Após 15 horas de voo e quase 12 mil quilômetros percorridos, o Papa Francisco chegou ao Aeroporto Internacional de Santiago do Chile. O Núncio Apostólico Dom Ivo Sacapolo e o Chefe do Protocolo subiram à bordo do avião para saudar o Pontífice.

Ao desembarcar, foi saudado pela Presidente Michelle Bachelet e alguns metros em frente pelo cardeal Ricardo Ezzati Andrello S.D.B, arcebispo de Santiago, e por Dom Santiago silva Retamales, presidente da Conferência Episcopal do Chile.

Crianças, vestindo hábitos tradicionais, ofereceram flores ao Papa. Presentes no aeroporto, autoridades políticas e civis, alguns bispos chilenos e um grupo de fiéis. Não foram proferidos discursos. Uma pequena orquestra tocou para o Papa, que saudou uma pequena cantora após a apresentação.

Do Aeroporto o Papa Francisco transferi-se para a Nunciatura Apostólica de Santiago, distante 24 km. Mas antes, o Papa Francisco fez uma parada na Paróquia San Luis Beltran, de Pudahuel, onde rezou diante do túmulo de Dom Alvear, morto em 1982, e conhecido como o “Bispo dos pobres”, pelo seu extraordinário trabalho com os mais necessitados.

Da paróquia o Papa seguiu no mesmo carro até o cruzamento entre Calle Bresil e Avenida Libertador Bernardo O’Higgins, onde subiu no papamóvel, para percorrer uma das principais ruas de Santiago, até chegar à sede da Nunciatura, cuja atual localização remonta ao ano de 1969, quando foi transferida por desejo do Papa Paulo VI, que nomeou como Núncio o então Arcebispo de Merida Antigua, Dom Sótero Sanz de Villalba, conhecido teólogo. Ao seu nome foi intitulada a rua, antigamente chamada de Montolín

O Papa foi recebido com festa na Nunciatura. Saudou e abençoou fiéis antes de se recolher.

(Texto: Vatican News)

Dados da Igreja

Professor Fernando Altemeyer Junior, do Departamento de Ciência a Religião da PUC-SP, enviou para assessoria de imprensa da CNBB dados atualizados da Igreja no Chile.

Chile

Território: 656.950 quilômetros quadrados.

Línguas oficiais: espanhol e idiomas nacionais indígenas.

Atualmente 17.403.000 habitantes, dos quais 12.883.000 católicos, ou seja, 74 % da população, segundo estatísticas publicadas pela Santa Sé. O Pew Research Center mostra um índice de 64% no ano 2014. Há 27 circunscrições eclesiásticas, sendo 5 arquidioceses ou sedes metropolitanas, 19 dioceses, 1 prelazia territorial, 1 vicariato apostólico e 1 ordinariato militar. Existem 954 paróquias, 4.068 centros de atendimento pastoral.

São 52 bispos chilenos vivos em 15/12/2017: 3 cardeais arcebispos, 1 núncio apostólico, 4 arcebispos, 5 arcebispos eméritos, 19 bispos diocesanos, 6 bispos auxiliares, 1 prelado na ativa, 1 vigário apostólico, e 12 bispos eméritos.

Trabalham no país como agentes da pastoral: 2.415 sacerdotes (1.182 do clero secular e 1.233 do clero religioso ou regular), 1.029 diáconos permanentes, 476 membros dos institutos seculares, 1.611 missionários leigos, 384 irmãos, 659 seminaristas maiores, 4.303 religiosas consagradas, 46.282 catequistas. Batizados em 2012 foram 131.995 novos membros.

Os irmãos protestantes, de igrejas da Reforma e anglicanos, segundo o PEW Research Center são 17%, os sem religião 16 %, e há 3 % de outros credos religiosos que incluem judeus, muçulmanos, testemunhas de Jeová e tradições indígenas.

Os primórdios da evangelização remontam a uma primeira paróquia datada de 1547. A primeira diocese Santiago de Chile foi erigida em 27/06/1561. Foi indicado como primeiro bispo Mons. Rodrigo González de Marmolejo (27/06/1561 – faleceu em 09/10/1564).

27 Circunscrições eclesiásticas católicas no Chile:
1. Antofagasta (Arquidiocese)
2. Aysén (Vicariato Apostólico)
3. Chile, Militar (Ordinariato Militar)
4. Chillán (Diocese)
5. Concepción (Santissima Concezione) (Arquidiocese)
6. Copiapó (Diocese)
7. Illapel (Prelazia Territorial)
8. Iquique (Diocese)
9. La Serena (Arquidiocese)
10. Linares (Diocese)
11. Melipilla (Diocese)
12. Osorno (Diocese)
13. Puerto Montt (Arquidiocese)
14. Punta Arenas (Diocese)
15. Rancagua (Diocese)
16. San Bernardo (Diocese)
17. San Carlos de Ancud (Diocese)
18. San Felipe (Diocese)
19. San Juan Bautista de Calama (Diocese)
20. San Marcos de Arica (Diocese)
21. Santa Maria de Los Angeles (Diocese)
22. Santiago de Chile (Arquidiocese)
23. Talca (Diocese)
24. Temuco (Diocese)
25. Valdivia (Diocese)
26. Valparaíso (Diocese)
27. Villarrica (Diocese)
Vacantes: Valdívia.

Começa nesta segunda-feira, 15 de janeiro, uma nova viagem internacional do Papa Francisco. Desta vez, ele visita o Chile e o Peru. Segundo informações do site oficial da Santa Sé, Vatican News, nestes dois países, o Papa se sentirá um pouco em casa, Ele já esteve nestas duas nações quando sacerdote e arcebispo de Buenos Aires. O Chile recebe pela segunda vez um Pontífice na sua história; recebeu João Paulo II em 1987, enquanto para o Peru será a terceira vez. Uma viagem pastoral, de 15 a 22 de janeiro.

O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, disse ao Vatican News: “Creio que não será uma viagem simples, mas será realmente uma viagem muito interessante”. O Papa chega ao Chile como pastor universal da Igreja para encontrar Igrejas locais; naturalmente, Igrejas que são particularmente vivas, particularmente ativas como a Igreja no Chile, como a Igreja no Peru e que, por outro lado, encontram-se também enfrentando numerosos desafios diante da realidade do mundo de hoje.

Em matéria assinada por Silvonei José, constata-se que os desafios da Igreja são muitos nestes dois países. O cardeal Parolin acenou para dois, particularmente, que o Papa tem muito a peito. O primeiro é o desafio da população indígena. Outro tema muito sentido pelo Papa e sobre o qual tem sempre voltado com palavras inclusive muito incisivas é o da corrupção, que impede o desenvolvimento e também a superação da pobreza e da miséria.

Portanto, uma viagem que abraça questões várias, sejam religiosas, sejam sociais, sejam políticas. A imprensa latino-americana chama também a atenção para o tema dos abusos sexuais. Tanto no Peru como no Chile as revelações sobre abusos sexuais envolvendo sacerdotes católicos estão no centro da atualidade. A 22ª viagem apostólica internacional do Papa Francisco “terá um propósito pastoral acima de tudo” e se concentrará em temas como “paz, unidade, esperança”, unidos “à alegria do Evangelho”, como indicou o Santo Padre na sua mensagem em vídeo enviada às populações dos dois países na véspera da sua partida. “Venho até vocês como peregrino da alegria do Evangelho, para compartilhar com todos a paz do Senhor e confirmá-los na mesma esperança. Paz e esperança compartilhadas entre todos”, disse.

Programa intenso

Um programa intenso e rico de encontros. O Papa Francisco visitará entre os dias 15 e 18 as cidades de Santiago, Temuco e Iquique, no Chile, e no Peru de 18 a 21 as cidades de Lima, Puerto Maldonado e Trujillo.

Entre os momentos salientes da viagem ao Chile, mencionamos o encontro com as populações mapuche chilenas e, em particular, a Missa que o Papa celebrará em Temuco, na quarta-feira, dia 17 de janeiro, para os povos indígenas da região. Será uma missa muito animada, com cantos e danças indígenas locais. O Papa também almoça em privado com oito membros da comunidade Mapuche.

Já no Peru, um dos principais encontros será em Puerto Maldonado. Ali o Papa Francisco, pela primeira vez, entrará em contato com as comunidades da Amazônia. O Santo Padre almoça com representantes das comunidades indígenas amazônicas, serão nove.

Um encontro que, junto com aquele com cerca de 3.500 indígenas no Ginásio de esporte Coliseo Madre de Dios no Chile, será também fundamental para a preparação do Sínodo Especial para a região Pan-amazônica convocado pelo Papa para outubro de 2019. Pode-se dizer que o encontro em Puerto Maldonado será um primeiro encontro do Sínodo, também porque estará presente o cardeal Baldisseri, que é o secretário-geral do Sínodo dos Bispos. Na Amazônia, o Papa Francisco entregará várias cópias da encíclica “Laudato Si” na língua local.

O Papa, como fez tantas vezes no passado, quer conversar com os povos indígenas, quer mostrar respeito por eles, precisamente ali, onde se encontram. Ao mesmo tempo, há o tema do respeito pelos povos e também pela Criação. Então, há também uma ligação com a encíclica “Laudato si”. Uma ocasião para reafirmar que podemos aprender muito das populações indígenas, sobretudo no que diz respeito à relação com a natureza. Tanto no Chile quanto no Peru, o Papa Francisco se encontrará com sacerdotes jesuítas. No Peru, os jesuítas celebram os 450 anos de presença no país.

Dados da Igreja

Professor Fernando Altemeyer Junior, do Departamento de Ciência a Religião da PUC-SP, enviou para assessoria de imprensa da CNBB dados atualizados da Igreja nos dois países que irão receber a visita do Papa Francisco.

Chile

Território: 656.950 quilômetros quadrados.

Línguas oficiais: espanhol e idiomas nacionais indígenas.

Atualmente 17.403.000 habitantes, dos quais 12.883.000 católicos, ou seja, 74 % da população, segundo estatísticas publicadas pela Santa Sé. O Pew Research Center mostra um índice de 64% no ano 2014. Há 27 circunscrições eclesiásticas, sendo 5 arquidioceses ou sedes metropolitanas, 19 dioceses, 1 prelazia territorial, 1 vicariato apostólico e 1 ordinariato militar. Existem 954 paróquias, 4.068 centros de atendimento pastoral.

São 52 bispos chilenos vivos em 15/12/2017: 3 cardeais arcebispos, 1 núncio apostólico, 4 arcebispos, 5 arcebispos eméritos, 19 bispos diocesanos, 6 bispos auxiliares, 1 prelado na ativa, 1 vigário apostólico, e 12 bispos eméritos.

Trabalham no país como agentes da pastoral: 2.415 sacerdotes (1.182 do clero secular e 1.233 do clero religioso ou regular), 1.029 diáconos permanentes, 476 membros dos institutos seculares, 1.611 missionários leigos, 384 irmãos, 659 seminaristas maiores, 4.303 religiosas consagradas, 46.282 catequistas. Batizados em 2012 foram 131.995 novos membros.

Os irmãos protestantes, de igrejas da Reforma e anglicanos, segundo o PEW Research Center são 17%, os sem religião 16 %, e há 3 % de outros credos religiosos que incluem judeus, muçulmanos, testemunhas de Jeová e tradições indígenas.

Os primórdios da evangelização remontam a uma primeira paróquia datada de 1547. A primeira diocese Santiago de Chile foi erigida em 27/06/1561. Foi indicado como primeiro bispo Mons. Rodrigo González de Marmolejo (27/06/1561 – faleceu em 09/10/1564).

27 Circunscrições eclesiásticas católicas no Chile:
1. Antofagasta (Arquidiocese)
2. Aysén (Vicariato Apostólico)
3. Chile, Militar (Ordinariato Militar)
4. Chillán (Diocese)
5. Concepción (Santissima Concezione) (Arquidiocese)
6. Copiapó (Diocese)
7. Illapel (Prelazia Territorial)
8. Iquique (Diocese)
9. La Serena (Arquidiocese)
10. Linares (Diocese)
11. Melipilla (Diocese)
12. Osorno (Diocese)
13. Puerto Montt (Arquidiocese)
14. Punta Arenas (Diocese)
15. Rancagua (Diocese)
16. San Bernardo (Diocese)
17. San Carlos de Ancud (Diocese)
18. San Felipe (Diocese)
19. San Juan Bautista de Calama (Diocese)
20. San Marcos de Arica (Diocese)
21. Santa Maria de Los Angeles (Diocese)
22. Santiago de Chile (Arquidiocese)
23. Talca (Diocese)
24. Temuco (Diocese)
25. Valdivia (Diocese)
26. Valparaíso (Diocese)
27. Villarrica (Diocese)
Vacantes: Valdívia.

Peru

Território: 1.285.216 quilômetros quadrados.

Línguas oficiais: Quéchua, Aimara e espanhol e dezenas de idiomas nacionais indígenas.

Atualmente 30.478.000 habitantes, dos quais 27.010.000 católicos, ou seja, 88,6 % da população, segundo estatísticas publicadas pela Santa Sé. O Pew Research Center mostra um índice de 76 % no ano 2014. Há 45 circunscrições eclesiásticas, sendo 7 arquidioceses ou sedes metropolitanas, 19 dioceses, 10 prelazias territoriais, 8 vicariatos apostólicos e 1 ordinariato militar. Existem 1.587 paróquias, 6.771 centros de atendimento pastoral.

São os atuais ministros do povo de Deus: 74 prelados peruanos vivos em 15/12/2017:
1 cardeal arcebispo eleitor, 1 núncio apostólico, 6 arcebispos, 3 arcebispos eméritos, 20 bispos diocesanos, 4 bispos auxiliares, 10 prelados, 8 vigários apostólicos e 21 eméritos.

Trabalham no país como agentes da pastoral: 3.260 sacerdotes (1.937 do clero secular e 1.323 do clero religioso ou regular), 61 diáconos permanentes, 165 membros de institutos seculares, 11.361 missionários leigos, 542 irmãos, 1.826 seminaristas maiores, 5.697 religiosas consagradas, 55.963 catequistas. Batizados em 2012 foram 364.330 novos membros.

Os irmãos protestantes, de igrejas da Reforma e anglicanos, segundo o PEW Research Center são 17 %, os sem religião 4 %, e há 3 % de outros credos religiosos que incluem judeus, muçulmanos, religiões japonesas e tradições indígenas.

O primórdio da evangelização remonta ao ano 1532, mesclada à ação destrutiva dos conquistadores espanhóis tal qual Francisco Pizarro (1471-1541). Em 05/09/1536 é erigida a primeira diocese, em Cuzco. A primeira santa latino-americana é a peruana Santa Rosa de Lima, dominicana terciária falecida em 1617 e canonizada em 1671.

45 Circunscrições eclesiásticas católicas no Peru

1. Abancay (Diocese)
2. Arequipa (Arquidiocese)
3. Ayacucho o Huamanga (Arquidiocese)
4. Ayaviri (Prelazia Territorial)
5. Cajamarca (Diocese)
6. Callao (Diocese)
7. Carabayllo (Diocese)
8. Caravelí (Prelazia Territorial)
9. Chachapoyas (Diocese)
10. Chiclayo (Diocese)
11. Chimbote (Diocese)
12. Chosica (Diocese)
13. Chota (Prelazia Territorial)
14. Chulucanas (Diocese)
15. Chuquibamba (Prelazia Territorial)
16. Chuquibambilla (Prelazia Territorial)
17. Cuzco (Arquidiocese)
18. Huacho (Diocese)
19. Huamachuco (Prelazia Territorial)
20. Huancavélica (Diocese)
21. Huancayo (Arquidiocese)
22. Huánuco (Diocese)
23. Huaraz (Diocese)
24. Huarí (Diocese)
25. Ica (Diocese)
26. Iquitos (Vicariato Apostólico)
27. Jaén en Peru o San Francisco Javier (Vicariato Apostólico)
28. Juli (Prelazia Territorial)
29. Lima (Arquidiocese)
30. Lurín (Diocese)
31. Moyobamba (Prelazia Territorial)
32. Peru, Militar (Ordinariato Militar)
33. Piura (Arquidiocese)
34. Pucallpa (Vicariato Apostólico)
35. Puerto Maldonado (Vicariato Apostólico)
36. Puno (Diocese)
37. Requena (Vicariato Apostólico)
38. San José del Amazonas (Vicariato Apostólico)
39. San Ramón (Vicariato Apostólico)
40. Sicuani (Prelazia Territorial)
41. Tacna y Moquegua (Diocese)
42. Tarma (Diocese)
43. Trujillo (Arquidiocese)
44. Yauyos (Prelazia Territorial)
45. Yurimaguas (Vicariato Apostólico)

Vacante: Yurimaguas (Vicariato Apostólico)

semana do pobre (3)

A Igreja realiza de 12 a 19 de novembro, a Jornada Mundial dos Pobres, com o tema: “Não amemos com palavras, mas com obras”. Trata-se, segundo mensagem do papa Francisco, publicada dia 17 de junho deste ano, de um convite dirigido a todos, independente de sua crença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade.

Segundo o santo padre, o amor não admite álibes. “Quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres”, diz trecho do texto. Instituído pelo chefe da Igreja Católica na conclusão do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, o primeiro Dia Mundial dos Pobres será celebrado pela Igreja em todo mundo no próximo dia 19 de novembro, 33º domingo do Tempo Comum.

No Brasil, a animação e coordenação das atividades foi delegada à Cáritas Brasileira, um dos organismos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por sua experiência na realização Semana da Solidariedade. Para o bispo de Aracaju (SE), presidente da Cáritas Brasileira, dom João José Costa, as respostas sobre que fazer só virão se a Igreja e os cristãos se colocarem de forma próxima aos empobrecidos e sentir a sua dor. “A proximidade faz com que o Espírito Santo desperte em cada um de nós a criatividade para que possamos ter iniciativas concretas para transformar a realidade”, disse.

De acordo com estudo divulgado em fevereiro pelo Banco Mundial, o número de pessoas vivendo na pobreza no Brasil deverá aumentar entre 2,5 milhões e 3,6 milhões até o fim de 2017. Segundo o documento, a atual crise econômica representa uma séria ameaça aos avanços na redução da pobreza e da desigualdade. O Banco Mundial também atribuiu a ações sociais protetivas como o Bolsa Família, um papel fundamental para evitar que mais brasileiros entrem na linha da miséria. A pesquisa aponta ainda que o aumento da pobreza vai se dar principalmente em áreas urbanas, e menos em áreas rurais, isso porque nas áreas rurais essas taxas já são mais elevadas.

Objetivo e material da Jornada – O diretor-executivo da Cáritas Brasileira, Luiz Claudio Mandela, lembra que a Jornada Mundial dos Pobres, em comunhão com a Semana da Solidariedade, quer acima de tudo chamar atenção de forma organizada, reflexiva e também em oração para a grande condição de vulnerabilidade e desigualdade por que passa grande parte da população do mundo e do Brasil.

A Cáritas Brasileira preparou o cartaz e o subsídio com sugestões de ações para esta semana. A proposta, segundo o diretor-executivo da Cáritas, é que as comunidades, igrejas, escolas e toda sociedade realizem, por meio do que propõem a cartilha, as “Ruas Solidárias” e “Rodas de Conversa” cujo objetivo é proporcionar espaços, momentos e dinâmicas para que as pessoas, em suas mais várias localidades, possam refletir e olhar, em forma de oração, sobre esta realidade.

O presidente da Cáritas Brasileira convida cada um a dar a sua contribuição. “Se vamos mudar o mundo não sei, mas o importante é cada um fazer a sua parte”, disse. O bispo lembrou de madre Tereza de Calcutá que não desanimava quando se tratava de realizar obras em favor dos pobres. A religiosa, declarada santa pelo papa Francisco em 04/09/2016, dizia que somos uma gota d’água no oceano, mas que este seria menor sem aquela. “Que durante esta semana possamos fixar o nosso olhar nesta realidade que desafia todo nosso mundo para que se transforme na casa do Bem Viver, onde todas as pessoas sejam reconhecidas e acolhidas em sua dignidade”, concluiu dom João José.

Acompanhe e compartilhe as ações nas redes sociais da Cáritas Brasileira durante a Jornada Mundial dos Pobres – Semana da Solidariedade entre os dias 12 e 19 de Novembro.

Baixe a mensagem do papa Francisco aqui: https://w2.vatican.va

Baixe a Cartilha preparada pela Cáritas aqui:http://caritas.org.br

Baixe o cartaz da Jornada aqui:http://caritas.org.br

CNBB

Um Sínodo dos Bispos sobre a juventude II

[dropcap]E[/dropcap]m continuidade ao artigo anterior sobre o Sínodo dos Bispos sobre a Juventude que acontecerá em Outubro de 2018, faz-se necessário acrescentar que a segunda parte trata das questões da Fé, do Discernimento e da Vocação. A Igreja quer reiterar o seu desejo de encontrar, acompanhar e cuidar dos jovens. Ela crê na importância de cada pessoa encontrar o seu caminho, em outras palavras, realizar a sua vocação. O Papa Francisco chama atenção sobre o cuidado que a Igreja deve ter com as pessoas, especialmente os jovens: “O cuidar, o guardar, requer bondade, requer que seja praticado com ternura. Nos evangelhos, São José aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador, mas no seu íntimo sai uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos; antes, pelo contrário, denota fortaleza de espírito e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura o outro, capacidade de amor (Homilia, 01 de março de 2013).

papa jovens
A Igreja quer colocar-se à escuta voz, da sensibilidade, da fé e também das dúvidas e das críticas dos jovens. Temos de ouvir os jovens! (Instagram Papa Francisco)

O texto relaciona “Fé e vocação”. Primeiro explica que Vocação é a alegria do amor, é o apelo fundamental que Deus inscreve no coração de cada jovem, a fim de que sua experiência possa dar fruto. Em seguida explica o que é a fé: “Não é um refúgio para gente sem coragem, mas a dilatação da vida. Faz descobrir uma grande chamada – a vocação ao amor – e assegura que este amor é fiável, que vale a pena entregar-se a ele, porque seu fundamento se encontra na fidelidade de Deus, que é mais forte que toda a nossa fragilidade” (Lumen fidei, 53). Ela torna-se luz que ilumina todas as nossas relações sociais e, por fim, contribui para construirmos o mundo dos “sonhos de Deus”.

A Bíblia apresenta numerosas narrações de vocação e de respostas de jovens. Vale a pena citar alguns: Moisés (Ex 3, 1-14); Samuel (ISm 3,1-21); Isaías (Is 6,1-13); Jeremias (Jr 1, 4-19); os primeiros discípulos (Mt 4, 18-22); Escolha dos Doze (Mt 10,1-15), etc. À luz da fé, eles tomam gradualmente consciência do projeto de amor apaixonado que Deus tem para cada um. Acreditar significa colocar-se à escuta do Espírito e em diálogo com a Palavra, que é caminho, verdade e vida e com toda a própria inteligência e afetividade aprender a dar-lhe confiança encarnando-a na própria vida. O espaço para este diálogo é a consciência que “é o centro mais secreto e o santuário do homem, no qual ele se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na intimidade do seu ser” (Gaudium et Spes, 16).

Outro elemento importante é o discernimento. O texto explica que o discernimento é “tomar decisões e orientar as ações pessoais em situações de incerteza e perante impulsos interiores contrastantes”. Aparece a necessidade do conhecimento da Palavra de Deus através da escuta e da oração. Como viver a Boa Notícia do Evangelho e responder ao chamamento que o Senhor dirige a todos aqueles dos quais vai ao encontro através do casamento, do ministério ordenado, da vida religiosa, no serviço aos últimos, no compromisso na política? Os trechos evangélicos que narram o encontro de Jesus com as pessoas do seu tempo evidenciam elementos que nos ajudam a traçar o perfil ideal de quem acompanha o jovem no discernimento vocacional: o olhar amoroso (Jo 1,35-51), a palavra autorizada (Lc 4,32), a capacidade de se fazer próximo (Lc 10, 25-37), a escolha de caminhar ao lado e o testemunho de autenticidade (Lc 24,13-34), sem medo de ir contra os preconceitos ( Jo 13,1-20).

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina

Amados irmãos e irmãs!

A Quaresma é um novo começo, uma estrada que leva a um destino seguro: a Páscoa de Ressurreição, a vitória de Cristo sobre a morte. E este tempo não cessa de nos dirigir um forte convite à conversão: o cristão é chamado a voltar para Deus «de todo o coração» (Jl 2, 12), não se contentando com uma vida medíocre, mas crescendo na amizade do Senhor. Jesus é o amigo fiel que nunca nos abandona, pois, mesmo quando pecamos, espera pacientemente pelo nosso regresso a Ele e, com esta espera, manifesta a sua vontade de perdão (cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016).

A Quaresma é o momento favorável para intensificarmos a vida espiritual através dos meios santos que a Igreja nos propõe: o jejum, a oração e a esmola. Na base de tudo isto, porém, está a Palavra de Deus, que somos convidados a ouvir e meditar com maior assiduidade neste tempo. Aqui queria deter-me, em particular, na parábola do homem rico e do pobre Lázaro (cf. Lc 16, 19-31). Deixemo-nos inspirar por esta página tão significativa, que nos dá a chave para compreender como temos de agir para alcançarmos a verdadeira felicidade e a vida eterna, incitando-nos a uma sincera conversão.

  1. O outro é um dom

A parábola inicia com a apresentação dos dois personagens principais, mas quem aparece descrito de forma mais detalhada é o pobre: encontra-se numa condição desesperada e sem forças para se solevar, jaz à porta do rico na esperança de comer as migalhas que caem da mesa dele, tem o corpo coberto de chagas, que os cães vêm lamber (cf. vv. 20-21). Enfim, o quadro é sombrio, com o homem degradado e humilhado.

A cena revela-se ainda mais dramática, quando se considera que o pobre se chama Lázaro, um nome muito promissor pois significa, literalmente, «Deus ajuda». Não se trata duma pessoa anónima; antes, tem traços muito concretos e aparece como um indivíduo a quem podemos atribuir uma história pessoal. Enquanto Lázaro é como que invisível para o rico, a nossos olhos aparece como um ser conhecido e quase de família, torna-se um rosto; e, como tal, é um dom, uma riqueza inestimável, um ser querido, amado, recordado por Deus, apesar da sua condição concreta ser a duma escória humana (cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016).

Lázaro ensina-nos que o outro é um dom. A justa relação com as pessoas consiste em reconhecer, com gratidão, o seu valor. O próprio pobre à porta do rico não é um empecilho fastidioso, mas um apelo a converter-se e mudar de vida. O primeiro convite que nos faz esta parábola é o de abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom, seja ela o nosso vizinho ou o pobre desconhecido. A Quaresma é um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo. Cada um de nós encontra-o no próprio caminho. Cada vida que se cruza connosco é um dom e merece aceitação, respeito, amor. A Palavra de Deus ajuda-nos a abrir os olhos para acolher a vida e amá-la, sobretudo quando é frágil. Mas, para se poder fazer isto, é necessário tomar a sério também aquilo que o Evangelho nos revela a propósito do homem rico.

  1. O pecado cega-nos

A parábola põe em evidência, sem piedade, as contradições em que vive o rico (cf. v. 19). Este personagem, ao contrário do pobre Lázaro, não tem um nome, é qualificado apenas como «rico». A sua opulência manifesta-se nas roupas, de um luxo exagerado, que usa. De facto, a púrpura era muito apreciada, mais do que a prata e o ouro, e por isso se reservava para os deuses (cf. Jr 10, 9) e os reis (cf. Jz 8, 26). O linho fino era um linho especial que ajudava a conferir à posição da pessoa um caráter quase sagrado. Assim, a riqueza deste homem é excessiva, inclusive porque exibida habitualmente: «Fazia todos os dias esplêndidos banquetes» (v. 19). Entrevê-se nele, dramaticamente, a corrupção do pecado, que se realiza em três momentos sucessivos: o amor ao dinheiro, a vaidade e a soberba (cf. Homilia na Santa Missa, 20 de setembro de 2013).

O apóstolo Paulo diz que «a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro» (1 Tm 6, 10). Esta é o motivo principal da corrupção e uma fonte de invejas, contendas e suspeitas. O dinheiro pode chegar a dominar-nos até ao ponto de se tornar um ídolo tirânico (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 55). Em vez de instrumento ao nosso dispor para fazer o bem e exercer a solidariedade com os outros, o dinheiro pode-nos subjugar, a nós e ao mundo inteiro, numa lógica egoísta que não deixa espaço ao amor e dificulta a paz.

Depois, a parábola mostra-nos que a ganância do rico fá-lo vaidoso. A sua personalidade vive de aparências, fazendo ver aos outros aquilo que se pode permitir. Mas a aparência serve de máscara para o seu vazio interior. A sua vida está prisioneira da exterioridade, da dimensão mais superficial e efémera da existência (cf. ibid., 62).

O degrau mais baixo desta deterioração moral é a soberba. O homem veste-se como se fosse um rei, simula a posição dum deus, esquecendo-se que é um simples mortal. Para o homem corrompido pelo amor das riquezas, nada mais existe além do próprio eu e, por isso, as pessoas que o rodeiam não caiem sob a alçada do seu olhar. Assim o fruto do apego ao dinheiro é uma espécie de cegueira: o rico não vê o pobre esfomeado, chagado e prostrado na sua humilhação.

Olhando para esta figura, compreende-se por que motivo o Evangelho é tão claro ao condenar o amor ao dinheiro: «Ninguém pode servir a dois senhores: ou não gostará de um deles e estimará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro» (Mt 6, 24).

  1. A Palavra é um dom

O Evangelho do homem rico e do pobre Lázaro ajuda a prepararmo-nos bem para a Páscoa que se aproxima. A liturgia de Quarta-Feira de Cinzas convida-nos a viver uma experiência semelhante à que faz de forma tão dramática o rico. Quando impõe as cinzas sobre a cabeça, o sacerdote repete estas palavras: «Lembra-te, homem, que és pó da terra e à terra hás de voltar». De facto, tanto o rico como o pobre morrem, e a parte principal da parábola desenrola-se no Além. Dum momento para o outro, os dois personagens descobrem que nós «nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele» (1 Tm 6, 7).

Também o nosso olhar se abre para o Além, onde o rico tece um longo diálogo com Abraão, a quem trata por «pai» (Lc 16, 24.27), dando mostras de fazer parte do povo de Deus. Este detalhe torna ainda mais contraditória a sua vida, porque até agora nada se disse da sua relação com Deus. Com efeito, na sua vida, não havia lugar para Deus, sendo ele mesmo o seu único deus.

Só no meio dos tormentos do Além é que o rico reconhece Lázaro e queria que o pobre aliviasse os seus sofrimentos com um pouco de água. Os gestos solicitados a Lázaro são semelhantes aos que o rico poderia ter feito, mas nunca fez. Abraão, porém, explica-lhe: «Recebeste os teus bens na vida, enquanto Lázaro recebeu somente males. Agora, ele é consolado, enquanto tu és atormentado» (v. 25). No Além, restabelece-se uma certa equidade, e os males da vida são contrabalançados pelo bem.

Mas a parábola continua, apresentando uma mensagem para todos os cristãos. De facto o rico, que ainda tem irmãos vivos, pede a Abraão que mande Lázaro avisá-los; mas Abraão respondeu: «Têm Moisés e os Profetas; que os oiçam» (v. 29). E, à sucessiva objeção do rico, acrescenta: «Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, tão-pouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos» (v. 31).

Deste modo se patenteia o verdadeiro problema do rico: a raiz dos seus males é não dar ouvidos à Palavra de Deus; isto levou-o a deixar de amar a Deus e, consequentemente, a desprezar o próximo. A Palavra de Deus é uma força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar de novo a pessoa para Deus. Fechar o coração ao dom de Deus que fala, tem como consequência fechar o coração ao dom do irmão.

Amados irmãos e irmãs, a Quaresma é o tempo favorável para nos renovarmos, encontrando Cristo vivo na sua Palavra, nos Sacramentos e no próximo. O Senhor – que, nos quarenta dias passados no deserto, venceu as ciladas do Tentador – indica-nos o caminho a seguir. Que o Espírito Santo nos guie na realização dum verdadeiro caminho de conversão, para redescobrirmos o dom da Palavra de Deus, sermos purificados do pecado que nos cega e servirmos Cristo presente nos irmãos necessitados. Encorajo todos os fiéis a expressar esta renovação espiritual, inclusive participando nas Campanhas de Quaresma que muitos organismos eclesiais, em várias partes do mundo, promovem para fazer crescer a cultura do encontro na única família humana. Rezemos uns pelos outros para que, participando na vitória de Cristo, saibamos abrir as nossas portas ao frágil e ao pobre. Então poderemos viver e testemunhar em plenitude a alegria da Páscoa.

Papa Francisco