Londrina, aos 12 de Agosto de 2017
Catedral Metropolitana de Londrina
Exmos e Revmos Arcebispos e Bispos aqui presentes,
Revmos Sacerdotes e Religiosos,
Excelentíssimas Autoridades Públicas; Provinciais das diversas congregações masculinas e femininas; Representantes da PUC – Londrina,
Estimados seminaristas, juvenistas, etc.,
Querido Povo de Deus da Arquidiocese de Londrina e de outras dioceses aqui presentes.
Meus queridos familiares, parentes e amigos!!
Querido Povo de Deus que nos acompanha através da Rede Evangelizar e também do Rádio e da Internet.
Antes de qualquer outra palavra deixemos que a Palavra de Deus nos fale.
O Primeiro Livro dos Reis nos coloca diante do Profeta Elias, que se encontra no Monte Horeb. Espera que o Senhor se manifeste por meio de trovões e relâmpagos (coisas espetaculosas), assim como acontecera no Sinai com Moisés. Mas o Senhor, insondável em seus mistérios, não corresponde com as imagens que dele fazemos. Deus se manifestou a Elias por meio de um “murmúrio de uma leve brisa”.
Paulo, escrevendo aos Romanos, manifesta seu sentimento de profunda dor e tristeza, porque percebe o fechamento dos israelitas, os de sua raça, à obra da salvação e sua não adesão ao Salvador. Paulo é figura do cristão autêntico. Ele percebe que o Projeto de Deus sofre resistências, e por isso sofre. Mas sua dor não é passiva. Está disposto a perder a própria vida e ser amaldiçoado, a fim de que o projeto de Deus seja aceito por todos.
No Evangelho vemos que Mateus destaca, com relação aos outros sinóticos, o temor dos discípulos diante da aparição de Jesus. Insere a cena de Pedro que segue Cristo sobre as ondas, mas afunda e, no fim, é salvo. Como conclusão, ele observa a confissão de que Jesus é realmente o Filho de Deus feita pelos que estavam na barca. Para Mateus é demasiado claro que o barco se trata da Igreja. Nela, os discípulos estão temerosos. A sua fé é fraca. O próprio Pedro considerado aqui como o tipo do discípulo, crê no seu Senhor, mas com fé tímida e insuficiente. Por isso afunda nas águas.
A comunidade cristã vive na história confrontada com forças adversas. E parece que seu Senhor esteja ausente. Chamada para uma corajosa confiança nele, na realidade é uma comunidade com pouca fé. É tomada pelo temor apavorador de ser submersa e abatida. Mas Cristo está presente para salvá-la. Por isso, nada de temor. Este é um texto catequético, comunicado à Igreja de seu tempo, para que assuma uma atitude de confiança corajosa e suplicante naquele que é o Filho de Deus.
Irmãos e irmãs, fica relativamente fácil perceber as provocações diretas e indiretas também para a comunidade cristã de hoje:
A necessidade do fortalecimento e esclarecimento da fé dos cristãos;
As tentativas de promover “o encontro com Jesus” por meios espetaculares e milagrosos, mas que não tocam o chão da realidade da conversão;
Por vezes busca-se alimentar a fé em um Jesus distante sem entender a fé que movia o próprio Jesus de Nazaré. A fé é construção, que se desenvolve através de um processo lento, que vai se solidificando à medida em que buscamos Jesus e nos colocamos no caminho do discipulado.
Assim como Pedro vacilou na fé várias vezes, nós também vacilamos, mas o importante é fazer como Pedro: exercitar a fé buscando Jesus! Pedro é símbolo de cada um de nós: quando voltamos a olhar para o Senhor e para seu chamado, temos confiança e conseguimos avançar; quando porém fixamos nosso olhar nas dificuldades, nos amedrontamos e afundamos.
AGRADECIMENTOS
Naturalmente, num momento como este que estamos vivendo, o olhar e os sentimentos se voltam para Deus que de maneira mistérica se faz presente através da Igreja tão amada por Jesus. A Ele a dedicação da nossa humilde colaboração no trabalho de evangelização. Deus habita esta cidade! Deus habita esta região por meio de tantas pessoas que o buscam… É um momento de viver esta GRAÇA/RESPONSABILIDADE acreditando que Deus chama e capacita para a missão. Sejam todos vocês gratos comigo também.
Ao Santo Padre o Papa Francisco pela confiança e pelo chamado para dedicar-me agora ao serviço desta grande Arquidiocese, nesta grande cidade e ao belo Norte do Paraná;
Aos bispos do Regional Sul II, obrigado pelo apoio e preces. Continuemos juntos e unidos.
Não posso deixar de agradecer a Dom Orlando Brandes, antecessor nesta Arquidiocese, da mesma forma ao Cardeal Geraldo Majella. Também a Dom Manoel João Francisco, bispo de Cornélio Procópio, que foi o Administrador Apostólico na vacância da Arquidiocese de Londrina. A Dom Manoel e Dom Orlando cumpre, ainda, um outro agradecimento: o da sua colaboração na minha formação, especialmente a teológica. Os dois foram meus professores e Dom Orlando, além disso, foi Diretor Espiritual por um certo período. Muito obrigado!!! Valeu! A Dom Manoel obrigado pelo trabalho aqui em Londrina neste período e por ter mantido o Povo de Deus na unidade e na oração juntamente com o Colégio de Consultores. Todos se esforçaram para que tudo caminhasse bem.
Agradecimentos especiais à Diocese de Paranavaí, com o seu clero e toda a comunidade, por tudo aquilo que me proporcionaram viver nestes seis anos e dois meses de trabalho. Deus os abençoe e guie nos melhores caminhos da missão, especialmente neste ano jubilar que foi aberto em 08 de julho e será concluído no dia 08 de julho de 2018. Parabéns Diocese de Paranavaí! Obrigado por tudo! Estou saindo de lá ainda mais encorajado para o trabalho, mais volumoso, por sinal, aqui da Arquidiocese de Londrina. Obrigado e Deus vos abençoe.
Quero lembrar com carinho a presença do Bispo, padres e leigos da querida e saudosa Diocese de Palmas — Francisco Beltrão. Meu berço no sacerdócio. Obrigado! Valeu meus irmãos! Também não posso esquecer do meu Município de Sulina…. Comunidade que acompanha meus passos desde a mais tenra idade. O Prefeito Paulo Horn que acompanhou a caravana que de lá veio e está aqui demonstrando este carinho. Obrigado meus conterrâneos e Deus os abençoe a todos.
Muito obrigado aos meus familiares e amigos, especialmente minha querida mãe Ana Maria Bieger Steinmetz e meus irmãos, cunhados e sobrinhos, que vieram de tantos lugares, de longe e de perto, para estarem comigo neste momento de graça. Deus recompense a todos pela generosidade e carinho que nutrem pela Igreja e para comigo. Também permita que possamos continuar aprofundando o espírito de família e paz, pelo qual vale a pena dar a vida.
Por fim, à Arquidiocese de Londrina: seus padres diocesanos e religiosos, diáconos, religiosos e religiosas, seminaristas, participantes das pastorais, organismos e movimentos, ministros, catequistas, grupos de cantos e de Liturgia, Missionários e Missionárias e todos os que dão um pouco do seu tempo para fazer a vida da Arquidiocese de Londrina. Muito obrigado! Mas um agradecimento especialíssimo a vocês cristãos e cristãs anônimos. Vocês que olham de longe! Vocês que sentem o coração arder quando ouvem a Palavra de Deus ou participam da Santa Eucaristia ou simplesmente a assistem pela televisão ou a escutam pelo rádio. Acheguem-se, venham para mais perto! Venham para o meio… O fogo das Santas Missões Populares está pegando, está ardendo… O valor dos Grupos de Família está se evidenciando. A alegria do 14º Intereclesial de CEB’s está contagiando e invadindo a Arquidiocese, o Regional Sul II, o Brasil, a América Latina. Vamos meu povo, avante, sem medo! O Reino de Deus precisa da nossa adesão. Vamos fazer muito mais pessoas clamar em alta voz assim como aqueles que estavam na barca com Pedro: Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!
Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo da Arquidiocese de Londrina