Ação atendeu 25 famílias de venezuelanos e impactou cerca de 150 pessoas da ocupação na zona norte de Londrina
A onda de frio que chegou ao Paraná nesta semana pegou desprevenidas algumas parcelas da população de Londrina. Dentre elas os migrantes, que, além de viverem em situações de miséria e precariedade, como muitos londrinenses, têm o agravante de não conhecerem as políticas públicas que os atendem nem os Centros de Referência de Assistência Social (Cras).
No município, o atendimento aos migrantes é realizado pela Cáritas Arquidiocesana de Londrina, em uma parceria com o município e a Secretaria de Assistência Social. Diante da onde de frio desta semana, a entidade promoveu uma ação nos dias 27 e 28 de julho para atender as famílias de migrantes que vivem na ocupação Flores do Campo, em sua grande maioria venezuelanos.
No total, foram 25 famílias atendidas e 150 pessoas impactadas com 60 cobertores, 50 kits de alimentos, 30 kits de higiene, 25 kits de roupas diversas, além de caixas de leite e lonas para a proteção das casas, explica a assistente social Ediane de Paula Machado Soares, Coordenadora de Gestão Migração e Refúgio.
O Flores do Campo é um empreendimento da Cohab (Companhia de Habitação de Londrina) que não foi finalizado e acabou sendo ocupado por pessoas que não têm moradia. Por isso, a única estrutura que as casas ali apresentam são as paredes, não têm portas, janelas ou vaso sanitário, por exemplo. A assistente social explica que ultimamente, a ocupação tem recebido muitos venezuelanos, vindos de Roraima e São Paulo, que já têm familiares morando ali.
Parceria A Capela Nossa Senhora de Lourdes, da Paróquia Santa Cruz, no Decanato Norte, cedeu o espaço para que a Cáritas fizesse os atendimentos aos migrantes ali. A ação foi articulada junto ao diácono Artur Florêncio, da Paróquia Santa Cruz, e a dona Raimunda, responsável pela capela. “Enquanto Igreja, nós já conseguimos a parceria do diácono Artur, da dona Raimunda e esse espaço pra atender os migrantes e os brasileiros que precisarem. Nós percebemos que isso vem dando muito certo no sentido de que se tornou uma referência ali para eles”, destaca Ediane.
Continuidade A ação iniciada nesta semana continua no próximo dia 5 de agosto, quando a equipe de Migração e Refúgio da Cáritas retorna ao Flores do Campo para acompanhamento das famílias cadastradas em relação a documentação e inserção no mercado de trabalho. No dia 4, uma reunião com a Rede Socioassistencial do município também vai discutir ações conjuntas para atendimento de brasileiros e migrantes no território, montando estratégias coletivas de atuação.
Serviço
Pessoas que desejam fazer doações para o Setor de Migração e Refúgio da Cáritas podem entrar em contato pelo telefone (43)3371-3141 ou entregar no posto de arrecadação da entidade na Rua Dom Bosco, 145, das 13h às 17h.
Campanha faz parte de parceria da arquidiocese com a prefeitura que busca minimizar os efeitos da pandemia do COVID-19 para as cerca de 44 mil pessoas que vivem em extrema pobreza em Londrina
Ponto de arrecadação de doações pela parceria entre arquidiocese e prefeitura, o Espaço Dom Bosco, da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no Decanato Centro, está desde o dia 26 de março recebendo doações de alimentos, roupas de cama e banho, colchões, materiais de limpeza e higiene pessoal que estão sendo destinados a pessoas necessitadas de toda cidade.
Desde o dia 26 até o dia 31 de março, terça-feira, quinto dia da campanha, foram arrecadadas 4 toneladas de alimentos, o suficiente para ser distribuído em cerca de 500 cestas básicas, explica Deusa Favero, gerente da Cáritas. Desse total, cerca de 160 cestas já foram destinadas para doação a famílias necessitadas e a outra parte destinada ao abastecimento das casas de acolhida e abrigos da prefeitura. A divisão em kits ou cestas básicas é feita a partir de orientação da Secretaria de Assistência Social.
Além das doações em produtos, a arquidiocese disponibilizou uma conta bancária para doações em dinheiro por transferência ou depósito. No levantamento desta terça-feira, já foram arrecadados cerca de R$13 mil. Esse valor será gerido pela arquidiocese em compras de alimentos e repassado para a Prefeitura fazer a distribuição.
“O dinheiro vai ser utilizado para a compra de alimento, porque a ideia principal da campanha é o alimento, que é a principal necessidade. A menos que tenha uma necessidade emergencial, o planejamento é guardar o dinheiro para o mês que vem, porque no final de abril, maio, é que a situação vai ficar bem difícil. Agora as pessoas ainda têm um pouco em casa, mas a gente não sabe como vai ficar a questão da recessão, principalmente, por exemplo, com relação aos trabalhadores autônomos, os que recebem por diária”, conta.
Por isso, ela destaca a importância das pessoas continuarem a fazer doações, a demanda não para. “A hora que acabar esse recesso e as coisas forem melhorando, vamos precisar mais ainda, pensando na situação dessas famílias daqui um ou dois meses e de que em Londrina temos cerca de 44 mil pessoas em situação de pobreza extrema.”
A distribuição das doações feita pela prefeitura visa uma distribuição igualitária, a partir do cadastro das famílias no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). “Fazendo as doações a partir de uma única referência para que todos possam ser contemplados, pensando numa distribuição igualitária. Se a gente começa a distribuir por conta, famílias podem se beneficiar com duas, três cestas e algumas famílias que não conseguem chegar até nós não se beneficiam com nenhuma.”
Doação
“Tem gente que chega com um pacote de arroz, você vê que ela passou no mercado foi comprar um pouquinho para ela e deixa um pouquinho aqui. E tem gente que vem com grandes quantidades”, conta Deusa. Segundo ela, as pessoas não medem esforços para ajudar, algumas se organizando nas paróquias e condomínios para juntar as doações e levar até o centro de arrecadação. “Percebemos também que alguns grupos têm se juntado, feito compras em conjunto e mandam entregar aqui. Alguns mercados já estão nos entregando.”
A logística implementada no Espaço Dom Bosco, da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, também facilita a entrega. “As pessoas vêm, param o carro, não têm contato direto, se precisar a gente tira dos carros, coloca em cima das mesas e higieniza os produtos ali mesmo.”
O controle das doações pelo banco é feito pela Mitra Arquidiocesana. Silvana Gava, do setor administrativo, conta que está admirada com a generosidade das pessoas. “Cada valor que identifico eu elevo a Deus uma oração para que nunca falte na vida dessa pessoa o bem material que ela tão prontamente está socorrendo aqueles que nesse momento são os mais necessitados”, conta Silvana.
Voluntariado
O trabalho de arrecadação conta com a mão de obra de voluntários que se revezam em turnos de quatro horas, com três ou quatro voluntários trabalhando por turno. No total, são cerca de 12 pessoas trabalhando ao mesmo tempo no recebimento das doações, preenchimento de relatórios, contagem e separação.
A voluntária Fernanda dos Santos Carreira conta que a vontade de ajudar surgiu quando ficou sabendo da pandemia. “Logo imaginei que precisaria de voluntários e procurei como eu poderia ajudar. Por ser nova, solteira e não ter filhos, pensei que teria mais possibilidade de ajudar do que outras pessoas”, explica Fernanda.
Paróquia
A Paróquia Nossa Senhora Aparecida Km9, Decanato Sul, é uma das comunidades que está fazendo a arrecadação junto aos paroquianos para destinar ao Espaço Dom Bosco, inclusive de frutas e verduras de produtores rurais da Usina Três Bocas e distritos de Selva e Maravilha, atendidos pela paróquia. “A paróquia fica perto do União da Vitória e Nova Esperança, são bairros carentes, com trabalhadores informais, catadores de recicláveis e diaristas que não estão podendo sair. Então as primeiras arrecadações aqui na comunidade destinamos para 20 famílias que estavam precisando, uma situação emergencial, que não dava para esperar. São pessoas que não têm reserva de alimentos. Agora, o que formos arrecadando vamos mandar lá para o Espaço Dom Bosco”, conta o pároco padre Paulo Martins.
Olhar samaritano
A Campanha da Fraternidade deste ano, com o tema “Fraternidade e vida, dom e compromisso”, chama a atenção para um olhar atento às necessidades dos irmãos, um olhar como do Bom Samaritano da parábola. “É um apelo para pensar no compromisso do ‘viu, sentiu compaixão e cuidou dele’. Passando esse primeiro momento terão outros momentos. É preciso compadecer-se da dor do outro, ser parceiro, ter respeito para com o outro”, conclui Deusa.
Serviço
As doações de alimentos e outros produtos podem ser entregues no Espaço Dom Bosco da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora – Rua Dom Bosco, 55.
Doações em dinheiro pela conta: Sicoob – Ag.: 4355 / Cc: 67.124-0 – Mitra Arquidiocesana de Londrina.
A Arquidiocese de Londrina, por meio da Cáritas Arquidiocesana, divulga o cadastro para inscrição de voluntários que atuarão na campanha de doação em prol dos mais necessitados na cidade de Londrina. Os voluntários irão ajudar no recebimento das doações na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, separação e preenchimento de relatórios.
A campanha, em parceria com a Prefeitura, vai arrecadar alimentos, colchões, produtos de higiene pessoal e de limpeza, fraldas geriátricas, roupas de cama e banho, tanto para a doação direta a pessoas necessitadas como para o encaminhamentos dos trabalhos da Secretaria de Assistência Social com população em situação de rua que serão abrigados em três locais cedidos pela arquidiocese.
Os voluntários receberão kit com álcool gel, luva e máscara.