No sábado, 5 de julho, o arcebispo de Aparecida (SP), dom Orlando Brandes, celebrou 50 anos de ordenação sacerdotal. A data foi celebrada com uma Missa no Santuário Nacional, às 9h, com transmissão pela Tv Aparecida.

Dom Orlando teve uma passagem significativa na Igreja do Paraná, quando esteve à frente do pastoreio da Arquidiocese de Londrina por dez anos (2006-2016), sendo o 4º arcebispo metropolitano. Para celebrar esse momento importante na vida de dom Orlando, cinco bispos do Paraná se fizeram presentes: o arcebispo de Londrina, dom Geremias Steinmetz; o bispo de Cornélio Procópio, dom Marcos José dos Santos; o bispo de São José dos Pinhais, dom Celso Antonio Marchiori; o bispo emérito de Cornélio Procópio, dom Manoel João Francisco; e o bispo emérito de Guarapuava, dom Antônio Wagner da Silva.

Dom Marcos, que foi padre na Arquidiocese de Londrina durante todo o tempo do ministério de dom Orlando, testemunhou: “Dom Orlando é um grande pastor. E no seu ministério, ele sempre apoiou, incentivou e animou os padres. Poder participar dessa celebração, rendendo graças a Deus por seu ministério, foi um motivo de grande alegria. Até porque, no meu tempo de padre e agora como bispo iniciante, sempre recebi muito apoio e muito incentivo de dom Orlando. Por isso, a minha gratidão e a minha oração a Deus e, ao mesmo tempo, alegria de festejar com ele esses 50 anos de sacerdócio”.

Karina de Carvalho Nadal
CNBB Sul 2

Foto: Divulgação

Padre Luis Mosconi, assessor nacional das SMP, descreve como começaram as conversas com Dom Orlando sobre as Santas Missões Populares em Londrina

No final de 2014 recebi um e-mail de Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Londrina. Fiquei honradamente surpreso, pois nunca tinha encontrado Dom Orlando em minha vida. Lendo o conteúdo do e-mail, a surpresa virou encanto e desafio: “Pe. Mosconi estou lhe convidando a nos ajudar realizar Santas Missões Populares em nossa Arquidiocese. Desta maneira queremos nos preparar a acolher o 14º Intereclesial das CEBs”. Que desafio irrecusável! Coloquei-me a disposição em nome do povo das SMP, traçando, juntos, o esboço de um organograma provisório.

Houve alguma dificuldade ao dar os primeiros passos. No encontro com os presbíteros e diáconos em abril de 2015, houve discussão um pouco tensa, mas sincera. Dom Orlando falou no final, dizendo os motivos pelos quais achava importante realizar SMP e, em seguida, pediu votação. Sua palavra de pastor foi decisiva. A quase totalidade dos presentes aprovou. As dúvidas desapareceram quando na jornada missionária do domingo seguinte apareceram 1.500 leigos vibrando pela proposta.

De lá para cá as coisas foram melhorando, crescendo, com uma participação intensa e alegre. E Dom Orlando sempre presente nos encontros-retiros arquidiocesanos e nos paroquiais, participando, incentivando, animando, fortalecendo. O povo ficava cada vez mais feliz, vendo o próprio pastor em seu meio, participando ativamente. Muita gente foi descobrindo novos valores em Dom Orlando, além dos que são típicos da cultura de origem alemã: o gosto de estar no meio do povo, a escuta, a valorização de tudo o que há de bom nas pessoas. E o povo se abrindo, se abraçando, crescendo. Nos encontros arquidiocesanos, escutei mais de uma vez frases como essas: “Dom Orlando é o baluarte das SMP! Dom Orlando transmite segurança e animo! Dom Orlando é uma bênção para a nossa Igreja neste tempo de muita graça divina!”. Como faz bem a presença de pastores assim!

A transferência de Dom Orlando para a Arquidiocese de Aparecida vai deixar saudade, mas também muita energia nos missionários, necessária para levar adiante esse precioso serviço missionário, que já produziu muitas boas noticias. O desafio agora é continuar, para que realmente a Arquidiocese de Londrina se torne, de verdade e sempre mais, uma Igreja em estado permanente de missão, onde a missão não seja uma pastoral a mais, mas o coração de toda a pastoral. Pois “A Vida é Missão e a Missão gera vida”.

Mudanças grandes não acontecem da noite para o dia, é um processo permanente. Exige docilidade interior, ir ao nó das questões e entrar decididamente no processo de conversão pessoal, pastoral, missionária. Pede uma alta dose de espiritualidade, aquela do seguimento de Jesus, que nos torna discípulos missionários de Jesus, aqui e agora. Sem seguimento a Jesus de Nazaré, há somente espiritualismo vago, confuso, genérico. Papa Francisco chama-o de ‘mundanismo espiritual’.

Creio que a maior alegria que podemos dar a Dom Orlando neste momento de despedida, é garantir que seguiremos adiante no processo das SMP com fidelidade, com criatividade, com ardor missionário.

Obrigado, Dom Orlando

Pe. Luis Mosconi
Assessor Nacional das Santas Missões Populares

Foto Tiago Queiroz
PASCOM Arquidiocesana