“Fraternidade e Educação”
“Fala com sabedoria, ensina com amor” (Provérbios 31, 26)

Pe. José Cristiano Bento dos Santos (Foto divulgação)

Em 2022, pela terceira vez a educação volta a ocupar as reflexões da Campanha da Fraternidade, agora, impulsionada pelo Pacto Educativo Global (CF 2022). A Educação foi tema da CF em 1982, 1998. Um chamado do Papa Francisco para que todas as pessoas no mundo, instituições, igrejas e governos priorizem uma educação humanista e solidária como modo de transformar a sociedade.
Segundo Francisco, “a educação é, sobretudo, uma questão de amor e responsabilidade que se transmite, ao longo do tempo, de geração em geração. Por conseguinte, a educação apresenta-se como o antídoto natural à cultura individualista”.
Por meio do curso de Teologia, a PUCPR – Londrina, universo do conhecimento sustentado pela fé e a razão, elementos que para São João Paulo II (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade; colocou em prática o objetivo da CF 2022, que é promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário.
Esse objetivo foi concretizado com a realização do seminário sobre a CF, no dia 25 de março, que foi pensado a partir de duas disciplinas da Teologia, que têm uma forte sintonia com o tema Educação: a Catequética e a Doutrina Social da Igreja.
A Catequética tem como objeto de estudo a catequese. Por catequese entendemos o processo de iluminação da existência humana. Ela é obra de conscientização e de libertação, em vista do empenho por um mundo mais humano conforme o plano de Deus.
Já a Doutrina Social da Igreja propõe, de maneira crítica e sistemática, a promoção de uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso verdadeiramente a serviço da vida humana, em especial, dos mais pobres.
Educar é um ato eminentemente humano […]. E em nós existe uma profunda sede de aprender e ensinar (CF 2022). É uma relação sinodal, na qual há uma troca de saberes que faz todos os envolvidos no processo educativo serem docentes e discentes. De fato, docentes e discentes devem ter um envolvimento com a prática educativa na universidade, de maneira sabiamente política, moral, gnosiológica, e realizá-la com alegria.
Por isso, o nosso seminário contou com o apoio do Centro Acadêmico São João Paulo II (CASJPII), Associação Cultural e Educacional Paulo VI, professores do Curso de Teologia e com a colaboração da socióloga e professora Adriana de Fátima Ferreira (UEL) e do assessor nacional para a educação da CNBB,padre Júlio Cesar Evangelista Rezende (Ordem de Santa Cruz).
De acordo com Émile Durkheim, “é pela educação que a transmissão se realiza”. E educar para o Papa Francisco, “é sempre um ato de esperança que convida à coparticipação transformando a lógica estéril e paralisadora da indiferença numa lógica diferente, capaz de acolher a nossa pertença comum”.
Por isso “educarmo-nos para o cuidado dialogal, nas relações interpessoais. E para o compromisso socioambiental; educarmo-nos para a redescoberta das motivações mais profundas ao próprio ato de educar” (CF 2022).
Padre José Cristiano Bento dos Santos

Fotos: Divulgação