A Escola São Paulo VI, na Guiné-Bissau, África, iniciou o 5º ano letivo nessa segunda-feira, 7 de outubro, com 215 alunos, em turmas que vão desde o Jardim de Infância (1,2 e 3) até o 4º ano do ensino fundamental. No país da Guiné-Bissau, devido ao período de chuvas, que é muito intenso, o ano letivo inicia em outubro e vai até o mês de julho.  

A educação é um dos três pilares da Missão São Paulo VI, que a Igreja do Paraná mantém na Guiné-Bissau desde o ano de 2014. Enquanto os pilares da Evangelização e da Saúde começaram a ser desenvolvidos desde o início, a educação, inicialmente, era o sonho de construir uma escola no terreno da missão para poder oferecer ensino às crianças e jovens. Esse sonho foi amadurecido, projetado e começou a ser concretizado no ano de 2019, com a construção física da escola. Ao mesmo tempo, professores voluntários no Brasil, em conjunto com educadores guineenses, começaram a construir o projeto político pedagógico da escola.  

A escola iniciou o primeiro ano letivo em outubro de 2020, com três turmas de jardim de infância. No ano seguinte, os alunos que cursaram o Jardim III avançaram uma etapa e inauguraram a turma da primeira classe, dando início ao que, para nós, corresponde ao Ensino Fundamental. Essa é a proposta da escola, ir aumentando as turmas gradativamente, à medida que forem avançando as etapas.   

Missionária Salete Lang

Neste novo ano letivo, assume a direção da escola, a missionária Salete Lang que, junto ao seu esposo, diácono Pedro Lang, está na Missão desde maio deste ano. A escola é administrada pela Missão São Paulo VI, porém, a docência é realizada por professores guineenses, assim como os funcionários são todos locais. Salete disse que é algo novo atuar como missionária também no âmbito da educação. “Nosso forte sempre foi a evangelização, mas hoje já está claro para nós que atuar na educação ou na saúde é tão importante quanto. Nós podemos evangelizar educando e também cuidando dos doentes”, disse a missionária.

O arcebispo de Londrina (PR) e presidente do Regional, dom Geremias Steinmetz, afirmou que os bispos estão muito contentes com os frutos da escola e por ter, neste ano, um bom número de alunos matriculados. 

“Vê-se, claramente, que a nossa contribuição, enquanto escola, enquanto educação, é muito importante para a vida daquela comunidade. Mas isso, inclusive, a gente verá com muito mais força nos próximos anos, quando essas crianças passarem a ser adultas e poderem aproveitar de tudo que aprenderam e estão aprendendo. Certamente, é uma contribuição muito grande para o futuro daquela comunidade. Isso é também evangelização. Cuidar da saúde, cuidar da evangelização, cuidar da educação, a fim de que as pessoas possam ser o mais possível independentes”, afirmou dom Geremias.

Confira o vídeo sobre o início das aulas:

Benfeitores do Paraná ajudam a manter a merenda escolar 

Um dos diferenciais da Escola São Paulo VI é oferecer diariamente a merenda escolar. Uma prática que, normalmente, não existe nas escolas da Guiné-Bissau. Para manter essa alimentação diária, a Missão tem contato com benfeitores do Paraná, que assumem uma criança, contribuindo com um valor mensal.

Ajudar financeiramente a Missão é uma das formas de ser missionário. Nem todos podem ir até a Guiné-Bissau, mas todos podem rezar e ajudar na manutenção da Missão. Tanto quem vai, quanto quem reza e contribui é missionário. Todas as formas são nobres e dignas, pois são expressão da vocação, do amor a Deus e aos irmãos mais necessitados. 

 

Karina de Carvalho Nadal
CNBB Sul 2

Fotos: Divulgação

Nós, Bispos do Paraná, Regional Sul 2 da CNBB, reunidos em Assembleia em Curitiba entre os dias 19 e 20 de setembro de 2019, vimos a público manifestar nossa preocupação e solidariedade para com as famílias e comunidades, gente digna e laboriosa, que passam por sérias tensões e inseguranças, em função dos sucessivos mandados judiciais de reintegração de posse e da morosidade dos processos políticos e jurídicos, quanto à regularização e uso da terra onde vivem.

 

Nota dos Bispos do Paraná sobre a mediação de conflitos agrários

“Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois eles serão saciados”(Mt 5,6).

 

Nós, Bispos do Paraná, Regional Sul 2 da CNBB, reunidos em Assembleia em Curitiba entre os dias 19 e 20 de setembro de 2019, vimos a público manifestar nossa preocupação e solidariedade para com as famílias e comunidades, gente digna e laboriosa, que passam por sérias tensões e inseguranças, em função dos sucessivos mandados judiciais de reintegração de posse e da morosidade dos processos políticos e jurídicos, quanto à regularização e uso da terra onde vivem.

Lembramos que “uma sociedade justa só pode ser realizada no respeito pela dignidade transcendente da pessoa humana. Esta representa o fim último da sociedade, que a ela é ordenada” (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, n. 132).

Estas famílias e comunidades estabeleceram-se, de boa fé, nessas terras, edificaram moradias, viabilizaram produção e comercialização de alimentos, cooperação e organização familiar do trabalho.

Conquistaram diversos benefícios sociais como instalação de energia elétrica, escolas e unidades de saúde, acenos de uma almejada futura regularização.Ressalte-se que a permanência destas famílias no campo reduz a concentração demográfica urbana e contribui para evitar o acirramento da violência e da miséria.

É de conhecimento público que muitos dos imóveis ocupados ajustam-se às condições jurídicas a serem regularizados pelo Programa de Reforma Agrária, nos termos da Constituição Federal.

Não escrevemos motivados por qualquer forma de partidarização. Baseamo-nos na doutrina que professamos. Como afirma o Catecismo da Igreja Católica, n.1908 “cabe à autoridade servir de árbitro em nome do bem comum, entre os diversos interesses particulares.

Mas ela deve tornar acessível a cada um aquilo de que precisa para levar uma vida verdadeiramente humana: alimento, vestuário, saúde, trabalho, educação e cultura”.

Considerando que no Estado do Paraná contam-se, nesta situação,cerca de 7 mil famílias, o que representa 25 mil pessoas: homens, mulheres, idosos, adolescentes, crianças e pessoas com deficiência, por força do artigo 126 da Constituição Federal, apelamos ao egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná para que institua a “Vara de Conflitos Fundiários”, designando juízes de entrância especial, com competência jurisdicional, no intuito de dirimir os conflitos e encontrar vias de soluções jurídicas para as diversas áreas em processo de negociação.

Para além das áreas em conflito, em vista da segurança jurídica, esta Vara poderá encaminhar solução para muitas outras situações em que os agricultores se encontram privados do Título de Propriedade da terra, impedindo-lhes o acesso a financiamentos e outros programas de apoio governamental.

Com a união objetiva das Instâncias Jurídicas, do Governo Estadual, dos institutos e instituições de mediação de conflito agrário, potencializam-se as possibilidades de legalização e liberdade para as famílias continuarem morando e trabalhando na terra.

 

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo de Londrina e Presidente da CNBB Regional Sul 2 da CNBB

 

Dom José Antônio Peruzzo
Arcebispo de Curitiba e Vice-Presidente da CNBB do Regional Sul 2 da CNBB

 

Dom Amilton Manoel da Silva
Bispo Auxiliar de Curitiba e Secretário da CNBB Regional Sul 2 da CNBB

 

Pe. Valdecir Badzinski
Secretário Executivo da CNBB Regional Sul 2 da CNBB

 

CNBB Regional Sul 2