No dia 30 de janeiro, o frei Gilberto Oliveira OSA tomou posse como novo pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo e Nossa Senhora de Fátima, de Rolândia, em celebração presidida pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz, com a presença da comunidade paroquial.

 

“Tenho uma grande missão de dar seguimento à missão agostiniana que ao longo de 30 anos vem sendo desempenhada nesta paróquia”, destacou o frei. “Com grande alegria, muito temor de Deus, e confiante na sua misericórdia”.

 

Pascom Arquidiocesana

Fotos: Flávia de Paula

A grande festa dos 80 anos da Paróquia São José de Rolândia, celebrada nos dias 5, 6 e 7 de novembro, marcou o início das comemorações que seguirão pelos próximos 12 meses.

 

A comemoração foi possível graças à flexibilização das restrições impostas pelo Governo do Estado para o período de pandemia do novo coronavírus, que possibilita a realização de festas em local aberto com ate cinco mil pessoas.

 

Na sexta-feira (5), a missa campal às 19h abriu os festejos. Logo depois, o pároco padre Joel Medeiros convidou o prefeito e a esposa, Ailton Maistro e Ana Maria, e o casal coordenadores da comissão de festas da paróquia, Geraldo Silva e Valquíria Marin, para subirem ao palco acompanhar o show pirotécnico.

 

A noite foi animada com música em vários estilos por Fabiano Santos e Banda. Muitos casais não resistiram e aproveitaram para dançar.

 

As barracas de espetinho, pastel, cachorro-quente, sanduíche de pernil, crepes e bebidas ficaram lotadas. E as crianças puderam se divertir nos brinquedos infláveis montados na praça.

 

No sábado, o show ficou por conta dos Rolandenses, Rodrigo BB e João Anesi, que animaram o público, que cantou e dançou com os artistas.

 

No domingo, às 10h30, monsenhor José Agius presidiu a celebração dos 80 anos na igreja com muitos fiéis que o aplaudiram calorosamente ao final da celebração. Padre Zé, como é chamado carinhosamente pela comunidade, esteve como pároco da Paróquia São José por 49 anos e em sua homilia falou sobre a história da paróquia e da comunidade.

 

Logo após a celebração, o delicioso almoço alemão atraiu muitas famílias para a Praça da Matriz, e nem a chuva que caiu durante a tarde espantou os festeiros, que ficaram durante todo o dia curtindo com amigos. Além do prato típico germânico, as barracas também serviram as outras opções de alimentação.
A partir de dezembro, a revista paroquial São José trará, todos os meses, matérias especiais sobre a história da paróquia e outras atividades serão realizadas a fim de comemorar os 80 anos.

Flávia de Paula
Pascom paroquial

 

Fotos Flávia de Paula

 

 

Dia 7 de novembro, festa de todos os santos. Esta foi a data escolhida pela Paróquia da Ressurreição, de Rolândia, para celebrar São José, padroeiro da cidade, neste ano dedicado a São José. A missa presidida pelo pároco padre José Onero, com a presença do diácono Divino Hespanha, na praça da igreja. O local foi revitalizado, a praça cercada e instalada a imagem de São José ao lado da imagem de Nossa Senhora Aparecida. A praça, que já foi abrigo para moradores de rua, após intenso trabalho, agora pode receber eventos e missas.

 

Um local apropriado para os fiéis rezarem e acender velas foi criado e uma grande cruz colocada ao centro, marcando a reconstrução desta comunidade. “A Cruz e o sinal do ressurgir, da vitória. Uma cruz sem o ressuscitado, porque Jesus venceu a morte” explicou padre José Onero.

 

Em sua homilia, o padre falou do amor à vida, do amor de São José, que se dedicou a Jesus mesmo Ele sendo seu filho adotivo e aceitou os desígnios de Deus para viver no amor. Falou ainda das bem aventuranças, que são proclamadas por Jesus na presença de Deus. E ainda enfatizou que as autoridades devem cuidar dos mais necessitados, dos moradores de rua e repartir com quem tem menos e ainda colocar seus bens a serviço da Igreja e da da comunidade.

 

A animação ficou por conta do Grupo Nossa Senhora Aparecida, de Primeiro de Maio, onde padre José era pároco antes de vir para Rolândia. Estiveram presentes na celebração, o vice-prefeito, Marcio Vinicius, e sua esposa, o presidente da Câmara de Vereadores, Reginaldo Silva, e o vereador Vilmar Boy com sua família.

Flavia de Paula
Pascom Paróquia São José – Rolândia

 

 

Fotos: Flavia de Paula

Monsenhor José Agius – presbítero na Arquidiocese de Londrina
 
O Arquidiocese Entrevista de hoje apresenta a vida e a missão do monsenhor José Bernard Agius. Padre Zé veio ao Brasil em 1961, quando ainda seminarista, para concluir a formação sacerdotal e ser padre na Arquidiocese de Londrina, onde foi ordenado, no dia 4 de julho de 1965. Em 2021, ele completa 80 anos de vida e 60 anos de Brasil. Acompanhe a entrevista conduzida pela jornalista Juliana Mastelini Moyses!

 

Monsenhor Joseph Agius foi um dos cinco seminaristas vindos de Malta em 1961 a convite de dom Geraldo Fernandes para concluir a formação para o sacerdócio e atuar na Igreja de Londrina. Neste mês ele completa 55 anos de ordenação presbiteral, junto com monsenhor Bernard Gafá, e conta à Revista Comunidade sobre a sua caminhada vivida na arquidiocese e na cidade de Rolândia 

 

 

 

Revista Comunidade – Como o senhor veio para Londrina? E por que vir para o Brasil?

Monsenhor Agius – No ano de 1957, eu estudava na ilha de Gozo, uma ilha vizinha de Malta. Sempre alimentei o desejo de não querer ser padre lá em Malta porque tinha muitos padres. Não havia razão, o que fazer pastoralmente falando como padre lá. E naquela época na minha terra natal tinha muito fervor missionário. Diversos seminaristas já tinham ido como missionários em outros países, tinha vindo alguns pra Argentina, outros foram pra Índia, outros tinham ido para África, Kênia, Tanganika. E lá pelo ano de 1959 eu fui pedir para o bispo de minha terra natal que eu queria ir como missionário na África, ainda estava no segundo ano de Filosofia. Ele olhou assim pra mim meio assustado: -“Mas pra África onde?” Falei: -“Olha, Tanganika, Zâmbia ou Rodésia”. Ele disse: -“Não conheço ninguém nesses lugares. Como vou te mandar pra lá?”. Eu era muito novo, não tinha nem 19 anos completos. E de repente ele saiu: -“Por que não vai ao Brasil?”. -“Brasil, nunca ouvi falar. Brasil é que nem África mais ou menos?”. -”Eu acho que é, também não conheço, mas deve ser”. -”Mas porque o senhor tá falando do Brasil?” -”É porque alguns meses atrás esteve aqui em Malta um bispo do Brasil procurando seminaristas, ele não queria padres, ele queria seminaristas para durante a teologia poder entrar em contato com a cultura, a mentalidade, o jeito do Brasil”. E falei: “tá bom, interessante”.

 

Por que dom Geraldo não foi até Gozo para convidá-los a vir para Londrina?

Acontece que o bispo dom Geraldo Fernandes estava em Roma na preparação do Concílio Vaticano II, em 1959. E ele ficou sabendo que Malta tinha muitos padres, enquanto que na recém diocese formada, a Diocese de Londrina, só tinha três padres diocesanos, então ele pensou em ir pra Malta para convidar seminaristas a ficarem padres em Londrina, aqui era tudo começo. [Quando dom Geraldo visitou Malta] era o mês de fevereiro. Lá em Malta nessa época é inverno, muita tempestade, lá é uma ilha, então o mar estava muito agitado. Ele foi de avião até a cidade da Arquidiocese de Malta. O reitor do seminário maior,  uma pessoa formidável, falou pra ele: -“Olha, excelência, também aqui tem outra diocese, outra ilha chamada Gozo, podemos ir até lá também”. E o bispo dom Geraldo Fernandes estava indo para Gozo. Passando pela baía onde tinha naufragado o apóstolo Paulo, de acordo com os Atos dos Apóstolos, capítulo 28, o reitor falava: -“olha excelência, ali que naufragou o apóstolo Paulo”. E o mar estava agitado. Ele falou: -”Ah, não vou não, eu não sou o apóstolo Paulo não”. Voltou para o seminário de Malta e ligou para o seminário de Gozo [e explicou a situação]. O bispo de Gozo falou: -”não se preocupa não, se tiver alguém interessado eu indico”. E de fato, o bispo de Gozo me indicou. O reitor do seminário [de Malta] me respondeu naquele tempo por carta, não tinha nem telefone decente, era tudo primitivo ainda, como aqui, logo depois da Segunda Guerra Mundial, também passávamos por necessidade de tudo. O monsenhor me mandou uma carta muito gentil, simpática, e me disse: -“olha, daqui são três que estão querendo ir para o Brasil, e já estão para terminar a Filosofia. Eu vou dar o nome de um, você faz contato com ele”. E foi o nome do monsenhor Bernardo Gafá, eu fiz contato por carta primeira vez e no fim acabamos nos combinando muito bem, nos encontrando frequentemente. Então éramos cinco, eu e mais um colega do Gozo, e três do seminário de Malta. E acabamos vindo para cá em 1961, isso é dois anos depois.

 

O senhor terminou a filosofia no Seminário de Gozo?

Todos nós, os cinco terminamos Filosofia lá e viemos para iniciar a Teologia aqui no Brasil. Chegamos aqui no Brasil no dia 18 de novembro de 1961. Aí veio época de Natal. Dom Geraldo Fernandes nos mandou os cinco ficar aqui em Rolândia, porque já tinha as irmãs franciscanas maltesas, que já tinham vindo quatro anos antes, já sabiam falar português, portanto. Não sabíamos falar uma palavra, nem sabíamos que a língua era portuguesa. Ficamos sabendo em Roma quando fomos pegar o visto de entrada no Brasil, na embaixada brasileira, que tinha um formulário para preencher em italiano e em outra língua, não sabíamos que língua era. Quando estávamos preenchendo, tinha uma palavra que não sabíamos nem como escrever em italiano perguntando estado civil: -“que que é estado civil?” E a moça, era uma tal de dona Cordeiro, eu me lembro bem dela, era uma carioca, a secretária do embaixador, ela começou a gritar: -“solteiro, solteiro”. -”Que língua é essa aqui?”. -“É portuguese.” -”Português, porque português?” –“Porque é a língua do Brasil: português.” Então acabamos vindo os cinco.

 

Então vocês aprenderam português com essas irmãs que eram de Malta?

Com essas irmãs, com o padre Carlos Boneta, pároco de Rolândia, que era italiano e nós falávamos italiano. Mas depois acabamos aprendendo português melhor no seminário em Curitiba, no ano seguinte, isso é dois meses depois que chegamos. Acabaram as férias e fomos para Curitiba estudar teologia, e ali aprendemos português com os colegas de seminários. Os professores eram tão gentis que nos permitiram fazer as provas ou em latim, ou em italiano, que a maioria tinha estudado na Itália, em Roma.

 

Vocês sentiram muita diferença do estudo, da formação lá em Malta e da formação aqui no Brasil?

Não, pelo contrário. Aqui nós nos sentimos um pouco mais à vontade no sentido de que Malta o seminário era muito fechado naquele tempo. Aqui já tinha um pouco mais de liberdade, por exemplo, podíamos sair toda quinta-feira para passear um pouco na cidade livres. Podíamos sair por três horas, podíamos até ver algum cinema bonito na cidade, podíamos ir numa lanchonete comer um bauru e tomar um guaraná, que não conhecíamos. Tínhamos também toda aquela coisa de conversar entre os seminaristas, só tinha o seminário maior de Curitiba no Paraná, que atendia também Santa Catarina, então éramos muitos seminaristas. Mas as dioceses eram menores, é claro, só tinha a Diocese de Londrina, Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Jacarezinho. As outras dioceses são mais novas.

 

Vocês vivenciaram a Diocese de Londrina bem no começo, ainda nascendo?

Tava nascendo, ainda não tinha nem seminário de Londrina. O seminário menor foi inaugurado com a nossa ordenação. A festa da nossa ordenação foi lá. Dom Geraldo Fernandes, que era um pai para nós, que organizou. Porque nós não tínhamos família, não tínhamos ninguém, conhecíamos também poucas pessoas.

 

E como era a caminhada da Igreja nessa época em que a diocese estava praticamente nascendo?

Tudo era novo, também tinha a renovação do Concílio, era coisa linda naquele tempo. Muito fervor religioso, muita crise também, crise nas ordens religiosas, crise nas freiras, crise nos frades, crise nos seminários. Começou aquele movimento dos seminários de Santa Catarina, por exemplo, não queriam ficar no seminário grande, todos juntos, cada diocese queria criar a sua comunidade, alugar uma casa em Curitiba, ficar lá os seus seminaristas com um padre da respectiva diocese para cuidar. Aos poucos foi mudando, foram criando comunidades, depois do nosso último ano de Teologia. E depois era um tempo de grande fervor religioso. Tinha saído um tal de Catecismo Holandês, que era um furor naquela época, a renovação da liturgia, eu me lembro que no seminário cantávamos cantos todos traduções do alemão, do italiano, cantos antigos, bonitos. Aí começaram a surgir os cantos feitos no Brasil. Era um tempo bonito. O padre José Alves, um padre carioca, tinha feito uma missa completa com entrada, ofertório, final, o final da missa era o hino que hoje às vezes é cantado. Mas era bonito. Fazia sentido. “A missa terminou já nós vamos retirar. Senhor que tua bênção nos venha acompanhar.” Muito bonito.

 

E como que as pessoas receberam essas mudanças que aconteceram com o Concílio Vaticano II? Mudou muita coisa?

A Igreja daquela época não desprezou aquilo que era tradicional. A Igreja continuou permitindo, digamos, as devoções, novenas, estátuas, mas tinha uns padres também que exageravam. Também aqui na diocese, encostaram as estátuas na sacristia para colocar apenas a cruz. Coisas assim. Depois tinha a mudança dos altares, não tinha altares versum populum, porque a missa era rezada de costas pro povo, então tinha que adaptar. Tinha que tirar os altares da parede para colocar mais ou menos no meio. É claro custou porque tinha igrejas mais antigas, por exemplo em Curitiba, aqui não tem tanta, mas em Minas Gerais, na Bahia, para quebrar aquilo que já era tradição do estilo barroco colonial, não era tão fácil não, tinha que fazer tudo não por capricho de padre mas com ajuda de arquitetos. Mas a renovação pastoral, a renovação litúrgica, renovação da catequese, o surgimento de movimentos mais atuais. Movimentos antigos foram diminuindo, como marianos, marianinhos, filhas de Maria, Apostolado da Oração permaneceu. Mas  foi surgindo depois Pastoral Familiar, Movimento Familiar Cristão, Cursilho, Catequese mais prolongada com as crianças.

 

E porque essa questão que o senhor comentou que alguns padres tiravam as estátuas da Igreja só deixava o crucifixo?

Porque achavam que era muita devoção, muita piedade, e não tinha muita fundamentação doutrinária, teológica. Então parecia superstição. Mas bastava criar, pregar, instruir o povo com relação a isso.

 

Quando o senhor veio para cá e também nos primeiros anos de ordenado, quais foram os principais desafios que enfrentou?

Quando fui ordenado, logo depois da ordenação, dom Geraldo me mandou como pároco em Pitangueiras, que naquele tempo fazia parte do município de Rolândia. Não tinha nem asfalto ainda, hoje tem um pouco mais. Não tinha energia elétrica, não tinha nada. Pra mim era um desafio muito grande, até de adaptação. Mas eu achava tudo diferente. Era terra de missão. E foi ali também que comecei com essa renovação litúrgica, doutrinária, catequética. E com a ajuda de dom Geraldo Fernandes comecei formando as primeiras comunidades de base rurais.

 

Dom Geraldo Fernandes me tinha pedido para, com o padre Semprebom, que era o coordenador de pastoral naquela época e morava com dom Geraldo, era um dos poucos padres que tinha na diocese, fomos juntos em Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, onde os padres belgas já faziam esse tipo de trabalho com as comunidades rurais através do rádio, associação de catequese pela rádio. Fiquei hospedado três dias lá no interior do município de Francisco Beltrão, para conhecer a vida da comunidade. Eram comunidades muito interessantes que trabalhavam muito com aqueles lavradores, a maioria era imigrante do Rio Grande do Sul.

 

Eu comecei depois esse trabalho em Pitangueiras, pelas águas, porque lá no interior os riachos são chamados águas, água disso, água daquilo, então em cada água moravam tantas famílias, então formava uma comunidade. Dom Geraldo Fernandes chegou a vir algumas vezes de jipe com o padre que tinha na catedral naquele tempo, padre Bernardo Greis, de noite para participar dessas reuniões e dar palpite, eu com ele.

 

Depois de passar quatro anos em Pitangueiras, ele me pediu pra vir aqui pra Rolândia pra fazer o mesmo trabalho com comunidades de periferias na cidade, era pequena a periferia naquele tempo, só tinha uns dois três bairros. Comecei aqui [em Rolândia] em 1969, com essa experiência nos bairros formando, naquele tempo se chamava de comunidades eclesiais de base, não apenas para estudar, textos bíblicos ou para estudar religião. Até não tinha nem material, eu formei uma equipe naquela época para produzir materiais para as reuniões, eu me lembro bem, um dos materiais era dos dez mandamentos, para explicar um mandamento em cada reunião. Nós formávamos as reuniões em cada bairro com a ajuda do próprio povo. Desde o começo, o que mais me preocupava era a formação de boas lideranças. E essas lideranças atuavam não somente na parte pastoral, mas também na parte social do local, se preocupando com os problemas do local, do bairro em si, aquilo que hoje se chama de associação de bairro. Mais ou menos era já isso.

 

O senhor considera que a evangelização naquela época era mais fácil do que hoje?

Era mais fácil e também o povo tinha mais tempo livre, mais disposição, as senhoras naquele tempo não trabalhavam fora de casa. Se perguntava para qualquer senhora ou mocinha que vinha para se casar qual era a sua profissão: é do lar. Eu não entendia o que é do lar, mas trabalhava em casa. Hoje em dia quase ninguém fala isso. Todas têm algum trabalho por aí, secretária disso, daquilo. Ou até na indústria. Não tinha indústria naquele tempo, só tinha lavoura, lavoura de café, lavoura de arroz, lavoura de feijão, a maioria das pessoas morava no sítio. No sítio era fácil alcançar o povo. Ia nas capelas, tinha capelas esparramadas por aí, tocava o sino o povo vinha. Eu me lembro algumas tinham serviço de alto-falante e anunciava tudo que acontecia naquele bairro pelo alto-falante da capela. Até oferecia musiquinha para a namorada. Não tinha televisão, não tinha distração nenhuma, a catequese era feita no sítio, as famílias, os pais que ensinavam as crianças a rezar e as primeiras perguntas da catequese.

 

Igual no terreiro de café, de tarde juntava aquele povo todo da colônia, no sítio, na fazenda, juntava pra esparramar o café lá no terreiro, todo sujo, todo vermelho de pó, a criançada suja, mas crianças sadias. E ali rezava o terço de tarde com todo mundo sentado no meio fio do terreiro de café. Depois ia no catecismo no último mês antes da primeira comunhão. Depois foi mudando, é claro. Foi nos primeiros três, quatro anos aqui, depois foi mudando de acordo conforme se pede a cada tempo.

 

 

E como o senhor avalia a caminhada da arquidiocese? A nossa Igreja teve algum trabalho de destaque que foi referência para outras igrejas?

Tem, o trabalho com leigos, que desde o tempo de dom Geraldo Fernandes, o primeiro bispo, eu me lembro bem, que foi uma das primeiras dioceses que tinha ministros extraordinários da Sagrada Eucaristia. Naquela época chamava de ministros da Comunhão. Na verdade não é o termo certo porque ministro da Comunhão, ministro da Eucaristia é o padre, o bispo, nem o diácono é, porque quem faz a Eucaristia é o sacerdócio, mas tinha esse nome. Depois a formação de leigos, o trabalho com o dízimo bem tímido, mas começou muito tempo atrás. O povo não entendia, tava acostumado com campanhas de mantimentos. Muitas igrejas que temos por aí foram construídas com dinheiro do café.

 

Então as pessoas não estavam habituadas com o dízimo, eram mais campanhas para levantar fundos pra igreja?

Isso, campanhas e festas da igreja. Mas a diocese se destacou pela atenção que começou dar aos leigos, trabalho de leigos de fato. Também aqui nesse tempo, eu insisti muito na formação de lideranças leigas, tanto é que hoje aqui em Rolândia, muitos líderes políticos e empresariais estão formados nessa liderança dentro da Igreja.

 

Os seus 55 anos de sacerdócio foram vividos em Rolândia?

Foi a vida inteira aqui, desde seminarista, as férias inteiras eram passadas aqui. Estudava em Curitiba e passava férias aqui. Dom Geraldo sempre me mandou passar as férias aqui.

 

Será que ele já tinha essa visão que o senhor iria ficar aqui em Rolândia?

Pode ser. Acontece que aqui encontrei, eu sou de família de imigrante, minha família toda tinha emigrado para a Austrália, hoje maior parte da minha família mora na Austrália, os meus sobrinhos, sobrinhos netos, primos, são todos australianos. Quando aqui cheguei encontrei muito imigrante, maioria alemães, japoneses, italianos, portugueses, espanhóis, muitos imigrantes de primeira geração aqui. E me identifiquei como imigrante igual a eles. Por isso então eu comecei a me identificar com a cultura de cada povo, ajudar na formação de grupos étnicos, alemão, italiano, japonês também incentivei a manter a cultura japonesa.

 

E tem algum trabalho que o senhor se identifica mais?

Os trabalhos sociais. Desde o começo que estou aqui, com outras pessoas, ficamos muito sensíveis com os adolescentes que podiam trabalhar mas não achavam jeito. Começamos a formar aquilo que era chamada Legião Mirim de Rolândia. Chegamos a ter naquela época 120 meninos, eram só meninos, de uniforme, tudo bonitinho, e trabalhavam como Office boy, tudo regulamentado. Mas depois que foi passando o tempo, fomos mudando, as leis do trabalho foram mudando, aí formamos uma associação que ficou chamada Associação de Voluntários e Voluntárias da Caridade – Avocar, hoje atendemos em torno de 800 crianças e adolescentes de toda periferia, através de projetos, oficinas. Agora com essa pandemia tudo está parado, porque nem escola tem.

 

Qual será o resultado dessa pandemia para nós católicos?

Podemos dizer que temos mais igrejas domésticas pelo jeito, estamos voltando aos primeiros tempos de cristianismo, porque a Igreja começou nas casas, não começou nos templos. Bom, a Igreja vai ter que repensar os seus métodos atuais. Eu não digo que como costumam falar, que vamos ter um novo normal, não vai ter novo normal, vai ser normal, mas diferente daquilo que se fazia até agora. Eu lamento muito porque ter uma igreja cheia de gente como tínhamos para participar ativamente das missas, e agora igreja vazia, é coisa triste. Quando fizemos 50 anos de sacerdócio, a igreja matriz estava lotada, até meus parentes do exterior tinham vindo, 18 pessoas da Austrália mais 10 de Malta.

 

Tem algo que o senhor gostaria de acrescentar?

Eu gostaria de aproveitar para agradecer toda acolhida que me tem dado aqui na arquidiocese desde o primeiro bispo. Dom Geremias já é o quinto. Já passaram quatro bispos. Tanto os colegas do passado e da atualidade, de modo especial a população de Rolândia, que sempre me deu apoio em todas as iniciativas. Todas as igrejas que tem em Rolândia fui eu que iniciei, terminei, preparei. A igreja da Vila Oliveira, Novo Horizonte, da Ressurreição, aqui mesmo [Paróquia São Paulo Apóstolo], uma boa parte da matriz… Não só as igrejas, mas os trabalhos sociais… Eu vejo tudo isso com muito prazer.

 

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

Entrevista publicada na edição de julho da Revista Comunidade, número 362.

 

Cinco paróquias da Arquidiocese de Londrina celebram o padroeiro São José no próximo dia 19 de março, feriado municipal em Jaguapitã e Rolândia. Celebrações incluem missa e procissão em honra ao pai de Jesus

 

 

Um santo silencioso, do qual não se conhece uma única palavra é reconhecido como o padroeiro universal da Igreja. Descrito na Bíblia como o homem justo, São José foi escolhido por Deus para criar seu Filho Único, Jesus. Esposo e pai, guardou e sustentou a Sagrada Família de Nazaré com o fruto do seu trabalho. Por isso é também padroeiro das famílias e dos trabalhadores.

 

A devoção ao santo é grande. Das 85 paróquias presentes na Arquidiocese de Londrina, cinco são dedicadas a São José: distrito de Irerê, distrito de Paiquerê, Jaguapitã, Rolândia e Jardim Leonor em Londrina, esta última especificamente dedicada a São José Operário. Todas celebram o dia do padroeiro, 19 de março, seja com uma programação religiosa ou festiva. A Revista Comunidade foi até a paróquia de Jaguapitã e a de Rolândia para escutar sobre essa devoção.

 

Celebrações ao padroeiro na Paróquia São José de Rolãndia

Como São José é padroeiro das duas cidades, dia 19 é feriado municipal. Em Rolândia a festa começa no dia 10 de março com a novena às 19h30. A cada dia esta trata sobre um tema diferente a respeito de São José. No dia 19, a primeira missa é às 7h da manhã, a seguinte às 15h, e a procissão e missa às 19h.  A festa ainda continua nos dias 20, 21 e 22, com shows, praça de alimentação, porco no rolete, sorteios e o 7º Caminho de São José, uma pedalada a partir das 7h no domingo, dia 22.

 

“É interessante porque a festa é uma redescoberta de São José. As pessoas têm um carinho muito grande. A devoção a Nossa Senhora ainda ganha, é imbatível, a cidade tem devoção muito importante a Nossa Senhora Aparecida, em seguida Nossa Senhora de Fátima e terceiro São José”, explica o pároco padre Joel Ribeiro Medeiros.

 

Feriado

No ano passado as paróquias de Rolândia se uniram para defender que o feriado do padroeiro se mantivesse no dia 19. Uma lei aprovada na câmara previa que se o feriado caísse nos dias de semana de terça a sexta-feira seria transferido para a segunda-feira. Por pressão dos padres e de toda comunidade, a lei foi revogada.

 

 

Procissão e missa marcam a celebração em Jaguapitã

 

Em Jaguapitã, São José é comemorado em duas datas: 19 de março a celebração religiosa e 26 de abril, depois da quaresma, dia festivo, com almoço e leilão de gado. A programação religiosa engloba uma procissão com a imagem do santo pelas ruas da cidade às 9h e logo em seguida a Santa Missa. Nos dias que antecedem a festa, 16, 17 e 18, o tríduo ao padroeiro traz a cada dia um tema sobre o pai de Jesus.

 

“É uma honra ter São José como nosso padroeiro, pela sua importância. Ele é o padroeiro da Igreja, esposo de Nossa Senhora e pai de Jesus”, conta Maria Helena Rossetto, coordenadora paroquial da Liturgia.

 

A procissão às 9h tem grande adesão das pessoas, principalmente dos devotos, explica Maria Helena. “É uma devoção mais singela, não tão aparente porque São José é um santo que não aparece tanto, mas tem um papel importantíssimo no plano de salvação, ele colaborou com o plano de salvação. Quem é devoto sente essa presença dele no silêncio, na humildade. O exemplo dele tem muito a ensinar”, comenta.

Celebração a São José na paróquia de Jaguapitã

 

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

Fotos: Juliana Mastelini Moyses

No dia 28 de janeiro, Rolândia teve o seu momento de festa. A cidade vizinha de Londrina, conhecida pelos seus fortes traços alemãs e sua cultura, completou nesta terça-feira 76 anos de emancipação política.

 

Na Paróquia São José, uma celebração de homenagem ao município festejou a data. O pároco, padre Joel Medeiros, convidou os fiéis presentes a se reunirem ao redor do altar simbolizando a unidade da população e da Igreja. Ao término da Santa Missa, padre Joel pediu a os presentes para estenderem as mãos em direção às suas casas para receberem a bênção especial às casas e às famílias rolandenses.

 

Rolândia
Logo na entrada da região central do município já é possível ver uma grande estátua de Roland, um dos guerreiros lendários que conta-se ter defendido o Imperador Carlos Magno. A escultura também simboliza liberdade e justiça e é uma réplica oficial da existente na cidade de Bremen na Alemanha, trazida pelos pioneiros da região como presente de Bremem à “filha” Rolândia, nome dado justamente em homenagem a este marco histórico.

 

No centro da cidade brilha a beleza arquitetônica de uma das maiores igrejas do norte paranaense. A Paróquia São José foi fundada em 1942 sob comando do primeiro pároco padre José Herions. A Igreja Católica já marcava presença desde a criação da até então pequena vila, que já se chamou Gleba Roland, Caviúna e Rolândia.

 

Pascom

 

Fotos: Flávia de Paula

Acompanhe em textos, vídeos e áudios como foram as duas semanas da visita pastoral do arcebispo na cidade

 

Em visita pastoral a Rolândia do dia 2 ao dia 14 de setembro, o arcebispo dom Geremias Steinmetz procurou atingir duas dimensões eclesiais: “ad intra” e “ad extra”, ter um olhar atento para o interior e para o exterior da Igreja. O arcebispo dedicou um ou dois dias a cada uma das cinco paróquias da cidade: Paróquia São José, Paróquia São Pedro Apóstolo e Nossa Senhora de Fátima, Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Paróquia da Ressurreição e Paróquia São Paulo Apóstolo, bem como suas capelas.

 

Logo no segundo dia de visita pastoral a Rolândia, no dia 4 de setembro, dom Geremias participou do programa Em Nome do Senhor, da Rádio Cultura, com o diácono Adilson. Confira:

 

 

Além de conhecer as comunidades, dom Geremias conversou com os padres, diáconos e fiéis, apresentando o planejamento pastoral da arquidiocese e escutando sobre a realidade e vida pastoral das comunidades de Rolândia. “Dom Geremias deixou uma mensagem muito bonita. Ele falou da pessoa de Cristo, que Cristo está no centro da vida do ser humano, devemos nos aproximar de Cristo, amar a Cristo, amar a cruz de Cristo e ver nEle a ressurreição, a vida eterna”, comentou o pároco da Paróquia da Ressurreição, padre Layrton dos Santos PMS.

 

Padre Djohn Denys comenta a reação dos fiéis ao receber o arcebispo e a programação na Paróquia Nossa Senhora Aparecida:

 

 

Irmã Elizabeth Mendes, gestora interna da Unidade Social Nossa Senhora Aparecida, explica o trabalho desenvolvido pela instituição localizada no território da Paróquia Nossa Senhora Aparecida.

 

 

Dom Geremias foi recepcionado na Unidade Social Nossa Senhora Aparecida com apresentação das crianças:

 

 

A cada noite, dom Geremias presidiu a Santa Missa em uma comunidade. “Ao celebrar a missa, ele está rodeado de leitores, ministros da Eucaristia, coroinhas, de movimentos e pastorais. Quer dizer, o pastor está ao centro e todos os movimentos e pastorais ao redor fortalecendo esse pastor”, fala o pároco.

 

A leiga Edneia Ribeiro Lopes comenta o trabalho realizado e a visita do arcebispo à Capela Sata Rita, do Jardim do Lago:

 

 

No dia 2 de setembro, dom Geremias celebrou a Santa Missa da primeira segunda-feira do mês no Cemitério Municipal de Rolândia, local onde estão enterrados três padres e seis religiosas que exerceram seu ministério na cidade. Monsenhor José Agius, administrador paroquial da São Paulo Apóstolo, explica a devoção da primeira segunda-feira do mês e os nomes dos padres enterrados no cemitério. 

 

 

Frei Rodrigo Vieira OSA, pároco da São Pedro Apóstolo e Nossa Senhora de Fátima comenta a programação do dia de visitas aos territórios paroquiais e sobre a Casa de Missão Filhos da Luz, confira:

 

 

Diácono Adilson de Freitas, fundador da Comunidade Filhos da Luz, explica o carisma da comunidade visitada por dom Geremias no dia 4 de setembro:

 

 

Ad extra

Na dimensão “ad extra”, dom Geremias visitou escolas, Unidades Básicas de Saúde, centro de convivência de idosos, creches, batalhão da Polícia Militar, prefeitura, associação comercial, APAE, Secretaria de Saúde, hospital e asilo, levando a presença do Evangelho a variados ambientes. “Os filhos chegavam falando: ‘o bispo foi na minha escola hoje’”, contou Bruna Moraes, da Paróquia São Pedro Apóstolo e Nossa Senhora de Fátima.  “Uma das minhas filhas falou que não tinha dado tempo dele passar na sala dela. Mas ela falou que ia pegar a bênção dele aqui”, conta Bruna, que participou da missa de encerramento da visita pastoral que reuniu todas as comunidades no Campo do Terrão.

 

O senhor Natal Balan, do Terço dos Homens, também participou da missa com os netos, que serviram ao altar como coroinhas. “Esperamos a volta dele em breve.”

 

Norma das Neves Castilho, 60, do Movimento Adoradores da Eucaristia, andou 30 minutos a pé para participar da missa. No trajeto ela foi rezando 40 Pai Nossos, pedindo pela paz. “Eu vim sozinha, eu e Jesus”, conta.  “As visitas foram uma bênção. Rolândia estava precisando de paz. Em todo lugar que ele vai está sendo uma paz para a nossa cidade. E o pessoal só está comentando que está bom.”

 

No dia 3 de setembro, dom Geremias celebrou a Santa Missa no Centro de Convivência de Idosos (CCI), local que acolhe cerca de 270 idosos durante o dia para atividades recreativas e de interação. Escute a entrevista com o idoso José Norberto da Silva:

 

 

Juventude

No sábado, dia 14 de setembro, dom Geremias se encontrou com os jovens da cidade na Paróquia São José. São ao todo 15 grupos de jovens divididos entre as paróquias e capelas. O arcebispo respondeu às perguntas dos jovens e mostrou um pouco dos trabalhos realizados na arquidiocese.

 

Os jovens se animaram com a presença do arcebispo, conta Karla Moraes, 20, coordenadora do Setor Juvenil do Decanato Rolândia. “Na cabeça de muitos deles a figura do arcebispo é muito distante para chegar, conversar. Hoje o jovem pôde falar diretamente com o representante da Igreja e tirar suas dúvidas, eles gostaram muito. Ele foi muito aberto, muito receptivo e os jovens aos poucos se abriram para perguntar. Surgiram perguntas ‘polêmicas’ para a juventude.” Dentre os assuntos, dom Geremias falou sobre homossexualidade, tatuagem, suicídio e depressão. “É muito bom saber que nosso arcebispo está tão disposto a estar próximo, ele quer saber como está, conhecer as dificuldades, as coisas boas. Me senti acolhida por ele”, conclui Karla.

 

A coordenadora do Setor Juvenil do Decanato Rolândia apresenta os grupos presentes no encontro do dom Geremias com os jovens de Rolândia:

 

 

Capelas rurais

Dentre as capelas rurais visitadas está a Capela São Pedro, na Comunidade Ribeirão Vermelho. Ali toda comunidade se dividiu para preparar a recepção ao arcebispo.  “Os ministros tomam a frente da preparação da igreja, para organizar e deixar tudo certinho. As mulheres ficaram com a limpeza e a organização da igreja, do salão, das comidas. Ficamos muito felizes com a visita”, conta a catequista Alessandra Lisse Miotto, 34.

 

 

Próximo dali, a Capela São Rafael, também reuniu toda comunidade para a visita do arcebispo. “Dom Geremias como chefe da comunidade, da Arquidiocese de Londrina, mostrou ser o pastor de todas as igrejas”, fala Estefano Godofrego Rodolfo Gair, 83. Estefano compara à atitude de Jesus, que ia nas comunidades onde era preciso levar a Palavra. “É o exemplo que o dom Geremias também está fazendo.”

 

Escola

Nas escolas que visitou, dom Geremias respondeu às perguntas das crianças e adolescentes. Na Escola Municipal Maria Teixeira Georg e no Colégio Bom Jesus, o arcebispo falou sobre sua vocação e esclareceu as dúvidas sobre pecado.

 

No Colégio Bom Jesus, os estudantes cantaram uma música de boas vindas ao dom Geremias:

 

 

“Os alunos estavam ansiosos pela visita, fizeram perguntas muito saudáveis, coerentes. Realmente eles têm muitas perguntas e muitas dúvidas”, fala Janaina Andreza Benelli, diretora da Escola Maria Teixeira Georg.

 

No vídeo, dom Geremias responde a uma criança que pergunta sobre o pecado do orgulho:

 

 

Padre Joel Ribeiro Medeiros, pároco da São José, ficou admirado com a receptividade das crianças. “Ele está falando com as crianças e a criançadinha fica toda sentadinha escutando, como foi nos outros colégios. É impressionante o silêncio, a escuta, essa unidade.”

 

Ouça na entrevista com a diretora da Escola Municipal Garrastazu Médici, Silvana Cristina Borges Regatieri, sobre a visita de dom Geremias à escola no dia 3 de setembro. A instituição atende 530 crianças da Educação Infantil ao 5º ano fundamental.

 

 

No Colégio Estadual Professor Francisco Villanueva, no dia 4 de setembro, o arcebispo conversou com os professores sobre a situação da educação. Ouça na entrevista com dom Geremias:

 

 

Continuidade

Segundo o padre Joel, as comunidades vão dar continuidade à fala do arcebispo. “Vamos trabalhar de tal forma que todos possam refletir e que seja uma palavra que realmente seja vivenciada.”

 

O padre também destacou que as visitas e a aproximação com o bispo fortaleceram a comunidade. “A cada entidade, a cada instituição a gente vai ficando muito feliz com a receptividade. Em todos os lugares que a gente vai é muito interessante.”

 

ACIR

Na Associação Comercial e Empresarial de Rolândia (ACIR), dom Geremias dialogou com empresários sobre questões como desemprego, profissionalização e a relação entre Igreja e sociedade. “Foi um diálogo bem aberto ao que chamamos de Doutrina Social da Igreja”, destacou dom Geremias.

 

Para Claudio Luis Mota, da diretoria da ACIR, a conversa com o arcebispo demonstrou a preocupação que a Igreja tem em agir na sociedade. “A responsabilidade que ela trabalha em cima da educação dos jovens, da criança e principalmente a base familiar que nós temos que construir, a base familiar é muito importante”, conclui.

 

 

Fotos Tiago Queiroz

 

Com o objetivo de  conhecer a realidade das comunidades e do povo de Deus da Igreja Particular de Londrina, dom Geremias Steinmetz dá um novo passado no seu ministério nesta arquidiocese: as visitas pastorais. A Paróquia Nossa Senhora das Graças, de Centenário do Sul, deu a largada, em agosto. Neste mês, dom Geremias visitou as paróquias de Rolândia. Uma oportunidade de confirmar as pessoas na fé e reapresentar a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

 

O  arcebispo esteve em Centenário dos Sul nos dias 1, 2 e 3 de agosto. Nesse período, o arcebispo não circulou apenas naquilo que envolve a vida religiosa da paróquia, mas conheceu questões que afetam e envolvem a totalidade da vida do rebanho a ele confiado, levando a presença do Evangelho a todos os ambientes. “As visitas pastorais são exatamente no sentido de conhecer mais o povo, conhecer as realidades locais de cada paróquia e assim conhecer pouco a pouco a realidade da totalidade da Arquidiocese de Londrina”, explicou dom Geremias.

 

O arcebispo visitou escolas, creches, asilo, instituições civis, poderes executivo, legislativo e judiciário, conselho tutelar, hospital, capelas, doentes, casas de família e viveu o dia a dia da comunidade de Centenário do Sul. “Com [a visita pastoral a Centenário] nós esperamos abrir uma nova etapa da evangelização em Londrina neste ministério episcopal que começou há dois anos e certamente precisa ainda de uma maior profundidade.”

 

É também, como lembrou o padre Marcos José dos Santos, pároco da Nossa Senhora das Graças, uma oportunidade de convivência fraterna entre os fiéis e dom Geremias. “De estreitar os laços de amizade e comunhão com o arcebispo e ao mesmo tempo dele conhecer a vida, a caminhada da nossa paróquia e também da nossa cidade”, acredita o padre.

 

O arcebispo já havia visitado todas as comunidades da arquidiocese, celebrando missas, sacramentos e ministrando palestras e formações para os fiéis. Com as visitas pastorais é diferente. O arcebispo dedica um tempo exclusivo para conhecer e conversar com a comunidade. “A gente já teve algum contato, ele já veio aqui algumas vezes, mas esta semana foi um contato mais profundo, um contato até de conhecer mais a pessoa dele, como pessoa humana também”, fala o diácono Marcos Cotobia, da Paróquia Nossa Senhora das Graças. 

 

Assim como fez em Centenário do Sul, o arcebispo começa pouco a pouco a visitar as outras paróquias da arquidiocese. Neste mês de setembro, entre os dias 2 e 14, visita a cidade de Rolândia. De acordo com a extensão territorial, dom Geremias dedicou um ou mais dias a cada uma das cinco paróquias da cidade: Paróquia São José, Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Paróquia São Pedro Apóstolo e Nossa Senhora de Fátima, Paróquia da Ressurreição e Paróquia São Paulo Apóstolo. 

 

Em todos os locais visitados, a oportunidade de vivenciar as alegrias e também as dores do povo. “Estivemos em várias esferas ligadas à sociedade, ao povo. A função da Igreja é fazer esse diálogo de comunhão, levando uma palavra de esperança para nossa cidade”, explica o pároco da São Pedro Apóstolo e Nossa Senhora de Fátima, frei Rodrigo Vieira OSA.

 

Mais uma vez valeu a pena, comenta dom Geremias, “o fato de se fazer presente nas comunidades e nos mais diferentes projetos e instituições, para que a gente possa continuar tendo uma noção do que de fato é a vida do nosso povo e ter uma visão mais realista do que acontece com o nosso povo”, comenta o arcebispo. 

 

A cada uma das noites em Rolândia, o arcebispo presidiu a Santa Missa em uma paróquia ou comunidade diferente e fez um encontro com as lideranças. Um momento significativo do bispo com o seu rebanho, acredita padre Layrton dos Santos PMS, pároco da Paróquia da Ressurreição. “Ao celebrar a missa, ele está rodeado de leitores, ministros da Eucaristia, coroinhas, de movimentos e pastorais. Quer dizer, o pastor está ao centro e todos os movimentos e pastorais ao redor fortalecendo esse pastor.”

 

Para o padre Djohn Dennys Souza dos Reis, pároco da Nossa Senhora Aparecida, o que se destaca nos dias de visita pastoral do arcebispo é a Igreja em saída, que vai até o povo. “A imagem das crianças chegando, abraçando o arcebispo, querendo fazer algumas perguntas, estar próximo. Demonstra como uma igreja em saída atrai aqueles que precisam ser atraídos para o Cristo”, comenta. “As pessoas estão felizes de ter o bispo visitando seu comércio, abençoando seu local de trabalho, ter o bispo na sua escola.”

A próxima visita pastoral de dom Geremias será à cidade de Cambé entre os dias 30 de setembro e 10 de outubro.

Juliana Mastelini Moyses
PASCOM Arquidiocesana
JC – Ediçao Setembro 2019

 

Assista o vídeo da primeira Visita Pastoral de Dom Geremias na Arquidiocese de Londrina:

 

 

FOTOS:

 

 

Fotos: Glalce Tatiane da Silva, Juliana Mastelini Moyses, Luiz Vianna, Ronaldo Pereira da Silva,   e Tiago Queiroz

 

 

 

 

 

Nesta sexta-feira, dia 6 de setembro, dom Geremias Steinmetz concentrou suas atividades em Rolândia no território atendido pela Paróquia São Pedro Apóstolo e Nossa Senhora de Fátima, no Novo Horizonte. A visita à paróquia foi dividida em dois dias, já que território é extenso. O arcebispo esteve lá também na terça-feira, dia 3. “Estivemos em várias esferas ligadas à sociedade, ao povo. A função da Igreja é fazer esse diálogo de comunhão, levando uma palavra de esperança para nossa cidade”, explica o pároco frei Rodrigo.

 

Logo cedo dom Geremias conversou com as crianças e professores da Escola Maria do Carmo. Em seguida visitou o 15º Batalhão da Polícia Militar (PM) e a Secretaria de Saúde. “Foi uma visita muito bonita. O pessoal que lida com a saúde do povo tem um carinho especial pela religião quando esta é capaz de transmitir a paz que os doentes precisam. Eu dizia também que as palavras saúde e salvação têm a mesma origem latina: salus. Então são duas coisas que caminham juntas: a saúde e o trabalho pela salvação, a saúde do corpo e da alma”, comentou dom Geremias.

 

O arcebispo visitou também a Capela Santa Rita de Cássia, no Jardim do Lago, comunidade composta por cerca de 500 famílias atendida pelos freis agostinianos e pelo diácono Adilson de Freitas. Edneia Ribeiro Lopes, coordenadora da liturgia na comunidade, conta que a construção da capela ficou pronta há pouco tempo e tem atraído cada vez mais pessoas para as celebrações. Dom Geremias comentou que pelo tamanho e quantidade de pessoas, a capela pode futuramente ser elevada a paróquia. “Seria um sonho realizado, mas a gente precisa de mais trabalho, mais esforço, mais conscientização da comunidade e participação”, destaca Edneia.

 

“A gente precisa ser um cristão comprometido, assim você está mais próximo da Igreja, mais próximo dos movimentos, como o dom Geremias está fazendo. Eu acho que o que ele está fazendo é um tipo de comprometimento com a Igreja, com o que ele acredita, com o que ele vive. A nossa fé tem que ser vivida, tem que ser praticada”, fala Edneia.

 

O arcebispo também visitou a Escola Municipal Monteiro Lobato e conversou com representantes do Conselho Tutelar do município. O conselho atende à população da cidade de Rolândia, das comunidades rurais e dos distritos de Bartira e São Martinho. “Foi um diálogo muito interessante e até de emoção porque muitas vezes eles não têm com quem conversar sobre a realidade difícil que enfrentam de lidar com a violência física e psicológica”, explica o arcebispo.

 

À noite, dom Geremias celebrou a Santa Missa na Comunidade rural Sagrado Coração de Jesus, na Comunidade Ceboleiro, saída para Arapongas.

 

Juliana Mastelini Moyses
PascomArquidiocesana