Em reunião com os padres por videoconferência, o arcebispo debateu sobre a situação da pandemia na arquidiocese

 

O clero da Arquidiocese de Londrina se reuniu neste dia 13 de maio, por videoconferência, para discutir a possibilidade de uma abertura gradual das igrejas para realização de missas com a presença de fiéis em Londrina e como as paróquias poderão se organizar para que todos os protocolos sanitários sejam observados em vista de uma possível autorização do poder público. A legislação estadual permite a abertura das igrejas para atendimento individual. Porém, a abertura para realização de celebrações presenciais depende de uma regulamentação municipal, que ainda não existe em Londrina, diferente de outros municípios, explica padre Vandemir Araujo, ecônomo da arquidiocese e pároco da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, Decanato Centro.

 

Foi encaminhada ao Coesp (Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública), nesta quinta-feira, 14 de maio, uma solicitação de avaliação sobre a possibilidade da realização de celebrações com fiéis. O Coesp é o grupo de especialistas responsável por sugerir as medidas adotadas pelo poder público em Londrina para contenção da pandemia do novo coronavírus.

 

“É uma proposta concreta para o Coesp nos comprometendo a algumas atitudes de segurança [na possível retomada das celebrações presenciais] e tentando clarear um pouco mais essa questão da legislação”, explica o arcebispo dom Geremias Steinmetz. “Quanto à resposta, não sabemos quanto tempo demora.” A partir da avaliação do Coesp, os padres se reunirão novamente com o arcebispo para decidir as medidas a serem adotadas e as orientações aos fiéis.

 

Dom Geremias destacou que não é apenas a abertura das igrejas que preocupa o clero, mas também contribuir para que a pandemia não se desenvolva. “A Igreja é defensora da vida, a vida está em primeiro lugar”, apontou padre Rafael Solano, vigário geral da arquidiocese e pároco da Catedral do Sagrado Coração de Jesus. “A Arquidiocese de Londrina respeita as decisões da ciência que estão sendo muito acertadas e vamos seguir cuidadosamente e prudentemente os passos que devem ser dados com muita tranquilidade sem nenhum tipo de pressa”, explica o padre.

 

Videoconferência

 

A reunião por videoconferência teve a participação de cerca de 63 padres remotamente e outros 20 que acompanharam pelo auditório do Centro de Pastoral Jesus Bom Pastor. Iniciou com uma apresentação do arcebispo sobre a situação atual e logo após foi aberto para os debates e colocações.

 

“O ideal da reunião é o presencial, mas considerando o momento em que nós estamos vivendo, até mesmo pelo tamanho da nossa arquidiocese, alguns padres são do grupo de risco, tem que se evitar aglomerações, é uma opção positiva”, afirma padre Vandemir.

 

Quanto à participação e envolvimento do clero na reunião, o padre considera excelente. “Tanto na escuta quanto no posicionamento, na colocação das opiniões, tiveram várias manifestações, então foi muito rico, realmente, o fato de ouvir, de poder falar.”

 

“Os padres tiveram a oportunidade de se expressar e dar suas opiniões”, acrescenta o padre Alessandro Bobinton, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Paz, Decanato Leste, e vigário judicial da Arquidiocese de Londrina.  “Claro que há divergências naturais, mas o debate é sempre salutar”, afirma. “O modelo virtual é o caminho para muitas atividades, novas formas de se reunir, estudar, debater, enfim, usar tudo isso também para nossa evangelização e serviço do Reino.”

 

Pós pandemia

 

Outra questão que começou a ser tratada na reunião foi o como agir quando a pandemia acabar. “Tem que se perguntar se a gente vai voltar simplesmente ao trabalho da Igreja como estava antes, com todo aquele atropelo, com todo aquele acúmulo de atividades, ou a gente já vai conseguir fazer uma síntese e ver aquilo que talvez a pandemia nos faz superar, ou aquilo que sugere que continuemos ou iniciemos no trabalho pastoral”, conclui dom Geremias.

 

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

 

 

Cerca de 20 padres acompanharam a reunião por videoconferência no auditório do Centro de Pastoral Jesus Bom Pastor / Foto: Tiago Queiroz – Pascom Arquidiocesana

 

 

Foto de destaque: Missa na Paróquia Nossa Senhora de Fátina, Decanato Cambé, 13/05/2020 | Terumi Sakai

Todo quarto domingo de Páscoa é dedicado ao tema do Bom Pastor. Embora o Evangelho de hoje não fale de “aparições” do Ressuscitado, não nos afastamos do tema pascal: a “Vida” é o verdadeiro tema pascal.

 

A fé pascal é isso: crer na vida. E quando dizemos “crer na vida”, não estamos falando em professar crenças, dogmas, doutrinas… Dizemos viver; dizemos confiar no potencial de vida em nós mesmos e nos outros; dizemos rebelar-nos contra todos os poderes que asfixiam a vida; dizemos fazer-nos presentes junto àqueles cujas vidas estão feridas; dizemos ser humilde fermento que transforma e levanta a história; dizemos respirar em paz e continuar caminhando cada dia, apesar do fracasso, da doença e da morte… Crer na Páscoa é uma maneira original de ser e de viver.

 

Evangelho é um contínuo chamado à Vida. Não qualquer vida, mas a Vida verdadeira, a Vida que deseja ser despertada para romper com tudo aquilo que a limita. Por isso, o relato do Bom Pastor é uma verdadeira catequese sobre o encontro com Aquele que é Vida e que é fonte de Vida em crescente amplitude.

 

Jesus de Nazaré “passou fazendo o bem”, não de qualquer modo. Como Bom Pastor, aproximou-se e cuidou, de forma preferencial, dos mais fracos, pequenos, necessitados…, deixando-se “tocar” e “tocando” as situações humanas mais rejeitadas, mais quebradas, mais dolorosas, mais sofredoras e marginalizadas…Bom Pastor, Jesus transbordou ternura sobre nossa humanidade ferida, despertando a vida atrofiada e escondida no interior de cada um(a).

 

Nem sempre sabemos viver de maneira intensa: conformamo-nos com uma vida estreita, estéril, fechada ao novo, carregada de “murmurações”, presa ao cotidiano repetitivo e “normótico”. O dinamismo do Seguimento de Jesus, no entanto, é gerar vida, possibilitar que o(a) discípulo(a) viva a partir da verdade mais profunda de si mesmo(a); ou seja, viver a partir do coração, do “ser profundo”.

 

A imagem de Jesus “Bom Pastor”, conduzindo e abrindo novos espaços para suas ovelhas nos ajuda a conhecer nossa própria interioridade (redil) e despertar nossa vida, arrancando-a de seu fatal “ponto morto”, de seus limites estreitos e constituindo-a como vida que se desloca em direção a novos horizontes.

 

Estamos aqui hoje para esta celebração de consagração do nosso querido Estado do Paraná a Nossa Senhora do Rocio, nossa Padroeira.

 

No Antigo Testamento a consagração estava expressa na Aliança. O Povo escolhido vive a sua relação com Deus a partir da Aliança que o torna um Povo consagrado ao Senhor, isto é, que pertence ao Senhor. No Novo Testamento, a santificação é uma iniciativa divina, assim os cristãos não se consagram por si mesmos, mas, em virtude do Batismo são consagrados a Deus. A figura da Virgem Maria está ligada de forma profunda à Aliança e à consagração do Povo de Deus. Maria é a consagrada por Deus que se doa inteiramente a Ele. É aquela que se coloca a serviço da Aliança com Deus em Jesus Cristo, que dá o seu sim para viver a Aliança com Deus.

 

Segundo Stefano de Fiores, a cena importante da entrega do discípulo a Maria e vice-versa (Jo 19, 25-27) nos dá o fundamento bíblico de uma relação direta com a mãe de Jesus, que também explicita o termo “consagração a Maria”. Trata-se de uma aceitação de fé, análoga à que foi demonstrada para com Jesus –  Mas a todos os que o receberam, Ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus. Tudo o que eles precisavam fazer era confiar nEle – (Jo 1,12), implicando abertura e disponibilidade diante de Maria, na sua maternidade. O discípulo recebe-a como mãe, abrindo-lhe espaço no ambiente vital de fé em Jesus, onde pôs a sua existência.

 

Dessa forma, a atitude de fé que recebe Maria na própria existência não pode ser minimizada. E, se se entender por consagração a Maria o reconhecimento filial de sua maternidade dentro da perspectiva aberta pela entrega na cruz, este fundamento é sólido e será vivido de diversas maneiras e expressões ao longo dos tempos, no âmbito da vida espiritual, conforme as circunstâncias.

 

Que este momento de oração do nosso Estado seja para revigorar a fé e a esperança em Deus que, certamente, não decepciona.

 

Dom Geremias Steinmetz

Homilia da Celebração de Consagração do Estado do Paraná à Padroeira Nossa Senhora do Rocio – Curitiba, 3 de maio de 2020

 

Foto de Destaque: Santuário Nossa Senhora de Guadalupe

 

Arquidiocese propõe ações para a vivência do Domingo de Ramos em tempos de isolamento social

 

A Arquidiocese de Londrina publica na tarde desta segunda-feira, 30 de março, uma série de propostas para a vivência do Domingo de Ramos, celebrado no próximo dia 5 de abril, “tendo em vista o isolamento social ao qual estamos submetidos por conta do Coronavírus”.

O comunicado propõe que as pessoas pendurem alguns ramos no portão ou na porta das casas. “Marcar a casa é uma característica do povo de Deus”, lembra o texto. Como sem a participação dos fiéis nas celebrações não haverá a coleta em prol da Campanha da Fraternidade, que todos os anos é feita no Domingo de Ramos, pede-se que os fiéis se comprometam a, no futuro, colaborarem com esta coleta que, durante todo ano, ajuda os mais necessitados.

O texto ainda destaca a importância de se continuar respeitando as indicações das autoridades sanitárias e a participação das celebrações transmitidas pelos meios de comunicação social, de preferência da própria comunidade.

Em breve serão dadas novas orientações a respeito das outras celebrações da Semana Santa.

Leia o comunicado na íntegra:

 

ARQUIDIOCESE DE LONDRINA

CELEBRAÇÃO DO DOMINGO DE RAMOS

 

Juntamente com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil propomos alguns pontos para ajudar a todas as Paróquias da Arquidiocese de Londrina a viverem e celebrarem o Domingo de Ramos deste ano de 2020 tendo em vista o isolamento social ao qual estamos submetidos por conta do Coronavírus.

1. Rezar pedindo a graça de bem viver a Semana Santa, ainda que em recolhimento em casa. Continuemos respeitando as indicações das autoridades da Saúde e da Vigilância Sanitária.

2. Participar das celebrações transmitidas pela televisão ou pelas redes sociais, se possível da própria paróquia.

3. Colocar no portão ou na porta de casa (em lugar bem visível) alguns ramos. Marcar a casa é uma característica do povo de Deus. Os padres são convidados a trabalhar com alguma criatividade sóbria para abençoar os ramos, tendo o cuidado para não provocar aglomeração de pessoas.

4. Comprometer-se a, no futuro, participar ativamente da Coleta da Campanha da Fraternidade. Com ela, ajudamos os mais pobres durante o ano todo.

5. Motivar pelas redes sociais, telefonemas ou outros meios que mantenham o distanciamento social, outras pessoas a também celebrarem o domingo de Ramos desse mesmo modo.

6. Nestes próximos dias daremos orientações sobre os outros dias da Semana Santa.

 

Atenciosamente,

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina

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DECISÃO SOBRE CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

DOM GEREMIAS STEINMETZ

Por mercê de Deus e da Santa Sé Apostólica

Arcebispo Metropolitano de Londrina

 

Tendo em vista a grave situação por conta da contaminação do coronavírus na cidade de Londrina, vimos por bem decretar a suspensão das Celebrações Eucarísticas públicas em todas as Paróquias da Arquidiocese de Londrina, até que seja dada uma nova orientação.

Pedimos aos presbíteros para celebrarem diariamente a Santa Missa na intenção do povo e principalmente pelos doentes de forma privada. Além do mais, as celebrações eucarísticas serão transmitidas pelos meios de comunicação, conforme links disponibilizados no site da arquidiocese (www.arquidioceselondrina.com.br).

Recomendamos aos fiéis que sigam as orientações das autoridades sanitárias em relação à prevenção e aos cuidados com a saúde, principalmente dos idosos e doentes.

 

 

No desejo de vida e saúde, invocamos a bênção de Deus sobre todos.

 

Londrina, 18 de março de 2020

 

 

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano

 

Padre José Rafael Solano Duran
Vigário Geral

Coordenadores arquidiocesanos de pastorais, movimentos e serviços da Arquidiocese de Londrina se reuniram no sábado, 8 de fevereiro, para a primeira reunião do ano do Conselho Pastoral Arquidiocesano (CPA). Dando sequência ao tema iniciado na reunião de outubro do ano passado, o conselho está refletindo sobre o papel e atribuições do CPA. Padres decanos e assessores também participam do conselho.

A reunião foi conduzida pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz e pelo coordenador da Ação Evangelizadora, padre Alexandre Alves Filho.

PASCOM Arquidiocesana

 

Fotos: Juliana Mastelini Moyses

Estátua de São Pedro diante da Basílica Vaticana (Foto Vatican News)

A visita Ad Limina Apostolorum tem uma grande riqueza teológica, espiritual-pastoral e histórica

 

Teologicamente, a visita ad limina expressa a plena comunhão entre a Igreja Universal, presidida pelo sucessor do Apóstolo Pedro, o Papa, e a Igrejas locais (dioceses), presididas pelos sucessores dos Apóstolos, os bispos. Os traços de uma primeira visita ad limina são bíblicos. Na Carta aos Gálatas, ao relatar sobre sua conversão e convicção de ser chamado pelo Senhor para ser apóstolo, Paulo conta que foi à Jerusalém e permaneceu 15 dias com Pedro (cf. Gl 1, 18). Quatorze anos depois, ele repete o mesmo ato, vai encontrar-se com Pedro para partilhar como realizava sua ação evangelizadora entre os gentios (cf. Gl 2,2). Tal gesto já manifestava a comunhão com Pedro, àquele a quem Jesus confiou a Igreja, concedendo-lhe as chaves do Reino dos céus (cf. Mt 16,19).

 

A Liturgia Eucarística expressa a plena comunhão da Igreja local (dioceses) com a Igreja Universal (presidida pelo Papa, com sede em Roma), a semelhança da comunhão Trinitária, que é o modelo perfeito de comunidade. As fórmulas ditas pelo padre na missa: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo”, assim como “…na unidade do Espírito Santo” realçam comunhão e unidade. Por isso, na Missa sempre se reza pelo bispo diocesano e pelo papa.

 

O sentido litúrgico e teológico convida a uma prática que traduz, concretamente, a comunhão. Desta forma, as visitas ad limina expressam a união da Igreja Católica: dos bispos com o Papa, que é o sucessor de Pedro, no local de seu martírio. Tal viagem dos bispos é de todo o povo a eles confiado, que ruma com o Papa para a salvação. Aí se manifesta o encontro dos princípios da fé com a realidade concreta vivida nas dioceses do mundo. “A fé para ser concreta tem necessidade de experiências sempre novas da história humana, mas estas experiências sempre parciais tornam-se riqueza da catolicidade somente se são purificadas e iluminadas pela luz fulgurante e aquecedora da fé comum[1]”.

 

Como ato jurídico-administrativo, previsto no Código de Direito Canônico, a visita é um dever do pastor de cada Igreja: “O Bispo diocesano, vá a Roma no ano em que está obrigado a apresentar o relatório ao Sumo Pontífice, se de outro modo não houver sido decidido pela Sé Apostólica, a fim de venerar os sepulcros dos Bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e apresente-se ao Romano Pontífice” (Cân. 400). Porém, mais que uma obrigação do ministério episcopal, tal ato é revestido de um significado profundo,  pois que em última análise, pode-se considerar que a visita ad limina expressa o encontro de um princípio pessoal e um princípio comunitário no governo da Igreja. A Igreja foi confiada pelo Senhor a pessoas que, iluminadas em sua consciência, são responsáveis por guiar a instituição. Portanto, na visita ad Limina se manifesta também a junção entre o personalismo e a dimensão comunitária, na colegialidade dos bispos.

 

Católico significa universal, ou seja, é uma mesma fé vivida no mundo, guiada pela força do Evangelho e pelos princípios da tradição da Igreja. Ir a Roma é ter contato com o local onde a Igreja floresceu e com fatos que “exprimem de fato a unidade da Igreja, fundada pelo Senhor sobre os Apóstolos e edificada sobre Pedro, sua cabeça, com o próprio Jesus Cristo como pedra-mestra-angular e seu ‘evangelho’ de salvação para todos os homens[2]”.

*A visita Ad Limina dos bispos do Paraná acontecerá nos dias 17 a 27 de fevereiro de 2020.

Pe. Fabiano Dias Pinto – Arquidiocese de Curitiba-PR
Karina de Carvalho – Assessora de imprensa da CNBB Sul 2

 


[1] Joseph Card. Ratzinger. Nota teológica. Diretório da Visita Ad Limina. Cidade do Vaticano, 1998.

[2] Diretório da Visita Ad Limina. Introdução. Cidade do Vaticano, 1998.

 A A Visita Ad Limina Apostolorum, que os bispos do Paraná farão a Roma de 17 a 27 de fevereiro, é um  evento que deve proporcionar a comunhão não só dos bispos com o Papa, mas também de toda a Igreja e o povo de Deus.

 

Por isso, os bispos pedem que os fiéis os acompanhem na oração pelo bom êxito da visita, a fim de que produza frutos de santidade para a Igreja. Os bispos escreveram uma oração para que os fiéis intercedam por eles no tempo que antecede e que acontece a Visita. Rezemos em especial pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz e a Arquidiocese de Londrina.

 

Oração pela visita Ad Limina

Ó Deus, Pastor eterno, nós vos agradecemos pelo
dom da Igreja una, santa, católica e apostólica,
que é no mundo  um sinal visível do vosso amor.
Unidos, pela fé, às pessoas de todas as nações,
formamos um único povo, renovados em Jesus Cristo.

Concedei ao nosso arcebispo Dom Geremias, a liderança do Bom Pastor,
para governar a nossa Arquidiocese de Londrina em comunhão
com a Igreja de Roma, que a preside na caridade.

Pedimos as luzes do Espírito Santo para os Bispos do Paraná,
nesse tempo de graça que é a Visita Ad Limina Apostolorum.

Em comunhão com eles, peregrinamos, espiritualmente, até Roma,
para venerar o Sepulcro dos Apóstolos e encontrar o Santo Padre,
que é o sucessor de São Pedro, a quem Jesus confiou a Igreja.

Por Jesus Cristo, nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo. Amém.

(Rezar um Pai nosso, três Ave Marias e um Glória ao Pai)

 

De 17 a 27 de fevereiro, o arcebispo dom Geremias Steinmetz, juntamente com os bispos do Paraná, fará a Visita Ad Limina Apostolorum, em Roma. Nesses dias, os bispos estarão às portas das Basílicas dos Apóstolos para celebrar junto ao Sepulcro de São Pedro e São Paulo e visitar o  o Papa Francisco, sucessor de Pedro, bispo de Roma. Sinal de unidade com a Igreja de Jesus Cristo. Os bispos também visitarão os vários dicastérios do Vaticano, que são departamentos de ajuda ao Papa.

 

Trata-se de uma atividade, prevista pelo Código de Direito Canônico (399-400), que os bispos, organizados por regionais ou países, realizam a cada cinco anos, a fim de manifestar a comunhão com o Papa e revigorar a fé e a própria responsabilidade de sucessores dos Apóstolos. A última visita Ad Limina dos bispos do Paraná, no entanto, aconteceu há quase 10 anos, de 3 a 13 de novembro de 2010. Colaborou para que esse intervalo de tempo entre as visitas fosse maior, a troca dos pontífices, em 2013, e tantos outros compromissos e situações da vida eclesial. 

 

Nesse período, a Igreja do Paraná também passou por diversas mudanças no pastoreio de suas dioceses, por isso, para 10 dos 22 bispos que realizarão a visita, será a primeira vez. Entre eles, o arcebispo de Londrina e presidente do Regional Sul 2, dom Geremias Steinmetz, que foi ordenado bispo em maio de 2011, e diz ser um momento de grande expectativa. “Primeiro pelo encontro com o Papa. Depois, por voltar às raízes da fé, aos locais onde os apóstolos entregaram a vida por causa da fé, sendo martirizados. Foi nesses lugares que a fé floresceu nos primeiros tempos da Igreja e a partir dali que nós tivemos a possiblidade de receber a fé”, disse dom Geremias. O arcebispo de Londrina, como presidente do Regional Sul 2 da CNBB, será o responsável pela saudação e fala ao Papa Francisco em nome dos bispos.

 

 

A preparação 

Os dez dias de visita Ad Limina são precedidos por um longo período de preparação. Ao longo do ano de 2019, cada bispo se dedicou à tarefa de preparar um relatório sobre a caminhada de sua diocese, desde a última visita. Tal relatório já foi enviado, seis meses antes da visita, para a Congregação dos Bispos, que o apresentará ao Santo Padre para que possa tomar conhecimento sobre a realidade de cada Igreja particular. 

 

O relatório não é uma prestação de contas do bispo ao Papa sobre a diocese, mas sim um instrumento precioso para que o Papa, junto aos seus assistentes mais próximos, conheça a realidade da Igreja em todo o mundo e assim possa continuar a presidi-la na caridade. Além disso, preparar tal relatório serve até mesmo para o próprio bispo avaliar a caminhada de sua Igreja particular e auxiliar em sua programação pastoral. Para este trabalho de elaboração de um relatório de vários anos, o bispo conta com a ajuda de colaboradores competentes e de confiança. 

 

Além disso, a primeira e melhor preparação para a Visita Ad Limina é a espiritual. O “Diretório da Visita Ad Limina” a define como “um ato que todo bispo cumpre para o bem de sua própria diocese e de toda a Igreja, para favorecer a unidade, a caridade, a solidariedade na fé e no apostolado”. Diante disso, é necessário envolver toda a comunidade na reflexão e na oração por esse evento. 

 

“A visita Ad Limina tem como base a unidade, a comunhão e a sinodalidade, que significa caminhar juntos. Somos uma Igreja que fazemos um caminho juntos, não só os pastores com o pastor maior, o Papa, mas como povo de Deus a caminho. Com certeza levaremos todo o povo de Deus conosco, nas orações, nas partilhas, na exposição para o Papa Francisco sobre a caminhada das dioceses e contamos que todo o povo de Deus também nos acompanhará com a oração. Essa é a beleza da Igreja: estamos juntos e juntos vamos nos fortalecendo na fé, na esperança e na caridade”, explicou dom Amilton Manoel da Silva, bispo auxiliar de Curitiba e secretário do Regional Sul 2.

 

Três momentos da Visita Ad Limina 

A programação nos dez dias de visita será extensa, seguindo os três momentos fundamentais, prescritos em diretório: a peregrinação ao túmulo dos Príncipes dos Apóstolos (Pedro e Paulo), o encontro com o Santo Padre e os contatos com os Dicastérios da Cúria Romana. 

 

A peregrinação e veneração ao túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo é uma devoção praticada desde os inícios do cristianismo. Tal prática foi assumida pelos bispos para expressar a unidade e a comunhão eclesial, dado que eles são, na Igreja hoje, os sucessores dos Apóstolos. “Em Roma, o apóstolo Paulo trabalhou na evangelização dos pagãos e Pedro, que foi para Roma ser um evangelizador, ali entregou a sua vida, morrendo crucificado. Esses dois baluartes da nossa fé precisam ser reverenciados ainda hoje por aqueles que os sucedem na condução da Igreja. Essa peregrinação nos leva à origem da fé”, afirma dom Geremias. 

 

O ponto alto da visita Ad Limina será o encontro com o Santo Padre, que os receberá em audiência na manhã do dia 24 de fevereiro. Na ocasião, antes de ouvirem o Santo Padre, o presidente do Regional Sul 2, dom Geremias Steinmetz, irá dirigir-lhe a palavra em nome de todos os bispos. “Num momento como este, para se dizer várias coisas é preciso que não se perca nenhuma palavra, nenhum gesto e, acima de tudo, nenhuma das boas intenções que temos aqui no Paraná para continuarmos servindo o Reino de Deus. É uma grande honra, nunca sonhei poder dirigir a palavra ao Santo Padre, ainda mais em nome dos bispos do Paraná”, diz dom Geremias. 

 

Por fim, os bispos irão celebrar nas Basílicas de Roma e visitar os vários dicastérios da Cúria Romana. Uma oportunidade de fortalecer a comunhão com a Santa Sé, conhecendo os direcionamentos da Igreja em seus diversos âmbitos de atuação. 

 

A comunhão da Igreja do Paraná 

A preparação e mesmo a própria visita é um evento que deve proporcionar a comunhão não só dos bispos com o Papa, mas também de toda a Igreja, todo o povo de Deus. Dessa forma, o Regional Sul 2 da CNBB quer envolver todos os fiéis de cada diocese na oração por seus pastores, pelo com êxito da Visita, a fim de que produza frutos de santidade para a Igreja. 

 

Neste período, os meios de comunicação, especialmente, as redes sociais digitais do Regional Sul 2, estarão concentradas em comunicar esse importante evento, a fim de fortalecer a comunhão e a unidade de toda a Igreja. Como primeiro ato, os bispos escreveram uma oração para que os fiéis rezem nas missas, encontros, reuniões e também individualmente por eles no tempo que antecede e que acontece a Visita. 

 

Bispos do Regional Sul 2 da CNBB (Foto Karina Carvalho)

 

 

Oração pela Visita Ad Limina dos bispos do Paraná

Ó Deus, Pastor eterno, nós vos agradecemos pelo
dom da Igreja una, santa, católica e apostólica,
que é no mundo  um sinal visível do vosso amor.
Unidos, pela fé, às pessoas de todas as nações,
formamos um único povo, renovados em Jesus Cristo.

Concedei ao nosso(s) Bispo(s) *dizer o nome*, a liderança do Bom Pastor,
para governar a nossa Diocese de *dizer o nome* em comunhão
com a Igreja de Roma, que a preside na caridade.

Pedimos as luzes do Espírito Santo para os Bispos do Paraná,
nesse tempo de graça que é a Visita Ad Limina Apostolorum.

Em comunhão com eles, peregrinamos, espiritualmente, até Roma,
para venerar o Sepulcro dos Apóstolos e encontrar o Santo Padre,
que é o sucessor de São Pedro, a quem Jesus confiou a Igreja.

Por Jesus Cristo, nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo. Amém.

(Rezar um Pai nosso, três Ave Marias e um Glória ao Pai)

 

 

No Tempo Comum a cor litúrgica é o verde, símbolo de crescimento e de esperança (Foto: Terumi Sakay)

 

Além dos tempos litúrgicos que possuem características próprias, como é o caso do Advento, Natal, Quaresma ou Páscoa, existem trinta e três ou trinta e quatro semanas durante o curso do ano nas quais não se celebram aspectos particulares do mistério de Cristo. Nelas o mistério é venerado em sua globalidade, especialmente nos domingos. Este é chamado de “tempus per annum” ou Tempo Comum.

 

Julian Lopez Martin diz muito bem que estamos diante de “um tempo importante, tão importante que, sem ele, a celebração do mistério de Cristo e a sua progressiva assimilação pelos cristãos seriam reduzidas a episódios isolados, ao invés de impregnar toda a existência dos fiéis e das comunidades”.

 

É um tempo indispensável que desenvolve o mistério pascal de modo progressivo e profundo. Dar atenção unicamente aos “tempos fortes” significa esquecer que o ano litúrgico consiste na celebração, com sagrada lembrança no curso de um ano, de todo o mistério de Cristo e da obra da salvação. O Tempo Comum começa na segunda-feira que segue o domingo após o dia 6 de janeiro e se estende até a terça-feira antes da Quaresma. Retoma na segunda-feira depois de Pentecostes e termina nas Vésperas do primeiro domingo do Advento.

 

Neste longo período do ano litúrgico devemos prestar especial atenção às leituras tanto dos domingos como dos dias de semana. É o tempo em que a comunidade cristã aprofunda na fé o mistério pascal e sublinha as exigências da vida cristã. A liturgia é, antes de tudo, culto santificante, todavia contém rica instrução e ensino ao Povo de Deus, para a qual é importantíssima a leitura da Sagrada Escritura.

 

O Concílio Vaticano II estabeleceu que houvesse nas celebrações litúrgicas uma mais abundante, variada e mais adequada leitura da Bíblia (cf SC 24,33,35). A recuperação da leitura da maior parte dos livros da Sagrada Escritura acontece durante o Tempo Comum. O anúncio da Palavra é parte integrante da liturgia de todos os sacramentos para dar mais leveza e agilidade a toda a vida cristã em contínua conversão. É realmente muito rico e profundo o esquema com o qual a Igreja anuncia o Mistério de Cristo na sua liturgia. Assim o cristão, de ano em ano vai vivendo e aprofundando a sua fé. A Liturgia lhe permite a perseverança na fé e o esclarecimento e fundamentação da sua esperança.

 

Neste período, deve ser lembrado e cultivado o sentido do domingo como Páscoa semanal e dia da assembleia. A leitura semi contínua dos evangelhos sinóticos permite, através da homilia, uma profunda educação à fé, fundada na teologia das atividades históricas de Jesus, como é apresentada pela narrativa de cada evangelista. É preciso estar muito atento a esse aspecto, para ajudar os fiéis a perceberem, de domingo em domingo, a continuidade da narrativa evangélica e fazer com que aflore a característica da mensagem de cada evangelista ao apresentar o mistério de Cristo.

 

Além disso, não se deverá esquecer a referência ao texto do Antigo Testamento, cuja escolha é sempre determinada pelo texto do Evangelho. Os textos bíblicos anunciados na liturgia que caracterizam os anos A, B e C são testemunho da consciência de um itinerário de amadurecimento na Igreja primitiva. Percorrer este caminho significa ir em direção a uma consciência plena da vontade de Deus, “com toda sabedoria e inteligência espiritual” (Cl 1,10), também para as nossas assembleias dominicais. Assim o cristão, de ano em ano vai vivendo e aprofundando a sua fé. A Liturgia lhe permite a perseverança na fé e o esclarecimento e fundamentação da sua esperança.


Dom Geremias Steinmetz

Arcebispo Metropolitano de Londrina

 

O arcebispo de Londrina e Presidente do Regional Sul 2 da CNBB, dom Geremias Steinmetz, fala sobre a visita em entrevista à equipe de comunicação do Regional Sul 2: