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A Igreja no Brasil celebra, no período de 26 de novembro de 2017 (Solenidade de Cristo Rei) à 25 de novembro de 2018, o “Ano do Laicato”. Na última reunião do Conselho Permanente deste ano, que é realizada na sede provisória da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, entre terça e quinta-feira, foram definidas ações e orientações metodológicas de como cada regional da Conferência pode se preparar para celebrar a solenidade.

O tema escolhido para animar a mística do Ano do Laicato é “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na Igreja em saída, a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”. Segundo o bispo de Caçador (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, dom Severino Clasen, a intenção é que com a celebração possa se dar um novo impulso e estímulo aos leigos do Brasil.

“Sabemos que na Igreja há uma grande participação, intervenção e presença do laicato, mas por vezes isso é esquecido e pouco valorizado, por isso, nós como Comissão Episcopal queremos que tenhamos um período forte, um ano dedicado aos nossos queridos leigos e leigas”, afirma o bispo.

A Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato organizou as atividades em quatro eixos: eventos; comunicação, catequese e celebração; seminários temáticos nos regionais e publicações.  Nos regionais da CNBB, por exemplo, as preparações para a vivência do Ano já começaram, como é o caso do Sul 2, que compõe o Estado do Paraná. O arcebispo de Londrina e vice-presidente do regional, dom Geremias Steinmetz afirmou que por lá cada diocese vai implementar ações de maneira particular.

dom geremias cnbbO bispo enfatizou também o trabalho do Conselho Regional de Leigos que, de acordo com ele, tem a supervisão do bispo emérito de Foz do Iguaçu, dom Laurindo Guizzardi e é responsável por pensar atividades para o Ano do Laicato. À nível de regional, o bispo citou ainda o 14º Intereclesial das Cebs, que acontecerá em janeiro de 2018, em Londrina (PR) e terá como um dos principais objetivos celebrar a caminhada, as conquistas e as lutas das pequenas comunidades.

“O trabalho todo é feito pelo laicato, então são certamente milhares de pessoas que nesse sentido estão no trabalho da evangelização, levando para frente esse tema tão interessante do Ano do Laicato que é exatamente o leigo, colocando-o como sujeito eclesial em que eles vão assumindo a responsabilidade, assumindo também o discernimento da fé acompanhados pelos pastores. Eles estão assumindo o ‘ser igreja’ em que são sujeitos eclesiais”, finalizou dom Geremias.

Igreja em saída

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Dom José Belisário da Silva

No regional Nordeste 5, correspondente ao Estado do Maranhão, do qual o arcebispo do Maranhão, dom José Belisário da Silva é presidente, o Ano do Laicato será focado na questão da Igreja missionária. “Nós vamos focar na importância do leigo no mundo, pois aonde ele está, ele deve testemunhar os valores do evangelho”, afirmou o bispo. Dom Belisário considerou ainda que o Ano do Laicato será sugestivo para o regional, uma vez que irá pautá-los em várias atividades nas quais deverão ter a marca dos leigos.

“Na história da Igreja do Brasil realmente nós não podemos desconhecer a importância da família e do leigo e da leiga, pois sem a família e sem o leigo a Igreja desapareceria, então para a transmissão da fé a gente tem que realmente levar em consideração que os leigos são importantíssimos”, finalizou o bispo.  

De 22 a 26 de maio, uma delegação de 12 pessoas representou os leigos do Brasil no Pré-Congresso de Leigos da Região do Cone Sul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile), realizado em Buenos Aires (Argentina), convocado pelo Conselho Episcopal Latinoamericano (Celam).

O encontro teve como objetivo aprofundar uma resposta à carta do Santo Padre sobre a nova hora do laicato na Igreja do Continente Americano e Caribe e suas experiências de compromisso em cada sociedade.

Na carta do papa Francisco cujo título é “O indispensável compromisso dos leigos na vida pública dos países latino-americanos”, o pontíficie diz que “chegou a hora do leigo, mas será que o relógio parou?”. Em resposta à pergunta do papa, Laudelino Augusto, leigo, assessor para a Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato disse: Nós fomos lá para dar uma corda no relógio, fazê-lo funcionar, fazer acontecer a hora do leigo na história”.

Segundo dom Severino Clasem, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, “o Brasil tem muito a oferecer com a experiência dos Centros de Fé e Política que organizam cerca de 70 escolas de formação nas dioceses, com os cursos de cidadania e com a própria organização do laicato”.

Delegação brasileira

A composição da delegação brasileira, segundo Marilsa José Lopes Schuina, presidente do Conselho Nacional de Leigos/as do Brasil, foi pensada de modo a expressar a riqueza da atuação do laicato no país. “Fizemos questão de compor uma delegação que mostrasse ao Cone Sul quem são os leigos e leigas do Brasil e como atuamos. Pudemos efetivamente mostrar a nossa cara”, disse Marilsa.

Membros das comunidades eclesiais de base, pastorais sociais, movimento global católico para o clima, política partidária (ex-vereador), comissão de fé e política, conselho de leigos, da comissão de assessoria permanente e de formação, do fórum de direitos humanos e da terra, fórum de mudanças climáticas, fóruns sociais integraram a delegação brasileira.

Os leigos brasileiros participaram também de uma audiência pública da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Na ocasião, segundo a presidente do Conselho Nacional de Leigos, foi feita uma denúncia sobre o atual governo brasileiro e o aumento da violência no campo, dos conflitos agrários e também a presença das forças armadas no país.

Haverá também pré-congressos da região dos Andes, América Central e Caribe, preparatórios ao Congresso do continente americano que acontece no Brasil, no segundo semestre de 2018, como parte das programações do Ano do Laicato no país.

CNBB