No fim de semana, 15-16 de Julho, foi realizado em Londrina o Catorzinho, evento teste para o 14º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base a ser realizado em janeiro de 2018. No Catorzinho as equipes de trabalho tiveram a oportunidade de testar suas organizações e desenvolvimento.
Com a juventude, responsável pela acolhida e guias, não foi diferente. Além das acolhidas que os grupos de adolescentes e jovens realizaram para os participantes do evento em suas paróquias hospedeiras, também tivemos cerca de 15 jovens que foram os guias durante o evento. Os guias tinham como principal missão guiar e acompanhar os grupos de participantes até as praças correspondentes, onde foram realizadas as mini plenárias, trabalhos em grupos e as refeições.
Mais uma demonstração missionária da juventude que na Arquidiocese de Londrina, está construindo um novo jeito de ser Igreja.
Celebração reuniu centenas de pessoas no aterro do Lago Igapó e encerrou o primeiro dia do encontro em preparação para o 14º Intereclesial das CEBs.
Uma celebração eucarística reuniu a diocese de Londrina e de diversas do Paraná no aterro do Lago Igapó. A celebração encerrou o primeiro dia do “Catorzinho”, encontro que ocorreu nos dias 15 e 16 de junho como preparação para o 14º Intereclesial das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base). A celebração contou com a presença do Arcebispo nomeado para Arquidiocese de Londrina, Dom Geremias Steinmetz e do Administrador Apostólico e Referencial das CEBs no Regional Sul 2, Dom Manoel João Francisco.
Um dos principais momentos da celebração campal, foi a entrada dos ícones das CEBs que representam o Intereclesial. A Cruz, a imagem de Nossa Senhora do Rocio, a Bíblia e um banner do 14º Intereclesial já passaram por todas as dioceses do Regional Sul 2 e agora permanecem peregrinando pelas paróquias da Arquidiocese até a realização do encontro que acontece entre os dias 23 e 27 de janeiro de 2018.
A celebração recebeu ainda, as bandeiras das Santas Missões Populares. Padre Marcos José, coordenador do 14º, destacou que as Missões Populares vieram para fortalecer a caminhada rumo ao encontro do próximo ano. “Estão em plena sintonia com a nossa Igreja. Assim como os Grupos Bíblicos de Reflexão e o que a CNBB tem nos pedido: ser Igreja comunidade de comunidades. Ser sempre uma Igreja missionária, a serviço da vida, da transformação do mundo e da sociedade”, afirmou.
Fátima da Silva, veio da cidade de Congonhinhas no Paraná, participou ativamente do encontro e garantiu que voltará a Londrina para o 14º. “Estive em uma plenária sobre segurança. Foi uma discussão muito importante. Nós não fazemos nada sozinhos, então, nos unirmos é a melhor forma de buscar uma solução. Gostei bastante e estarei aqui em janeiro com certeza”, declarou.
Preparação para o 14º Intereclesial
No próximo ano, Londrina deve receber em torno de 3 mil pessoas vindas de diversos lugares do país e da América Latina. Esses visitantes precisarão de um lugar para se hospedar e as famílias da cidade e da região já estão se preparando para recebê-los, abrindo suas casas e seus corações. Adriana Pereira Barbosa, da Paróquia Nossa dos Migrantes, em Cambé, esteve na celebração e quer fazer parte dessa corrente. “Na minha comunidade frequento os Grupo de Reflexão e fiquei sabendo da celebração por lá. Agora já penso em acolher algumas pessoas que vierem para o encontro de janeiro”, disse.
A expectativa é que o 14º Intereclesial das CEBs envolva pessoas de todas as idades, inclusive os jovens. Para Gabrielle Fortunato, da equipe de cultura do 14º, é muito importante a participação da juventude encontro e nas comunidades de base. “São os jovens que vão garantir que os próximos Intereclesiais aconteçam. Eles precisam vivenciar as comunidades de base. Ainda que não estejam totalmente inseridos nas comunidades, existe uma participação ativa e essencial para a construção do futuro das CEBs, mas cabe a nós incentivar ainda mais. No próximo ano, as dioceses devem fazer com que o encontro tenha também a cara da juventude”, opinou.
Ao encerrar a celebração, Dom Geremias disse que acompanhava os passos das comunidades de base de Londrina mesmo quando estava em Paranavaí. O arcebispo também aproveitou o momento para elogiar a cidade e motivar a realização e participação no próximo encontro. “É hora de reunir o povo de Londrina e do Paraná e dar uma verdadeira adesão à essa caminhada. Faça suas férias antes ou depois, mas não esqueça de participar do 14º. Padres, não deixem de participar, o Intereclesial da Arquidiocese de Londrina tem que ser bom. Assim como é boa essa terra, como é bom esse povo e como é bom, acima de tudo, o Paraná. Eu acredito no sucesso pleno do 14º Intereclesial”. E assim a Arquidiocese de Londrina reafirmou sua decisão em acolher o Intereclesial e as comunidades seu desejo de ser uma Igreja em saída, que acolhe e celebra com alegria
[dropcap]A[/dropcap] equipe de comunicação do 14º Intereclesial é formada por três grupos que trabalham em unidade: Educomunicação, Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Londrina e Comunicação das CEBs do Brasil. Há três anos estamos nos preparando para o grande encontro em janeiro de 2018 e no Catorzinho estamos exercitando o trabalho de comunicação para que possamos transmitir a todas as comunidades a beleza e alegria do Evangelho, como bem nos lembra o Papa Francisco na mensagem por ocasião da 51ª Jornada Mundial das Comunicações Sociais, “graças ao progresso tecnológico, o acesso aos meios de comunicação possibilita a muitas pessoas ter conhecimento quase instantâneo das notícias e divulgá-las de forma capilar”.
A Educomunicação é composta por adolescentes da EPESMEL, Escola Profissional do Menor de Londrina, que atende crianças e adolescentes cursos de convivência e fortalecimento de vinculo e capacitação para jovem aprendiz. A seguir, algumas impressões da Educomunicação do Catorzinho.
“Como Igreja de CEBs, comunicar tem que nos levar a fazer visíveis os invisíveis, aqueles que só aparecem na grande mídia quando incomodam quem manda. Na medida em que nosso compromisso como comunicadores vai aumentando, vamos descobrindo que na vida do povo simples, em lugares onde aparentemente não acontece nada importante, existem pessoas comprometidas com o Reino, com um mundo melhor para todos e todas.” Luis Miguel Modino
“CEBs – Primeira vez, mistura de sentimentos, expressões faciais de estranheza próprias do adolescer. CEBs, o jeito que surpreende, tão inesperado se tornou o amor, a comunhão! É muita informação até para quem quer se comunicar! Informação que toca a pele, a alma, que faz dançar, sentir, conhecer, aproximar. É preciso viver as CEBs para sentir a força de transformar e sentir que todos somos iguais!” Marcia Paiva, educadora da EPESMEL.
[dropcap]P[/dropcap]essoas de diversas partes do Brasil, das (Arqui) Dioceses do Paraná e de Londrina, sede do 14º Intereclesial já estão reunidas para celebrar o Catorzinho. O encontro começou na parte da manhã no Ginásio do Colégio Marista, trazendo a alegria e a animação do chão das comunidades, com uma bonita e calorosa celebração. Como não pode faltar, já tivemos logo cedo o tradicional trenzinho das CEBs. Iluminado pela Palavra Êxodo 7, 3, dom Manoel João Francisco, administrador apostólico da Arquidiocese de Londrina e Referencial das CEBs no Regional Sul II reafirmou: “De onde vem os gritos, que se antes eram surdos hoje são ensurdecedores. Como CEBs precisamos ouvi-los nas periferias, como exorta o Papa Francisco, sairmos do comodismo e avançarmos para as galileias.”
Dom Geremias Steinmetz, arcebispo nomeado para a Arquidiocese de Londrina, também está no Catorzinho. Saiu cedinho de casa para estar no encontro das CEBs. “A evangelização nas cidades é um grande desafio. É importante trazermos a reflexão e a espiritualidade para a prática o plano de Deus”.
Neste momento está começando a plenária Os desafios da conjuntura atual, com o assessor José Damasceno, líder de movimentos sociais no Paraná. Nesta primeira plenária, o assessor discute o contexto social em que vivemos. Na sua fala, Damasceno vai refletir a crise da sociedade como um todo. “Vivemos uma crise econômica que gerou uma crise geral: cultural, social, existencial. A minha fala busca ajudar a refletir, trazer conteúdo para os debates do evento”, explica o assessor.
Logo depois, começa a plenária Os desafios das CEBs no mundo urbano, com o assessor nacional da CEBs Celso Pinto Carias. Ele vai falar sobre o primeiro passo da metodologia das CEBs aplicado ao tema deste Intereclesial: o ver a realidade urbana. “Na fala, vou apresentar o chão da realidade, os desafios do mundo urbano a partir da visão da nossa caminhada de Igreja”, conta Celso.
[dropcap]F[/dropcap]oram me pedidas algumas palavras a respeito da minha expectativa com relação ao trabalho das Comunidades Eclesiais de Base e da realização do 14º Intereclesial de CEBs que deverá acontecer em Londrina – PR, no mês de Janeiro de 2018.
Era, de fato, uma preocupação dos bispos do Regional Sul II o fato do acompanhamento da organização deste evento principal das CEBs no Brasil e o período de vacância no Arcebispado de Londrina. A nomeação de Dom Manoel João Francisco, Bispo de Cornélio Procópio, como Administrador Apostólico deu um grande alívio para esta preocupação. Ele é muito vivido nesta área e está dando o melhor de si para que tudo corra bem e esteja suficientemente preparado para que o 14º produza os melhores resultados. Pelo seu trabalho Deus seja louvado!
Em 14 de junho ocorreu a divulgação da minha nomeação como Arcebispo de Londrina. Além das muitas outras preocupações, a preocupação da organização e realização do 14º está entre as maiores. Assumi isto não como um trabalho do Arcebispo, mas como um trabalho da Arquidiocese assumido e planejado com a responsabilidade e maturidade que tal evento merece. A participação de todos é pedida a todo instante. Ninguém pode dizer que não tem nada a ver com isso. É uma realização da Arquidiocese de Londrina.
A partir de 12 de agosto estarei totalmente comprometido para que seja um grande e profundo momento eclesial do Brasil. Mas, já perguntei ao Colégio de Consultores, pergunto a mim mesmo e, chegará o momento de perguntar a toda a Arquidiocese de Londrina: Como daremos continuidade, na ação evangelizadora, às inspirações que brotarão do 14º Intereclesial de CEBs? Como será a recepção de tudo isto no dia a dia da vida das comunidades paroquiais da nossa Arquidiocese? Valerá a pena nos debruçarmos com qualidade metodológica sobre estas questões.
As informações que tenho até agora dão conta de que tudo está andando bem. Todas as equipes estão se organizando o melhor possível. É neste sentido que acontecerá o, carinhosamente chamado, “Catorzinho”, de 14-16 de julho. Um evento-teste. Será maravilhoso. A alegria do 14º durará desde o Catorzinho, passando pelo evento-central até a continuidade das inspirações do 14º na vida das comunidades. Que este seja abençoado e produtivo.
Além disso, merece destaque o tema deste trabalho: CEBs e os Desafios do Mundo Urbano e o lema: Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-los (Ex 3,7). Nos ajuda a refletir a situação das pessoas, homens e mulheres, no mundo urbano. As periferias geográficas e existenciais das nossas cidades. Entenderemos melhor as estruturas das nossas cidades, os “nervos” que as governam, os interesses que gerenciam este modelo de cidade, etc.
Enfim, que seja um momento de graça para a Igreja do Brasil, do Regional Sul II e da Arquidiocese de Londrina. Atenciosamente, em Cristo Jesus!!!
Dom Geremias Steinmetz Arcebispo eleito de Londrina – PR
Seguindo o modelo de encontro dos intereclesiais, os assuntos no Catorzinho são trazidos e vivenciados por meio de plenárias. Serão cinco plenárias refletindo temas importantes para a Igreja e sua ação. Os temas abordados serão: os desafios da mobilidade do transporte e da locomoção; a questão da segurança e da violência, pluralismo religioso e o diálogo inter-religioso; movimentos e organizações sociais e populares; ecologia e cuidado ambiental.
Os temas se relaciona à vivência e aos desafios de todas as comunidades em seus cotidianos. Segundo Lenir de Assis, integrante do secretariado da CEBs, responsável por organizar o intereclesial e o Catorzinho, as plenárias têm o objetivo de promover e dinamizar a reflexão dos temas em pequenos grupos, estimulada por uma provocação de um assessor. “Os resultados dos trabalhos em grupos serão levados para uma síntese a ser apresentada para todos os participantes do encontro”, completa.
O 14º Intereclesial das CEBs, que ocorre em janeiro de 2018, tem como tema “CEBs e os desafios do mundo urbano”, reflexão que necessita da presença da Igreja enquanto luz, ação e esperança. Os cinco temas das plenárias do Catorzinho foram selecionados dentro de um conjunto de 13 assuntos que serão abordados em janeiro.
Não basta a discussão dos temas, é preciso que a reflexão seja levada para o chão das comunidades e colocada em prática. É neste sentido que os participantes estão sendo convidados para o encontro e todos os presentes participarão das plenárias. No momento da inscrição, cada participante seleciona a plenária de interesse. Haverá representantes de todas as paróquias da arquidiocese e das dioceses do Paraná. As equipes trabalharão para se preparar para o encontro de janeiro.
Continuidade
Iniciado a reflexão, o encontro continua nas comunidades. Lenir destaca que “não podemos negar aos membros de nossas comunidades, a possibilidade de também fazerem essas reflexões e contribuir para que o lugar onde vivemos se torne uma verdadeira comunidade eclesial de base, ou seja, uma comunidade comprometida a serviço dos irmãos e das irmãs que vivem no dia a dia os desafios do mundo urbano.”
O encontro traz um tema atual e de importância para a Igreja. “Ao discutir CEBs e os desafios do mundo urbano a comunidade remete um olhar crítico e ao mesmo tempo profético sobre a presença da Igreja na vida do povo, que se encontra diante de tantos desafios. O Papa Francisco pede uma Igreja em saída. É necessário essa reflexão para cada vez mais a Igreja estar presente no mundo urbano, nas periferias, entre os pobres, buscar respostas a tantas interrogações que a vida nas cidades apresenta”.
O lema “Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3,7) tem como centro a Palavra de Deus a iluminar as comunidades. A Arquidiocese de Londrina vive esse tempo forte, buscando com a reflexão dos temas ser sempre mais uma Igreja em saída, missionária e inserida na sua realidade. Como Deus não foi e não é inerte, a Igreja não fica inerte com os clamores dos sinais dos tempos.
Djonh Denys Souza dos Reis Diácono transitório da Arquidiocese de Londrina
Evento em julho dialoga com o andamento das Santas Missões Populares. Em entrevista ao JC, padre Dirceu Fumagali fala sobre as duas atividades da Arquidiocese
Padre Dirceu Fumagalli chegou a Londrina em 1986, antes ainda de ser ordenado. Veio para a Paróquia do Jardim Novo Bandeirantes (Decanato Oeste), onde, a partir da experiência na Pastoral Operária e Universitária e com a comunidade local, que já tinha uma estrutura organizativa, pôde se colocar à frente da Comissão Pastoral da Terra. A experiência de romarias e mobilizações, além da participação como delegado e depois como responsável pela liturgia em cinco Intereclesiais, pesaram para que ele fosse escolhido pelo padre Marcos José como coordenador do secretariado do 14º Intereclesial e ficasse responsável por constituir as diversas equipes de trabalho.
O desenvolvimento das Santa Missões Populares, proposto pelo então arcebispo de Londrina, dom Orlando Brandes, e a proposta do do 14º Intereclesial estão entrelaçados. Padre Dirceu comenta essa ligação.
Jornal da Comunidade – O Intereclesial e o Catorzinho fazem parte das Missões Populares?
Eles dialogam, por isso que o Catorzinho é parte do processo. Estava agendado há três anos quando fizemos o planejamento do Intereclesial. A ideia é que nós estaríamos encerrando as Santas Missões Populares fazendo com que a diocese estivesse preparada para acolher. Só que o processo das Santas Missões Populares redimensionou o tempo. Nós esticamos o tempo, o processo foi ampliado, prorrogado e as missões populares vão até a metade do ano que vem. Então, aquilo que era para ser o momento da chegada de uma caminhada no Catorzinho será o momento de encontro dos processos, um momento de nos revitalizarmos para isto. Hoje, o Catorzinho acaba cumprindo outra estratégia. Ele pode, se nós nos empenharmos, revigorar os três processos: das Santas Missões Populares que, com a saída do bispo deu uma esfriada; o processo vigente do cotidiano na diocese com a chegada do novo bispo; e o processo do evento de fato. O Catorzinho é o momento de medirmos nossa temperatura e termos a possibilidade de nos redimensionarmos nos três processos. O que vai acontecer na metade de 2018 vai depender de como a diocese vai compreender na sua estrutura organizativa e pastoral como estes dois processos, Santas Missões e Intereclesial, impactam no seu cotidiano.
Jornal da Comunidade – Qual a relevância do Catorzinho para a arquidiocese?
Padre Dirceu – Vamos ter a oportunidade de fazer um encontro de dois dias com mil pessoas. Colocar 700 pessoas da nossa diocese num momento de formação dentro de um tema desafiador, que é como ser e os desafios que nós temos de ser Igreja neste mundo urbano. O Catorzinho é um momento importante que cumpre três objetivos. O primeiro é a formação sobre o tema e subtema do encontro, então teremos um dia e meio praticamente de formação propriamente dita. Depois um momento para testarmos nossa metodologia para o 14º. As plenárias, o tempo que estamos designando para cada reflexão, os deslocamentos entre as praças e os espaços celebrativos da noite. Vamos testar esta metodologia e depois as equipes, da liturgia, alimentação, infraestrutura, transporte, pessoal da relatoria. Ele cumpre este tripé: formação, checar a metodologia e fazer um exercício com as equipes. Quem participar vai apontar em que temos que ajustar, de fato, em cada um destes momentos ou destas dimensões.
Jornal da Comunidade – Qual a expectativa para o Catorzinho?
Padre Dirceu – É fazer um esforço, uma força tarefa para dar uma aquecida porque os três processos estão um pouco fragilizados, pode ser que não cheguemos a mil pessoas. Agora, o que vamos observar é que os que estão vindo para este encontro é um grupo bastante heterogêneo. Vamos ter todas as paróquias da diocese, periferia, rural, participação de outras dioceses. Para as missões populares não é só este momento de formação porque muitos que virão já estão dentro do processo das Santas Missões Populares, mas um momento celebrativo importante será a celebração da missa na noite do dia 15, no aterro do Lago Igapó. Aí sim, queremos que esta celebração seja aquilo que estava previsto para o encerramento das missões populares. Uma grande celebração de motivação e que a maioria das comunidades possa participar, por assim dizer, da espiritualidade que vamos celebrar, é uma celebração de acolhida de missão. É claro que aqui compreendendo a construção da missão como as comunidades intereclesiais de base, mas acho que esta celebração será o momento de encontro da “massa das santas missões populares”. Será o momento de uma dinamizada dentro do espaço do Catorzinho, onde estaremos com o efetivo de mil pessoas, mas no momento de celebrar queremos chegar no efetivo de 4 mil pessoas. Este efetivo é o vinculado propriamente às santas missões. Então teremos o momento de encontro dos dois processos.
Jornal da Comunidade – Qual será o papel dos missionários no Catorzinho?
Padre Dirceu – Duas formas: boa parte de quem está organizando, por exemplo, a hospedagem nas comunidades é o pessoal bem ligado às missões populares. Neste momento de formação da agenda dos dias 15 e 16, muitos que estão na organização, virão e terão um momento de formação mesmo. Também faremos um momento de formação para as missões populares ali, na medida que estamos potencializando, dialogando com estas pessoas que vão acolher os delegados ou que estão organizando a hospedagem. Tem o momento de entendimento da importância do que é o acolher. E tem o momento que chamamos de contágio de energia, que é este momento de somarmos para a gente perceber que na diocese de Londrina estamos com dois processos e que se potencializarmos e conseguirmos dar uma estruturada e não nos desgastarmos tanto, mas somarmos, teremos uma arquidiocese revigorada.
Ele é missionário na sua paróquia e vai acolher um missionário. Nas comunidades, ele vai fazer e a experiência de ir e ser acolhido pelas famílias nas quais ele vai visitar. Agora, no 14º ele será a família acolhedora, existe uma troca simultânea ali entre você ser missionário e acolher o missionário. O pessoal das Santas Missões Populares, as famílias, são missionárias que vão, em nome da sua comunidade, acolher, dinamizar outras famílias. Vão dimensionar e receber os missionários do 14º .
Jornal da Comunidade – Como os temas que serão abordados no Catorzinho vão contribuir nas missões?
Padre Dirceu – São 13 grandes temas. Temas do cotidiano, da vida da família de cada um. No Catorzinho, em especial, nós queremos focar cinco temas a partir da nossa realidade local, da região metropolitana de Londrina. Vamos refletir um pouco mais os desafios da mobilidade. Tem muita gente que mora em Primeiro de Maio, Bela Vista e que mora mais distante e tem que ir e vir quase todo dia para Londrina para trabalhar. O que isso incide, dificulta na sua participação na comunidade. Temos este desafio na nossa região, dando sequência ao debate das duas campanhas da Fraternidade anteriores, a questão ecológica. Como estamos tratando, dialogando, inclusive com o terceiro objetivo das Santas Missões Populares, a questão da ecologia, qualidade de vida, da saúde, então também dialoga com o terceiro objetivo das Santas Missões Populares. Depois a questão da segurança, da violência. Queira ou não, são questões que impactam na vida de todos nós. Têm lugares em que a pessoa tem que levar em conta qual horário pode entrar ou não nas suas comunidades para a visita. Dialogado, o pessoal tem que saber que este é um desafio também para as comunidades, inclusive a comunidade em missão. Então, os temas são os temas que ajudam, não são questões estanques. Por serem questões do cotidiano, e as santas missões têm que levar o cotidiano em consideração para você levar a sua atuação missionária, então ajuda a contribuir.
Há três anos, por meio das Santas Missões Populares (SMPs), comunidades católicas estão em processo de preparação para receberem em Londrina os integrantes das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). São pessoas de todas as partes do Brasil e da América Latina que virão para a cidade para o 14º Intereclesial das CEBs. O encontro, que ocorrerá de 23 a 28 de janeiro de 2018, tem como tema: CEBs e os Desafios do Mundo Urbano, e o lema: “Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3,7).
Para preparar a comunidade londrinense para este importante momento para Igreja, nos dias 15 e 16 de julho, será realizado o Catorzinho, evento teste para o 14º Intereclesial. Será uma amostra do grande encontro das CEBs, momento de testar as equipes e também fazer conhecer o 14º Intereclesial. “O Catorzinho é fazer o 14º chegar nas paróquias, nas comunidades, nas famílias. É levar para toda a arquidiocese, de norte a sul, de leste a oeste. Todo mundo tem que saber, todo mundo tem viver essa experiência, que não é de um grupo, é da Igreja”, explica padre Marcos José, vigário geral da Arquidiocese de Londrina e coordenador do 14º Intereclesial em Londrina.
Nos dois dias do encontro, a arquidiocese vai experimentar o que será feito em cinco dias em janeiro de 2018. “Vamos fazer em dois dias, com mil pessoas, para reproduzir em cinco dias para 3,5 mil. No Catorzinho vamos refletir 5 temas, no 14º, serão 13 temas.” Para que isso chegue até as pessoas, de três a cinco fiéis de cada paróquia vão participar do Catorzinho e levar a experiência para as comunidades. “Dom Orlando falava que tem que fazer barulho, que toda a arquidiocese tem que saber o que é o 14º Intereclesial. E como vão saber? O padre Marcos e a equipe falando só é muito pouco. Por isso os paroquianos vão participar, e levar para as comunidades”.
Comunidade de comunidades
Padre Marcos explica que o 14º Intereclesial e o Catorzinho são a vivência de comunidade de comunidades, como diz a CNBB. “Eu lá minha rua tenho grupo de reflexão, eu sou comunidade. Lá na minha paróquia estamos rezando missa nos setores, é comunidade. Hoje a Igreja tá se formando em igreja comunidade de comunidades, setores, grupos de reflexão, organização dos bairros, das ruas. Em Londrina, o Intereclesial veio pra reforçar essa experiência, também com cunho social, olhando para o pobre, para o doente, o necessitado, sem excluir. Sendo a Igreja de Jesus Cristo, Igreja a serviço da vida, da sua concepção até seu fim natural”.
14º Intereclesial
A arquidiocese conta com 20 equipes bastante estruturadas para preparar, organizar e divulgar o encontro. As reuniões acontecem no terceiro sábado do mês. “Vamos receber gente de todo o Brasil, animadores e animadoras das comunidades. Serão aproximadamente 3 mil agentes de pastoral que virão a Londrina em janeiro”. O Intereclesial na Arquidiocese de Londrina também reforça a experiência de Igreja com os Grupos Bíblicos de Reflexão, com igrejas de comunidades, com a setorização, fazendo sempre mais uma igreja a serviço do reino e do Evangelho, explica o padre.
Uma igreja que cada dia mais responda aos apelos, anseios e desafios do tempo presente. E ao mesmo tempo próxima do povo. “É Deus que vem ao nosso encontro, que ouve nosso clamor e escuta a nossa voz. É Deus que age conosco. Mas Ele quer contar com a nossa participação. Por isso, esse é um tempo de graça para nossa Igreja de Londrina e também para o Brasil”. Para o padre, o mais importante é o povo viver essa experiência eclesial na oração. “Por isso, nós já estamos rezando em nossas comunidades, nos Grupos Bíblicos de Reflexão e nos Dias da Palavra e convidamos toda comunidade a rezar pelo Intereclesial. Todos são chamados a fazer parte desta grande família, desta grande comunidade.”