiro de 2018, prosseguiu com a consulta ao Povo de Deus em toda a Região Amazônica por todo o ano e se concluiu com a II Reunião do Conselho Pré-Sinodal, em maio passado.

 

O Instrumento de Trabalho deste Sínodo para a Região Pan-Amazônica foi publicado em três idiomas: espanhol, italiano e português. O texto é composto por 147 pontos divididos em 21 capítulos separados por três partes. A primeira parte se titulada “a voz da Amazônia” e tem a finalidade de apresentar a realidade do território e de seus povos.

 

Foto: Repam/Paulo Martins

Na segunda parte deste texto vaticano, intitulada “Ecologia integral: o clamor da terra e dos pobres”, adverte-se sobre a “destruição extrativista” e abordam questões relevantes como “os povos indígenas em isolamento voluntário (PIAV)” e outros fenômenos de interesse mundial, como “a migração”, “a urbanização”, “a família e a comunidade”, “a saúde”, “a educação integral” e “a corrupção”.

 

Na terceira parte do Instrumentum laboris, reflete-se sobre os desafios e esperanças da região e incentiva a Igreja a ter um papel “profético na Amazônia”, apresentando “a problemática eclesiológica e pastoral” da região.

 

Os bispos que integram o Conselho Permanente apresentaram sua visão sobre o Instrumento de Trabalho após a apresentação. Segundo o arcebispo de São Paulo, o cardeal dom Odilo Scherer, é necessário reforçar que trata-se, por hora, de um “instrumento de trabalho” preparatório e que ainda não é nenhum documento conclusivo, o que só é publicado como documento oficial após a Assembleia e ser transformada numa Exortação Apostólica do papa Francisco.

 

Ele chamou a atenção para o risco de a mídia e a opinião pública reduzirem os debates do Sínodo a poucos aspectos. “Cabe aos bispos assegurar um amplo debate em torno da temática desta Assembleia do Sínodo”, observou.

 

O bispo de Roraima e vice-presidente da CNBB, dom Mário Antônio da Silva, destacou a beleza do processo de escutas sinodais realizada em toda região Amazônica que integra um conjunto de nove países. Um ponto bem destacado pelos bispos foi a metodologia e o processo de escuta e preparação deste relatório que, por meio de diferentes metodologias, ouviu e sistematizou a voz e a visão dos diferentes povos que vivem na região amazônica.

 

Dom Canisio Klaus, bispo de Sinop (MT) e presidente do regional Oeste 2, disse que o trabalho para se chegar ao Instrumento de Trabalho foi muito real e feito junto às bases. “Eu mesmo me sentei com eles, os indígenas, as comunidades, eu participei. O Documento são palavras deles, não nossas”, frisou. Para o bispo de Sinop é preciso, a partir de agora, compromisso com o que veio das escutas. “Se não tivermos amor, dedicação e profetismo teremos muitas barreiras. O papa nos pediu para escutar e sermos fiéis à essas escutas”, destacou.

 

Uma série de encontros estão programados para que os bispos, sobretudo os bispos da região Amazônica do Brasil, que participarão do Sínodo, aprofundem o texto preparatório e ainda possam sugerir propostas e alterações.

 

Comissão Episcopal Especial para a Amazônia

Após a apresentação do Documento de Trabalho, o Conselho Permanente aprovou a continuidade da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia (CEA). Com o objetivo de animar o espírito missionário da Igreja e sensibilizar a sociedade brasileira em relação à Amazônia, a CEA foi criada em 2003 e tem sido responsável por uma série de iniciativas e articulações de projetos e ações na região.

 

Com a aprovação da Comissão pelo Conselho Permanente, os membros da CEA permanecem os mesmos, pelo menos até o Sínodo, de forma a garantir a continuidade dos processos já iniciados. Fazem parte da Comissão o Cardeal Claudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo (SP), na função de presidente; Dom Ervin Krautler, bispo emérito de Xinguú (PA), como secretário; Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho (RO); Dom Sérgio Eduardo Castriani, arcebispo de Manaus (AM); Dom Vicente Costa, bispo de Jundiai (SP); e Ir. Maria Irene Lopes, no serviço da assessoria

 

O Instrumento de Trabalho pode ser acessado aqui: http://repam.org.br

CNBB

A nossa fé e a força do amor que nos move” concorram para que a reunião seja uma profunda e”fecunda” experiência da colegialidade dos bispos, disse o presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, no início da encontro do Conselho Permanente da entidade que teve início na manhã desta terça-feira, 25 de junho, e se estende até quinta-feira, 27 de junho, quando a Presidência vai conceder uma Entrevista Coletiva.

 

Pauta

Dom Joel Portella, secretário-geral da CNBB, apresentou aos bispos, a pauta do encontro. Entre os principais assuntos estão: observações sobre a conjuntura, avaliação da 57ª Assembleia Geral, escolha do tema central da Assembleia Geral de 2020, Sínodo da Amazônia, Comissão para a Ecologia Integral e Mineração. O Núncio Apostólico no Brasil, dom Giovanni D’Aniello, estará presente na primeira parte da reunião, na quinta-feira.

 

Os presidentes dos 18 regionais da CNBB terão a palavra, durante o encontro. Os bispos também terão um tempo para discutir a “Visita Ad Limina”, movimento normal que os bispos fazem na Igreja, indo à Santa Sé, de cinco em cinco anos. As datas ainda não foram definidas pela Congregação para os Bispos, mas terão que definir a divisão dos grupos.

 

Ainda na primeira parte da manhã desta terça-feira, teve a palavra o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer. Ele é primeiro vice-presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam). Ele anunciou que o Conselho, nos próximos dois anos, irá fazer uma revisão e avaliação do papel do organismo. Dom Odilo disse ainda que há sinais de que pode-se iniciar uma preparação para uma nova conferência episcopal do episcopado latino-americano, uma vez que já completamos 12 anos da Conferência de Aparecida.

 

Dom Walmor, que também participou do primeiro encontro do Celam, acrescentou informações demonstrando que o episcopado brasileiro será considerado no movimento de reflexão e avaliação do Conselho.

 

Participantes – Além da presidência, participam do Conselho Permanente, representantes dos 18 regionais. Eles deverão oferecer ao conjunto do Conselho, as perspectivas pastorais diante das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, aprovadas na última Assembleia da CNBB, realizada em maio, em Aparecida (SP).

CNBB

 

 

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Reunidos entre os dias 26 e 28 de março na sede provisória da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF), os bispos que integram o Conselho Permanente da entidade emitiram uma mensagem na qual demonstram preocupação com a Reforma da Previdência – PEC 06/2019.

No texto, os bispos reafirmam que o sistema da Previdência Social possui uma intrínseca matriz ética. “Ele é criado para a proteção social de pessoas que, por vários motivos, ficam expostas à vulnerabilidade social (idade, enfermidades, acidentes, maternidade…), particularmente as mais pobres. Nenhuma solução para equilibrar um possível déficit pode prescindir de valores ético-sociais e solidários” (Nota da CNBB, março/2017).

Eles reconhecem que o sistema da Previdência precisa ser avaliado e, se necessário adequado à Seguridade Social. Alertam, no entanto, que as mudanças contidas na PEC 06/2019 sacrificam os mais pobres, penalizam as mulheres e os trabalhadores rurais, punem as pessoas com deficiência e geram desânimo quanto à seguridade social, sobretudo, nos desempregados e nas gerações mais jovens.

Apontam  também que o discurso de que a reforma corta privilégios precisa deixar claro quais são esses privilégios, quem os possui e qual é a quota de sacrifício dos privilegiados, bem como a forma de combater a sonegação e de cobrar os devedores da Previdência Social. “A conta da transição do atual regime para o regime de capitalização, proposto pela reforma, não pode ser paga pelos pobres”, reforçam.

Ainda na mensagem, os bispos fazem um apelo ao Congresso Nacional para que favoreça o debate público sobre esta proposta de reforma da Previdência que incide na vida de todos os brasileiros. “Conclamamos as comunidades eclesiais e as organizações da sociedade civil a participarem ativamente desse debate para que, no diálogo, defendam os direitos constitucionais que garantem a cidadania para todos, dizem em um dos trechos.

Confira abaixo, a mensagem, na íntegra:

MENSAGEM DO CONSELHO PERMANENTE DA CNBB

“Serás libertado pelo direito e pela justiça” (cf. Is 1,27)

Nós, bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunidos em Brasília-DF nos dias 26 a 28 de março de 2019, assistidos pela graça de Deus, acompanhados pela oração da Igreja e fortalecidos pelo apoio das comunidades eclesiais, esforçamo-nos por cumprir nossa missão profética de pastores no anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo e na denúncia de acontecimentos e situações que se opõem ao Reino de Deus.

A missão da Igreja, que nasce do Evangelho e se alimenta da Eucaristia, orienta-se também pela Doutrina Social da Igreja. Esta missão é perene e visa ao bem dos filhos e filhas de Deus, especialmente, dos mais pobres e vulneráveis, como nos exorta o próprio Cristo: “Todas as vezes que fizestes isso a um destes pequeninos que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40). Por isso, nosso olhar se volta constantemente para a realidade do país, preocupados com propostas e encaminhamentos políticos que ameacem a vida e a dignidade dos pequenos e pobres

Dentre nossas atuais preocupações, destaca-se a reforma da Previdência – PEC 06/2019 – apresentada pelo Governo para debate e aprovação no Congresso Nacional. Reafirmamos que “o sistema da Previdência Social possui uma intrínseca matriz ética. Ele é criado para a proteção social de pessoas que, por vários motivos, ficam expostas à vulnerabilidade social (idade, enfermidades, acidentes, maternidade…), particularmente as mais pobres. Nenhuma solução para equilibrar um possível déficit pode prescindir de valores ético-sociais e solidários” (Nota da CNBB, março/2017).

Reconhecemos que o sistema da Previdência precisa ser avaliado e, se necessário, adequado à Seguridade Social. Alertamos, no entanto, que as mudanças contidas na PEC 06/2019  sacrificam os mais pobres, penalizam as mulheres e os trabalhadores rurais, punem as pessoas com deficiência e geram desânimo quanto à seguridade social, sobretudo, nos desempregados e nas gerações mais jovens. O discurso de que a reforma corta privilégios precisa deixar claro quais são esses privilégios, quem os possui e qual é a quota de sacrifício dos privilegiados, bem como a forma de combater a sonegação e de cobrar os devedores da Previdência Social. A conta da transição do atual regime para o regime de capitalização, proposto pela reforma, não pode ser paga pelos pobres. Consideramos grave o fato de a PEC 06/2019 transferir da Constituição para leis complementares regras previdenciárias como idades de concessão, carências, formas de cálculo de valores e reajustes, promovendo desconstruções da Constituição Cidadã (1988).

Fazemos um apelo ao Congresso Nacional que favoreça o debate público sobre esta proposta de reforma da Previdência que incide na vida de todos os brasileiros. Conclamamos as comunidades eclesiais e as organizações da sociedade civil a participarem ativamente desse debate para que, no diálogo, defendam os direitos constitucionais que garantem a cidadania para todos.

Ao se manifestar sobre estas e outras questões que dizem respeito à realidade político-social do Brasil, a Igreja o faz na defesa dos pobres e excluídos. Trata-se de um apelo da espiritualidade cristã, da ética social e do compromisso de toda a sociedade com a construção do bem comum e com a defesa do Estado Democrático de Direito.

O tempo quaresmal, vivido na prática da oração, do jejum e da caridade, nos leva para a Páscoa que garante a vitória, em Jesus, sobre os sofrimentos e aflições. Anima-nos a esperança que vem de Cristo e de sua cruz, como ensina o papa Francisco: “O triunfo cristão é sempre uma cruz, mas cruz que é, simultaneamente, estandarte de vitória, que se empunha com ternura batalhadora contra as investidas do mal” (Evangelii Gaudium, 85).

Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, interceda por todos os brasileiros e brasileiras!

Brasília-DF, 28 de março de 2019

 Cardeal Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília

Presidente da CNBB

Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de Salvador

Vice-Presidente da CNBB

          Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília

Secretário-Geral da CNBB

 

 

CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza de 20 a 22 de novembro, em sua sede provisória, a 97ª Reunião Ordinária do Conselho Permanente, órgão que, segundo o Estatuto e Regimento da entidade, é responsável pela orientação e acompanhamento da CNBB e dos organismos a ela vinculados. O Conselho Permanente, constituído pela presidência, presidentes das comissões episcopais e membros eleitos dos conselhos episcopais regionais, também tem caráter eletivo e deliberativo. Dom Geremias participa do conselho desde 2014.

 

O destaque central da pauta será a organização da 57ª Assembleia Geral da CNBB que acontece em Aparecida (SP), de 1 a 10 de maio de 2019 e terá como objetivo central atualizar as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para o período 2019 a 2023. A equipe de redação composta por bispos e peritos e coordenada pelo arcebispo de São Luiz (MA), dom José Belisário da Silva, já se reuniu duas vezes. O resultado desta produção será apresentado aos bispos do Conselho Permanente.

 

Os membros do Conselho Permanente também votarão o texto Ministério e Celebração da Palavra, fruto da junção do trabalho de duas comissões especiais de trabalho. A atualização das orientações para a celebração da Palavra tem como base o Documento 52 da CNBB, aprovado durante a 32ª Assembleia Geral da CNBB, em 1994.

 

Lançamento nova edição da Bíblia CNBB – Após 11 anos de trabalho, a CNBB lançará, nesta reunião, dia 21/11, às 11h, uma nova tradução oficial da Bíblia que servirá de referência para a Igreja no Brasil. Como recomenda o Concílio Vaticano II, a tradução se baseia nos textos originais hebraicos, aramaicos e gregos, cotejados com a Nova Vulgata – a tradução oficial católica. Esta nova versão será usada nas futuras publicações oficiais da Igreja no Brasil (lecionários litúrgicos, documentos).

 

O presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, e os padres sinodais brasileiros que integram o Conselho Permanente farão um repasse da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada em Roma, de 03 a 28/10, cujo tema foi a juventude. O Sínodo 2019, cujo tema é a Amazônia, também será objeto de estudos e encaminhamentos do conselho.

 

A 97ª Reunião Ordinária do Conselho Permanente também se dedicará a outros assuntos: análise de conjuntura brasileira, reforma do prédio sede, comunicado das comissões e seus serviços, a migração em Roraima e o Plano Caminhos de Solidariedade, eleição do Secretário do Centro Cultura Missionário (CCM) da CNBB.

CNBB

 

Foto: Última reunião do Conselho Permanente/Agosto 2019.

Bispos do Conselho Permanenteda CNBB se reúnem nesta semana em Brasília para tratar de assuntos e questões da Igreja Católica. É a segunda reunião anual do Conselho Permanente. Nesta reunião os bispos fazem também uma análise da situação política, econômica e eclesial atual do Brasil. Está entre as duas reuniões mais importantes que dom Geremias Steinmetz participa, acima dela só a Assembleia Geral da CNBB. Dom Geremias participa do conselho desde 2014.

Serão dois dias de muito de trabalho, explica dom Geremias (Foto Tiago Queiroz/PASCOM)

 “É uma alegria participar desta reunião. Essa reunião ajuda muito a compreender questões referentes às cidades. Londrina é uma cidade relativamente grande, então se tem uma visão boa de como levar adiante grandes questões. Além disso, também vamos ver as diretrizes gerais da Ação Evangelizadora no Brasil, aqui na arquidiocese estamos elaborando as diretrizes para o ano que vem, então essa reunião é importante para que nossas proposições não caiam fora”, explicou o arcebispo.

Participam do Conselho Permanente a presidência da CNBB, os presidentes das 12 Comissões Episcopais Pastorais, presidentes dos regionais da CNBB e um bispo eleito de cada regional. Na pauta da reunião assuntos como as diretrizes da Ação Evangelizadora no Brasil para 2019-2023, ideologia de gênero e mês missionário extraordinário.  “Serão dois dias e meio de muito trabalho”, conclui.

Grupo de Assessores
Na segunda-feira, 18 de junho, os assessores de todas as comissões da CNBB estiveram reunidos na sede provisória da Conferência em Brasília. São 12 comissões episcopais pastorais: Liturgia, Animação Bíblico-Catequética, Cultura e Educação, Laicato, Vida e Família, Juventude, Comunicação, Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso, Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, Doutrina da Fé, Ministérios Ordenados e Vida Consagrada e Ação Social Transformadora. Além deles, também participa a assessoria da comissão especial para a Amazônia e assessores de Política, de Direito Canônico e de Imprensa. (Com informações: CNBB).

Juliana Mastelini Moyses
PASCOM Arquidiocesana