Os padres da Arquidiocese de Londrina publicam uma carta oficial no dia 31/01/2018 em razão da realização do 14º Intereclesial das CEBs na cidade de Londrina entre os dias 23 a 27 de janeiro de 2018.

Confira na íntegra:

 


 

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Londrina, 31 de janeiro de 2018.

 

Ao Povo de Deus da Arquidiocese de Londrina.

 

“Embora muitos, formamos um só corpo”. (Rm 12,5)

 

A Arquidiocese de Londrina viveu entre os dias 23 e 27 de janeiro, um momento especial de graça. O 14º Intereclesial das Cebs, reuniu na cidade mais de três mil delegados, vindos do país inteiro. Foi uma festa da alegria e do encontro entre irmãos, vivenciando momentos fortes de celebração, oração, reflexão e partilha e nos impulsionando a continuarmos sendo uma Igreja da misericórdia, profética e missionária, dedicada à formação de cristãos, protagonistas das transformações sociais que se fazem necessárias, para que todos tenham “vida e a tenham em abundância” como quis o Mestre (Jo 10). Foi um evento eclesial repleto de discussões profícuas para a Igreja e para a sociedade. O propósito de aprofundar uma reflexão sobre as várias dimensões do urbano, com os seus desafios para a evangelização, foi plenamente alcançado.

A Igreja Católica cumpre a missão a ela confiada por Cristo, em momentos históricos concretos. Não se esquiva a dar testemunho da verdade nem a usar sua voz para denunciar ou anunciar, conforme a Palavra que a todos nos interpela. Alicerçada nos Documentos e na própria palavra e atitudes do Papa Francisco, ela analisa, reflete e discerne as várias conjunturas buscando que as premissas do Reino de Deus se tornem concretas no aqui e agora da história. As Comunidades Eclesiais de Base, desde a sua origem, vivem intensamente a inserção na vida do povo, refletindo e promovendo soluções que lhe ofereçam uma vida digna. Foi a isso que assistimos em Londrina nos últimos dias. Gente de fé, alegre e politizada que ajudou a nossa Igreja Particular a estudar o urbano com todas as suas mazelas que tanto nos afligem.

Somos uma Igreja que se manifesta nas mais diferentes formas de expressão da fé. Somos sim, uma família ampla de irmãos que acrescentam ao corpo eclesial, a riqueza da vivência do Evangelho de Jesus Cristo, na sua diversidade. Uma Igreja que apela não só, para uma conversão constante ao respeito e à tolerância, mas fundamentalmente aprecia com alegria a própria diferença. De norte a sul, de leste a oeste deste país, respira-se uma espiritualidade encarnada que tanto nos emocionou no evento XIV Intereclesial. A Arquidiocese de Londrina saiu enriquecida, tanto pelas conclusões dos trabalhos como essencialmente pela beleza da própria discussão. Ao constatarmos que algumas críticas visaram apenas denegrir o todo e a magnitude do Encontro, não poderíamos deixar de rejeitar e condenar as atitudes sectárias de quem visou ofender pessoas ou grupos, atribuindo-lhes qualificados impróprios e mentirosos.

Foi um acontecimento arquidiocesano e, por conseguinte sob a presidência de Dom Geremias Steinmetz. Repudiamos em uníssono as ofensas a ele dirigidas como se a nós todos o tivessem sido. A Igreja Católica de Londrina sai fortalecida na sua unidade e no propósito de trabalhar para que no seu seio, também a tolerância religiosa seja colocada em prática. E acolhemos as críticas honestas e construtivas com a humildade que nos deve caracterizar. Um Encontro deste tamanho sempre tem algo que escapa à organização. Em nada, porém representa as CEBs em geral e muito menos o escopo do evento.

Confiamos ao Sagrado Coração de Jesus e a Nossa Senhora do Rocio, a vida e a caminhada de nossa Igreja de Londrina e conclamamos a todos os fiéis que nos unamos na oração e na comunhão. Aprendamos sempre das palavras de Jesus, de seus gestos, suas atitudes e sua Pessoa (MV 01).

Clero da Arquidiocese de Londrina.


 

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Segundo dia do 14º Intereclesial das CEBs

Na manhã desta quinta-feira foi realizada a segunda grande plenária do 14º Intereclesial. Cerca de 3300 participantes de todo país se reuniram na praça Araucária, localizada no Ginásio de Esportes Moringão em Londrina. As atividades concentraram-se na síntese dos trabalhos do primeiro dia de miniplenárias e em duas assessorias que levantaram reflexões teológicas sobre a essência e o papel das CEBs. Após um momento inicial de acolhida e oração, foi lido um documento escrito com base no registro dos relatores presentes em cada uma das 13 miniplenárias da quarta feira.

Paulo e as primeiras comunidades

A Irmã Tea Frigerio ficou encarregada de dar pistas para um JULGAR os desafios do mundo urbano à Luz da Palavra. A assessora focalizou a história do apóstolo Paulo. A partir de um encontro com Jesus no caminho de Damasco, ele dedicou a sua vida ao anúncio da Boa Nova e criou comunidades. Essas comunidades criadas por Paulo representavam uma organização de vida alternativa às estruturas oficiais, e é essa a relação que a missionária fez com as CEBs. Atuando à margem da sociedade da época, o apóstolo devolveu a dignidade a muitas pessoas.

Segundo Tea, as comunidades eclesiais de base precisam mostrar que é possível viver relações alternativas, onde se encontre igualdade, partilha e testemunho; onde o bem viver seja o centro. Para isso, nas palavras dela, “As CEBs não podem se conformar com esse mundo”, mas precisam discernir e agir frente às injustiças e explorações.

O incentivo Missionário para as comunidades

As tentações do agente pastoral enumeradas na Exortação Apostólica do Papa Francisco Evangelium Gaudium foram mencionadas na fala do Pe. Manoel Godoy, que fez a segunda motivação. Fez-se, dessa maneira, o alerta para a perda do entusiasmo missionário, o pessimismo, o isolamento, o mundanismo espiritual, as divisões, entre outros fatores que afastam as pessoas do caminho cristão. Outro assunto abordado pelo assessor foi a necessidade da Igreja se colocar em saída e ocupar espaços das cidades, inclusive o espaço virtual. Ele falou ainda que a lógica das cidades só pode ser entendida sob o crivo das classes sociais: “Espaço para pobre e rico é diferente, tempo para pobre e rico é diferente, lazer, trabalho, tudo”. E completou: “Nós não somos neutros, mas olhamos a realidade a partir dos pobres”, confirmando que as CEBs são identificadas como a porção da Igreja que fez uma opção de classe.

Fila do Povo e depoimentos dos assessores

Após a leitura da síntese das miniplenárias, foi aberta a Fila do Povo, dando oportunidade aos participantes para manifestar opiniões, e alguns assessores foram convidados em seguida para compartilhar suas impressões. Vera Lopes, da Diocese de Osasco, membro da pastoral afro-brasileira, chamou a atenção para a importância da aceitação da identidade negra: “temos que sair daqui com a preocupação de fazer um recorte étnico-racial nas nossas ações, pois o povo negro não pode entrar na política do “embranquecimento” que continua dentro e fora da Igreja”. Vera falou sobre não se sentir representada na atual Campanha da Fraternidade: “É uma tristeza olhar para um cartaz de uma campanha que fala da superação da violência e não tem um jovem negro, não tem uma mulher negra”.

O assessor nacional Benedito Ferraro lembrou que a dinâmica das CEBs tem como dado fundamental a relação entre a fé e as demais dimensões significativas para a organização da vida das pessoas e do planeta, como a economia, a política e a cultura. Ferraro indicou também a importância das manifestações por meio de notas da CNBB e do CONIC, posicionando-se a favor da democracia e dos direitos sociais. Sobre isso, o assessor declarou: “As CEBs necessitam desse apoio da CNBB, mas ao mesmo tempo é a partir da atuação das comunidades eclesiais de base que a CNBB terá o respaldo para apontar a possibilidade de um outro modelo de sociedade e de convivência social”.

É preciso rever o conceito de espiritualidade

Rebatendo o comentário muitas vezes repetido de que “as CEBs gostam de política e de luta, mas não têm espiritualidade”, o assessor nacional Pedro Ribeiro de Oliveira explicou que é preciso rever o conceito que se tem de espiritualidade. Assim, ele frisou que existe a espiritualidade terrena, da vida familiar e do cuidado com as necessidades humanas, dando o exemplo de Santa Madre Tereza de Calcutá, que se tornou santa por cuidar dos mais pobres. “A nossa preocupação é viver o projeto de Deus aqui na Terra, lutar pela terra, pela vida, pela saúde, e essa é a grande contribuição das CEBs para toda a Igreja”, afirmou.

Um encontro de culturas na discussão dos desafios

As 13 miniplenárias, nesta quinta feira, levaram à reflexão sobre como na caminhada do Povo de Deus os diversos desafios se apresentaram e como foram superados. Depois da motivação do assessor, especialista em cada tema, os grupos de pessoas cadastradas na plenária se reuniram para levantar as propostas de superação em cada desafio.

A animação nas 10 praças foi um momento único: Todas tiveram grupos de música animando com instrumentos populares. A união de culturas, foi manifestada na música e dança. O sincretismo movimentou todo mundo e as paróquias praças se transformaram numa grande comunidade em torno da alegria. A animação, inclusive, foi um dos pontos fortes da “fala” do monge beneditino Marcelo Barros, na discussão sobre os desafios do acesso à cultura. Cada questão levantada terminava com uma música da cultura popular brasileira e muita dança.

Flora Neves
Comunicação 14ºIntereclesial

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Muita música, apresentações, animação, colorido, valorização da riqueza cultural do povo brasileiro: estes foram alguns dos elementos na abertura do Encontro.

Cerca de sete mil pessoas tiveram o privilégio de participar de uma das celebrações mais bonitas da igreja em Londrina.  A celebração de abertura do 14º Intereclesial foi protagonizada por centenas de pessoas que cuidaram de cada detalhe das apresentações. O entardecer próximo ao lago Igapó, cartão postal da cidade, foi o cenário perfeito para o encontro das comunidades de norte a sul do país.  Na imensidão do gramado da Praça da Bíblia, pintado pelo colorido da camisetas, as comunidades cantaram, dançaram, se abraçaram, silenciaram e rezaram. A praça, foi de fato, o lugar do encontro, da partilha, da alegria, do reencontro

A celebração começou ao som de uma orquestra de violas, uma autêntica valorização do caipira, trabalhador do campo que ergueu e sempre foi o braço forte de Londrina, logo depois, as  apresentações culturais daqueles que  se juntaram ao povo londrinenses como a colônia japonesa ocuparam o espaço em frente ao palco. Segundo a organização “o caráter da celebração de abertura era o de mostrar o rosto identitário do Paraná e  de Londrina”.

Na acolhida de cada região, a música e os costumes foram representados em meio a poesia do texto lido pelos apresentadores e no som característico da  “Folia de Reis”. A riqueza da cultura indígena também foi apresentada pelos próprios protagonistas.

A cerimônia de abertura ainda relembrou os treze encontros anteriores das CEBs com a presença do trenzinho símbolo das CEBs do Brasil, fez a abertura oficial nas boas vindas de Dom Geremias e à luz do livro do Êxodo, quando já escurecia, celebrou a partilha da Palavra. A entrada dos ícones do 14º intereclesial, a Cruz e a imagem de Nossa Senhora do Rocio, também emocionaram o público.  Para Maria Isabel, organizadora da liturgia e celebrações do Encontro, a abertura foi o momento em que  “ a diocese, a cidade de Londrina se abriu para acolher os participantes, visitantes, convidados  e observadores”

Flora Neves
Equipe Comunicação 14 Intereclesial

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Fotos: Patrícia Caldana e Wellington Ferrugem

No dia 4 de janeiro o Papa Francisco através do Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano enviou uma mensagem aos participantes do 14º Intereclesial das CEBs, encontro que acontece em Londrina/PR dos dias 23 a 27de janeiro. A Nunciatura Apostólica do Brasil transmitiu a carta ao arcebispo de Londrina, Dom Geremias Steinmetz.

 

Veja a carta na íntegra:

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Brasília, 5 de janeiro de 2018

Excelência,

Na ausência do senhor Núncio Apostólico, cumpro o dever de transmitir a Vossa Excelência o seguinte telegrama:

“O Papa Francisco, informado do XIV Encontro Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, que terá lugar na Arquidiocese de Londrina, de 23 a 27 de janeiro de 2018, deseja transmitir aos participantes vindos de todos os cantos dde o Brasil a sua palavra de estímulo e bênção, que possa ajudar as CEBs a trazerem aos desafios do mundo urbano “um novo ardor evangelizador e uma capacidade de diálogo com o mundo que renovam a Igreja” (Exort. ap. Evangelii gaudium, 29). Com efeito, como vê-se pelo lema do Encontro — “Eu vi e ouvi o clamor do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3, 7-8) — Deus nunca é indiferente ao sofrimento do seu povo, enviando Moisés, para salvar o povo hebreu da escravidão do Egito e, na plenitude dos tempos, enviando o seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, para nos libertar da escravidão do pecado e da morte. Essa ação redentora, que celebramos com fé na Liturgia, deve depois se manifestar numa vida pessoal onde brilhe a luz do Evangelho, isto é, numa existência inspirada no amor e na solidariedade, que é a linguagem do amor. Assim o Santo Padre, unido espiritualmente a essa Assembleia, invoca do Altíssimo a abundância dos seus dons e luzes sobre todos os presentes, de modo que, ouvindo o clamor dos pobres e famintos de Deus, de justiça e de pão, as Comunidades Eclesiais de Base possam ser, na sociedade e Nação brasileira, um instrumento de evangelização e de promoção da pessoa humana — sempre em comunhão com a realidade paroquial e com as  diretrizes da Igreja local (cf. Ibidem, 29) — capaz de vir encontro aos terríveis efeitos da cultura do “descarte”, que leva tantos irmãos e irmãs a viverem excluídos, numa exclusão que fere “na própria raiz, a pertença à sociedade onde se vive, pois quem vive nas favelas, na periferia ou sem poder já não está nela, mas fora. Os excluídos não são “explorados”, mas resíduos, sobras” (Ibidem,53). Como penhor destes votos e preces, que em espírito deposita aos pés de Nossa Senhora Aparecida, o Papa Francisco de todo coração, concede aos participantes, extensiva às suas famílias, comunidade de base, paróquias e dioceses, uma propiciadora Bênção Apostólica, pedindo que, por favor, não deixem de rezar por ele”.

Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado».
Do Vaticano, 4 de janeiro de 2018

 

Unindo-me aos votos, asseguro-lhe minhas orações.

Mons. Marcel Smejkal
Conselheiro da Nunciatura 

O encontrista será recebido nos pontos de chegada e encaminhado com translado para a paróquia hospedeira

A equipe de transporte do 14º Intereclesial já esta organizada para atender os delegados e visitantes que chegarão em Londrina de avião, ônibus fretado ou ônibus de linha. O sistema de transporte está mapeando os horários de chegada dos ônibus fretados para encaminha-los às paróquias, onde serão recepcionados pela equipe de recepção e credenciamento. Toda a estrutura de transporte esta montada junto com a hospedagem e com o pessoal que vai cuidar da alimentação já no dia 23.

Linhas especiais com identificação para os encontristas

Durante o encontro, quando os encontristas estarão nas residências, eles se utilizarão do transporte coletivo, porém eles serão orientados, pela equipe, empresas de transporte e a companhia de transporte municipal, de como chegar da comunidade até o terminal central. No terminal haverá uma linha direta para a praça da Bíblia, local de abertura do encontro e nos dias seguintes para o Moringão, onde acontecerão as grandes plenárias. No terminal central também haverá a equipe de transporte e guias que farão as orientações.

Do local da grande plenária para as paroquias, praças, onde acontecerão as miniplenárias, haverá uma linha da empresa de transporte Grande Londrina. Ao redor do Ginásio do Moringão estarão vários pontos de ônibus direcionados para as paróquias. Nestes ônibus estarão o nome da praça e uma letra que identifica o guia e o motorista do ônibus. Do Moringão, na rua, para o ônibus haverá guia com a placa, com o nome da praça e a letra, serão oito pontos de ônibus no entorno do Moringão. Coletivos de linha que estarão a serviço do Intereclesial.

Identificações e cartão para o transporte no Kit do encontrista

No kit que cada participante receberá ao chegar na paróquia e fizer seu credenciamento, ele terá um cartão de transporte com os créditos que utilizará nos ônibus de linha durante todo o evento. Além do cartão de transporte, o encontrista receberá um crachá com orientações do transporte: nome de linhas, paróquias e as letras sinalizadoras.

Equipe de Comunicação
14º Intereclesial

Foto destaque: Delegação do OESTE I/Arquivo pessoal

A relevância e a importância das celebrações dentro do 14º Intereclesial

A celebração de abertura do 14º Intereclesial, consiste em ser o momento em que a arquidiocese, a cidade de Londrina se abre para acolher os participantes, visitantes, convidados  e observadores. É também o momento para as nossas comunidades paroquiais fazerem a grande acolhida a quem chega. A celebração de abertura tem o caráter de mostrar o rosto identitário do Paraná, de Londrina. É o momento também de colocarmos os elementos simbólicos, litúrgicos e os elementos da relação com o sagrado na perspectiva celebrativa.

Apresentação da Orquestra de Viola na abertura

Teremos na celebração, a acolhida, música, cantos, dança, elementos simbólicos e sígnicos que expressam a nossa cultura. É o momento de presentificarmos os grupos participantes do encontro, as regiões do Brasil. Presentificarmos os colaboradores, os convidados que vêm de várias partes do mundo e que estão antenados e conectados com o 14º  Intereclesial. É também o momento de tomarmos a cidade: a praça como lugar do encontro, da partilha, da alegria, do reencontro. Então, a praça, “monumento da Bíblia” se transforma, no dia 23, às 19hs, quando vamos começar, com uma bela apresentação da orquestra de viola, no momento de encontro na praça.

Celebração dos Mártires e defensores da vida no aterro do Igapó

Na sexta feira, dia 26, a celebração tem um cunho de fazermos a lembrança daqueles e daquelas que na história do povo, na caminhada do povo e da Igreja no Brasil, doaram a sua vida pela causa do reino, são os nossos Mártires, mas também vamos lembrar e presentificar centenas de pessoas defensoras da vida, de causas ecológicas, ambientais, de causas gerais, humanitárias.

Vamos fazer este momento de recordar, fazer memória daqueles e daquelas que fazem parte do coro dos iluminados, dos encantados que animaram e fizeram referência na comunidade. Teremos também um momento celebrativo, dentro do Intereclesial, macro ecumênico. Vamos exercitar nesta celebração o diálogo inter-religioso. Tomam parte nesta celebração pessoas, grupos, de outras igrejas, de outras confissões religiosas e também, não necessariamente de confissões religiosas, mas de  sonhos humanitários e ideológicos que possam somar e refletir uma espiritualidade libertadora daquilo que são os elementos constitutivos da defesa da vida.

Caminhada do Povo de Deus

Esta celebração será precedida de uma caminhada. A caminhada do povo de Deus, caminhar dentro da história do povo de Deus tem um significado, caminhar é estar a caminho, é estar atento para aquilo que precisa ser feito. Vamos levar as flâmulas, bandeiras, estandartes com os nomes dos mártires, dos defensores da vida. Será uma forma de externar os valores da defesa da vida e das causas humanitárias que nós como cristãos, e pessoas participantes deste momento histórico para o Brasil, defendemos.

Celebração eucarística de encerramento

No Moringão no dia 27, a celebração tem um caráter de ser a grande celebração do Encontro, então ela não esta ainda constituída. Será durante o encontro que a equipe de Liturgia, equipes de coordenação e as assessorias vão nos ajudando a pensar como vamos colocar dentro do rito litúrgico, da celebração eucarística, alguns elementos que nós queremos celebrar: as alegrias, as realizações do encontro, mas também apresentar o Agir, o pensar, o futuro. A Celebração tem também o caráter de envio, seja dos participantes do 14º para as comunidades de origem, seja daqueles que, nos seus espaços, que vão incrementar o que estudamos e refletimos: “os desafios do mundo urbano”. Além disso, a celebração será para  o envio para a próxima diocese regional que vai celebrar o 15º. Então a celebração Eucarística tem também este envio, estamos enviando em missão, em trabalho, em serviço, a próxima diocese que se prepara para receber o 15º. Vai ser um momento também de festa e de partilha. Celebrarmos a riqueza do que foi estes dias. Será uma celebração com elementos coloridos, festivos, para explicitar que na caminhada da vida de fé, tem também a comensalidade a festa da alegria e da partilha daquilo que foi experimentado nos cinco dias de encontro.

O Dia da Palavra  com as comunidades de todo o Brasil

O Dia da Palavra é um momento muito importante para a caminhada da nossa diocese que a tem como dinâmica, reflexão, estudo, modo de se reunir em comunidade, em torno da Palavra de Deus.  Cabe dizer que o Intereclçesial tem uma dinâmica e uma metodologia própria, mas tudo esta centrado e voltado para a luz da Palavra de Deus. Na nossa Diocese, como nós temos o “Dia da Palavra” como uma prática e metodologia  em torno da escuta, da Reflexão e do estudo da Palavra, nós queremos propiciar que todos os participantes do encontro do Intereclesial que estão hospedados nas 58 paróquias, entre Londrina, Cambé e Ibiporã, façam esta experiência, conheçam esta forma, este jeito.

O Dia da Palavra, que seria na primeira quinta feira do mês de fevereiro, em função deste momento, foi trazido para a última quinta feira de janeiro. O Dia da Palavra terá um material próprio com uma elaboração própria. As comunidades vão se reunir com este roteiro e terão um momento de partilha e convivência. As Paróquias que não vão hospedar também realizarão o Dia da Palavra com outro material dentro do livro dos  Grupos Bíblicos de Reflexão. O Dia da Palavra neste mês na nossa Diocese também está inserido no nosso Encontro, está em sintonia com o Lema: livro do Ex.3,7, “Eu vi e ouvi o clamor do meu Povo e desci para Libertá-lo”, então este é o tema motivador do Dia da Palavra.

O Cancioneiro: a música e a animação nas celebrações do 14º

Para compreendermos, também, a importância do canto, da música da musicalidade, da composição. As comunidades têm, na sua identidade, os artistas da caminhada, poetas e escritores, então o nosso livro de cantos, “ o cancioneiro” não é apenas uma lista de cantos ou de  música, ele busca reunir num conjunto de cantos, música, refrãos, mantras, letras que dizem respeito , que ajudam a gente não só a se animar, se alegrar, descontrair, mas a refletir. Vale lembrar que em cada plenária temática teremos uma equipe de canto que se esmerou em ensaiar, preparar e escolher as músicas e os cantos para aquele tempo. A música, portanto, não esta apenas para cobrir um intervalo, um vazio, para fazer o pessoal acordar, ela é complemento do estudo, da reflexão e da interpretação dos temas.

Os momentos Orantes foram preparados por uma grande região

Nós temos vários grupos compondo as grandes equipes de animação, que com seus instrumentos, vão ajudar e somar no grande coral das assembleias e grandes celebrações e também nas miniplenárias. Para a gente compreender que as músicas, o canto, ajudam a gente a refletir, se animar para a caminhada. Cabe destaque ainda, lembrar que em todas as manhãs nós temos a oração da manhã preparada por uma grande região, então este momento orante da manhã esta relacionado com o trabalho do dia. Nas três orações da manhã, do VER, JULGAR e AGIR, estão preparadas com muito carinho, cuidado e zêlo pelas equipes de liturgia das grandes regiões também para nos ajudar a motivar, não só para colocar no coração de Deus e diante do Espírito Santo nosso dia de trabalho, mas  a própria oração vai nos ajudando a pensar a dinâmica e a metodologia do trabalho daquele dia.

Equipe de Comunicação
14º Intereclesial

Foto destaque: Ampliada Nacional / Foto Facebook Jardel Neves Lopes.

As Equipes de Liturgia e de Animação do 14º Intereclesial das CEBs já estão em Londrina-PR para vivenciarem e organizarem os detalhes que envolvem a preparação das Celebrações do encontro. Para tanto, nesta manhã de Domingo (21/01), após a oração do Ofício Divino das Comunidades juntamente com os membros da Equipe Ampliada Nacional, os responsáveis pelas Equipes reuniram-se para apresentar o que têm preparado e revisar o roteiro da Celebração de Abertura.

Em entrevista com Padre Dirceu Fumagalli, coordenador das Equipes de Serviço do Intereclesial, e Irmã Penha Carpanedo, assessora da Equipe de Liturgia, foram apresentadas a mística, a motivação e as perspectivas que envolvem as Celebrações do encontro, em especial os quatro grandes momentos celebrativos: Celebração de Abertura, Celebração da Palavra nas Comunidades, Celebração dos Mártires e Defensores da Vida, e Celebração de Encerramento e Envio.

Celebrar nas praças a cultura do encontro

Os espaços utilizados pelo Intereclesial foram denominados como Praças e cada uma delas nomeada com uma das árvores nativas do Brasil e, segundo o Padre Dirceu: “a praça é a centralidade do urbanismo, a centralidade do debate por isso nos reunimos na praça, debaixo das árvores que é lugar de encontro, lugar de falar de Deus, da caminhada e tomar decisões sobre o que vamos refletir.”. Referindo-se à Praça do Ipê (Praça da Bíblia), local onde será realizada a Celebração de Abertura no dia 23, afirmou que será “o lugar do encontro das pessoas e das comunidades, é a chegada, o abraço, a acolhida…”.

A Celebração da Palavra nas Comunidades, a ser realizada junto com as famílias hospedeiras nas Paróquias na quarta-feira (24), traz a raiz da identidade e espiritualidade da vivência das CEBs com a Palavra de Deus como fonte, ponto de unidade e orientação da caminhada. Os momentos de oração na Grande Plenária do Ginásio Moringão, denominada Praça da Araucária, serão assumidos pelas grandes regiões do Oestão, Nordestão e Nortão.

Já a Celebração dos Mártires e Defensores da Vida acontecerá no Aterro do Lago Igapó, nomeado Praça da Seringueira, onde o fio condutor será a memória daqueles/as que deram a vida na construção do Reino de Deus e de uma sociedade justa. A Celebração de Encerramento e Envio, na noite do sábado (27), será realizada no Moringão que se tornará a Praça da Peroba Rosa. “É a partilha! Nos encontramos em torno da Palavra que nos ilumina, lembrando que aqueles que nos antecederam ainda caminham com a gente, e assim partilhamos!”, disse Pe. Dirceu.

O caminho de preparação da Liturgia do 14º Intereclesial

Ao longo dos últimos três anos, a partir do trabalho da Ampliada Nacional e do Secretariado, a Equipe de Liturgia foi sendo composta e estruturou o seu trabalho através de Seminários Nacionais e vivências com a presença de representantes dos Regionais, sendo assessorados pela Rede de Animação Litúrgica, CELEBRA.

Irmã Penha Carpanedo conta como está organizada a equipe e os trabalhos: “A sequência da liturgia está dentro da sequência do encontro, e cada dia é uma celebração coordenada pelas Grandes Regiões. Foram três anos de organização: Um seminário e um encontro com a presença dos regionais, seguido de vários encontros maiores e diversas oficinas locais. E a Rede Celebra está como assessoria da liturgia do 14º Intereclesial, pois a Rede nasceu da necessidade das CEBs, a partir da preparação do 8º Encontro, em Santa Maria-RS. Na ocasião, a Equipe de Liturgia reunia-se diariamente para refletir sobre as Celebrações das Comunidades e grandes encontros, e como eles podem ser inspiradores para a vida litúrgica das Comunidades no seu dia a dia. Portanto, a Rede Celebra expressa a espiritualidade das CEBs.”, disse.

 

 

Elson Matias e Gleice Francisca
Equipe de Comunicação

Imagem destaque: o Pluralismo religioso será uma das discussões do 14º Intereclesial/Foto Terumi Sakai

Para aprofundarmos mais os entendimentos em torno dos desafios do mundo urbano, nós vamos refletir em torno de 13 temas, embora tenhamos muitos outros desafios, a ampliada, equipe que coordena o encontro, selecionou 13 temas específicos e complementares para ajudarem a refletir estes desafios no mundo urbano. Em cada tema serão dois assessores: um que na quarta feira fará uma analise, será o VER e na quinta feira o JULGAR, isto significa que todos os temas terão pelo menos dois assessores. Cada dupla terá liberdade de como apresentar este VER e JULGAR.

Os temas desafiadores

 O Acesso e Condições de Moradia – Quais os desafios da moradia  no Mundo Urbano com as assessoras, missionária Cecilia de Moraes Angileli e a arquiteta Mercedes Lopes. Elas vão abordar a situação do déficit habitacional e a ocupação no espaço territorial das cidades e em que isto implica na vida cotidiana, no que diz respeito ao acesso, ou seja, os desafios para as pessoas nas  condições de moradia.

Os Desafios da Mobilidade/ transporte e locomoção – Vamos ter um tema sobre o transporte, uma dos grandes desafios não só das grandes metrópoles, mas também das pequenas cidades. A discussão não será só sobre a mobilidade dos veículos, mas temos que compreender que têm os seres humanos, animais, meios de transporte alternativos, ou seja, como todos se movem dentro das cidades. Qual transtorno ocorrerá nas cidades se não disciplinarmos a mobilidade. Vamos poder contar neste tema com a contribuição dos assessores, doutor e teólogo Cláudio de Oliveira Ribeiro e Frei Ildo Perondi.

Os Desafios da Formação e Educação – As comunidades, às vezes, pelo lugar que moram e pelas condições financeiras  que dispõem, enfrentam desafios para acessar a formação não escolar oficial e a própria educação escolar. Vamos contar, neste tema, com a professora Sandra Garcia da Universidade de Londrina e o Frei Betto que é uma sumidade em educação, além de o ser em outros temas.

Desafios de Acesso à participação da Cultura e Lazer – Como as comunidades produzem e acessam a cultura e lazer. Se elas acessam, como o fazem e se não acessam, ou em condições precárias e o porquê destas condições. Vamos trazer para este tema, militantes do “Movimento dos Artistas de Rua de Londrina” e o assessor, teólogo beneditino Marcelo Barros.

Democratização e participação na política partidária – Hoje temos um grande desgaste sobre o mundo da política, do ser político e isto pode afetar a própria democracia, portanto hoje se faz necessário que as comunidades impunham esta bandeira da democracia. Nós teremos como assessores neste tema, o sociólogo Ivo do Amaral Lesbaupin  e o Doutor Celso Pinto Carias.

As Mudanças no mundo do trabalho e os impactos na vida da comunidade– Como as comunidades são impactadas com estas mudanças no mundo do trabalho. Em que condições hoje, com as mudanças das leis trabalhistas as pessoas acessam o trabalho. Qual o impacto e que poder têm as comunidades também de intervir nestes processos de orientação do mundo do trabalho. O Doutor em Sociologia André Langer  e Dom Reginaldo  Andrietta, único bispo assessor, apresentarão estes desafios.

Desafios da Juventude – Apesar da juventude sofrer todos os impactos das outras políticas públicas, ela entrou como tema especifico em função da juventude ter bandeiras específicas, então é importante que as CEBs também reflitam os desafios, inclusive para atingir, assediar, incorporar a própria juventude e integrá-la dentro desta mística e espiritualidade das CEBs. A  Graduanda em Ciências Sociais Rúbia Nascimento e o Irmão Joilson de Souza Toledo vão nos assessorar neste tema.

Mídia, Novas Tecnologias e Direito à Comunicação. Como as mudanças na comunicação e de forma acelerada impactam e como as comunidades acessam ou não acessam estes instrumentos e em que condições isto acontece. Estes instrumentos até que ponto favorecem ou não, ou implicam em quê no cotidiano das nossas comunidades, para esta abordagem vamos contar com o Padre Edson Thomassin e a Doutora em Teologia Maria Joaquina Fernandes . 

Movimentos e organizações sociais e populares – Na década de 80 as comunidades participavam em peso das organizações e movimentos populares, e hoje, onde elas moram, o tempo que se gasta na mobilidade ainda possibilita que as pessoas participem , militem nas organizações sociais, de categoria, do seu mundo sindical? Ou, as pessoas estão tão cansadas que não encontram entusiasmo para participar dos movimentos populares. Esta análise será feita pelo mestre em Ciência Política Daniel  Seidel e  Francisco de Aquino Júnior, professor de Teologia .

Ecologia e cuidado ambiental – As cidades e os municípios têm outras vidas e por isso temos que valorizar não só a vida animal, os rios, por exemplo, são vidas. Como nós tratamos os rios no nosso perímetro urbano ou como os rios impactam no urbano já que não são só dentro do perímetro urbano, então toda a vida ambiental tem que ser refletida. As cidades têm que ter um ambiente bom e para a vida, por isso, acontecerão, também, discussões sobre a poluição sonora, do ar, visual, toda poluição que nos impacta no dia a dia e nas cidades. Para refletir sobre o assunto foram convidados  o  Filósofo Roberto Malvezzi e o Professor Jelson Oliveira .

Pluralismo: ecumenismo e diálogo inter-religioso – A diversidade das expressões religiosas é um valor importantíssimo. Todo mundo participa e é de uma forma fantástica, se observarmos, todas as noites tem um fluxo enorme de pessoas indo e vindo na participação efetiva da vida religiosa, porém, nem sempre esta diversidade permite discutir e vencer temas em conjunto, então também é um desafio desta diversidade, desafio para buscar articulações , defesas de direitos. A pastora Romi Márcia Bencke e o Doutor em Teologia Faustino Teixeira  vão estimular as reflexões.

Direito à Saúde e Saneamento – Este tema foi inspirado na campanha da fraternidade. Vamos encontrar cidades imensas, onde menos de oito por cento têm saneamento, tratamento de esgoto. Cidades como Ananindeua com cerca de 400 mil habitantes sem um litro de esgoto tratado. É um grande desafio para as cidades e consequentemente para a saúde. Neste tema teremos o apoio da ministra da palavra  Leila Regina da Silva e da economista Elóia Duarte Rodrigues.

Violência e Segurança – um dos problemas de todas as categorias e classes, todos estão preocupados com a segurança. Neste tema contaremos com a Mestre em Serviço Social Márcia Lopes e o padre Vilson Groh, que tem um acúmulo fantástico na periferia de Florianópolis, portanto a questão da violência que impacta nas comunidades e cidades ao ponto de algumas comunidades serem inviabilizadas de organização, rezas, estudos em função da violência.

pe dirceuPe. Dirceu Fumagalli
Coordenador das Equipes de trabalho do 14º Intereclesial
Pároco da Rede de Comunidades Madre Leônia