O papa Francisco enviou à Igreja do Brasil, dia 15 de novembro, por meio do cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, uma saudação por ocasião da abertura do Ano Nacional do Laicato, no domingo (26/11).

Nesse momento particular da história do Brasil, o documento afirma que é preciso que os cristãos assumam sua responsabilidade de ser o fermento de uma sociedade renovada, onde a corrupção e a desigualdade dêem lugar à justiça e solidariedade.

O documento foi lido na lançamento do Ano do Laicato na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na abertura da última reunião ordinária do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) de 2017, na manhã desta terça-feira, 28/11.

Veja, abaixo a saudação do Papa:

 

CNBB

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Período vai destacar a missão evangelizadora de leigos

 A Arquidiocese de Londrina celebrou neste domingo (26), Solenidade de Cristo Rei e Dia dos Cristãos Leigos e Leigas a abertura do Ano Nacional do Laicato (Conjunto dos leigos nas suas relações com a Igreja). A Missa, realizada no Ginásio de Esportes Moringão, em Londrina (PR), reuniu religiosas, agentes de pastorais e centenas de fiéis, muitos vindos de outros municípios, e contou com a presença de padres, diáconos e seminaristas de toda arquidiocese.

O arcebispo metropolitano Dom Geremias Steinmetz presidiu a Missa e destacou logo de início o encerramento do ano litúrgico com a Solenidade de Cristo Rei do Universo para a entrada do Advento, tempo do Natal e grande mistério da humanidade. Neste ano especialmente dedicado aos leigos pretende-se trabalhar a mística do seguimento e apaixonamento de Jesus Cristo. “O leigo é o coração da Igreja, recebe o evangelho para transformar, seja no campo das artes, da política, da economia, em toda a sociedade. Todos nós cristãos batizados somos chamados a ser sal da terra e luz do mundo. Com espírito mariano, devemos levar os valores do evangelho e fazer no mundo o lugar do reinado de Cristo”, afirma Dom Geremias.

O arcebispo disse ainda que muda a compreensão do espaço e o sujeito eclesial deixa de ser objeto da evangelização para ser sujeito dela. “O Papa Francisco quer a Igreja missionária. Para isso temos de ter leigos atuantes, e o primeiro lugar é na família, tendo homens e mulheres preocupando-se de serem verdadeiros pais e mães”, lembra.

O Ano do Laicato será celebrado pela Igreja de todo Brasil no período de 26 de novembro de 2017 a 25 de novembro de 2018 e terá como mística o tema “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14). 

Proposto pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o Ano do Laicato terá como objetivo geral: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”. Como objetivos específicos durante o ano serão celebrados os 30 anos do Sínodo Ordinário sobre os Leigos (1987) e da Exortação Apostólica Christifideles Laici, sobre a vocação e a missão dos leigos na Igreja e no mundo (1988) de São João Paulo II.

O Ano do Laicato será composto por cinco eixos: Eventos; Comunicação, Catequese e Celebração; Seminário Temático nos Regionais; Publicações e Legado (o que fica como legado após o Ano do Laicato – bandeira de compromisso e ação). De acordo com Pe. Joel Ribeiro Medeiros, coordenador da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Londrina, cada região do país poderá usar de criatividade para viver o Ano do Laicato e propor ações conforme as características de suas paróquias e comunidades. “É importante retomar na Igreja o papel que o leigo desempenha no mundo e na sociedade, mas lembrar também que cada arquidiocese tem a sua realidade, propondo ações que vão ao encontro desta”, garante.

Luciana Maia Hessel
PASCOM Arquidiocesana

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Fotos: Roberto Vindica / Terumi Sakai / Wanderley Tolomi
PASCOM Arquidiocesana

O protagonismo do leigo

De 26 de Novembro de 2017 a 25 de Novembro de 2018 a Igreja no Brasil celebra o Ano do Laicato. O tema que anima a mística do Ano do Laicato é: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”, Mt 5,13-14. Segundo o bispo de Caçador (SC), dom Severino Clasen, presidente da Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato, pretende-se trabalhar a mística do apaixonamento e seguimento a Jesus Cristo. “Isto leva o cristão leigo a tornar-se, de fato, um missionário na família e no trabalho, onde estiver vivendo”.
Há muitas formas de trabalhar a compreensão do laicato na Igreja e no Mundo. O Papa Francisco, na sua Evangelii Nuntiandi, sugere alguns critérios que nos iluminam na resposta aos apelos da Nova Evangelização: Primeiramente mostra que a ação evangelizadora inclui sempre a Igreja, a sociedade e cada sujeito individual. Esse critério geral exige que toda a ação do Povo de Deus, sujeito coletivo que evangeliza, considere esses três espaços tanto como lugares e destinatários concretos da evangelização. Observa ainda que é essencial o discernimento das realidades concretas. O mundo é uma realidade a ser constantemente discernida. Este discernimento vincula a Igreja ao mundo. Não deve ocorrer uma assunção ou rejeição do mundo de maneira automática. Este discernimento precisa ser feito a partir do Reino de Deus.

Outro ponto lembra que “a ação é preferível à estabilidade e à estagnação” (EG, 20). Todos somos convidados a sair da própria comodidade e a alcançar as periferias que precisam da luz do Evangelho. Mais adiante o Papa chama atenção: Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças (EG 49). A ação evangelizadora precisa ter um foco: a opção pelos pobres. É mandato do próprio Jesus a solidariedade e a defesa da vida humana, sobretudo onde ela é negada. Esta espiritualidade encarnada brota do imperativo da encarnação (EG 24). É determinante para a nossa fé e a nossa ação que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14).

Outro aspecto fundamental lembrado pelo Santo Padre Francisco é o diálogo. O diálogo com os mais diferentes setores, seja social, cultural, religioso e ecumênico deve promover a cultura do encontro e a inclusão do outro na vivência da fraternidade (cf. EG 238). Não serve mais pensar a Igreja, o mundo, a sociedade de maneira isolada. Ninguém mais cresce isoladamente ou prescindindo do diálogo. Mas em todos os aspectos a ação deve considerar a “primazia do humano”, antes de qualquer outra, sob o risco de cair em idolatrias (EG 55). Esta é sempre a finalidade ou o objetivo da ação evangelizadora que provoca os leigos a serem protagonistas na Igreja e no mundo. Aliás, são o mundo no coração da Igreja e a Igreja no coração do mundo.

Que o laicato da Arquidiocese de Londrina se sinta incentivado a acreditar na própria vocação como sujeitos de uma missão específica. “A sociedade humana em construção e a Igreja em missão precisam de cristãos convencidos da própria responsabilidade, dispostos a acolher desafios, alegres em abrir caminhos novos na construção do Reino do Senhor Jesus, reino da verdade e da vida, reino de justiça, do amor e da paz” (Prefácio da Festa de Cristo Rei).

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo de Londrina

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A Igreja no Brasil celebra, no período de 26 de novembro de 2017 (Solenidade de Cristo Rei) à 25 de novembro de 2018, o “Ano do Laicato”. Na última reunião do Conselho Permanente deste ano, que é realizada na sede provisória da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, entre terça e quinta-feira, foram definidas ações e orientações metodológicas de como cada regional da Conferência pode se preparar para celebrar a solenidade.

O tema escolhido para animar a mística do Ano do Laicato é “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na Igreja em saída, a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”. Segundo o bispo de Caçador (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, dom Severino Clasen, a intenção é que com a celebração possa se dar um novo impulso e estímulo aos leigos do Brasil.

“Sabemos que na Igreja há uma grande participação, intervenção e presença do laicato, mas por vezes isso é esquecido e pouco valorizado, por isso, nós como Comissão Episcopal queremos que tenhamos um período forte, um ano dedicado aos nossos queridos leigos e leigas”, afirma o bispo.

A Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato organizou as atividades em quatro eixos: eventos; comunicação, catequese e celebração; seminários temáticos nos regionais e publicações.  Nos regionais da CNBB, por exemplo, as preparações para a vivência do Ano já começaram, como é o caso do Sul 2, que compõe o Estado do Paraná. O arcebispo de Londrina e vice-presidente do regional, dom Geremias Steinmetz afirmou que por lá cada diocese vai implementar ações de maneira particular.

dom geremias cnbbO bispo enfatizou também o trabalho do Conselho Regional de Leigos que, de acordo com ele, tem a supervisão do bispo emérito de Foz do Iguaçu, dom Laurindo Guizzardi e é responsável por pensar atividades para o Ano do Laicato. À nível de regional, o bispo citou ainda o 14º Intereclesial das Cebs, que acontecerá em janeiro de 2018, em Londrina (PR) e terá como um dos principais objetivos celebrar a caminhada, as conquistas e as lutas das pequenas comunidades.

“O trabalho todo é feito pelo laicato, então são certamente milhares de pessoas que nesse sentido estão no trabalho da evangelização, levando para frente esse tema tão interessante do Ano do Laicato que é exatamente o leigo, colocando-o como sujeito eclesial em que eles vão assumindo a responsabilidade, assumindo também o discernimento da fé acompanhados pelos pastores. Eles estão assumindo o ‘ser igreja’ em que são sujeitos eclesiais”, finalizou dom Geremias.

Igreja em saída

dom belisario
Dom José Belisário da Silva

No regional Nordeste 5, correspondente ao Estado do Maranhão, do qual o arcebispo do Maranhão, dom José Belisário da Silva é presidente, o Ano do Laicato será focado na questão da Igreja missionária. “Nós vamos focar na importância do leigo no mundo, pois aonde ele está, ele deve testemunhar os valores do evangelho”, afirmou o bispo. Dom Belisário considerou ainda que o Ano do Laicato será sugestivo para o regional, uma vez que irá pautá-los em várias atividades nas quais deverão ter a marca dos leigos.

“Na história da Igreja do Brasil realmente nós não podemos desconhecer a importância da família e do leigo e da leiga, pois sem a família e sem o leigo a Igreja desapareceria, então para a transmissão da fé a gente tem que realmente levar em consideração que os leigos são importantíssimos”, finalizou o bispo.