Arcebispo esteve, nos dias 17, 18 e 19 de agosto, nos territórios que pertencem à Paróquia São Roque, dentre elas as comunidades Apucaraninha, Água Branca e Barreiro, dos índios Kaingang

A Paróquia São Roque, de Tamarana, e o pároco, padre Delcides André de Souza, receberam o arcebispo dom Geremias Steinmetz, nos dias 17, 18 e 19 de agosto, para a sua quarta visita pastoral do ano. A programação incluiu conversa com os jovens, celebrações e visitas a instituições civis e comunidades indígenas do município.

A Santa Missa na quinta-feira à noite abriu a visita. Logo em seguida, dom Geremias encontrou-se com jovens da comunidade. Estiveram presentes cerca de 30 jovens, a maioria do grupo Lux da paróquia. Na conversa, dom Geremias dialogou sobre questões que preocupam a juventude de hoje e exortou-os no caminho da santidade e na vivência da vocação.

O segundo dia de visita começou também com a juventude. Dom Geremias visitou o Colégio Estadual Professora Maria Cintra de Alcântara, onde conversou com os estudantes secundaristas e deu-lhes uma bênção. O arcebispo explicou que nem todos os adolescentes estão na Igreja, mas eles estão na escola. Por isso, o bispo vai à escola representar-lhes a fé. “A fé cristã é mais que um pensamento positivo. É a adesão a uma pessoa: Jesus Cristo”, destacou.

Dom Geremias esteve também na Prefeitura Municipal e na Câmara Legislativa. Falou aos servidores e lideranças municipais sobre a pessoa de Jesus, modelo de humanidade. “Pelo batismo nos tornamos cristãos e vamos crescendo na vivência da fé e adesão à pessoa de Jesus. Somos a religião de uma pessoa. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem”, falou dom Geremias.

“Como Deus esperamos de Jesus tudo que Deus quer nos oferecer. E como pessoa humana temos em Jesus o modelo ‘bem acabado’ do que é o ser humano. O espelho está em Jesus.”

Por isso, o arcebispo aponta que entender a mensagem de Jesus é essencial para ser verdadeiramente luz para a sociedade, principalmente nas grandes questões que os servidores atuam, como a paz, a justiça, a defesa da dignidade humana. “A fé nos ajuda a construir pontes, não muros.”

Dom Geremias também apresentou dois documentos do Papa Francisco cujas temáticas devem estar nas suas preocupações das lideranças municipais: a amizade social (na encíclica Fratelli Tutti), segundo a qual somos todos irmãos e devemos nos unir para enfrentar os grandes desafios da sociedade; e o cuidado da Casa Comum e a ecologia integral (na encíclica Laudato Si), entendendo que todo cuidado com o meio ambiente só faz sentido se por trás está também o cuidado com o ser humano.

Ao final, deixou também um questionamento aos cristãos que estão inseridos nos diversos âmbitos da sociedade: “Eu, como cristão, que vivo minha fé, que conheço a doutrina, participo de uma comunidade, qual contribuição eu dou para que a sociedade seja melhor?” É na atuação do leigo na sociedade que se instaura o diálogo da fé com o mundo.

Para a prefeita Luzia Harue Suzukawa, foi uma honra receber a visita do arcebispo. “O que eu destaco da mensagem que ele nos trouxe é a unidade com as pessoas, que todos nós somos um, cremos no mesmo Deus. E que aqui o nosso exercício é trabalhar, semear boas sementes para que cada vez mais possamos aproximar a nossa vida desse homem verdadeiro que é Jesus Cristo.”

A programação do dia ainda contou com visita à APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, Escola Municipal Professora Iracema Torres, empresa Tamarana Tecnologia Ambiental, Cerâmica Tamarana e Sicredi.

À noite, dom Geremias celebrou a Santa Missa na Capela Nossa Senhora Aparecida, no bairro dos Moreiras. A missa reuniu os fiéis de seis capelas rurais de Tamarana que, após a missa, fizeram várias perguntas ao arcebispo. A atual construção da Capela Nossa Senhora Aparecida tem 15 anos e foi a primeira vez que um bispo esteve presente ali.

“Estamos quase encerrando a Semana da Família e o Evangelho de hoje veio falar justamente de família, do amor, da responsabilidade dos casais um com outro, da fidelidade. A visita do dom Geremias foi muito boa. O pessoal até fez algumas perguntas. Foi muito bom o que ele disse, a mensagem foi muito acolhedora”, contou a catequista Maria Elizabeth da Silva Prado, liderança da comunidade.

No sábado de manhã, dom Geremias se dirigiu às reservas indígenas Kaingang de Tamarana, visitou o Salto do Apucaraninha e as comunidades Apucaraninha, Água Branca e Barreiro. Visitou as capelas dentro das reservas onde os indígenas católicos têm sua vivência de fé, com celebrações e catequese. O diácono Cirço Aparecido Nabor atua diretamente com as comunidades indígenas do município de Tamarana, auxiliando o padre Delcides André de Souza.

Recebendo o arcebispo, os indígenas cantaram alguns cânticos em português e o Pai Nosso na língua Kaingang. Também fizeram algumas perguntas sobre os sacramentos, como o batismo de adultos, e presentearam dom Geremias com peças de artesanato que eles mesmos fizeram.

A catequista Luzinete Alves de Oliveira Pirai é quem prepara os indígenas para receber os sacramentos. Ela conta que na quarta-feira eles têm a oração do Santo Terço, na sexta-feira a catequese e no final de semana o padre Delcides celebra a missa uma vez por mês e o diácono Cirço preside a celebração a cada 15 dias.

Ainda de manhã, dom Geremias visitou algumas capelas rurais de Tamarana. À tarde teve um encontro com cerca de 100 agentes de pastoral e à noite celebrou a Santa Missa de encerramento da visita na Paróquia São Roque.

Juliana Mastelini Moyses

Fotos: Lainy Pasturino e Tiago Queiroz

O encontro foi durante a visita pastoral do arcebispo à Paróquia São Roque nos dias 17, 18 e 19 de agosto

Abrindo as atividades da visita pastoral à Paróquia São Roque, de Tamarana, no dia 17 de agosto, o arcebispo dom Geremias Steinmetz presidiu a Santa Missa e em seguida encontrou-se com os jovens da comunidade. O encontro reuniu mais de 30 jovens, em sua maioria participantes do grupo Lux, no salão paroquial. Ao bispo, eles falaram sobre os desafios e as preocupações da juventude hoje.

O prelado destacou que os jovens católicos são jovens normais, que saem, se divertem, participam de festas, bailes, mas que, acima de tudo, conhecem os valores que devem preservar em todos esses locais. “Tudo isso os jovens têm que viver. Agora, tem que saber quais são os seus valores de fé, seus valores morais…”

Recordando a fala de um ex-professor seu, dom Geremias afirmou que para quem é jovem, é preciso “saber o que quer e ser normal”, viver na normalidade do mundo, mas com vistas naquilo que se quer, que se busca, vivendo de forma coerente com isso. “Por exemplo, eu quero ser padre, é claro que para ser padre existem algumas coisas que eu preciso, mas eu sou normal. Você está namorando, maravilha, saiba o que você quer e seja normal”, destacou dom Geremias.

O arcebispo lembrou que os jovens ocupam o centro das preocupações da Igreja, esta os olha buscando entender o que Deus quer falar através do jeito de ser da juventude hoje, o que os jovens buscam e como vivem a fé, e como levar o Evangelho aos jovens de forma que responda às suas inquietações. “Quando eu era jovem, tínhamos algumas preocupações. Hoje, as preocupações são outras. Então, como o jovem vive a sua fé? E o que eles buscam quando vivem a sua fé?”, são questões que a Igreja busca entender.

Evangelização

Dom Geremias falou aos jovens que o Papa Francisco apresenta um caminho para a evangelização da juventude. Na exortação apostólica Christus Vivit, o pontífice destaca que o conteúdo de toda evangelização deve centrar-se em três aspectos: 1) Deus é amor. 2) Ele nos salva (precisamos convencer o nosso coração e o nosso intelecto sobre essa verdade de que Ele nos salva). 3) Ele vive (Nós cremos numa pessoa: Jesus Cristo e Ele ressuscitou dos mortos e vive).

Santos de calça jeans

Numa frase atribuída a São João Paulo II, dom Geremias destacou que o mundo e a Igreja precisam de santos jovens, e jovens santos: santos de calça jeans. Ele contou que ficou muito impressionado com a história do casal de namorados assassinado numa escola em Cambé no mês de junho.

“Ouvindo o padre, sabemos que dias antes de morrer, a Karol se confessou. Eram gente da comunidade, eram namorados e faziam um esforço para viver a sua fé. Isso é uma forma de santidade. Ficou famosa uma foto em que ela segura uma imagem de Nossa Senhora e ele uma caixinha de intenções, isso foi muito interessante e rodou o Brasil”, destacou. “A gente vê que a coisa está presente em semente.”

Como exemplo, uma das jovens citou a experiência do próprio grupo Pax, que, com um ano de existência, reúne semanalmente 25 jovens: “a gente vê que o movimento está acontecendo”, afirmou.

Citando o Papa Francisco no documento “Alegrai-vos e exultai”, o arcebispo questionou: será que neste mundo de hoje, com tantas preocupações, o jovem pode ser santo? “Sim, responde o Papa. Primeiro deixando-se provocar pela vida e pela alegria”, afirma dom Geremias. Pois, segundo o Papa, a alegria de viver deve ser a marca do jovem. “Depois, o cuidado de si, da sua espiritualidade, esforçando-se pela vida, o trabalho, as escolhas, o estudo”, finaliza dom Geremias.

Juliana Mastelini Moyses

Fotos: Tiago Queiroz

A Paróquia São Roque de Tamarana celebrou, no dia 3 de julho, a Crisma de 71 catequizandos da matriz e comunidades rurais. Devido à pandemia, as Crismas foram divididas em quatro celebrações, presididas pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz, com pequenos grupos. Do total de crismandos, 12 são indígenas residentes nas comunidades Kaingang: Reserva do Apucaraninha e Aldeia Água Branca. Como o arcebispo mencionou na homilia, “no Reino de Deus não há divisões de cultura, somos um só povo”.

 

O pároco, padre Delcides André de Souza, manifestou que tudo correu bem e, abençoando a todos e todas, agradeceu aos agentes que serviram nas celebrações. Dom Geremias parabenizou a comunidade São Roque e agradeceu aos que participaram e serviram em cada celebração. No encerramento a Comunidade Indígena fez uma bonita homenagem com um canto em agradecimento pelo dia festivo e dedicado ao Espírito Santo.

 

Os indígenas foram preparados para receber o sacramento do Crisma pela catequista Luzinete Alves de Oliveira Pirai, que é enfermeira na comunidade indígena, onde mora há 20 anos. “Foi gratificante participar de toda caminhada de preparação para o Sacramento do Crisma com os catequizandos.”. Segundo ela, “houve muitas dificuldades durante esse período, principalmente por conta da pandemia, sendo assim era difícil fazer com que os catequizandos entendessem o verdadeiro sentido de estar em comunidade, seguir o caminho de Deus e de serem participativos dos encontros”.

 

As reuniões de catequese foram sempre às quartas-feiras, dcom a utilização de figuras e desenhos ilustrativos colados nas paredes para que os catequizandos entendessem os significados. As figuras ficavam visíveis em todos os encontros, assim eles podiam recordar os ensinamentos já passados. “Foi a alternativa para tornar os encontros interessantes, significativos e atrativos”, conta Luzinete

 

Dos 15 catequizandos que iniciaram a formação, 12 foram crismados. “Os catequizandos indígenas gostaram de participar das celebrações realizadas na matriz, das confissões, se sentiram acolhidos e incluídos pela Paróquia São Roque”, destaca.

 

A catequista conta que teve a colaboração das Irmãs de Santa Ana, que ministraram um dos encontros formativos em preparação ao Sacramento do Crisma na capela São Benedito, localizada na Aldeia Apucaraninha. “Agradeço ao padre Delcides, ao diácono Cirço e a toda liderança paroquial pelo apoio no processo de evangelização nas comunidades indígenas”, conclui Luzinete.

 

 

Povos indígenas

Nas comunidades Kaingang de Tamarana, existem dois grupos principais de catequese, montados a partir da solicitação dos próprios indígenas, conta o diácono Cirço Aparecido Nabor, que atua diretamente com as comunidades indígenas do município de Tamarana, auxiliando o padre Delcides André de Souza. Ele conta que são feitas periodicamente visitas com bênçãos e celebrações, além de catequese diretamente com as famílias. Uma vez por mês o padre celebra a Santa Missa.

 

“Eles estão aos poucos sendo integrados aos GBR (Grupos bíblicos de Reflexão). Já foram efetuados vários batismos de crianças e adultos, após preparação nos moldes do catecumenato, bem como primeira comunhão e este ano um grupinho que vai fazer a Crisma”, conta. A Igreja também auxilia na parte social, com organização de campanhas para arrecadação de doações para as comunidades.

 

“O trabalho é incansável sem fraquejar e sem desânimo. Muitas são as forças contrárias, lamentavelmente. Mas, Deus está do lado dos mais pobres e injustiçados. Isso é sentido na luta e no dinamismo de cada visita e de cada encontro. No fato de cada dia conhecer e ser conhecido um pouco mais. Comprometer-se com a vida é um dom que somente Deus pode nos conceder. Três verbos são importantíssimos na missão: VER, SENTIR E CUIDAR (CF 2020)”, conclui diácono Cirço.

 

Pascom Paróquia São Roque

Fotos: Pascom Paróquia São Roque