Em unidade com o Papa Francisco e com toda a Igreja, a Arquidiocese de Londrina celebrou no dia 14 de novembro, o 5º Dia Mundial dos Pobres, um convite do Sumo Pontífice à reflexão, ação e oração em torno dos que vivem em vulnerabilidade social. Neste ano as reflexões giraram em torno do tema “Sentes compaixão?”, e o lema bíblico: “Sempre tereis pobres entre vós” (Mt 14, 7).

 

Desde 2017, quando a data foi instituída, diversos grupos e paróquias da arquidiocese se mobilizam para celebrar esse dia, com almoço, café da manhã e ações sociais. Neste ano, Pastorais Sociais, Catedral Metropolitana de Londrina, Pastoral da Rua da Paróquia São Lourenço, Paróquia Rainha dos Apóstolos e Santuário Nossa Senhora Aparecida, Toca de Assis e Paróquia Ambiental se juntaram para promover ações em nível arquidiocesano.

Dom Geremias abençoou as pessoas presentes na Café da Manhã servido na Catedral / Foto: Reprodução

Logo cedo, um café da manhã foi servido no estacionamento da Catedral para cerca de 100 pessoas em situação de rua. O arcebispo dom Geremias Steinmetz fez a oração inicial, abençoou os alimentos e conversou com os presentes. Também estiveram presentes o padre Wendel Perre, vigário da Catedral, atendendo confissões, e o padre Rafael Solano, cura da Catedral.

 

Ao meio dia, foi servido almoço em quatro pontos da cidade de maior incidência de pessoas em situação de rua: a Concha Acústica, o Centro Pop e a Praça São Pedro, na Avenida Tiradentes. Foram preparadas 250 refeições, a maioria servida no almoço e uma parte na janta. Dom Geremias esteve presente no almoço servido na Praça São Pedro. Diversas paróquias da arquidiocese também promoveram suas ações do Dia Mundial dos Pobres, como a Paróquia São Francisco Xavier, de Cambé, e a Paróquia Nossa Senhora da Paz, no Decanato Leste.

 

Concha Acústica foi o local que reuniu maior número de pessoas no almoço / Foto: Marilene Maria de Souza

 

Centro Pop foi um dos locais de acolhida e distribuição de alimentos / Foto: Cristiane Yoshimura
Praça São Pedro, na Avenida Tiradentes foi um dos locais escolhidos por ter grande incidência de pessoas em situação de rua / Foto: Marisa Colares

 

Na Paróquia São Francisco Xavier, de Cambé, as pessoas em situação de rua foram acolhidas na própria paróquia / foto: Pascom Paroquial

Paróquia São Francisco Xavier

A Pastoral de Rua da Paróquia São Francisco Xavier, de Cambé, organizou, no dia 14, um café da tarde com louvor para pessoas em situação de rua, que foram acolhidas na paróquia, onde também tomaram banho. É o terceiro ano que a paróquia celebra o dia do pobre com ações sociais e segundo a organização, três pessoas pediram ajuda para iniciarem tratamento de reabilitação de dependência química. A pastoral está acompanhando o processo para encaminhá-los para casas de recuperação. 

 

A Paróquia Nossa Senhora da Paz, no Decanato Leste, levou doações a famílias com dificuldades financeiras da comunidade / Foto: Pascom Paroquial

Paróquia Nossa Senhora da Paz

Na Paróquia Nossa Senhora da Paz, Decanato Leste, pastorais se reuniram para visitar famílias com dificuldades financeiras, oferecendo-lhes alimento, acolhimento e afeto. A paróquia já atua na dimensão social através de pastorais como a Conferência Vicentina, Pastoral da Saúde e Pastoral da Criança.

 

 

 

 

 

Pascom Arquidiocesana

Foto de Destaque: Daniel Kanki

Fotos: Daniel Kanki, Cristiane Yoshimura, Marilene Maria de Souza, Mariza Colares e Pascom Paroquial

 

Catedral celebra Dia Mundial Dos Pobres com ações em várias partes da cidade

 

Domingo, 15 de novembro, foi um dia muito especial para a Catedral Metropolitana de Londrina. Centenas de pessoas menos favorecidas foram acolhidas com carinho numa manhã pra lá de especial. A ação, iniciada pelo Papa Francisco há quatro anos, teve como lema “Estende a mão ao pobre”. A partir da frase retirada do Livro de Ben-Sirá, no Antigo Testamento, Francisco revela que “são inseparáveis a oração a Deus e a solidariedade com os pobres e enfermos”.

 

O Dia Mundial dos Pobres nos lembra que a vida em Cristo precisa ser testemunhada através de ações concretas. O capítulo 25 do Evangelho de Mateus é claro: “Então, o Rei dirá aos que estão à direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, 35.porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era pere­grino e me acolhestes; 36.nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim’”.

 

De acordo com o pároco da Catedral Metropolitana de Londrina, padre Rafael Solano, o Dia Mundial dos Pobres nos leva a construir uma Igreja acolhedora, uma sociedade inclusiva. “É fundamental nos aproximarmos do irmão necessitado, pois desta forma, chegamos mais perto do Cristo” – ressalta. “O “estender a mão” ao pobre nos liberta, nos transforma, tira-nos do egoísmo, nos faz sair de nós mesmos e olhar para o outro que sofre” – comenta o padre.

 

O Dia Mundial dos Pobres celebrado pela Catedral teve a colaboração dos Vicentinos e pastoral de rua da Toca de Assis. A ação itinerante teve início às 7h da manhã no centro da cidade e percorreu áreas de invasão de Londrina. Foram distribuídos centenas de kits de café da manhã contendo bolos, biscoitos, doces e frutas, além de kits de higiene – com máscaras faciais, creme dental, escovas de dentes, sabonetes, toalhas. As doações foram feitas pelos fiéis da Catedral Metropolitana, Cáritas Arquidiocesana, Paróquia Coração de Maria e Imaculada Conceição.

 

Pascom Catedral Metropolitana de Londrina

Matéria publicada na edição de novembro da Revista Coração de Jesus, da Catedral Metropolitana de Londrina. Para acessar a edição completa <clique aqui>

Fotos: Daniel Kanki

Na sua Mensagem para o Dia Mundial dos Pobres, o Papa Francisco apela ao envolvimento da comunidade cristã no compromisso com a caridade.

No XXXIII Domingo do Tempo Comum, 15 de novembro, celebra-se o Dia Mundial dos Pobres que já vai na sua quarta edição. Foi na memória litúrgica de Santo António, 13 de junho, que o Papa Francisco publicou a sua Mensagem para esta celebração.

 

Oração e solidariedade são inseparáveis

“Estende a tua mão ao pobre”, é o lema deste dia especial que procura chamar a atenção para a condição dos pobres. Partindo desta frase retirada do Livro de Ben-Sirá, no Antigo Testamento, o Santo Padre refere que o texto de onde retirou o título da sua Mensagem revela como “são inseparáveis a oração a Deus e a solidariedade com os pobres e os enfermos”.

O Papa lembra que é difícil “manter o olhar voltado para o pobre”, mas assinala que isso é “tão necessário para imprimir a justa direção à nossa vida pessoal e social”. “Não se trata de gastar muitas palavras, mas antes de comprometer concretamente a vida, impelidos pela caridade divina” – afirma o Santo Padre.

 

Em pobreza evangélica apoiar na pandemia

O Papa recorda que encontrar “uma pessoa em condições de pobreza não cessa de nos provocar e questionar”. E lança algumas pistas de reflexão: “Como podemos contribuir para eliminar ou pelo menos aliviar a sua marginalização e o seu sofrimento? Como podemos ajudá-la na sua pobreza espiritual?”. Neste particular, Francisco frisa a importância do envolvimento da “comunidade cristã” nesta “experiência de partilha”. “E, para servir de apoio aos pobres, é fundamental viver pessoalmente a pobreza evangélica” – diz o Papa.

“Estender a mão leva a descobrir, antes de tudo a quem o faz, que dentro de nós existe a capacidade de realizar gestos que dão sentido à vida. Quantas mãos estendidas se veem todos os dias!” – escreve o Santo Padre.

Para o Papa, “estender a mão é um sinal: um sinal que apela imediatamente à proximidade, à solidariedade, ao amor”. E Francisco recorda o sofrimento da atualidade que estamos a viver, assinalando que são muitas as mãos estendidas prontas a ajudar em tempo de pandemia: “Nestes meses, em que o mundo inteiro foi dominado por um vírus que trouxe dor e morte, desconforto e perplexidade, pudemos ver tantas mãos estendidas!”.

 

Agir por amor, dizendo não à indiferença

Francisco na sua Mensagem para o Dia Mundial dos Pobres, declara a necessidade de “ações concretas para apoiar os mais vulneráveis”. Lembra a palavra de S. Paulo: “Pelo amor, fazei-vos servos uns dos outros. É que toda a Lei se cumpre plenamente nesta única palavra: ama o teu próximo como a ti mesmo”.

“«Estende a mão ao pobre» faz ressaltar, por contraste, a atitude de quantos conservam as mãos nos bolsos e não se deixam comover pela pobreza, da qual frequentemente são cúmplices também eles. A indiferença e o cinismo são o seu alimento diário” – diz o Papa.

O Santo Padre apela à atenção para com o pobre pedindo “mãos estendidas” não para beneficiarem “a riqueza de restritas oligarquias” que fazem “a miséria de multidões”, mas para lutarem contra a “globalização da indiferença”. Mãos estendidas que sejam ajuda e partilha com o pobre.

Na homilia do primeiro Dia Mundial dos Pobres, em novembro de 2017, o Santo Padre referiu a necessidade de se afirmar um não concreto à indiferença. Recordemos as palavras de Francisco sobre o pecado da omissão na reportagem da Rádio Vaticano:

“E a omissão é também o grande pecado contra os pobres. Aqui assume um nome preciso: indiferença. É dizer: «Não me diz respeito, não é problema meu, é culpa da sociedade». É virar-se para o outro lado quando o irmão está em necessidade, é mudar de canal, logo que um problema sério nos indispõe, é também indignar-se com o mal, mas sem fazer nada. Deus, porém, não nos perguntará se sentimos justa indignação, mas se fizemos o bem” – afirmou o Papa.

“Como podemos, então, concretamente, agradar a Deus?” – perguntou o Papa ensaiando, desde logo, uma resposta:

“Quando se quer agradar a uma pessoa querida, por exemplo dando-lhe uma prenda, é preciso primeiro conhecer os seus gostos, para evitar que a prenda seja mais do agrado de quem a dá do que da pessoa que a recebe. Quando queremos oferecer algo ao Senhor, os seus gostos encontramo-los no Evangelho. Logo a seguir ao texto que ouvimos hoje, Ele diz: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40).”

“Estes irmãos mais pequeninos, seus prediletos, são o faminto e o doente, o forasteiro e o recluso, o pobre e o abandonado, o doente sem ajuda e o necessitado descartado. Nos seus rostos, podemos imaginar impresso o rosto d’Ele; nos seus lábios, mesmo se fechados pela dor, as palavras d’Ele: «Isto é o meu corpo» (Mt 26, 2 6). No pobre, Jesus bate à porta do nosso coração e, sedento, pede-nos amor.”

“Quando vencemos a indiferença e, em nome de Jesus, nos gastamos pelos seus irmãos mais pequeninos, somos seus amigos bons e fiéis, com quem Ele gosta de Se demorar” – disse o Santo Padre.

 

Dia Mundial dos Pobres, segundo Francisco

O “Dia Mundial dos Pobres” foi instituído pelo Papa Francisco no âmbito da Carta Apostólica ‘Misericordia et misera’ e recolhe inspiração no Jubileu Extraordinário da Misericórdia que teve lugar entre 2015 e 2016. Um texto no qual o Santo Padre decidiu que este momento de atenção especial para com os pobres seria celebrado no penúltimo domingo do ano litúrgico.

Segundo Francisco, o “Dia Mundial dos Pobres” é para ajudar as comunidades e cada batizado a “refletir como a pobreza está no âmago do Evangelho”.

Na sua Carta Apostólica Francisco convoca os cristãos para uma “revolução cultural” dos pequenos gestos “a partir da simplicidade”. Intenções que se aplicam bem ao atual tempo de pandemia e de sofrimento que a humanidade está a viver. Mais uma razão para viver com maior fé e intensidade este Dia Mundial dos Pobres.

Laudetur Iesus Christus

Rui Saraiva
Vatican News

No Dia Mundial dos Pobres, 17 de novembro, ações em toda arquidiocese se voltaram para as pessoas mais necessitadas, como pediu o Papa Francisco.

Na Paróquia São José Bento Cotolengo, em Miraselva, Decanato Porecatu, os fiéis arrecadaram alimentos, roupas, produtos de higiene e de limpeza para a Casa de Maria de Jaguapitã. O pároco padre Luis Greco presidiu a Santa Missa na instituição e os paroquianos levaram as doações.

PASCOM Arquidiocesana

 

 

Fotos: Ana Paula Biaggio

 

O Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco em 2017, foi celebrado com ações em toda Arquidiocese de Londrina no dia 17 de novembro. Em Cambé, a Paróquia São Francisco Xavier e a Missão Três Corações promoveram missa e almoço para moradores em situação de rua com a participação do arcebispo dom Geremias Steinmetz e dos padres da Congregação Filhos da Sagrada Família.

 

Participaram do almoço 220 pessoas. Além dos moradores de rua, estavam também pessoas do abrigo Padre Manoel Coelho de Souza, da Casa de Acolhida Belém e famílias haitianas da comunidade.

PASCOM Arquidiocesana

 

 

 

 

Fotos: PASCOM Paróquia São Francisco Xavier
 

 

Com o tema “a esperança dos pobres jamais se frustrará”, a Igreja celebrou no domingo, dia 17 de novembro, o Dia Mundial dos Pobres. Na Arquidiocese de Londrina, várias ações marcaram o dia, convocado pelo Papa Francisco em 2017.

 

Os vicentinos serviram um café da manhã a famílias carentes na Catedral Metropolitana. No almoço, as paróquias Catedral, Nossa Senhora Auxiliadora, Sagrados Corações, Nossa Senhora da Paz e Sant’Ana se uniram aos irmãos da Toca de Assis para oferecer refeição a cerca de 300 moradores em situação de rua no salão da Paróquia Sagrados Corações.

 

“Nossos irmãos foram acolhidos com muita alegria, tiveram oportunidade de partilhar, fazer a higiene pessoal, tivemos momentos de animação, oração, testemunho, e com a graça de Deus alguns não quiseram voltar novamente para as ruas e foram acolhidos para a recuperação”, contou a irmã Aurora Maria Serva do Santíssimo Sacramento, da Toca de Assis.

PASCOM Arquidiocesana

 

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Fotos: Maria Oliveira

“A esperança dos pobres jamais se frustrará” (Sal 9, 19): as palavras do salmista são o tema escolhido pelo Papa Francisco para o III Dia Mundial dos Pobres, que será celebrado em 17 de novembro. O Santo Padre recorda que a promoção dos pobres, mesmo social, não é um compromisso extrínseco ao anúncio do Evangelho.

Esta celebração instituída pelo Pontífice é fruto do Jubileu Extraordinário da Misericórdia e se realiza no domingo anterior ao da festa de Cristo Rei. Na Arquidiocese de Londrina, cada paróquia organizará programação própria.

 

Não aprendemos com a história
Em sua mensagem para a edição deste ano, Francisco faz uma comparação entre a situação do pobre no tempo do salmista e a situação atual e constata que pouco mudou.

 

“Passam os séculos, mas permanece imutável a condição de ricos e pobres, como se a experiência da história não ensinasse nada. Assim, as palavras do salmo não dizem respeito ao passado, mas ao nosso presente submetido ao juízo de Deus. ”

 

Francisco cita as “muitas formas de novas escravidões”, como famílias obrigadas a deixar a sua terra; órfãos que perderam os pais; jovens em busca duma realização profissional; vítimas de tantas formas de violência, da prostituição à droga; sem esquecer os milhões de migrantes instrumentalizados para uso político.

 

Lixeira humana
O Papa fala também das periferias de nossas cidades, repletas de pessoas que vagueiam pelas ruas, em busca de alimento. “Tendo-se tornado eles próprios parte duma lixeira humana, são tratados como lixo, sem que isto provoque qualquer sentido de culpa em quantos são cúmplices deste escândalo.”

 

Não obstante a descrição de injustiça e sofrimento no salmo, há uma definição do pobre: é aquele que «confia no Senhor» (cf. 9, 11), pois tem a certeza de que nunca será abandonado.

 

“Na Escritura, o pobre é o homem da confiança!”, escreve o Pontífice.

 

“É precisamente esta confiança no Senhor, esta certeza de não ser abandonado, que convida o pobre à esperança. Sabe que Deus não o pode abandonar.”

 

Compromisso intrínseco ao Evangelho
Jesus, por sua vez, não teve medo de Se identificar com cada um deles. Francisco então adverte: esquivar-se desta identificação equivale a ludibriar o Evangelho e diluir a revelação.

 

Sobretudo num período como o nosso, prossegue o Papa, é preciso reanimar a esperança e restabelecer a confiança. “É um programa que a comunidade cristã não pode subestimar. Disso depende a credibilidade do nosso anúncio e do testemunho dos cristãos.”

 

Francisco recorda que a promoção dos pobres, mesmo social, não é um compromisso extrínseco ao anúncio do Evangelho; pelo contrário, manifesta o realismo da fé cristã e a sua validade histórica. Como exemplo, o Santo Padre cita Jean Vanier, que faleceu recentemente, e o define como um “grande apóstolo dos pobres”.

 

Mudança de mentalidade
Por ocasião deste Dia Mundial, Francisco não pede somente iniciativas de assistência, mas faz votos de que aumente em cada um aquela atenção plena, que é devida a toda a pessoa que se encontra em dificuldade.

 

“Não é fácil ser testemunha da esperança cristã no contexto cultural do consumismo e do descarte, sempre propenso a aumentar um bem-estar superficial e efêmero. Requer-se uma mudança de mentalidade para redescobrir o essencial, para encarnar e tornar incisivo o anúncio do Reino de Deus.”

 

Em sua mensagem, o Pontífice não deixa de enaltecer o trabalho de inúmeros voluntários pelo mundo, mas recorda que os pobres não precisam somente de uma “sopa quente ou de um sanduíche”. “Precisam das nossas mãos para se reerguer, dos nossos corações para sentir de novo o calor do afeto, da nossa presença para superar a solidão. Precisam simplesmente de amor…”

 

Eis então a exortação final do Papa:

“A todas as comunidades cristãs e a quantos sentem a exigência de levar esperança e conforto aos pobres, peço que se empenhem para que este Dia Mundial possa reforçar em muitos a vontade de colaborar concretamente para que ninguém se sinta privado da proximidade e da solidariedade. ”

Bianca Fraccalvieri
Vatican News

semana do pobre (4)

[dropcap]T[/dropcap]odos nós estamos lembrados que no ano de 2015 até novembro de 2016 o Papa Francisco promoveu para toda a Igreja o Ano Santo da Misericórdia. Publicou a Bula MISERICORDIAE VULTUS – O rosto da misericórdia – e com ela convocou a Igreja a anunciar, compreender e viver a misericórdia de Deus. Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. Ele é a síntese do Mistério da Fé. Anunciado desde o Antigo Testamento Jesus veio a nós na plenitude do tempo (Gl 4,4) e com sua palavra, os seus gestos e toda a sua pessoa, revelou a misericórdia de Deus.

Precisamos contemplar o mistério da misericórdia. Ela é condição de nossa salvação e que revela o mistério da Santíssima Trindade. É possível, inclusive, definir a misericórdia:

  1. É o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro;
  2. É a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida;
  3. É o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado.

O Papa João XXIII (1959 – 1963), ao abrir o Concílio Vaticano II assim falou da misericórdia: “Nos nossos dias, a Esposa de Cristo (Igreja) prefere usar mais o remédio da misericórdia que o da severidade”. O Papa Beato Paulo VI também falou da misericórdia durante o Concílio Vaticano II: “Desejamos notar que a religião do nosso concílio foi, antes de mais, a Caridade (…) aquela antiga história do bom samaritano foi exemplo e norma segundo os quais se orientou o nosso Concílio …. (MV 4)… Toda esta riqueza doutrinal orienta-se apenas para isto: servir o homem em todas as circunstâncias da sua vida, em todas as suas fraquezas, em todas as suas necessidades”. De maneira especial o Santo Padre lembra da vivência das obras de misericórdia corporais: dar de comer aos famintos; dar de beber aos sedentos; vestir os nus; acolher os peregrinos; dar assistência aos enfermos, visitar os presos; enterrar os mortos. Recorda ainda as obras de misericórdia espirituais: aconselhar os indecisos; ensinar os ignorantes; admoestar os pecadores; consolar os aflitos; perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas; rezar a Deus pelos vivos e defuntos. Ao término deste Ano Santo o Papa publicou a Carta “A Misericórdia e a mísera” onde oferece à Igreja o Dia Mundial dos Pobres, “para que as comunidades cristãs se tornem, em todo mundo, cada vez mais e melhor sinal concreto da caridade de Cristo pelos últimos e mais carenciados”.

semana do pobre (2)Nela o Papa chama a todos: “Convido a Igreja inteira e os homens e mulheres de boa vontade a fixar o olhar, neste dia em todos aqueles que estendem suas mãos invocando ajuda e pedindo a nossa solidariedade. São nossos irmãos e irmãs criados e amados pelo único Pai celeste. Este dia pretende estimular, em primeiro lugar, os crentes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade. Deus criou o céu e a terra para todos. Foram os homens que, infelizmente, ergueram fronteiras, muros e recintos, traindo o dom originário destinado à humanidade sem qualquer exclusão” (n. 6).

A convicção do aumento do número de pessoas sofrendo com a pobreza e passando fome em nosso país, e no mundo, é visto como um fator para afirmar a relevância dessa iniciativa. É visível o aumento do número de refugiados, migrantes, desemprego no nosso país, corte de verbas para políticas públicas, exclusão social, etc.  É importante promover rodas de conversa com os diferentes grupos de empobrecidos. Aproximar o povo destas pessoas, quebra preconceitos e gera solidariedade. Promover gestos concretos em favor de projetos que promovam a vida. É importante começar sabendo que a primeira edição do Dia Mundial dos Pobres talvez não alcance grandes resultados, mas é uma consciência que precisa se desenvolver. Assim fica estabelecido que em todos os anos, no 33º domingo do Tempo Comum, neste ano em 19 de novembro, o Dia Mundial dos Pobres.

dom geremiasDom Geremias Steinmetz
Arcebispo Metropolitano de Londrina