Por uma cultura da não violência

Rezemos pela maior difusão de uma cultura da não violência, que implica um cada vez menor recurso às armas, seja da parte dos Estados, seja da parte dos cidadãos.

Reflexão

Vivemos num mundo dilacerado por inúmeros conflitos, sejam eles bélicos, de tensão entre culturas, de ideologias ou de intolerância. Podemos dizer com o Papa Francisco que hoje se vive uma violência que se exerce «aos pedaços». Basta pensar na guerra da Ucrânia, por exemplo, nas notícias de terrorismo e atentados, na criminalidade, nos maus-tratos ou no tráfico de seres humano. A violência traz consigo o sofrimento de muitas vítimas inocentes.

Para além das realidades globais, até na nossa vida quotidiana podemos identificar a cultura da violência, seja a nível verbal – na crítica destrutiva, na difamação e na calúnia –, seja na violência usada por egoísmo, vingança e interesses de poder. A violência gera indiferença e desprezo pelos mais vulneráveis.

Diz o Papa Francisco na Encíclica “Fratelli tutti” que «cada ato de violência cometido contra um ser humano é uma ferida na carne da humanidade; cada morte violenta “diminui-nos” como pessoas. (…) A violência gera mais violência, o ódio gera mais ódio, e a morte mais morte. Temos de quebrar esta corrente que aparece como inelutável». Precisamos de recuperar um outro modo de viver as relações interpessoais, sociais e internacionais, deixando-nos guiar pela caridade. A intenção do Papa Francisco leva-nos, por isso, a desejar que o estilo caraterístico das nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas ações quotidianas e da política em todas as suas formas seja o da cultura da não violência.

Oração

Jesus Cristo, Príncipe da paz, manso e humilde de coração,
ensina-nos a forjar um coração como o teu.
Envia o teu Espírito Santo aos nossos pensamentos
para que não nos deixemos seduzir pela cultura do conflito.
Que o seu abrasador Amor incendeie os nossos corações
e nos guie até à cultura do encontro,
da não violência, visível nas nossas decisões,
nas nossas ações, no cuidado pelo outro.
Ajuda-nos a perceber que a não violência
concretiza-se na nossa vida, nos pensamentos,
palavras e ações que dirigimos aos nossos irmãos e irmãs.
Dá-nos a coragem de um estilo pacífico, que procura o encontro,
o diálogo, a aceitação da diferença
e a não violência diante de toda a dificuldade.
Coração de Jesus, dá-nos um coração semelhante ao teu!
Amém.

Desafios

Não violência – Ganhar perspectiva antes de reagir.

Não rivalidade – Colocar-me na pele do outro e tentar compreender porque faz o que faz.

Não magoar o outro – Falar sempre com caridade.

Não à inimizade – Não cortar relações, ainda que esfriem ou brote alguma distância necessária.

Desarmar-nos – Assumir como ponto de partida a benevolência.

Pelas vítimas de abusos 🙏🏻

Neste mês de março, o Papa Francisco nos convida a rezar por quantos sofrem por causa do mal cometido por parte de membros da comunidade eclesial: para que encontrem na própria Igreja uma resposta concreta às suas dores e aos seus sofrimentos.

Reflexão

A intenção do Papa Francisco para o mês de março vai ao encontro de um tema sensível que temos conhecido nos últimos anos: os abusos dentro da Igreja, sejam eles abusos de consciência, de poder ou sexuais. É uma realidade dolorosa para a Igreja de Cristo, chamada a ser uma comunidade de fé, esperança e amor, que comunica aos homens os frutos da salvação.

“O abuso de homens e mulheres da Igreja é uma monstruosidade”, diz claramente o Papa. Neste mês, o convite que nos é feito é de rezarmos por quem sofre este mal cometido por parte de membros da Igreja. Mas a intenção vai mais longe e pede para que se reze pela própria comunidade eclesial, para que encontre em si uma resposta concreta às dores e aos sofrimentos destas pessoas.

A Igreja é “chamada a combater este mal que atinge o centro da sua missão: anunciar o Evangelho aos pequeninos e protegê-los dos lobos vorazes. O objetivo da Igreja será ouvir, tutelar, proteger e tratar os menores abusados, explorados e esquecidos, onde quer que estejam”, diz o Papa Francisco. É necessário criar espaços para escutar e acolher com respeito e verdade as vítimas.

Ao mesmo tempo, é preciso que estas encontrem no seio da Igreja quem as ouça e ofereça uma resposta concreta à suas dores e ao seu sofrimento. A Igreja tem ainda de saber curar as feridas do mal provocado através de medidas concretas e eficazes. No início do seu pontificado, que completa este mês dez anos, o Papa já dizia que aquilo que a Igreja mais precisa é de curar feridas e aquecer o coração dos fiéis.

Oração

Pai, Tu que és compassivo e misericordioso, acolhe no teu Amor aqueles que sofrem as dores causadas pelo horror dos abusos cometidos por aqueles que deveriam ser na Igreja pais, mães, pastores e irmãos. Dá-nos um coração misericordioso face a esta miséria humana; um coração grande para ouvir aqueles que sofrem; braços abertos que nunca se cansem de abraçar; discernimento claro para responder à dor; azeite e vinho para curar as suas feridas. Que cuidemos dos que sofrem sendo samaritanos e mantendo a estalagem aberta. Ajuda-nos a ajudar os nossos irmãos e irmãs que sofrem ou tenham sofrido abusos na Igreja! Amém

Desafios

– Criar espaço para os que sofrem abusos

– Ter um coração disponível para a escuta.

– Escutar: Dar tempo ao outro para que partilhe o que vive.

– Acolher: Empenhar-se na ajuda às vítimas de qualquer tipo de abuso.

– Dar resposta à dor: Aliviar o sofrimento do próximo.

– Curar feridas: Concretizar com gestos de compaixão.

Pelas paróquias 🙏🏻

Rezemos para que as paróquias, pondo no centro a comunhão, sejam cada vez mais comunidades de fé́, de fraternidade e de acolhimento dos mais necessitados.

Reflexão

No mês de fevereiro, o Papa Francisco pede-nos para rezarmos pelas paróquias. Chama-lhes «comunidade de comunidades» por ser aí que as comunidades cristãs celebram os sacramentos, a vivência da fé na liturgia, a prática da fraternidade e o acolhimento dos mais necessitados.

Embora a dimensão territorial tenha uma importância grande na vida das paróquias, estas são mais do que edifícios ou conjunto de estruturas complicadas que respondem aos serviços administrativos paroquiais. Acima de tudo, devem ser lugares da «própria Igreja que vive no meio das casas dos seus filhos e das suas filhas», lembra o Papa Francisco, pondo cada um e cada uma como centro da sua ação.

As paróquias têm de estar em contato com as famílias e com a vida do povo cristão. Assim, o que identifica as paróquias deve ser o espaço que reúne a comunidade de fiéis com o pároco num caminhar em conjunto.

Outra dimensão importante da comunidade paroquial é a sua missão de evangelização. Esta realiza-se na complementaridade, na medida em que cada um dos membros põe a serviço de todos os seus dons e talentos. Mas é preciso também que a paróquia se deixe evangelizar pelos pobres. Como afirma ainda o Papa Francisco, «muitas vezes a comunidade paroquial é o primeiro lugar de encontro humano e pessoal dos pobres com o rosto da Igreja».

Nesta intenção do Papa, somos desafiados a interrogar-nos sobre a nossa pertença e participação na paróquia onde vivemos.

Oração

Vimos ao teu encontro, Senhor, como irmãos e irmãs de uma comunidade paroquial. Somos frágeis e nem sempre fazemos comunhão. Precisamos de ser comunidade de comunidades que ponha as pessoas sempre no centro, acolhendo o que cada um é e tem. Envia o teu Espírito sobre nós para construirmos uma verdadeira comunidade cristã, que nasça da partilha da fé, da fraternidade e do acolhimento aos que mais precisam. Ajuda-nos, Pai, a construir espaços de participação viva e comunhão, cheios de espírito missionário. Dá-nos a graça de ser uma comunidade paroquial que evangeliza e se deixa evangelizar pelos mais pobres, como sinal de que o todo o amor e esperança se encontram em Ti.

Amém

Desafios

– Ser comunidades: Rezar e partilhar com a comunidade paroquial.

– Com as pessoas no centro: Ser próximo das famílias e outros grupos da paróquia.

– Ao serviço da fé: Imaginar e propor novas práticas evangelizadoras.

– Ao serviço da fraternidade: Ser agente de reconciliação.

– Ao serviço dos mais necessitados: Avaliar e renovar o compromisso da comunidade com os pobres e os mais necessitados.

Rede Mundial de Oração do Papa

Vamos rezar pelas intenções do Papa?

A cada mês, o Papa Francisco propõe intenções para a oração dos fiéis, confiadas especialmente à Rede Mundial de Oração, o Apostolado da Oração. Acompanhe pelos meios de comunicação da arquidiocese, a cada mês, as intenções do Santo Padre e reze com toda a Igreja.

JANEIRO: PELOS EDUCADORES

A primeira intenção de oração do Papa Francisco para 2023 vai ao encontro dos educadores. O Papa pede para rezarmos para que os educadores sejam testemunhas credíveis do Evangelho na construção de um mundo mais fraterno.


Na nossa sociedade, muitas vezes competitiva, é preciso aprender a colaborar. É necessário ensinar os jovens a encarar cada pessoa como um irmão e não como um adversário, aprendendo a trabalhar juntos na construção de um mundo melhor. Em especial, os educadores devem cuidar dos jovens mais vulneráveis.


Como afirma a Carta Encíclica “Fratelli Tutti” e o Documento sobre a fraternidade humana em prol da paz mundial e da convivência comum, é essencial criar uma educação integral que ajude a conhecer o outro, diferente na cultura, na língua, nas crenças e na tradição espiritual e religiosa.


Uma sã educação promove os valores morais e capacita para se enfrentarem as tendências individualistas, egoístas, conflituais, o radicalismo e o extremismo cego em todas as suas formas e manifestações. As diferenças são uma riqueza. Educar para uma coexistência pacífica no respeito mútuo é o caminho para a fraternidade.
Na Carta Encíclica Laudato Si’ é ainda recordada a necessidade de educar para o cuidado da casa comum, indo para além das atitudes ecológicas no dia a dia, ensinando a viver numa convivência colaborativa. Educar significa sobretudo ser testemunhas consistentes, ensinando com a própria vida, porque se comunica muito aos outros na forma como se vive.


Oração
Jesus, bom Mestre, como te chamou o jovem do Evangelho, a tua vida foi testemunho vivo de amor e de acolhimento. Ensinaste-nos com a tua coerência que o amor se põe nas obras fazendo o que dizias e sendo testemunha credível do amor do Pai. Contemplando-te no Evangelho compreendemos que só podemos comunicar aos outros o que vivemos. Por isso te pedimos que ensines o teu estilo àqueles que educam; que eles comuniquem com atitudes concretas, e também com palavras, a fraternidade, o respeito mútuo e o valor da diferença. Que o teu Espírito de Amor infunda neles a tua maneira de proceder com os mais frágeis, ajudando-os a construir uma vida digna enraizada em Ti e aberta aos irmãos e às irmãs. Amém.
Desafios

  • Dar testemunho com a própria vida: cultivar um estilo de vida que seja sinal das convicções e crenças de um discípulo de Jesus.
  • Coerência: Procurar ser coerente na forma como vivemos a relação com os outros, o mundo e o Senhor e aquilo que exigimos aos outros.
  • Viver a fraternidade: Agir de forma a crescermos em amor e serviço às irmãs e aos irmãos.
  • Ajudar os vulneráveis: Dedicar tempo a formar e a educar os que precisam de nós.
  • Comunicar com alegria: Procurar viver com alegria as exigências de cada dia.

O momento de espiritualidade será conduzido pela evangelizadora Adma Augusta

Adma Augusta/Foto:Divulgação

A Pastoral do Empreendedor (PE) de Londrina realiza no dia 28 de setembro, a partir das 19h30, a Noite de Oração e de Cura Interior para Empreendedores Católicos com a radialista e evangelizadora Adma Augusta da Silva.

O momento de espiritualidade ocorrerá no auditório da Paróquia Nossa Senhora das Graças (Decanato Centro). Será gratuito e com vagas limitadas. Como gesto concreto, a pastoral está pedindo que os participantes levem 1kg de alimento, que será doado para os Vicentinos da Paróquia Nossa Senhora das Graças.

A pregadora Adma Augusta é, por si só, testemunha das maravilhas que Deus pode fazer quando existe fé verdadeira e acreditamos que Ele tem um propósito para cada um de nós. Além de todas as dificuldades que passou ao longo da vida, em 2020, ela enfrentou uma grande batalha: a COVID-19. Foram dois meses internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), em estado grave, e mais três meses internada em casa.

A Noite de Oração e de Cura Interior com a Adma promete ser um momento de profunda espiritualidade, reflexão e encontro com Deus. Um tempo para os empreendedores católicos se abrirem para escutarem os planos de Deus para cada um.

SERVIÇO

NOITE DE ORAÇÃO E DE CURA INTERIOR PARA EMPREENDEDORES COM ADMA
Dia: 28 de setembro
Horário: 19h30
Local: Auditório da Paróquia Nossa Senhora das Graças, rua Luís Dias 393, Jardim Petrópolis, Londrina (PR)
Evento gratuito e vagas limitadas. 
Inscrições pelo link: https://forms.gle/8HmZX5gVwPEXQX9NA

Sobre a Pastoral do Empreendedor

A Pastoral do Empreendedor (PE) tem uma missão específica: cuidar pastoralmente dos empreendedores, que frequentam as nossas missas e os nossos grupos e sentem falta de uma acolhida mais próxima.

A pastoral busca ser esse lugar de acolhida e vivência da Palavra de Deus, com linguagem e dinâmica próprias do mundo do empreendedorismo. A PE é diferente de uma associação de empreendedores católicos ou algo parecido, ela está ligada diretamente à paróquia e à arquidiocese.

A Pastoral do Empreendedor fomenta a espiritualidade, ensinando o empreendedor a orar com os acontecimentos do cotidiano e ter uma postura de fé diante dos obstáculos. Para isso, realizam-se missas com homilias e orações direcionadas aos empreendedores, retiros e reuniões semanais com estudos da Palavra e temas de empreendedorismo.

Pastoral do Empreendedor

Foto de Destaque: Daniel Kanki

Neste quarto domingo da Páscoa celebramos em nossa liturgia o domingo do Bom Pastor. Em cada ano, Jesus o enviado do Pai, nos convida a estarmos atentos à sua voz para segui-lo às verdes pastagens que Ele preparou para cada um de nós. Por isso, no evangelho de João diz: “As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem” (Jo 10, 27). Este é o verdadeiro chamado que todos somos convocados: seguir a voz do Senhor e conhecê-lo cada dia mais, para assim viver a vida plena que Ele mesmo nos dá. Todos os anos o Papa Francisco sempre traz uma mensagem, nos animando a essa escuta da palavra do Senhor. Por isso, neste ano, o tema para o 59º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, é “Chamados para construir a família humana”, tema este ligado profundamente ao processo de sinodalidade que estamos vivendo.

O Papa nos chama a atenção para os quatros “tipos de chamados” que precisamos colocar em prática em nossa vida: Chamados à sinodalidade, ao cuidado, a olhar as potencialidades dos outros e principalmente a deixar-se olhar pelo amor misericordioso do Senhor. Sim, somos primeiramente chamados a viver o imenso amor misericordioso do Senhor, e assim, vivendo à sinodalidade, sempre descobrir e valorizar as mais variadas formas de realizar nossa vocação na Igreja e no mundo. Tudo isso se dá porque, a partir do batismo, todos somos membros do corpo de Cristo e, portanto, discípulos missionários do Senhor. Ser batizado nos torna os sujeitos ativos da evangelização, logo, sacerdotes e leigos formam um único povo de Deus, cada um exercendo seu ministério próprio, mas sempre unidos, para que o Reino de Deus se manifeste cada vez mais no mundo.

A partir da unidade, da sinodalidade, somos convidados a sermos guardiões uns dos outros, isto porque todos somos criaturas queridas e amadas por Deus, chamados a desenvolver a centelha divina existente em cada um de nós, contribuindo sempre para o desenvolvimento humano e o cuidando de nossa casa comum. Por isso, olhar para as potencialidades existentes em cada pessoa é um chamado importante a despertar em nós. Como bem nos recorda o Papa, fazemos isso inspirados no próprio Senhor que na “jovem de Nazaré viu a mãe de Deus; no pescador Simão, filho de Jonas, viu Pedro, a rocha sobre a qual podia construir sua Igreja; no publicano Levi, entreviu o apóstolo e evangelista; em Saulo, cruel perseguidor dos cristãos, viu Paulo, o apóstolo dos gentios”.

Como vocacionados do Pai e desejosos de ouvir e cumprir sua Palavra em nossa vida, precisamos nos questionar: Deus tem um olhar que sempre alcança a todos, vendo as potencialidades que todos têm, e nós, o que observamos nos irmãos e irmãs que estão ao nosso lado? O que vejo em mim? Será que me deixo alcançar pelo olhar de Deus que sempre nos chama? Estas e outras inquietações são suscitadas em nosso coração para que possamos deixa-lo ser cada vez mais moldado segundo o coração de Jesus, manso e humilde. Portanto, somos todos chamados a deixar-se olhar pelo Senhor e permitir fazer parte do mosaico que Ele mesmo monta com cada um de nós.

Cada um de nós, sendo parte deste mosaico de Deus, temos nosso brilho próprio, somos fundamentais para a construção de algo. Sabemos que cada peça do mosaico é de uma forma diferente, mas quando colocados juntos, podemos vislumbrar a imagem que surge dele. Assim sendo, a imagem que deve surgir da nossa união é justamente a imagem do Cristo, o nosso Bom Pastor. Deixar-se conduzir por Jesus é permitir que o Espírito Santo nos faça um com Ele, é permitir que a brisa suave do Senhor nos una sempre mais. Como bem nos recordou o Papa Francisco: a vocação se realiza, quando cada um de nós, olhados pelo amor misericordioso de Deus, realizamos com nossas vidas um diálogo vivido com profundidade, tornando nossa Igreja cada vez mais ministerial, mais humana e mais parecida com aquilo que o próprio Jesus, por meio do Espírito Santo desejou; temos vários dons, mas um só Espírito. Neste dia mundial de oração pelas vocações, rezemos cada vez mais para que sejamos um e permitamos que o Senhor, Bom Pastor, transforme sempre nossas vidas.

Padre Renato Aparecido Pelisson

O Santuário de Nossa Senhora Aparecida do Norte do Paraná, na Vila Nova em Londrina, fará uma consagração especial da Ucrânia e da Rússia a Nossa Senhora, de modo particular ao Imaculado Coração de Maria. A oração é um pedido do Papa Francisco que, por meio da Santa Sé, enviou ofício pedindo que as dioceses pelo mundo consagrem à Mãe de Cristo os dois países, em guerra no leste europeu. A oração de consagração também foi enviada pelo Vaticano e será realizada na próxima sexta-feira (25), durante todo o dia. A oração do Santo Padre será às 17h locais (13h pelo horário de Brasília).

O padre Rodolfo Trisltz, pároco e reitor do Santuário, ao atender o pedido do Papa Francisco, realizará a oração de consagração no final da missa penitencial, que tem início às 5h30, na sexta-feira (25). “Os esforços do Papa têm sido no sentido de pedir paz no mundo, além de consagrar os países em guerra a Nossa Senhora, para que as pessoas e populações deixem de sofrer, de serem forçadas a sair de casa e deixem de morrer”, ressalta o sacerdote. O Santuário realiza a missa penitencial durante o período da Quaresma e, logo após a celebração, procissão e oração do terço.

Aparição de Fátima

A mesma consagração que o Papa Francisco e o mundo farão também será realizada em Fátima, Portugal, pelo cardeal Konrad Krajewski. É que o pedido está diretamente relacionado a essa aparição mariana, no dia 13 de julho de 1917. Um dos pedidos de Nossa Senhora era a consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração, dizendo que, se este pedido não fosse atendido, a Rússia espalharia “seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. (…) Os bons serão martirizados, o Santo Padre sofrerá muito, várias nações serão destruídas”.

Depois da aparição de Nossa Senhora de Fátima, várias consagrações da Rússia foram realizadas. Entre elas, pelo Papa Pio XII, em 31 de outubro de 1942 e em 7 de julho de 1952; por Paulo VI, em 21 de novembro de 1964; e pelo Papa João Paulo II, em 7 de junho de 1981, repetido em Fátima em 13 de maio de 1982 e em 25 de março de 1984, na Praça São Pedro. O último segredo de Fátima só foi revelado no ano 2000 e, na ocasião, a Santa Sé confirmou que a última consagração, em 1984, havia, de fato, sido confirmada pela própria irmã Lúcia, a quem a Virgem apareceu, como um ato de consagração solene e universal que correspondia ao que Nossa Senhora pedia.

CNBB

Já a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Nunciatura Apostólica realizarão uma missa às 7h, na Capela Nossa Senhora Aparecida, na sede da entidade em Brasília (DF). Quem presidirá a celebração será o bispo auxiliar do Rio Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado. A celebração eucarística será transmitida por emissoras católicas de televisão como Rede Vida de Televisão, TV Aparecida, TV Horizonte, TV Pai Eterno, TV Imaculada, TV Nazaré, TV Evangelizar e pelas redes socais da CNBB.

Santuário Nossa Senhora Aparecida de Londrina

Diante das ameaças de invasão militar que a Ucrânia vem sofrendo por parte da Rússia, o arcebispo da Metropolia Católica Ucraniana São João Batista em Curitiba, dom Volodemer Koubetch, faz um apelo para que as Igrejas Católicas do Brasil – do rito latino e dos ritos orientais – se unam em oração pela paz no Leste Europeu, especialmente na Ucrânia. 

 

Desde 2014, a Ucrânia vive uma situação conflituosa com a Rússia, o que já resultou em mais de 14 mil mortos. O arcebispo recorda que mais de meio milhão de brasileiros são descendentes ucranianos e muitos têm família na Ucrânia, por isso essa é uma questão que também diz respeito ao Brasil, como país e como Igreja.

 

Dom Volodemer Koubetch

Dado que dia 22 de janeiro se comemora o “Dia da Unificação da Ucrânia”, dom Volodemer sugere que nos dias 22 e 23 de janeiro, nas celebrações da Santa Missa, seja colocada a intenção de um fervoroso pedido de unidade, prosperidade e paz, em apoio à independência da Ucrânia e para impedir uma nova invasão russa. A carta do arcebispo foi enviada para todas as paróquias da Arquidiocese de Londrina. Abaixo, segue a carta na íntegra:

 


Às Igrejas Católicas no Brasil: do rito latino e dos ritos orientais
PEDIDO DE ORAÇÃO PELA PAZ NA UCRÂNIA

 

Em solidariedade ao povo e nação ucraniana e à Igreja que sofre na Ucrânia, tanto a Latina quanto a Bizantina, em nome da Metropolia Católica Ucraniana São João Batista, com sede em Curitiba (PR), e também da Representação Central Ucraniano Brasileira, encabeçada pelo Dr. Vitório Sorotiuk, venho humildemente solicitar a todas as Igrejas Católicas no Brasil – a latina e as orientais melquita, maronita, armena e a própria Igreja Católica Ucraniana – congregadas na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a orarem pela paz no Leste Europeu e, principalmente, na Ucrânia.

 

Desde 2014, a Ucrânia padece com a ocupação ilegal da Crimeia e com a guerra de agressão nas províncias do leste ucraniano de Donetsk e Luhansk. Esta guerra já custou à Ucrânia mais de 14.000 mortos, mais de 30.000 feridos e 1,5 milhão de deslocados internos. Há vários meses, a Rússia está novamente ameaçando uma nova invasão do território soberano ucraniano para restabelecer seu antigo império de dominação, escravidão e morte.

 

Os ucranianos fazem parte da nação brasileira. Mais de meio milhão de brasileiros são descendentes de ucranianos e tem suas famílias na Ucrânia, sob a ameaça russa. A questão ucraniana é também um assunto do Brasil, como país e como Igreja. O Brasil é uma nação democrática, hospitaleira, multicultural, solidária e cristã, cujo povo sempre demonstrou enorme solidariedade diante dos sofredores e atuou exemplarmente em frentes humanitárias.

 

22 de janeiro é o Dia da Unificação da Ucrânia, uma ocasião apropriada para intensificar o humanismo e a solidariedade. Diante da situação dramática vivida pelos nossos irmãos e irmãs ucranianos, peço que nos dias 22 e 23 de janeiro, nas celebrações da Santa Missa, seja colocada a intenção de um fervoroso pedido de unidade, prosperidade e paz, em apoio à independência da Ucrânia e para impedir uma nova invasão russa.

 

Confiante na força da oração, agradeço e peço que a bênção e a paz de Deus alcancem os vossos corações.

 

Dom Volodemer Koubetch
(Arcebispo da Metropolia Católica Ucraniana São João Batista)

 

Padre Valdecir Badzinski
(Secretário executivo da CNBB Sul 2)

O Santuário Nacional de Aparecida vai representar o Brasil na “maratona” de oração convocada pelo Papa Francisco pelo fim de pandemia durante o mês de maio. Esta jornada de oração envolverá 30 santuários marianos do mundo. Hoje, dia 6 de maio, a partir das 11h, a oração do terço será rezada nesta intenção na Basílica de Aparecida (SP). A iniciativa está sendo realizada à luz da expressão bíblica: “De toda a Igreja subia incessantemente a oração a Deus” (At 12,5). “Rezar com o Papa Francisco é rezar com a Igreja. Num gesto de eclesialidade e comunhão com o Santo Padre, o Santuário Nacional se une às famílias enlutadas. Só existe luto onde houve amor. Com esperança e fé recorremos à proteção da Santa Mãe de Deus, pelo fim da pandemia”, afirma o reitor da Basílica de Aparecida, padre Eduardo Catalfo.

 

O momento oracional será transmitido ao vivo pelas redes sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pelas redes sociais do Santuário Nacional (Facebook e YouTube), TV Aparecida, TV ao Vivo no A12 e Aplicativo Aparecida. Os canais oficiais da Santa Sé vão exibir a celebração às 13h, com tradução ao português, no horário de Brasília, 18h de Roma.

 

O templo que abriga a Imagem da Padroeira do Brasil vai se unir a um conjunto de 30 santuários dedicados à Virgem Maria em todo o mundo, que ao longo do mês de maio, elevarão preces pelo “término do contágio da Covid-19 e pela retomada das atividades sociais e do trabalho”, conforme destaca a nota emitida pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, organizador do evento a nível mundial. A jornada de orações tem como tema em todos os santuários a expressão bíblica: “De toda a Igreja subia incessantemente a oração a Deus” (At 12,5).

 

Além das intenções gerais, a celebração em Aparecida também rezará pelos jovens. Eles terão participação ativa na cerimônia, realizando as orações que compõem o terço. A cerimônia será presidida pelo arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes. As canções serão executadas por músicos do Projeto de Educação Musical do Santuário de Aparecida (PEMSA), um dos projetos sociais mantidos pelo Santuário Nacional.

 

Por orientação do Vaticano, a celebração será aberta aos fiéis que desejarem participar de forma presencial no interior da Basílica. Porém, as vagas no interior do templo serão restritas a capacidade atual do local, limitada a apenas dois fiéis por banco.

 

O ingresso será feito próximo à Capela da Ressurreição, na Esplanada São João Paulo II. No local, é realizada uma triagem com aferição de temperatura corporal e higienização das mãos. Só é permitida a entrada com uso de máscara, que deve ser utilizada durante todo o rito e em todo o complexo de acolhida.

 

Início da Jornada de Oração em Roma

O próprio Papa quem abriu o calendário de orações no último sábado, 1º de maio. O pontífice rezou na Capela Gregoriana da Basílica de São Pedro, diante de um ícone da Virgem Maria, venerado na Basílica Vaticana desde o século VII.

 

No final do Terço o Santo Padre proferiu uma oração da qual transcrevemos um trecho: “Sob vossa proteção buscamos refúgio, Santa Mãe de Deus, na dramática situação atual, carregada de sofrimentos e angústias que oprimem o mundo inteiro, recorremos a Vós, Mãe de Deus e nossa Mãe, refugiando-nos sob a vossa proteção. Ó Virgem Maria, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos nesta pandemia do coronavírus e confortai a quantos se sentem perdidos e choram pelos seus familiares mortos e, por vezes, sepultados de uma maneira que fere a alma”.

 

Na ocasião, Francisco abençoou terços que serão enviados aos trinta santuários diretamente envolvidos na ação. Sendo que uma parcela deles será destinada ao Santuário de Aparecida, como presente do chefe da Igreja Católica ao maior centro de peregrinação do Brasil. Bergoglio também encerrará o calendário de preces rezando nos Jardins do Vaticano no dia 31 de maio. Os detalhes desta cerimônia ainda serão definidos e informados pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

 

CNBB