A comunidade da Missão São Paulo VI, na Guiné-Bissau, África, viveu um momento histórico de celebração e festa neste domingo, 17 de janeiro. Numa missa presidida por dom Pedro Carlos Zilli, bispo de Bafatá, e concelebrada pelo padre Antônio Ambona, 19 pessoas receberam o sacramento do Batismo e cinco jovens o sacramento da Crisma.
Além de toda a preparação catequética para os sacramentos, esse momento celebrativo foi antecedido por um retiro, nos dias 8 e 9 de janeiro, com o tema: “Sal da terra e luz do mundo”, pensado e preparado pelos missionários. Os dois dias de retiro foram intensos, com momentos de oração e adoração ao Santíssimo e de palestras sobre a importância dos Sacramentos.
A missionária Márcia Pereira relatou que o sacramento do Batismo para os guineenses possui um valor muito grande, tanto que eles guardam a data como a do nascimento. Durante a homilia, Dom Pedro perguntou à assembleia quem lembrava a data do Batismo e foram muitos os que levantaram a mão.
“A mãe de Nelson Fernandes, de 12 anos, ficou muito emocionada ao ver o filho receber o sacramento do Batismo tão jovem. Ela mesma ainda não recebeu, pois aqui é comum as pessoas se batizarem a partir dos 40 anos de idade”, contou Márcia.
Também é costume entre os guineenses, nos sete primeiros dias após receberem o sacramento do Batismo, irem até a comunidade e participar da celebração da Palavra com os missionários. “Na segunda-feira, às 7h00, os recém batizados vieram até a casa da missão para rezar conosco. Testemunhar o valor que eles dão ao sacramento do Batismo é algo que renova nossa fé e enche o coração de ânimo”, disse Márcia.
Nessa data, de 17 de janeiro, estava prevista a inauguração oficial do Jardim Infantil Irmã Clara Giacopuzzi, com a presença do presidente do Regional Sul 2 da CNBB, Dom Geremias Steinmetz, e uma comitiva com outros bispos, padres e leigos do Brasil. No entanto, devido à pandemia do Coronavírus, a inauguração foi adiada e ainda não tem uma data prevista para acontecer.
Karina de Carvalho
CNBB Sul 2
O Papa Francisco modificou um cânon o Código de Direito Canônico e agora está institucionalizado o acesso das mulheres aos ministérios do leitorado e acolitado. Na carta apostólica em forma de Motu Proprio Spiritus Domini, divulgada nesta segunda-feira, 11, Francisco estabeleceu que esses ministérios sejam de agora em diante também abertos às mulheres, de forma estável e institucionalizada, com um mandato especial.
Foi alterado o cânon 230 parágrafo primeiro do CDC, que agora passa a ter a seguinte redação:
“Os leigos que tenham a idade e os dons determinados por decreto da Conferência Episcopal poderão ser assumidos estavelmente, mediante o rito litúrgico estabelecido, nos ministérios de leitores e acólitos; no entanto, tal atribuição não lhes confere o direito de apoio ou de remuneração da Igreja”.
A realidade da Igreja no Brasil e de outras partes do mundo já tem a presença das mulheres como leitoras da Palavra de Deus durante as celebrações litúrgicas, no serviço do altar, como ministrantes ou como dispensadoras da Eucaristia. Com a alteração, fica institucionalizada a abertura para homens e mulheres desempenharem tais funções, antes reservadas para seminaristas durante a preparação para o ministério ordenado. Eram as chamadas “ordens menores”.
Dons e ministérios
Francisco parte da ideia de que o “Espírito do Senhor Jesus, fonte perene da vida e missão da Igreja, distribui aos membros do Povo de Deus os dons que permitem a cada um, de forma diferente, contribuir para a edificação da Igreja e o anúncio do Evangelho”.
Tal contribuição ministerial, continua o Papa, pode ter origem em um sacramento específico, as ordens sagradas, ou podem estar relacionadas a tarefas que, ao longo da história, foram instituídas na Igreja e confiadas aos fiéis por meio de um rito litúrgico não sacramental, “em virtude de uma forma peculiar de exercício do sacerdócio batismal, e em auxílio do ministério específico de bispos, padres e diáconos”.
Contribuição sinodal
Na carta apostólica, o Papa recorda que algumas assembleias do Sínodo dos Bispos sublinharam a necessidade de se aprofundar doutrinalmente sobre o tema dos ministérios, “para que responda à natureza destes carismas e às necessidades dos tempos, e ofereça apoio oportuno ao papel de evangelização que diz respeito à comunidade eclesial”.
Em seguida, o Papa afirma ter aceitado as recomendações dos Sínodos, como o da Amazônia, e que foi alcançado um desenvolvimento doutrinário nos últimos anos que destacou como certos ministérios instituídos pela Igreja se baseiam na condição comum de serem batizados e do sacerdócio real recebido no sacramento do Batismo, o que é diferente do ministério ordenado recebido no sacramento da Ordem.
“Não só para a Igreja amazônica, mas para toda a Igreja, nas diversas situações, ‘é urgente promover e conferir ministérios a homens e mulheres … É a Igreja dos batizados que devemos consolidar promovendo a ministerialidade e, acima de tudo, a consciência da dignidade batismal ”, diz o Documento final do Sínodo para a Amazônia.
Nesse sentido, Francisco salientou que a prática já consolidada na Igreja latina confirmou que os ministérios leigos, baseando-se no sacramento do Batismo, “podem ser confiados a todos os fiéis idóneos, sejam homens ou mulheres, segundo o que já está implicitamente previsto. no cânon 230 § 2”.
Discernimento e preparação
Em carta ao prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Luís Ladaria, Francisco indica que o ministério deve ser conferido aos leigos “através do discernimento dos pastores e após adequada preparação” e que caberá às Conferências Episcopais estabelecer critérios adequados para o discernimento e preparação dos candidatos aos ministérios do Leitorado ou do Acólito, ou outros ministérios que considerem instituir.
Participação eficaz
Ainda na carta ao cardeal Ladaria, Francisco afirma que a decisão de conferir estes cargos também às mulheres, que implicam estabilidade, reconhecimento público e mandato do bispo, “torna mais eficaz a participação de todos na obra de evangelização na Igreja”.
“Uma distinção mais clara entre as atribuições do que hoje é chamado de ‘ministérios não ordenados (ou leigos)’ e ‘ministérios ordenados’ permite dissolver a reserva dos primeiros apenas para os homens. Se, no que diz respeito aos ministérios ordenados, a Igreja ‘não tem poder algum para conferir a ordenação sacerdotal às mulheres’ (cf. São João Paulo II, Carta Apostólica Ordinatio Priestotalis, 22 de maio de 1994), para os ministérios não ordenados é possível, e hoje parece apropriado, superar essa reserva“, escreveu o Papa.
Desta forma, continuou, “além de responder ao que se pede à missão na atualidade e aceitar o testemunho de tantas mulheres que se comprometeram e continuam a se empenhar no serviço à Palavra e ao Altar, ficará mais evidente – também para que estão se movendo para o ministério ordenado – que os ministérios do Leitorado e do Acolitado estão enraizados no sacramento do Batismo e da Confirmação”. Com efeito, aqueles que estão a caminho da ordenação diaconal e sacerdotal, instituídos com leitores e acólitos “compreenderão melhor que participam num ministério partilhado com outros homens e mulheres batizados”.
“Assim, o sacerdócio próprio de cada fiel (communis sacerdotio) e o sacerdócio dos ministros ordenados (sacerdotium ministeriale seu hierarchicum) se manifestarão ainda mais claramente ordenados entre si (cf. LG , n. 10), para a edificação da Igreja e para o testemunho do Evangelho”.
CNBB
Foto destaque: Arquidiocese de Manaus
Em sua primeira mensagem de 2021, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) defende que a vacina contra a covid-19 é um direito de todos os brasileiros. A vacinação, de acordo com os bispos, é compreendida como fato social, não individual, para alcançar metas indicadas pelos epidemiologistas.
“É uma questão de responsabilidade a rápida definição de estratégias para se começar imediatamente a vacinação”, defende o documento.
Segundo a presidência da CNBB, é imprescindível que todos caminhem juntos, solidariamente, sem exclusões para a erradicação da covid-19 do mapa do Brasil. “Não se vence uma pandemia isoladamente”, reforçam os bispos. “O novo que buscamos neste ano de 2021 requer a união de todos os cidadãos de boa vontade”, afirmam.
As vidas perdidas, segundo o texto, não podem simplesmente compor quadros estatísticos. “É luto e dor no coração das famílias. São histórias interrompidas por uma ameaça ágil, perigosa e invisível, porém real”, defendem.
Os bispos também conclamam os fiéis a não se deixarem vencer pelo cansaço, pelas desinformações e a evitar as aglomerações. “Não podemos nos render à indiferença de alguns, negacionismos de outros ou à tentação de nos aglomerarmos, permitindo que nos contaminemos e nos tornemos instrumentos de contaminação, sofrimento e morte de outras pessoas”, aponta o documento.
Em outro trecho, a mensagem defende que a sociedade brasileira exige pronta união e atuação dos governantes, nas diferentes esferas do poder, guiados pela ciência e sérias indicações dos epidemiologistas, para que a vacinação comece urgentemente, pois, a cada dia, vidas são perdidas para a pandemia, agravada também por seus impactos econômico-sociais.
Confira, abaixo, a íntegra do documento. A íntegra da versão em formato pdf aqui:
UNIDOS E RESPONSÁVEIS RUMO AO NOVO QUE DESEJAMOS
“Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10)
1. O novo que buscamos neste ano de 2021 requer a união de todos os cidadãos de boa vontade para enfrentamento da covid-19. Os números mostram que a pandemia está se tornando mais grave no Brasil. Já são cerca de 200 mil mortos.
2. As vidas perdidas não podem simplesmente compor quadros estatísticos. É luto e dor no coração das famílias. São histórias interrompidas por uma ameaça ágil, perigosa e invisível, porém real.
3. Para erradicar a covid-19, é imprescindível que todos caminhem juntos, solidariamente, sem exclusões. É preciso reconhecer que o vírus não respeita fronteiras, classes sociais e qualquer outra forma de categorização que, com tanta frequência, fundamentam lamentáveis discriminações.
4. A palavra de ordem é, portanto, união. É preciso haver, cada vez mais, corresponsabilidade no enfrentamento deste desafio sanitário e social. Não se vence uma pandemia isoladamente. Cada pessoa deve cuidar de si e, principalmente, do outro, que é irmão e irmã, com profundo respeito ao distanciamento social e atenção aos protocolos sanitários indicados pelas autoridades em saúde.
5. Não podemos nos render à indiferença de alguns, negacionismos de outros ou à tentação de nos aglomerarmos, permitindo que nos contaminemos e nos tornemos instrumentos de contaminação, sofrimento e morte de outras pessoas. Não deixemos que o cansaço e a desinformação nos levem a atitudes irresponsáveis. Sejamos fortes! Permaneçamos firmes!
6. A vacina seja para todos. É uma questão de responsabilidade a rápida definição de estratégias para se começar imediatamente a vacinação, compreendida como fato social, não individual, para alcançar metas indicadas pelos epidemiologistas.
7. Justiça, solidariedade e inclusão são os principais critérios a serem seguidos no enfrentamento desta pandemia. Cada instituição e segmento da sociedade têm graves responsabilidades neste processo. Por isso, a Igreja Católica assume seu compromisso de colaborar como força educativa e solidária rumo a um novo estilo de vida.
8. A sociedade brasileira exige pronta união e atuação dos governantes, nas diferentes esferas do poder, guiados pela ciência e sérias indicações dos epidemiologistas, para que a vacinação comece urgentemente, pois, a cada dia, vidas são perdidas para a pandemia, agravada também por seus impactos econômico-sociais.
9. Especial atenção seja dedicada aos mais vulneráveis e pobres. É inaceitável e pouco inteligente que a vacina chegue mais rapidamente a alguns, deixando a descoberto a maior parte da população.
10. O Papa Francisco, na Carta Encíclica Fratelli Tutti, ensina que a palavra solidariedade expressa muito mais do que gestos esporádicos. “A solidariedade, no seu sentido mais profundo, é uma forma de fazer história” (Carta Encíclica Fratelli Tutti, n. 116). A humanidade está adoecida pela pandemia e só encontrará a cura se caminhar unida, adotando a solidariedade como princípio que orienta as relações, para que todos tenham a oportunidade de se vacinar, para que cada pessoa assuma a própria responsabilidade no cuidado com o seu semelhante e com a Casa Comum.
11. Deus, que nos fez livres e corresponsáveis pela obra da Criação, pelo cuidado uns dos outros, ajude-nos a aprender com as lições desta pandemia, para que possamos superá-la e avançarmos na construção de um mundo mais saudável, a partir da fraternidade e da solidariedade universal.
Brasília-DF, 6 de janeiro de 2021
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima (RR)
Segundo Vice-Presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB
Na Solenidade de Cristo Rei, dia 22 de novembro, a coleta da missa será destinada a sustentar projetos de solidariedade e evangelização da Igreja em todo Brasil
Todos os anos, duas coletas das missas nas comunidades do Brasil têm destinações especiais. A primeira, Coleta da Solidariedade, é feita no Domingo de Remos, encerrando a quaresma, como gesto concreto da Campanha da Fraternidade. É destinada a sustentar projetos sociais da Igreja. A segunda, Coleta da Evangelização, é realizada no terceiro domingo do Advento e financia os projetos de evangelização da Igreja.
Por conta da pandemia do novo coronavírus, na data prevista para a coleta da CF 2020, dia 5 de abril, as igrejas estavam fechadas para celebrações com fiéis, por isso teve que ser adiada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que adiou a coleta, unificando-a com a Campanha da Evangelização.
Com o tema “É tempo de Cuidar da Evangelização” e olema “Conheceis a generosidade de Cristo” (2 Cor 8,9), a Coleta do Bem também está em sintonia com a Ação Solidária Emergencial da Igreja no Brasil, uma iniciativa da CNBB e Cáritas Brasileira.
“Cada cristão é chamado a viver e refletir essa generosidade com amor, fé e co-responsabilidade”, afirma padre Patriky Samuel Batista, secretário executivo das Campanhas da CNBB, sobre o lema da Coleta do Bem. A inspiração do lema vem das últimas catequeses do Papa Francisco, que tratam da solidariedade na perspectiva cristã.
A Coleta do Bem será realizada no fim de semana da Solenidade de Cristo Rei, dias 21 e 22 de novembro. Durante todo mês a proposta é refletir sobre três realidades: evangelização dos Pobres; Anúncio da Palavra e Vida em plenitude.
“O que inspira esse cuidado é a própria generosidade de Cristo que, sendo rico, como diz São Paulo, esvaziou-se de si mesmo e se doou a nós nos ensinando a fazer de nossas vidas uma oferta generosa da presença de Deus que é bondoso, compassivo e carinhoso (Sl 102). Como Igreja cuidamos do Anúncio da Palavra, dos Pobres e da Vida, dom de Deus para ser cultivado e compromisso a ser assumido”, afirma padre Patriky.
“Nesta época de pandemia é tempo de cuidar da Evangelização. De uma evangelização que se faz, que acontece também por meio do cuidado para com a Palavra de Deus e no cuidado litúrgico com as celebrações, mas também no cuidado com os pobres no horizonte da caridade cristã. A Evangelização supõe também recursos financeiros. Por esta razão nossa contribuição chega a diversos irmãos e irmãs que, com a pandemia, estão sofrendo ainda mais.”, afirma padre Patriky.
Destinação dos Recursos
No que tange à destinação dos recursos, do total arrecado com esta Coleta do Bem, 50% será da Coleta da Solidariedade e os outros 50% da Coleta da Evangelização. Da porcentagem destinada à da Soliedariedade, 60% serão destinados ao Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS), para financiar projetos da própria arquidiocese, e 40% para o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS). “Com esse recurso a CNBB apoia diversos projetos pelo Brasil afora”, aponta padre Patriky.
Já os outros 50% que dizem respeito à Coleta da Evangelização, 45% serão destinados à diocese, 35% para a CNBB e 20% para o regional.
Oração para a Campanha da Evangelização 2020
Bendito sois, Deus da vida,
auxílio dos pobres e vulneráveis,
amparo daqueles que esperam em vós.
Ajudai-nos a testemunhar a alegria da evangelização,
em meio aos desafi os do tempo presente.
Batizados e enviados para anunciar a Palavra, cuidar da vida e
evangelizar os pobres, vivendo
em comunidades eclesias missionárias,
queremos renovar nossa responsabilidade com a missão da Igreja.
Renovai nossa esperança,
fortalecei nosso chamado,
enviai-nos em missão.
Por Jesus Cristo,
na força do Espírito Santo.
Amém.
COMO DOAR?
1 – Nas celebrações deste fim de semana na Solenidade de Cristo Rei, nos dias 21 e 22 de novembro.
2 – Através do site da campanha: https://doe.cnbb.org.br
3 – Por meio de depósito bancário: Banco Bradesco
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Pascom Arquidiocesana
Referência: CNBB
Missão São Paulo VI, temas de relevância social e pastoral estiveram em pauta entre o episcopado paranaense
Os bispos do Paraná iniciaram o segundo dia de sua assembleia com a oração das laudes no auditório do Instituto Paulo VI, em Londrina, sede do encontro. Em seguida, o primeiro tema a ser abordado pelos bispos foi a Missão São Paulo VI, na Guiné-Bissau, África. O envio das novas missionárias e o início do funcionamento do Jardim Infantil Irmã Clara, que acontecerá em outubro, foram pauta da discussão. Por meio de uma teleconferência, os bispos também conversaram com os missionários na Guiné-Bissau: Pércio Pereira Vitória, Márcia Pereira Vitória e Danúbia Alves.
Ainda durante a manhã, aconteceram três teleconferências com autoridades da sociedade civil, com quem dialogaram temas de relevância social como a questão das reintegrações de posse que ocorrem no Estado do Paraná. Na parte da tarde, os bispos dedicaram-se sobre assuntos referentes a caminhada pastoral da Igreja do Paraná e questões de ordem administrativa do Regional Sul 2 da CNBB.
O arcebispo de Londrina e presidente do Regional Sul 2 da CNBB, Dom Geremias Steinmetz, manifestou alegria e gratidão pela oportunidade de acolher os bispos do Paraná em sua arquidiocese. “As assembleias dos bispos paranaenses tem sido momentos muito importantes de diálogo, de confraternização, de partilha de problemas, de soluções e do nosso trabalho e ministério nas diferentes dioceses. Então estamos aqui tentando fazer um caminho comum, nos encontrando em diversas atividades e projetos pastorais”, disse Dom Geremias.
Dom Severino Clasen
Dom Severino Clasen, arcebispo de Maringá, que participa pela primeira vez de uma assembleia como bispo do Regional Sul 2, manifestou que o momento é de alegria e gratidão: “Estou sendo muito acolhido, livre e com muita esperança de comungar essa fraternidade episcopal, anunciando o Reino de Deus para o povo junto aos nossos bispos do Paraná”, afirmou.
As atividades do dia encerraram-se com a missa presidida pelos Bispos da presidência: Dom Geremias Steinmetz, Dom José Antônio Peruzzo e Dom Amilton Manoel da Silva. Por iniciativa da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Londrina, pela primeira vez, a missa particular de uma assembleia dos bispos do Paraná foi transmitida pelas redes sociais do Regional Sul 2 da CNBB e mais de mais de dez arqui/dioceses do Paraná. Ao final da celebração, padre Valdecir Badzinski, secretário executivo da CNBB Sul 2, entregou nas mãos de Dom Sergio Braschi, bispo de Ponta Grossa e referencial para a dimensão missionária, a logo do Jardim Infantil Irmã Clara para ser abençoada e, posteriormente, enviada para a Guiné-Bissau.
A assembleia dos bispos do Paraná se conclui nesta terça-feira, 29 de setembro, com o almoço.
Karina de Carvalho
Assessora de Comunicaçãoo da CNBB Sul 2
Fotos: Karina de Carvalho
Missa de envio de três leigas para a Missão na África marca o início da Assembleia dos bispos do Paraná, em Londrina
Uma missa na Catedral Sagrado Coração de Jesus, em Londrina, marcou o início da Assembleia dos Bispos do Paraná, no final da tarde deste domingo, 27 de setembro. A missa também foi ocasião para o envio das leigas Andréia Salvador, Berenice Cheniski e Elzira Riva para a Missão São Paulo VI na Guiné-Bissau, África. Dom Sergio Arthur Braschi, bispo de Ponta Grossa e referencial para a dimensão missionária no Paraná, foi o presidente da celebração, que foi aberta à comunidade, com a restrição de pessoas ao que é permitido na Catedral e também contou com a transmissão pelas redes sociais.
Sergio frisou em sua homilia que as missionárias chegam na cidade de Quebo, onde está localizada a Missão São Paulo VI, no momento em que inicia o ano letivo do Jardim Infantil Irmã Clara. Na Guiné-Bissau, o ano letivo inicia em outubro, quando cessa o período das chuvas.
Após a homilia, as três missionárias subiram ao presbitério para receber a bênção proferida por Dom Sergio que, em seguida abençoou os crucifixos e os Evangelhos na língua crioula, que foram entregues a cada uma pelos bispos de suas dioceses. Dom Mário Spaki, bispo de Paranavaí, entregou à Andréia; Dom Celso Antônio Marchiori, bispo de São Jose dos Pinhais, à Elzira Riva e Dom José Antônio Peruzzo, arcebispo de Curitiba, à Berenice Cheniski.
Arcebispos e Bispos de 18 dioceses do Paraná reúnem-se na Arquidiocese de Londrina até terça-feira, 29 de setembro, a fim de dialogar e deliberar sobre temas referentes ao magistério episcopal e à caminhada pastoral da Igreja no Paraná. A assembleia acontece no Instituto Paulo VI, o qual oferece condições propícias para que os bispos possam se reunir com segurança, acatando todas as recomendações das autoridades sanitárias quanto à prevenção ao Coronavírus.
Karina de Carvalho
Assessora de comunicação da CNBB Sul 2
Fotos: Terumi Sakai – Pascom Arquidiocese de Londrina
A busca da Sinodalidade
Marcando a 20ª live do arcebispo dom Geremias com as pastorais e movimentos da arquidiocese, hoje a conversa é sobre o Regional Sul 2 da CNBB, que compreende a Igreja do Paraná.
A live tem participação especial do padre Valdecir Badzinski, secretário executivo do regional e da jornalista da Arquidiocese de Londrina, Juliana Mastelini Moyses.
“Para que todos sejam um” (Jo 17, 21)
Libras: Márcio Ferri Dutra.
Sobre o aborto induzido da criança de 10 anos ocorrido no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, ligado à Universidade de Pernambuco, no Recife, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira disse ser lamentável presenciar aqueles que representam a Lei e o Estado com a missão de defender a vida, decidirem pela morte de uma criança de apenas cinco meses, cuja mãe é uma menina de dez anos.
Segundo ele, o caso encerra dois crimes hediondos. “A violência sexual é terrível, mas a violência do aborto não se explica, diante de todos os recursos existentes e colocados à disposição para garantir a vida das duas crianças. As omissões, o silêncio e as vozes que se levantam a favor de tamanha violência exigem uma profunda reflexão sobre a concepção de ser humano”, afirmou.
Em oração, dom Walmor pediu consolação a Deus para todos os envolvidos nessa desafiadora e complexa situação existencial, que feriu de morte a infância, consternando todo o país. Para o presidente da CNBB, o precioso dom da vida precisa ser, incondicionalmente, respeitado e defendido. “Ante a complexidade do ocorrido, devemos ser humildes, reconhecendo as limitações humanas, e sempre compassivos- sejamos sinais do amor de Deus”, afirmou.
O bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, dom Ricardo Hoepers, escreveu artigo questionando a decisão de interrupção da gravidez de uma menina de dez anos que sofreu abuso sexual, em São Mateus (ES).
“É uma história que precisa ser esclarecida. É um processo que precisa ser desvendado. Duas crianças que poderiam viver… teve laudo técnico a favor da vida, teve suporte profissional a favor da vida, teve hospital disposto a cuidar até o fim da gestação, tiveram todas as condições de salvar as duas vidas, mas, de repente, uma transferência, de um Estado para o outro, e toda uma mobilização para que o aborto fosse realizado. Nas mãos de quem ficou a tutela dessa menina, quem decidiu tudo por ela?”, questiona o bispo.
Outros bispos também se manifestaram a respeito do caso. Durante esta semana, o Portal da CNBB vai divulgar uma série de notícias e artigos abordando a temática da defesa da vida, da proteção dos menores, da luta contra os abusos sexuais e do trabalho pastoral da Igreja neste contexto tão desafiador.
Confira o texto de dom Ricardo na íntegra:
Por que não viver?
Desde o momento que soube do assassinato da bebê de mais de 5 meses, de São Mateus (ES), com uma injeção de potássio na cavidade cardíaca da criança, em Recife (PE), cuja mãe é uma menina de dez anos, fiquei pensando, como explicar esse crime hediondo.
Por que não foi permitido esse bebê viver? Que erro ele cometeu? Qual foi seu crime? Por que uma condenação tão rápida, sem um processo justo e fora da legalidade? Por que o desprezo a tantas outras possibilidades de possíveis soluções em prol da vida? Foram muitos os envolvidos, mas o silêncio e omissão dos órgãos institucionais que têm a prerrogativa de defender a vida, se entregaram às manobras de quem defende a morte de inocentes. Por quê?
É uma história que precisa ser esclarecida. É um processo que precisa ser desvendado. Duas crianças que poderiam viver… teve laudo técnico a favor da vida, teve suporte profissional a favor da vida, teve hospital disposto a cuidar até o fim da gestação, tiveram todas as condições de salvar as duas vidas, mas, de repente, uma transferência, de um Estado para o outro, e toda uma mobilização para que o aborto fosse realizado. Nas mãos de quem ficou a tutela dessa menina, quem decidiu tudo por ela?
Por que a obsessão de apresentar uma única saída? Por que burlar as leis para alcançar esse objetivo de usar de uma criança para um intento assassino?
Difícil raciocinar o que aconteceu, como aconteceu e porque terminou assim!
Ministério Público do Espírito Santo, Conselho Tutelar, Secretários Municipais da Saúde de Vitória e Recife e Secretários Estaduais da Saúde do Espírito Santo e de Pernambuco têm muitas explicações a dar à sociedade brasileira. Por que foi rejeitado um laudo técnico de profissionais e o suporte dos mesmos, obrigando o hospital a dar alta e subitamente transferir a menina-mãe para um hospital em outro Estado? Há claramente um abuso de poder que merece ser investigado.
Mas, de tudo isto, ainda resta a pergunta: por que o bebê não pôde viver? Por que foi sentenciado à morte, mesmo sendo inocente, e tendo todas as condições para vir à vida com os devidos cuidados e com o apoio técnico profissional à disposição? Por que optaram pela morte e não pela vida, desrespeitando a lei, pois se tratava de um bebê de 22 semanas?
Se não somos capazes nem de defender a nossa própria espécie, que tipo de humano estamos nos tornando? Estamos negando nossa própria humanidade. A violência do estupro e do abuso sexual é infame e horrenda, mas a violência do aborto provocado em um ser inocente e sem defesa é tão terrível quanto. Ambos são crimes. Apontam como sinais da degradação moral e da decadência dos costumes, ferindo os valores mais sublimes como o respeito à dignidade do ser humano e a sacralidade do valor da vida!
Mesmo sendo rechaçados pelo nosso discurso religioso em prol da vida, quero dizer que não se trata de nenhum fundamentalismo, mas do uso da reta razão. Quando vem à mente um tema tão básico, tão racional, tão científico, tão antigo, de uma regra de ouro que é uma verdade basilar e aceita por qualquer sociedade civilizada: “Não matarás um inocente”, então nos perguntamos: Por que estão matando nossas crianças? Ou perdemos o fio da história ou nos tornamos reféns de uma razão autodestrutiva, que se odeia e, por isso, mata o seu futuro antes dele nascer…
Hoje faço uma prece por todas as crianças que gostariam nascer, brincar, chorar e viver, mas, foram assassinadas antes de nascer! Esperamos explicações e respostas sobre esse caso. Chega de violência! Não ao aborto! Escolhe, pois, a vida (Dt, 30,19).
Rio Grande (RS), 17 de agosto de 2020.
Dom Ricardo Hoepers
Presidente da Comissão Vida e Família da CNBB