Nós, Bispos do Paraná, Regional Sul 2 da CNBB, reunidos em Assembleia em Curitiba entre os dias 19 e 20 de setembro de 2019, vimos a público manifestar nossa preocupação e solidariedade para com as famílias e comunidades, gente digna e laboriosa, que passam por sérias tensões e inseguranças, em função dos sucessivos mandados judiciais de reintegração de posse e da morosidade dos processos políticos e jurídicos, quanto à regularização e uso da terra onde vivem.

 

Nota dos Bispos do Paraná sobre a mediação de conflitos agrários

“Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois eles serão saciados”(Mt 5,6).

 

Nós, Bispos do Paraná, Regional Sul 2 da CNBB, reunidos em Assembleia em Curitiba entre os dias 19 e 20 de setembro de 2019, vimos a público manifestar nossa preocupação e solidariedade para com as famílias e comunidades, gente digna e laboriosa, que passam por sérias tensões e inseguranças, em função dos sucessivos mandados judiciais de reintegração de posse e da morosidade dos processos políticos e jurídicos, quanto à regularização e uso da terra onde vivem.

Lembramos que “uma sociedade justa só pode ser realizada no respeito pela dignidade transcendente da pessoa humana. Esta representa o fim último da sociedade, que a ela é ordenada” (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, n. 132).

Estas famílias e comunidades estabeleceram-se, de boa fé, nessas terras, edificaram moradias, viabilizaram produção e comercialização de alimentos, cooperação e organização familiar do trabalho.

Conquistaram diversos benefícios sociais como instalação de energia elétrica, escolas e unidades de saúde, acenos de uma almejada futura regularização.Ressalte-se que a permanência destas famílias no campo reduz a concentração demográfica urbana e contribui para evitar o acirramento da violência e da miséria.

É de conhecimento público que muitos dos imóveis ocupados ajustam-se às condições jurídicas a serem regularizados pelo Programa de Reforma Agrária, nos termos da Constituição Federal.

Não escrevemos motivados por qualquer forma de partidarização. Baseamo-nos na doutrina que professamos. Como afirma o Catecismo da Igreja Católica, n.1908 “cabe à autoridade servir de árbitro em nome do bem comum, entre os diversos interesses particulares.

Mas ela deve tornar acessível a cada um aquilo de que precisa para levar uma vida verdadeiramente humana: alimento, vestuário, saúde, trabalho, educação e cultura”.

Considerando que no Estado do Paraná contam-se, nesta situação,cerca de 7 mil famílias, o que representa 25 mil pessoas: homens, mulheres, idosos, adolescentes, crianças e pessoas com deficiência, por força do artigo 126 da Constituição Federal, apelamos ao egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná para que institua a “Vara de Conflitos Fundiários”, designando juízes de entrância especial, com competência jurisdicional, no intuito de dirimir os conflitos e encontrar vias de soluções jurídicas para as diversas áreas em processo de negociação.

Para além das áreas em conflito, em vista da segurança jurídica, esta Vara poderá encaminhar solução para muitas outras situações em que os agricultores se encontram privados do Título de Propriedade da terra, impedindo-lhes o acesso a financiamentos e outros programas de apoio governamental.

Com a união objetiva das Instâncias Jurídicas, do Governo Estadual, dos institutos e instituições de mediação de conflito agrário, potencializam-se as possibilidades de legalização e liberdade para as famílias continuarem morando e trabalhando na terra.

 

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo de Londrina e Presidente da CNBB Regional Sul 2 da CNBB

 

Dom José Antônio Peruzzo
Arcebispo de Curitiba e Vice-Presidente da CNBB do Regional Sul 2 da CNBB

 

Dom Amilton Manoel da Silva
Bispo Auxiliar de Curitiba e Secretário da CNBB Regional Sul 2 da CNBB

 

Pe. Valdecir Badzinski
Secretário Executivo da CNBB Regional Sul 2 da CNBB

 

CNBB Regional Sul 2

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nota sobre a situação em que classifica de “absurdos incêndios” e outras criminosas depredações em curso na Amazônia. Estas atitudes, segundo o documento, requerem posicionamentos adequados. “É urgente que os governos dos países amazônicos, especialmente o Brasil, adotem medidas sérias para salvar uma região determinante no equilíbrio ecológico do planeta – a Amazônia. Não é hora de desvarios e descalabros em juízos e falas”, diz a nota.

No documento, a CNBB ressalta que Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, convocado pelo papa Francisco para outubro próximo, no cumprimento de sua tarefa missionária e da evangelização, é sinal de esperança e fonte de indicações importantes no dever de preservar a vida, a partir do respeito ao meio ambiente.

Confira, abaixo, a íntegra o documento:

 

Nota da CNBB 

O povo brasileiro, seus representantes e servidores têm a maior responsabilidade na defesa e preservação de toda a região amazônica. O Brasil possui significativa extensão desse precioso território, com o rico tesouro de sua fauna, flora e recursos hidrominerais. Os absurdos incêndios e outras criminosas depredações requerem, agora, posicionamentos adequados e providências urgentes. O meio ambiente precisa ser tratado nos parâmetros da ecologia integral, em sintonia com o ensinamento do Papa Francisco, na sua Carta Encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado com a casa comum.

 

“Levante a voz pela Amazônia” é um movimento, agora, indispensável, em contraposição aos entendimentos e escolhas equivocados. A gravidade da tragédia das queimadas, e outras situações irracionais e gananciosas, com impactos de grandes proporções, local e planetária, requerem que, construtivamente, sensibilizando e corrigindo rumos, se levante a voz.

 

É hora de falar, escolher e agir com equilíbrio e responsabilidade, para que todos assumam a nobre missão de proteger a Amazônia, respeitando o meio ambiente, os povos tradicionais, os indígenas, de quem somos irmãos. Sem assumir esse compromisso, todos sofrerão com perdas irreparáveis.

 

O Sínodo dos bispos sobre a Amazônia, outubro próximo, em sintonia amorosa e profética com a convocação do Papa Francisco, no cumprimento da tarefa missionária e da evangelização, é sinal de esperança e fonte de indicações importantes no dever de preservar a vida, a partir do respeito ao meio ambiente.

 

“Levante a voz” para esclarecer, indicar e agir diferente, superar os descompassos vindos de uma prolongada e equivocada intervenção humana, em que predomina a “cultura do descarte” e a mentalidade extrativista. A Amazônia é uma região de rica biodiversidade, multiétnica, multicultural e multirreligiosa, espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, Estados e da Igreja.

 

É urgente que os governos dos países amazônicos, especialmente o Brasil, adotem medidas sérias para salvar uma região determinante no equilíbrio ecológico do planeta – a Amazônia. Não é hora de desvarios e descalabros em juízos e falas. “Levante a voz” na voz profética do Papa Francisco ao pedir, a todos os que ocupam posições de responsabilidade no campo econômico, político e social: “Sejamos guardiões da criação”.

 

Vamos construir juntos uma nova ordem social e política, à luz dos valores do Evangelho de Jesus, para o bem da humanidade, da Panamazônia, da sociedade brasileira, particularmente dos pobres desta terra. É indispensável para promovermos e preservarmos a vida na Amazônia e em todos os outros lugares do Brasil. Em diálogos e entendimentos lúcidos, que se “levante a voz”!

Brasília-DF, 23 de agosto de 2019


Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo de Belo Horizonte – MG
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler, OFM
Arcebispo de Porto Alegre – RS
1º Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima – RR
2º Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo Auxiliar de S. Sebastião do Rio de Janeiro – RJ
Secretário-Geral da CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acompanha atentamente os desdobramentos da crise socioambiental que vem se agravando e atinge de modo fatal os povos da Amazônia, particularmente os indígenas.

 

A presidência da CNBB manifesta preocupação com a elucidação da morte do líder da etnia Wajãpi, ocorrida no dia 24 de julho, no Estado do Amapá. Reforça, também, o que o episcopado brasileiro indicou na mensagem divulgada em maio deste ano, em sua 57ª Assembleia Nacional:

“Precisamos ser uma nação de irmãos e irmãs, eliminando qualquer tipo de discriminação, preconceito e ódio. Somos responsáveis uns pelos outros. Assim, quando os povos originários não são respeitados em seus direitos e costumes, neles o Cristo é desrespeitado: ‘Todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes mais pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer’ (Mt 25,45). É grave a ameaça aos direitos dos povos indígenas assegurados na Constituição de 1988. O poder político e econômico não pode se sobrepor a esses direitos sob o risco de violação da Constituição. A mercantilização das terras indígenas e quilombolas nasce do desejo desenfreado de quem ambiciona acumular riquezas. Nesse contexto, tanto as atividades mineradoras e madeireiras quanto o agronegócio precisam rever seus conceitos de progresso, crescimento e desenvolvimento. Uma economia que coloca o lucro acima da pessoa, que produz exclusão e desigualdade social, é uma economia que mata, como nos alerta o Papa Francisco (EG 53)”.

 

Há de se encontrar caminhos para superar os processos que ameaçam a vida, pela destruição e exploração que depredam a Casa Comum e violam direitos humanos elementares da população. É preciso, assim, enfrentar a exploração desenfreada e construir um novo tempo, tempo de Deus, humanizado, na Amazônia.

 

Em solidariedade à Igreja do Amapá e ao Regional Norte 2, já manifestada a dom Pedro José Conti, bispo diocesano de Macapá (AP), a CNBB reforça seu compromisso com a promoção e defesa da vida em todas as suas formas e expressões, incluindo o respeito à Natureza, na perspectiva de uma ecologia integral.

Brasília-DF, 29 de julho de 2019.

 

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte – MG
Presidente da CNBB

 

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre – RS
1º Vice-Presidente da CNBB

 

Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima – RR
2º Vice-Presidente da CNBB

 

Dom Joel Portella Amado
Bispo Auxiliar de S. Sebastião do Rio de Janeiro – RJ
Secretário-Geral da CNBB

A coordenação da Pascom arquidiocesana de Londrina participou, entre os dias 18 e 21 de julho, da 11ª edição do Muticom – Mutirão Brasileiro de Comunicação, em Goiânia (GO). O encontro, que ocorre a cada dois anos, teve como tema Comunicação, Democracia e Responsabilidade Social.

 

Durante quatro dias, o Centro de Pastoral Dom Fernando, da Arquidiocese de Goiânia, se transformou na Cidade da Comunhão para receber os 600 participantes provenientes de 22 estados.

 

Dom Mário Spaki, Pe. Dirceu Júnior dos Reis, Aline Parodi, Juliana Mastelini Moyses, Patrícia Caldana e Tiago Queiroz. (Foto divulgação)

A programação contou com conferências, workshops e trilhas que reuniu jornalistas e pesquisadores gabaritados da comunicação brasileira. A palestra de abertura foi sobre a Midiatização e Responsabilidade na Igreja e no mundo, ministrada pelo jornalista Moisés Sbardelotto, doutor e professor colaborador do Programa de Pós-graduação de Ciências da Comunicação da Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos).

 

 Ele também falou na Trilha de Comunicação sobre “Relações midiáticas no interior da Igreja”, onde abordou os desafios da Pastoral da Comunicação. Sbardelotto disse que o primeiro passo para o bom andamento da pastoral é conhecer a realidade da comunidade, da sua paróquia e como elas se comunicam, quais os veículos mais utilizados, as linguagens que mais funcionam. “É importante conhecer esse interlocutor, assim você poderá ser mais fiel com o próprio Evangelho, sem perder a essência da comunicação cristã”, afirmou o professor.

 

Com a clareza desta realidade será possível definir se o caminho da comunicação será por uma rede social, um jornal, via rádio ou até mesmo um jornal-mural. “Nenhum meio de comunicação é melhor ou pior do que outro. Vai depender do público que você quer conversar e engajar. Todas as plataformas, digitais ou não, são importantes para a Igreja”, reforçou Sbardelotto.

 

OS LIKES

O professor falou também sobre os perigos de se ficar refém dos números de curtidas e compartilhamentos. “A comunicação da igreja corre o risco de comunicar para ser visto, para ter audiência, e isso é um desvio do foco”, comentou. Ele usou a frase do Papa Francisco sobre o encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida para fazer uma analogia sobre a questão, para mostrar que não importar ter 1.000 curtidas ou 10, o importante é chegar ao coração das pessoas com esses postes.

 

“As redes não se encheram de peixes, se transformaram em comunidade” (Papa Francisco). Gosto de usar como metáfora da comunicação. Às vezes o nosso jornal não é lido por todo mundo, o canal de TV tem alcance pequeno, as mídias sociais não têm todo aquele engajamento, mas o importante é se os meios estão conseguindo construir comunidade, uma boa relação com os nossos paroquianos, com os membros da diocese, entre o clero e as pastorais. A missão da Pascom é construir comunidade, relação para além dos números”, afirmou o professor.

 

 

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PROFISSIONALIZAÇÃO

A necessidade de profissionais qualificados para atuação nas dioceses e paróquias foi um dos pontos defendidos pelo professor, mas com a integração de pessoas da comunidade na Pastoral da Comunicação.

 

“Do ponto de vista institucional da Igreja é importante ter profissionais da comunicação, bem pagos, remunerados, que façam seu trabalho com  profissionalismo, porque a Igreja lida com uma sociedade diversa e é um diálogo complexo e que precisa de pessoas formadas para isso, que dediquem seu trabalho para uma boa comunicação da Igreja, representando o bispo, o padre. É preciso ter uma postura e uma ética que vem junto com a profissão”, ressaltou.

 

A Pascom, por outro lado, segundo ele, tem o pé no chão da vida da comunidade. É também importante que pessoas que não são profissionais da comunicação possam atuar na pastoral, justamente porque como pastoral ela precisa ser um ambiente acolhedor.

 

“Mesmo na Pascom é importante os profissionais para ajudar na formação que é um dos pilares da pastoral, para produzir bons materiais. Quem trabalha com comunicação vai ter mais conhecimento das linguagens, estilos e formas de comunicar. A Pascom é um importante laboratório, onde todos tem seu espaço e aprendem juntos”, disse Sbardelotto.

 

EXPERIÊNCIA DE COMUNHÃO

O anfitrião do encontro dom Washington Cruz, arcebispo de Goiânia, destacou em sua fala, na solenidade de abertura, o papel do Muticom para a Igreja e para a sociedade. “Um mutirão, como a própria palavra diz. Trata-se de uma experiência de fazer junto, em unidade, em prol de uma causa e nossa causa aqui é construir pontes através da comunicação e o Muticom é uma experiência de Deus e de comunhão entre as pessoas por isso é importante”, afirmou.

 

E disse que a missão da Igreja é universal e a comunicação é imprescindível no processo de ação evangelizadora. “Jesus deve ser anunciado e todas as pessoas devem, pelo menos, ouvir falar dele. Nós podemos propor e oferecer a mensagem do Evangelho em todo o mundo porque é uma mensagem de paz, de misericórdia, que transforma os corações e dar à sociedade um novo rosto e uma nova vida”.

 

Ele enfatizou ainda que a Igreja nasce de uma comunicação que vem de Deus para a humanidade e impulsiona a missão universal. Por isso, a Igreja deve estar atenta a uma comunicação plural.

 

Dom Joaquim Giovani Mol, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB. (Foto divulgação)

O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, dom Joaquim Giovani Mol, fez um balanço positivo do mutirão. “Fomos felizes na escolha das pessoas para orientar com suas experiencias, partilhas e teorias da comunicação. Tivemos coisas preciosas e desconcertante”, afirmou dom Joaquim.

 

E completou “reunimos jornalistas, relações públicas, publicitários, bispos, padres, religiosos, agentes da Pascom e fizemos uma experiencia comunicacional”, disse.  Ele espera que “o Muticom e seu espírito chegue a Londrina e a todas as dioceses do país”.

 

Para o bispo não é possível fazer evangelização sem comunicação. “A comunicação e a riqueza do mundo da comunicação são indispensáveis à evangelização. É fundamental que a evangelização se abra à comunicação, por isso os comunicadores têm um papel muito importante para Igreja.”

 

Dom Joaquim deixou um recado de incentivo para todos os comunicadores que enfrentam dificuldades em atuar em suas paróquias e dioceses, em função da resistência do clero. “Tem muita gente do clero que não tem abertura e entendimento das grandes exigências que temos hoje no campo da evangelização da sociedade contemporânea, então fica uma pessoa que entende pouco de comunicação, segurando a atuação de quem entende muito e gostaria de evangelizar”, falou o bispo.

 

Ele lembra que o Papa Francisco e o documento de Aparecida dizem que precisa haver uma conversão pastoral, inclusive para entender que nenhum segmento isolado da Igreja é Igreja. Que leigo sem ministro ordenado não é Igreja, ministro ordenado sem leigo não é Igreja.

 

 “A Igreja é a comunidade dos discípulos de Jesus e no meio dos discípulos cada um exercendo seu ministério, por tanto ninguém manda na comunidade. Ela não é propriedade de nenhuma pessoa. A comunidade de fé é dos seguidores de Jesus. Por isso digo para vocês da Pastoral da Comunicação, insistam, nem tanto para convencer algum membro da hierarquia da Igreja que não entende isso, mas insistam em continuar fazendo da comunicação um excelente instrumento de evangelização”, concluiu.

 

O Muticom 2019 encerrou com uma celebração de Ação de Graças no Santuário-Basílica Pai Eterno, em Trindade, cidade próxima de Goiânia.

Aline Machado Parodi
PASCOM Arquidiocesana

 


Vídeo de encerramento:

 

 


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Fotos: Divulgação

Iniciou ontem, 15 de julho, em Curitiba (PR), o encontro dos secretários executivos dos 18 regionais da CNBB. A missa de abertura foi no final da tarde na Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Luz dos Pinhais presidida pelo secretário geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, e concelebrada pelo arcebispo de Curitiba, dom José Antônio Peruzzo, que acolheu todos os participantes e os apresentou à comunidade.

Após o jantar, o grupo deu início aos trabalhos. O presidente do Regional Sul 2, arcebispo de Londrina, dom Geremias Steinmetz, acolheu os participantes e apresentou a realidade da Igreja do Paraná desde sua pré história, com as reduções jesuíticas, a fundação da primeira paróquia e das primeiras dioceses, os primeiros bispos e como começou o trabalho de integração dos bispos do Paraná até a criação do Regional Sul 2 em 1965.

O arcebispo também falou sobre as grandes linhas de pensamento que guiaram o Regional Sul 2 nesse tempo, como a questão vocacional, da catequese, do dízimo e questões sociais. Por fim, os desafios atuais que pedem uma resposta da Igreja, especialmente a questão da cultura urbana, que está presente em todos os lugares. “Para nós é uma alegria acolher este encontro, no qual os secretários têm a oportunidade de conversar entre si e com o secretário geral, para que a comunicação possa continuar acontecendo e ser pautada sobre as Novas Diretrizes da Ação Evangelizadora”, afirmou dom Geremias.

Nesta manhã, 16 de julho, dom Joel Portela trabalha com o grupo o texto das Novas Diretrizes. Na parte da tarde, os secretários irão visitar a sede da Associação Evangelizar, onde estão a TV e a rádio Evangelizar. À noite, a celebração eucarística será na paróquia São Francisco de Paula, que fica em frente à sede do Regional, e será presidida por dom Geremias Steinmetz.

Os trabalhos do encontro seguem até quarta-feira, dia 17, na hora do almoço. Depois, o grupo terá um momento de confraternização e passeio à cidade de Foz do Iguaçu (PR).

 

Karina de Carvalho
Regional Sul 2

Fotos: Divulgação

Novos vídeos começam a ser divulgados nessa semana pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil) na série “Voz da Amazônia”. A segunda edição do projeto traz diferentes perspectivas do Sínodo para a Amazônia e suas implicações na vida da Igreja da região, a partir das diversas vozes das pessoas daquele território e assessores da Rede.

 

Os 32 vídeos da série, que serão postados por blocos ao longo das próximas semanas, foram produzidos em parceria com a Verbo Filmes e a Agência Católica para o Desenvolvimento no Exterior/CAFOD. As vozes foram gravadas em atividades realizadas pela REPAM.

 

De acordo com imrã Maria Irene Lopes, secretaria executiva da REPAM-Brasil, as escutas realizadas ao longo de todo o processo sinodal fizeram com que se retomasse o projeto, agora, na perspectiva de visibilizar, para todo o mundo, os gritos, sonhos e anseios da Igreja daquela região. “É importante que nós, como REPAM, façamos com que essas vozes sejam ouvidas fora da Amazônia”, destacou irmã Irene.

 

O “Voz da Amazônia” foi lançado em novembro de 2017. O Projeto surgiu durante as coberturas dos Seminários Laudato SI’, promovidos pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e com o apoio do Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na Amazônia Legal. Os novos vídeos podem ser conferidos na página da REPAM ou no canal do Youtube da Rede.

CNBB / Repam-Brasil

O monsenhor Raimundo Possidônio, da arquidiocese de Belém (PA), apresentou ao Conselho Permanente, na manhã deste dia 26, o Instrumento de Trabalho (Instrumentum laboris) para o Sínodo dos Bispos da região Paz-Amazônica, a ser realizado em outubro deste ano no Vaticano. O monsenhor é um dos brasileiros especialistas que participou da elaboração do Instrumento de Trabalho preparatório. Ele é um estudioso da história da Amazônia e colabora na REPAM.

 

Ele destacou que o documento é fruto de um processo de escuta que teve início com a visita do Papa Francisco a Puerto Maldonado (Peru) em janeiro de 2018, prosseguiu com a consulta ao Povo de Deus em toda a Região Amazônica por todo o ano e se concluiu com a II Reunião do Conselho Pré-Sinodal, em maio passado.

 

O Instrumento de Trabalho deste Sínodo para a Região Pan-Amazônica foi publicado em três idiomas: espanhol, italiano e português. O texto é composto por 147 pontos divididos em 21 capítulos separados por três partes. A primeira parte se titulada “a voz da Amazônia” e tem a finalidade de apresentar a realidade do território e de seus povos.

 

Foto: Repam/Paulo Martins

Na segunda parte deste texto vaticano, intitulada “Ecologia integral: o clamor da terra e dos pobres”, adverte-se sobre a “destruição extrativista” e abordam questões relevantes como “os povos indígenas em isolamento voluntário (PIAV)” e outros fenômenos de interesse mundial, como “a migração”, “a urbanização”, “a família e a comunidade”, “a saúde”, “a educação integral” e “a corrupção”.

 

Na terceira parte do Instrumentum laboris, reflete-se sobre os desafios e esperanças da região e incentiva a Igreja a ter um papel “profético na Amazônia”, apresentando “a problemática eclesiológica e pastoral” da região.

 

Os bispos que integram o Conselho Permanente apresentaram sua visão sobre o Instrumento de Trabalho após a apresentação. Segundo o arcebispo de São Paulo, o cardeal dom Odilo Scherer, é necessário reforçar que trata-se, por hora, de um “instrumento de trabalho” preparatório e que ainda não é nenhum documento conclusivo, o que só é publicado como documento oficial após a Assembleia e ser transformada numa Exortação Apostólica do papa Francisco.

 

Ele chamou a atenção para o risco de a mídia e a opinião pública reduzirem os debates do Sínodo a poucos aspectos. “Cabe aos bispos assegurar um amplo debate em torno da temática desta Assembleia do Sínodo”, observou.

 

O bispo de Roraima e vice-presidente da CNBB, dom Mário Antônio da Silva, destacou a beleza do processo de escutas sinodais realizada em toda região Amazônica que integra um conjunto de nove países. Um ponto bem destacado pelos bispos foi a metodologia e o processo de escuta e preparação deste relatório que, por meio de diferentes metodologias, ouviu e sistematizou a voz e a visão dos diferentes povos que vivem na região amazônica.

 

Dom Canisio Klaus, bispo de Sinop (MT) e presidente do regional Oeste 2, disse que o trabalho para se chegar ao Instrumento de Trabalho foi muito real e feito junto às bases. “Eu mesmo me sentei com eles, os indígenas, as comunidades, eu participei. O Documento são palavras deles, não nossas”, frisou. Para o bispo de Sinop é preciso, a partir de agora, compromisso com o que veio das escutas. “Se não tivermos amor, dedicação e profetismo teremos muitas barreiras. O papa nos pediu para escutar e sermos fiéis à essas escutas”, destacou.

 

Uma série de encontros estão programados para que os bispos, sobretudo os bispos da região Amazônica do Brasil, que participarão do Sínodo, aprofundem o texto preparatório e ainda possam sugerir propostas e alterações.

 

Comissão Episcopal Especial para a Amazônia

Após a apresentação do Documento de Trabalho, o Conselho Permanente aprovou a continuidade da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia (CEA). Com o objetivo de animar o espírito missionário da Igreja e sensibilizar a sociedade brasileira em relação à Amazônia, a CEA foi criada em 2003 e tem sido responsável por uma série de iniciativas e articulações de projetos e ações na região.

 

Com a aprovação da Comissão pelo Conselho Permanente, os membros da CEA permanecem os mesmos, pelo menos até o Sínodo, de forma a garantir a continuidade dos processos já iniciados. Fazem parte da Comissão o Cardeal Claudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo (SP), na função de presidente; Dom Ervin Krautler, bispo emérito de Xinguú (PA), como secretário; Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho (RO); Dom Sérgio Eduardo Castriani, arcebispo de Manaus (AM); Dom Vicente Costa, bispo de Jundiai (SP); e Ir. Maria Irene Lopes, no serviço da assessoria

 

O Instrumento de Trabalho pode ser acessado aqui: http://repam.org.br

CNBB

A nossa fé e a força do amor que nos move” concorram para que a reunião seja uma profunda e”fecunda” experiência da colegialidade dos bispos, disse o presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, no início da encontro do Conselho Permanente da entidade que teve início na manhã desta terça-feira, 25 de junho, e se estende até quinta-feira, 27 de junho, quando a Presidência vai conceder uma Entrevista Coletiva.

 

Pauta

Dom Joel Portella, secretário-geral da CNBB, apresentou aos bispos, a pauta do encontro. Entre os principais assuntos estão: observações sobre a conjuntura, avaliação da 57ª Assembleia Geral, escolha do tema central da Assembleia Geral de 2020, Sínodo da Amazônia, Comissão para a Ecologia Integral e Mineração. O Núncio Apostólico no Brasil, dom Giovanni D’Aniello, estará presente na primeira parte da reunião, na quinta-feira.

 

Os presidentes dos 18 regionais da CNBB terão a palavra, durante o encontro. Os bispos também terão um tempo para discutir a “Visita Ad Limina”, movimento normal que os bispos fazem na Igreja, indo à Santa Sé, de cinco em cinco anos. As datas ainda não foram definidas pela Congregação para os Bispos, mas terão que definir a divisão dos grupos.

 

Ainda na primeira parte da manhã desta terça-feira, teve a palavra o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer. Ele é primeiro vice-presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam). Ele anunciou que o Conselho, nos próximos dois anos, irá fazer uma revisão e avaliação do papel do organismo. Dom Odilo disse ainda que há sinais de que pode-se iniciar uma preparação para uma nova conferência episcopal do episcopado latino-americano, uma vez que já completamos 12 anos da Conferência de Aparecida.

 

Dom Walmor, que também participou do primeiro encontro do Celam, acrescentou informações demonstrando que o episcopado brasileiro será considerado no movimento de reflexão e avaliação do Conselho.

 

Participantes – Além da presidência, participam do Conselho Permanente, representantes dos 18 regionais. Eles deverão oferecer ao conjunto do Conselho, as perspectivas pastorais diante das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, aprovadas na última Assembleia da CNBB, realizada em maio, em Aparecida (SP).

CNBB

 

 

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O mundo amazônico pede à Igreja que seja sua aliada: esta é a alma do Documento de trabalho (Instrumentum Laboris) publicado na manhã desta segunda-feira (17 de junho) pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos e apresentado à imprensa.

 

O Documento é fruto de um processo de escuta que teve início com a visita do Papa Francisco a Puerto Maldonado (Peru) em janeiro de 2018, prosseguiu com a consulta ao Povo de Deus em toda a Região Amazônica por todo o ano e se concluiu com a II Reunião do Conselho Pré-Sinodal, em maio passado.

 

Ouvir com Deus o grito do povo; até respirar nele a vontade a que Deus nos chama

O território da Amazônia abrange uma parte do Brasil, da Bolívia, do Peru, do Equador, da Colômbia, da Venezuela, da Guiana, do Suriname e da Guiana Francesa, em uma extensão de 7,8 milhões de quilômetros quadrados, no coração da América do Sul. Suas florestas cobrem aproximadamente 5,3 milhões de km2, o que representa 40% da área de florestas tropicais do globo.

A primeira parte do Documento, “A voz da Amazônia”, apresenta a realidade do território e de seus povos. E começa pela vida e sua relação com a água e os grandes rios, que fluem como veias da flora e fauna do território, como manancial de seus povos, de suas culturas e de suas expressões espirituais, alimentando a natureza, a vida e as culturas das comunidades indígenas, camponesas, afrodescendentes, ribeirinhas e urbanas.

 

Vida ameaçada, ameaça integral

Rios, manancial de povos, culturas e expressões espirituais na Amazônia

A vida na Amazônia está ameaçada pela destruição e exploração ambiental, pela violação sistemática dos direitos humanos elementares de sua população. De modo especial a violação dos direitos dos povos originários, como o direito ao território, à autodeterminação, à demarcação dos territórios e à consulta e ao consentimento prévios.

Segundo as comunidades participantes nesta escuta sinodal, a ameaça à vida deriva de interesses econômicos e políticos dos setores dominantes da sociedade atual, de maneira especial de empresas extrativistas. Atualmente, a mudança climática e o aumento da intervenção humana (desmatamento, incêndios e alteração no uso do solo) estão levando a Amazônia rumo a um ponto de não-retorno, com altas taxas de desflorestação, deslocamento forçado da população e contaminação, pondo em perigo seus ecossistemas e exercendo pressão sobre as culturas locais.

O clamor da terra e dos pobres

Na segunda parte, o Documento examina e oferece sugestões às questões relativas à ecologia integral. Hoje, a Amazônia constitui uma formosura ferida e deformada, um lugar de dor e violência, como o indicam de maneira eloquente os relatórios das Igrejas locais recebidos pela Secretaria Geral do Sínodo. Reinam a violência, o caos e a corrupção.

“ O território se transformou em um espaço de desencontros e de extermínio de povos, culturas e gerações. ”

Há quem se sente forçado a sair de sua terra; muitas vezes cai nas redes das máfias, do narcotráfico e do tráfico de pessoas (em sua maioria mulheres), do trabalho e da prostituição infantil. Trata-se de uma realidade trágica e complexa, que se encontra à margem da lei e do direito.

Território de esperança e do “bem viver”

Os povos amazônicos originários têm muito a ensinar-nos. Reconhecemos que desde há milhares de anos eles cuidam de sua terra, da água e da floresta, e conseguiram preservá-las até hoje a fim de que a humanidade possa beneficiar-se do usufruto dos dons gratuitos da criação de Deus. Os novos caminhos de evangelização devem ser construídos em diálogo com estas sabedorias ancestrais em que se manifestam as sementes do Verbo.

Povos nas periferias

O Documento de Trabalho analisa também a situação dos Povos Indígenas em Isolamento Voluntário (PIAV). Segundo dados de instituições especializadas da Igreja (por ex., CIMI) e outras, no território da Amazônia existem de 110 a 130 diferentes “povos livres”, que vivem à margem da sociedade, ou em contato esporádico com ela. São vulneráveis perante as ameaças… do narcotráfico, de megaprojetos de infraestrutura, e de atividades ilegais vinculadas ao modelo de desenvolvimento extrativista.

Pará, comunidade ribeirinha do Rio Tapajós

Povos amazônicos em saída

A Amazônia se encontra entre as regiões com maior mobilidade interna e internacional na América Latina. De acordo com as estatísticas, a população urbana da Amazônia aumentou de modo exponencial; atualmente, de 70 a 80% da população reside nas cidades, que recebem permanentemente um elevado número de pessoas e não conseguem proporcionar os serviços básicos dos quais os migrantes necessitam. Não obstante tenha acompanhado este fluxo migratório, a Igreja deixou no interior da Amazônia vazios pastorais que devem ser preenchidos.

Igreja profética na Amazônia: desafios e esperanças

Enfim, a última parte do Documento de Trabalho chama os Padres Sinodais da Pan-amazônia a discutirem o segundo binário do tema proposto pelo Papa: os novos caminhos para a Igreja na região.

Por falta de sacerdotes, as comunidades têm dificuldade de celebrar com frequência a Eucaristia. “A Igreja vive da Eucaristia” e a Eucaristia edifica a Igreja. Por isso, pede-se que, em vez de deixar as comunidades sem a Eucaristia, se alterem os critérios para selecionar e preparar os ministros autorizados para celebrá-la. As comunidades pedem ainda maiores apreciação, acompanhamento e promoção da piedade com a qual o povo pobre e simples expressa sua fé, mediante imagens, símbolos, tradições, ritos e outros sacramentais. Trata-se da manifestação de uma sabedoria e espiritualidade que constitui um autêntico lugar teológico, dotado de um enorme potencial evangelizador. Seria oportuno voltar a considerar a ideia de que o exercício da jurisdição (poder de governo) deve estar vinculado em todos os âmbitos (sacramental, judicial e administrativo) e de maneira permanente ao sacramento da ordem.

Novos ministérios

Para além da pluralidade de culturas no interior da Amazônia, as distâncias causam um problema pastoral grave, que não se pode resolver unicamente com instrumentos mecânicos e tecnológicos. É necessário promover vocações autóctones de homens e mulheres, como resposta às necessidades de atenção pastoral-sacramental. Trata-se de indígenas que apregoem a indígenas a partir de um profundo conhecimento de sua cultura e de sua língua, capazes de comunicar a mensagem do Evangelho com a força e a eficácia de quem dispõe de uma bagagem cultural.

“ É necessário passar de uma “Igreja que visita” para uma “Igreja que permanece”, acompanha e está presente através de ministros provenientes de seus próprios habitantes.”

Afirmando que o celibato é uma dádiva para a Igreja, pede-se que, para as áreas mais remotas da região, se estude a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristã.

Papel da mulher

É pedido que se identifique o tipo de ministério oficial que pode ser conferido à mulher, tendo em consideração o papel central que hoje ela desempenha na Igreja amazônica. Reclama-se o reconhecimento das mulheres a partir de seus carismas e talentos. Elas pedem para recuperar o espaço que Jesus reservou às mulheres, “onde todos/todas cabemos”. Propõe-se inclusive que às mulheres seja garantido sua liderança, assim como espaços cada vez mais abrangentes e relevantes na área da formação: teologia, catequese, liturgia e escolas de fé e de política.

A vida consagrada

Assembleia territorial da REPAM e Miracema (TO)

Propõe-se promover uma vida consagrada alternativa e profética, intercongregacional, interinstitucional, com um sentido de disposição para estar onde ninguém quer estar e com quantos ninguém quer estar. Aconselha-se que a formação para a vida religiosa inclua processos formativos focados a partir da interculturalidade, inculturação e diálogo entre espiritualidades e cosmovisões amazônicas.

Ecumenismo

O Documento não deixa de relevar o importante fenômeno importante a ter em consideração é o vertiginoso crescimento das recentes Igrejas evangélicas de origem pentecostal, especialmente nas periferias: “Elas nos mostram outro modo de ser Igreja, onde o povo se sente protagonista, onde os fiéis podem expressar-se livremente, sem censuras, dogmatismos, nem disciplinas rituais”.

Igreja e poder: caminho de cruz e martírio de muitos

Ser Igreja na Amazônia de maneira realista significa levantar profeticamente o problema do poder, porque nesta região o povo não tem possibilidade de fazer valer seus direitos face às grandes corporações econômicas e instituições políticas. Atualmente, questionar o poder na defesa do território e dos direitos humanos significa arriscar a vida, abrindo um caminho de cruz e martírio. O número de mártires na Amazônia é alarmante (por ex., somente no Brasil, de 2003 a 2017, foram assassinados 1.119 indígenas por terem defendido seus territórios).

“ A Igreja não pode permanecer indiferente mas, pelo contrário, deve contribuir para a proteção das/dos defensores de direitos humanos, e fazer memória de seus mártires, entre elas mulheres líderes como a Irmã Dorothy Stang. ”

Durante o percurso de construção do Instrumentum Laboris, ouviu-se a voz da Amazônia à luz da fé com a intenção de responder ao clamor do povo e do território amazônico por uma ecologia integral e por novos caminhos para uma Igreja profética na Amazônia. Estas vozes amazônicas exortam o Sínodo dos Bispos a dar uma resposta renovada às diferentes situações e a procurar novos caminhos que possibilitam um kairós para a Igreja e o mundo.

Vatican News/ texto de Cristiane Murray

Faltando 4 meses ao início do Sínodo Pan-amazônico convocado pelo Papa Francisco de 6 a 27 de outubro no Vaticano, em breve será publicado o Instrumentum Laboris, o documento de trabalho que servirá como base da discussão na Assembleia.

 

Bispos dos 9 países da região (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Venezuela e Suriname), ao lado de especialistas e auditores, e convidados nomeados diretamente pelo Papa, vão discutir os “Novos caminhos para a Igreja e a Ecologia Integral” no Vaticano, com a presença do Santo Padre.

 

Amazônia, reserva de água e ar do planeta

Neste período que precede a Assembleia Sinodal, eventos de reflexão sobre o Sínodo têm-se multiplicado nos quatro cantos do mundo, uma demonstração de que o tema escolhido pelo Papa é atraente e visto como urgente pela Igreja Universal.

 

Meios de comunicação de inspiração religiosa e a imprensa em geral se interessam e a busca de informação tem sido contínua e acelerada com o passar do tempo. A Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos desde o último Sínodo está presente nas redes sociais e na internet e para esta Assembleia especial foi criado o site www.sinodoamazonico.va

 

Além disso, as redes sociais estão promovendo o uso da hashtag #SinodoAmazonico. O responsável, padre Ariel Beramendi, nos dá maiores detalhes:

 

Padre Ariel Beramendi, Sacerdote boliviano

“A Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos iniciou a sua presença digital durante a fase de preparação para o Sínodo dos Jovens em 2018. Começamos com um site específico e as redes sociais Facebook, Twitter e Instagram. Também promovemos a hashtag #Synod2018 que nos permitiu interagir constantemente com jovens de diferentes partes do mundo.

 

Após a Assembleia do Sínodo da Juventude as redes sociais permaneceram ativas; o nome das redes sociais é synod.va e se referem ao site institucional da Secretaria do Sínodo, ou seja, este site é como um tronco onde os ramos serão outros sites criados especificamente para cada Sínodo.

 

“Já no ano passado, o site dedicado à Assembleia Pan-Amazônica está online: www.sinodoamazonico.va está atualmente disponível em cinco idiomas e apresenta conteúdos sobre o grande evento eclesial e ecológico que será realizado no próximo mês de outubro. ”

 

Além disso, em paralelo, estamos promovendo o uso da hashtag #SinodoAmazonico porque a maioria dos participantes falam espanhol e português. A hashtag #SinodoAmazonico é a mesma para todos os idiomas.

 

Gostaria também de mencionar que temos um canal no Youtube para vídeos e o Flickr, onde publicamos fotografias disponíveis para quem procura conteúdo sobre o próximo Sínodo”.