As igrejas que fazem parte do Movimento Ecumênico de Londrina (MEL) participaram, no dia 20 de fevereiro, da celebração de abertura da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021, no salão da Paróquia Nossa Senhora rainha do Universo, Decanato Centro. A celebração contou com a participação de representantes da Igreja Católica, Igreja Episcopal Anglicana, Igreja Luterana e Igreja Presbiteriana, que fazem parte do MEL e foi conduzida pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz; a reverenda Lucia Dal Pont, da Igreja Anglicana; e o pastor Telmo Emerich, da Igreja Luterana.

 

A Campanha da Fraternidade deste ano é ecumênica e tem como o tema “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”, uma ação conjunta e ecumênica da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic).

 

Pascom Arquidiocesana

Foto de destaque: Terumi Sakai

Fotos: Irene Alves e Terumi Sakai

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O tema “Fraternidade e diálogo” foi apresentado à imprensa nesta Quarta-feira de cinzas, 17 de fevereiro, primeiro dia da Quaresma

 

Com o objetivo de pensar, avaliar, identificar e superar as polarizações por meio do diálogo, as igrejas membro do Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) iniciam hoje, Quarta-feira de Cinzas, a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021, com o lema: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef 2, 14a). Em uma coletiva de imprensa, representantes de diversas igrejas cristãs da cidade reuniram-se para apresentar e refletir sobre a campanha. Participaram do evento o arcebispo dom Geremias Steinmetz; a reverenda Lúcia Dal Pont, da Igreja Episcopal Anglicana; e o pastor Telmo Emerich, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana.

 

Em sua fala, o arcebispo destacou a importância do diálogo da Igreja com a sociedade. “O Concílio Vaticano II nos mostrou claramente que a Igreja, o Evangelho, precisa continuar dialogando com a sociedade. [Mas] esse diálogo nem sempre é fácil”, fala dom Geremias referindo-se às minorias.

 

Sobre o fato de a campanha ser ecumênica, o arcebispo destaca que a Igreja Católica tem sua doutrina, que não muda, mas que acolhe as diversas pessoas. “Em primeiro lugar nós queremos dizer que a Igreja Católica continua sendo, por exemplo, contra o aborto, na sua doutrina, na sua reflexão, isso está no Catecismo da Igreja Católica, e ao mesmo tempo a Igreja se pronuncia sempre pelo acolhimento às pessoas, a todas as pessoas, a todas as suas dificuldades”, acrescenta.
Segundo ele, a campanha mostra que muitas questões na sociedade ainda não estão resolvidas, como o racismo, o feminicídio e outras tantas que envolvem minorias. “Nós não queremos aprovar práticas, mas são seres humanos e que cresceram dentro da nossa sociedade. (…) Então a Igreja, apesar da sua doutrina, ou, com a sua doutrina contra algumas coisas, contra práticas, se coloca à disposição para acolher as pessoas, acolher porque isso é Evangelho (…) Como que eu posso simplesmente a partir da minha fé cristã ver mulheres morrendo por feminicídio declarado e eu ficar quieto? Não, não peça isso de quem conhece o Evangelho”, conclui o arcebispo.

 

Ações em Londrina
A reverenda Lúcia Dal Pont, da Igreja Episcopal Anglicana, explica que em Londrina as ações da Campanha da Fraternidade serão encabeçadas pelo Mel (Movimento Ecumênico de Londrina), que reúne as igrejas membro do Conic. As ações serão discutidas pelos representantes das igrejas e levadas para serem aplicadas na realidade de cada uma delas.

 

“Os momentos da Campanha da Fraternidade nós não vamos fazer com todas as igrejas juntas, cada igreja tem o seu modelo, a sua forma de se organizar, tem o seu movimento interno. Então cada igreja vai fazendo o seu trabalho, e aí dentro do Mel vamos estruturando esse trabalho de ação concreta”, explica. Uma das ações nesse sentido é no combate à intolerância religiosa.

 

Derrubar muros
O pastor Telmo Emerich, da Igreja Luterana, reforçou a importância da Campanha da Fraternidade reunir e aproximar igrejas que são e pensam diferentes. “À medida que nós nos reunimos como igrejas numa Campanha da Fraternidade Ecumênica, nós estamos demonstrando que nós temos abertura para o diálogo e isso é fundamental, porque só com o diálogo a gente vai romper esses muros que nos separam. Claro, a Igreja Luterana, a Igreja Anglicana, a Igreja Católica tem uma estrutura diferenciada uma da outra, nós temos ritos diferentes, inclusive, doutrinas diferentes em vários pontos, mas a gente mostra que no amor em Cristo nós podemos superar todas as diferenças”, conclui o pastor.

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

 

 

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