Nos três dias, os sacerdotes refletiram sobre a Palavra de Deus, a Pastoral Presbiteral e a espiritualidade em tempos de pandemia

 

 

Entre 15 e 17 de junho, os presbíteros da Arquidiocese de Londrina participaram do seu retiro anual on-line. É a primeira vez que o evento é realizado nesta modalidade. Todos os dias, a programação começou com um momento de espiritualidade e a oração das laudes, seguido da colocação de um assessor sobre um tema específico. “Em seguida saímos da sala de reunião e cada padre faz o seu momento de oração pessoal com aquilo que foi orientado pelo assessor. Tudo individual, cada um na sua casa, essa é a particularidade”, comenta padre Djonh Dennys Souza dos Reis, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Rolândia, e orientador do primeiro dia de retiro.

 

Na sua fala, padre Djonh tratou sobre a “Palavra de Deus, fonte da caridade”. A partir de uma análise de conjuntura, para, assim como a Bíblia surge da experiência do povo, pensar a experiência do povo de Deus hoje, o padre aponta o que nos resta: a fé, a esperança e a caridade. “Sentir tudo isso com Cristo, ser pastor dentro do plano de Ação Evangelizadora”, dentro da realidade da Arquidiocese de Londrina. Na oração, os presbíteros refletiram sobre passagem de Lucas 9 a 14 e sobre a encíclica Deus Caritas est, do Papa Bento XVI.

 

Dom Walter Jorge Pinto, Bispo da Diocese de União da Vitória e referencial da Pastoral Presbiteral do Regional Sul 2 da CNBB.

No segundo dia, dom Walter Jorge Pinto, bispo de União da Vitória, falou sobre a Pastoral Presbiteral. O bispo destacou que os padres de uma diocese devem ser uma comunidade fraterna, não apenas um grupo de padres. Uma família a partir de Cristo, por laços de fé, tão importantes quanto os laços de sangue. “Jesus não chamou um por um, ele chamou os 12, chamou comunidade. Reunidos, cooperando no Senhor, somos uma família que se rege pela lei: ‘amai-vos uns aos outros como eu vos amei’”, afirmou dom Walter, que é o bispo referencial da Pastoral Presbiteral do Regional Sul 2 da CNBB.

 

Hoje, o arcebispo de Londrina dom Geremias Steinmetz trouxe ao último dia de evento a reflexão sobre a espiritualidade em tempos de pandemia. A partir da exortação Gaudete et Exultate, do Papa Francisco, o arcebispo falou sobre o chamado à santidade apontando questões e respostas pastorais.

 

Participação

O retiro teve a participação de cerca de 40 padres. Anualmente são promovidos dois retiros e os padres optam por qual participar. O objetivo é o aprimoramento do indivíduo e da sua relação com o sagrado, explica padre Laurindo Lopes da Silva, pároco da Paróquia Santa Mônica, Decanato Norte e Nossa Senhora do Rosário, Decanato Leste. “Como é uma opção para quem busca o autoconhecimento, tende a nos permitir uma aproximação maior com Deus, por meio de oração e do silêncio, assim como fez o Papa Francisco quando, em março deste ano, passou uma semana em um local reservado”, completa.

 

Para o padre, realizar um retiro em casa e on-line é um desafio, “pois facilmente somos tentados a atender outras demandas da nossa rotina, dos afazeres pastorais da paróquia e etc.”. Ele destaca que é uma experiência nova e necessária por ocasião da pandemia, “porém não substitui o retiro tradicional, que nos tira da rotina e nos leva para um lugar de espiritualidade maior, nos isola dos afazeres diários”, conta padre Laurindo.

 

Para o padre Ildo Borges Valadão, pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, Decanato Leste, esta foi uma experiência nova muito válida. “Sobretudo com uma colocação bem feita [pelo orientador do retiro] e depois a gente pode, a partir dos textos bíblicos, fazer a reflexão durante a manhã”, destaca.

 

Como cada padre faz a sua própria organização do retiro, padre Ildo conta que medita os textos indicados pelos assessores e permanece em silêncio até as 15h, quando faz a oração diante do Santíssimo Sacramento, e encerra o dia de retiro para iniciar os atendimentos na paróquia. “Você fica ali concentrado, depois vai no teu local afastadinho, faz a tua reflexão, a tua meditação”, conclui o padre.

Juliana Mastelini Moyses
PASCOM Arquidiocesana