Por uma cultura da não violência
Rezemos pela maior difusão de uma cultura da não violência, que implica um cada vez menor recurso às armas, seja da parte dos Estados, seja da parte dos cidadãos.
Reflexão
Vivemos num mundo dilacerado por inúmeros conflitos, sejam eles bélicos, de tensão entre culturas, de ideologias ou de intolerância. Podemos dizer com o Papa Francisco que hoje se vive uma violência que se exerce «aos pedaços». Basta pensar na guerra da Ucrânia, por exemplo, nas notícias de terrorismo e atentados, na criminalidade, nos maus-tratos ou no tráfico de seres humano. A violência traz consigo o sofrimento de muitas vítimas inocentes.
Para além das realidades globais, até na nossa vida quotidiana podemos identificar a cultura da violência, seja a nível verbal – na crítica destrutiva, na difamação e na calúnia –, seja na violência usada por egoísmo, vingança e interesses de poder. A violência gera indiferença e desprezo pelos mais vulneráveis.
Diz o Papa Francisco na Encíclica “Fratelli tutti” que «cada ato de violência cometido contra um ser humano é uma ferida na carne da humanidade; cada morte violenta “diminui-nos” como pessoas. (…) A violência gera mais violência, o ódio gera mais ódio, e a morte mais morte. Temos de quebrar esta corrente que aparece como inelutável». Precisamos de recuperar um outro modo de viver as relações interpessoais, sociais e internacionais, deixando-nos guiar pela caridade. A intenção do Papa Francisco leva-nos, por isso, a desejar que o estilo caraterístico das nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas ações quotidianas e da política em todas as suas formas seja o da cultura da não violência.
Oração
Jesus Cristo, Príncipe da paz, manso e humilde de coração,
ensina-nos a forjar um coração como o teu.
Envia o teu Espírito Santo aos nossos pensamentos
para que não nos deixemos seduzir pela cultura do conflito.
Que o seu abrasador Amor incendeie os nossos corações
e nos guie até à cultura do encontro,
da não violência, visível nas nossas decisões,
nas nossas ações, no cuidado pelo outro.
Ajuda-nos a perceber que a não violência
concretiza-se na nossa vida, nos pensamentos,
palavras e ações que dirigimos aos nossos irmãos e irmãs.
Dá-nos a coragem de um estilo pacífico, que procura o encontro,
o diálogo, a aceitação da diferença
e a não violência diante de toda a dificuldade.
Coração de Jesus, dá-nos um coração semelhante ao teu!
Amém.
Desafios
Não violência – Ganhar perspectiva antes de reagir.
Não rivalidade – Colocar-me na pele do outro e tentar compreender porque faz o que faz.
Não magoar o outro – Falar sempre com caridade.
Não à inimizade – Não cortar relações, ainda que esfriem ou brote alguma distância necessária.
Desarmar-nos – Assumir como ponto de partida a benevolência.