Abrindo as atividades dos Grupos Bíblicos de Reflexão (GBR), a arquidiocese convida para o encontro com coordenadores e animadores decanais e paroquiais do GBR, no domingo, 4 de fevereiro, das 8h às 11h30 na Paróquia Nossa Senhora Rainha do Universo.

No encontro, o frei Vilson José da Silva falará sobre o livrinho do GBR 2024, que aborda os livros Sapienciais Jó, Eclesiastes e Sabedoria. Participe!

Importante: os organizadores pedem que os participantes levem a Bíblia, o livro do GBR 2024, lanche ara partilha e garrafinha de água.

O próximo dia 22 de janeiro de 2023, será 4° Domingo da Palavra de Deus, e foi instituído pelo Papa Francisco em 30 de setembro de 2019. O lema desta edição é do Evangelho de João: “Nós vos anunciamos o que vimos” (1 Jo 1,3).

Às 9h30, horário de Roma, o Papa presidirá a celebração da Santa Eucaristia na Basílica de São Pedro e, em seguida, com o objetivo de reavivar a responsabilidade dos crentes em ter conhecimento da Sagrada Escritura, ele dará aos presentes o Evangelho de Mateus. Durante a celebração, serão conferidos a homens e mulheres leigos os ministérios do Leitorado e de Catequista. Em particular três pessoas receberão o ministério do Leitorado e sete o de Catequista. São fiéis leigos e leigas que pretendem representar o Povo de Deus, e são provenientes da Itália, Congo, Filipinas, México e País de Gales.

O evento será transmitido ao vivo pela Mídia do Vaticano (Vatican News) também em língua portuguesa. A Seção para Questões Fundamentais da Evangelização no Mundo do Dicastério para a Evangelização, encarregada pelo Santo Padre de promover o evento, disponibilizou um subsídio litúrgico-pastoral útil para viver a Palavra de Deus na comunidade, na família e pessoalmente. O subsídio online poderá ser baixado em inglês, espanhol, português e francês no site www.evangelizatio.va. Trata-se de um instrumento que oferece iniciativas para favorecer um encontro profundo com a Palavra de Deus na comunidade, na família, na vida diária, e também inclui artigos, meditações, textos para adoração, atividades para crianças e sugestões pastorais.

O Domingo da Palavra de Deus tem o objetivo de destacar a presença do Senhor na vida das pessoas. Ele realmente caminha conosco e está presente através da sua Palavra, como é expresso no logotipo do Domingo, inspirado na história bíblica dos Discípulos de Emaús, a caminho, para repercorrer com o Senhor a Escritura, deixando-se ser ensinados e iluminados.

Em particular, para se preparar ao Jubileu de 2025, o Papa Francisco pediu aos fiéis que relessem as quatro constituições do Concílio Ecumênico Vaticano II. O Dicastério planejou produzir um série de pequenos livros em uma única coletânea intitulada “Quaderni del Concilio” (Cadernos do Concílio), lançada nas livrarias e plataformas on-line em 8 de dezembro de 2022. Por ocasião do Domingo da Palavra de Deus, se propõe uma releitura da Dei Verbum também através dos primeiros cinco volumes da série dedicada precisamente a este documento conciliar.

Vatican news

Foto: Vatican Media

“A Bíblia foi feita para nós!” (Papa Francisco)

Em setembro, a Igreja do Brasil convida os fiéis a, de maneira especial, conhecer mais a Palavra de Deus e a sua aplicação na vida cotidiana, tempo oportuno para escutar e rezar aquilo que Deus quer suscitar no coração de cada cristão.

A seguir, trazemos uma reflexão sobre a Bíblia feita pelo Papa Francisco na sua Audiência Geral do dia 27 de janeiro de 2021, que motiva a trazermos a Palavra de Deus para o nosso dia a dia:  “A oração com as Sagradas Escrituras.

“As palavras das Sagradas Escrituras não foram escritas para permanecer presas nos papiros, nos pergaminhos ou no papel, mas para serem recebidas por uma pessoa que reza, fazendo-as brotar no próprio coração. A palavra de Deus chega ao coração”, frisou o Papa.

A Bíblia não pode ser lida como um romance

“A Bíblia não pode ser lida como um romance”, disse ainda o Pontífice, citando o Catecismo da Igreja Católica que afirma: «A leitura das Sagradas Escrituras deve ser acompanhada de oração, para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem». “A oração é um diálogo com Deus. Aquele versículo da Bíblia foi escrito também para mim, há muitos séculos, para me trazer uma palavra de Deus. Foi escrita para cada um de nós”, disse ainda Francisco, acrescentando:

Esta experiência acontece a todos os fiéis: uma passagem da Escritura, ouvida muitas vezes, de repente um dia fala-me e ilumina uma situação que estou vivendo. Mas é necessário que eu esteja presente nesse dia, no encontro com essa Palavra. Que eu esteja ali, ouvindo a palavra. Todos os dias Deus passa e lança uma semente no terreno da nossa vida. Não sabemos se hoje encontrará terra árida, silvas, ou terra fértil que faça crescer essa semente. Depende de nós, da nossa oração, do coração aberto com que nos aproximamos das Escrituras para que elas possam tornar-se para nós a Palavra viva de Deus. Deus passa continuamente.

Aproximar da Bíblia sem segundas intenções

Segundo o Papa, “devemos nos aproximar da Bíblia sem segundas intenções, sem a instrumentalizar. O fiel não procura nas Sagradas Escrituras o apoio para a própria visão filosófica e moral, mas porque espera um encontro; sabe que aquelas palavras foram escritas no Espírito Santo, e que por isso nesse mesmo Espírito devem ser acolhidas e compreendidas, para que o encontro se realize”.

Fico incomodado quando ouço cristãos que recitam os versículos da Bíblia como papagaios. Você encontrou o Senhor naqueles versículos? Não é um problema apenas de memória, mas de memória do coração, aquela o abre ao encontro com o Senhor. Aquela palavra, aquele versículo o leva ao encontro com o Senhor.

“A Bíblia não foi escrita para uma humanidade genérica, mas para nós, para mim, para você, para homens e mulheres em carne e osso. Homens e mulheres que tem nome e sobrenome. Como eu e você.”

“A Palavra de Deus, impregnada do Espírito Santo, quando é recebida com o coração aberto, não deixa as situações como antes. Muda alguma coisa. Esta é a graça, a força da Palavra de Deus”, disse ainda o Papa.

A Palavra inspira bons propósitos

A seguir, Francisco ressaltou que “a tradição cristã é rica em experiências e reflexões sobre a oração com a Sagrada Escritura”, e citou o método da “lectio divina”, nascido num ambiente monástico mas agora praticado por cristãos que frequentam as paróquias. “Trata-se primeiramente de ler a passagem bíblica com atenção, eu diria com “obediência” ao texto, a fim de compreender o que ele significa em si mesmo. Posteriormente entra-se em diálogo com a Escritura, para que aquelas palavras se tornem um motivo de meditação e oração: permanecendo sempre fiel ao texto, começo a perguntar-me o que ele “diz a mim”. Este é um passo delicado: não devemos resvalar para interpretações subjetivas, mas devemos fazer parte do caminho vivo da Tradição, que une cada um de nós à Sagrada Escritura. O último passo da lectio divina é a contemplação. Aqui as palavras e os pensamentos dão lugar ao amor, como entre os noivos que por vezes se olham em silêncio. O texto bíblico permanece, mas como um espelho, como um ícone a ser contemplado. E assim se há diálogo.”

Através da oração, a Palavra de Deus vem habitar em nós e nós habitamos nela. A Palavra inspira bons propósitos e apoia a ação; dá-nos força e serenidade, e até quando nos põe em crise, nos dá paz. Em dias “maus” e confusos, assegura ao coração um núcleo de confiança e amor que o protege dos ataques do maligno.

As Sagradas Escrituras são um tesouro inesgotável

“É assim que a Palavra de Deus se torna carne naqueles que a acolhem em oração”, sublinhou o Pontífice. “Em alguns textos antigos emerge a intuição de que os cristãos se identificam tão intimamente com a Palavra que, mesmo se todas as Bíblias do mundo fossem queimadas, um “molde” dela ainda poderia ser salvo através da marca que deixou na vida dos santos. Esta é uma expressão bonita”, ressaltou.

“A vida cristã é uma obra de obediência e ao mesmo tempo de criatividade. Um bom cristão deve ser obediente, mas deve ser também criativo. Obediente porque escuta a palavra de Deus e criativo porque há o Espírito Santo dentro que o impele a levá-la  adiante. As Sagradas Escrituras são um tesouro inesgotável”, concluiu o Papa, concedendo a todos a sua bênção apostólica.

Fonte: Vatican News

Depois de um tempo de dispersão provocada pela pandemia, atravessamos um tempo histórico em que é necessário focalizar nossa ação evangelizadora e formação dos grupos bíblicos de reflexão. A Palavra de Deus anima a vida da Igreja e nos conduz pelos caminhos de discipulado. Com esse espírito de alegria, entusiasmo e animação pela volta dos grandes encontros, os Grupos Bíblicos de Reflexão (GBR) tiveram um momento de formação, tendo como assessor o frei Ildo Perondi no domingo, 3 de julho.

O encontro convocou mais de 600 pessoas dos diversos decanatos da Arquidiocese de Londrina e foi realizado na Paróquia Nossa Senhora Rainha do Universo, Decanato Centro. O tema de estudo e reflexão foi: “A sabedoria do povo de Deus na Bíblia”, fundamentada nos livros sapienciais, que ensinam ao povo viver com sabedoria para viver bem! Pessoa sábia é aquela que procura encontrar o caminho da sabedoria, do viver de acordo com o senso das coisas, segundo a verdade e o bem. É isso que permite que alguém possa viver bem e feliz a sua existência. Vamos retomar a missão dos GBR com a sabedoria do povo de Israel que volta a viver depois do exílio.

Ir. Maria Fernanda Godoy, MC
Coordenadora Arquidiocesana do GBR

Fotos: Marilene Maria de Souza

Com o objetivo de valorizar a Palavra de Deus na vida dos seus catequizandos e da comunidade, a Paróquia Nossa Senhora Rainha do Universo, Decanato Centro, promoveu nos dias 11 e 12 de setembro, uma Feira Bíblia, apresentando, de forma lúdica, informações sobre as Sagradas Escrituras. A exposição foi montada na entrada da paróquia para que catequizandos e paroquianos pudessem visitar no início e fim das missas do final de semana.

 

Os cartazes e maquetes foram produzidos pelos próprios catequizandos e catequistas, que usaram da criatividade para representar os episódios narrados na Bíblia. Arca de Noé, travessia do Mar Vermelho, parábolas e vida de Jesus foram alguns dos momentos representados. “Ficamos muito felizes com o resultado da Feira Bíblica, além da participação dos catequizandos, todos os paroquianos que participaram das missas do final de semana contemplaram a feira e se encantaram com todos os trabalhos. A catequese tem como objetivo evangelizar, educar e instruir na fé, mas também transmitir a todos a alegria de viver em comunidade”, explicou a coordenadora paroquial da catequese Evandra Ranieri.

 

O domingo, dia 12, marcou também a cerimônia de entrega da Bíblia aos catequizandos que iniciaram o ano catequético em agosto. Este é um rito celebrativo proposto pela metodologia da Iniciação à Vida Cristã (IVC), realizado sempre no mês de setembro em referência ao Mês da Bíblia. “Na celebração os pais entregaram aos seus filhos o Livro Santo da nossa fé e foi um momento para que todos nós, pais, catequistas, comunidade, assumamos nosso compromisso de levar a Palavra de Deus aos nossos catequizandos. A Bíblia é a Palavra de Deus, é o livro principal da catequese, por ela conhecemos quem é Deus, quem é Jesus e aprendemos o que Ele nos ensina”, conclui a catequista.

 

Pascom Arquidiocesana

Fotos: Divulgação

 

Tema: Carta aos Gálatas
“Pois todos vós sois UM só em Cristo” (Gl 3,28d)

Assessora: Patrícia Zaganin – Mestra em Teologia Bíblica e professora da Escola de Teologia para Leigos

Sexta-feira, 3 de setembro, 20h

Realização: Grupos Bíblicos de Reflexão
Coordenação: Ir. Maria Fernanda Godoy, MC
Produção: Pascom Arquidiocesana de Londrina
Imagens/edição: Tiago Queiroz

 

Participe!

 

 

“A Bíblia deve estar sempre à mão” (Papa Francisco)

 

Como uma lâmpada que ilumina um quarto escuro no meio da noite, a Palavra de Deus é a luz que ilumina toda vida da Igreja, sem a qual nada se pode fazer. Nosso dia a dia de cristãos católicos está impregnado das Sagradas Escrituras, mesmo que não percebamos. Porém, no mês de setembro, a Igreja do Brasil convida a um passo a mais no conhecimento da Palavra de Deus. O Mês da Bíblia é um período em que se busca de maneira especial conhecer a Palavra de Deus e a sua aplicação na vida cotidiana.

 

A Bíblia não deve ficar num suporte, alerta o Papa Francisco. Mas deve estar sempre à mão, para ser lida, frequentemente, seja individualmente, em família, em grupo. “Hoje se pode ler o Evangelho também com muitos instrumentos tecnológicos. Pode-se trazer consigo toda a Bíblia num telefone celular, num tablet. O importante é ler a Palavra de Deus, com todos os meios, e acolhê-la com o coração aberto. E então a boa semente dá fruto!”, afirmou o Papa.

 

Por que Setembro é o Mês da Bíblia?

O mês da Bíblia teve início em 1971, por ocasião do cinquentenário da Arquidiocese de Belo Horizonte (MG). Foi levado adiante com a colaboração do Serviço de Animação Bíblica da Congregação das Paulinas (SAB). Posteriormente, foi assumido pela Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) e estendeu-se ao âmbito nacional.

 

A escolha do mês de setembro para dedicar-se à Bíblia deve-se ao fato de no dia 30 de setembro ser comemorado o dia de São Jerônimo, o qual traduziu a Bíblia dos originais (hebraico, grego e alguns trechos em aramaico) para o latim. (Fonte: acidigital.com).

 

2021: Carta aos Gálatas

Neste ano a proposta da Igreja para o Mês da Bíblia é que os fiéis estudem e conheçam a Carta aos Gálatas, uma carta pessoal do apóstolo Paulo às comunidades da Galácia, escrita durante sua terceira viagem missionária.

 

Diferentemente de uma carta pastoral, como São Paulo escreveu, por exemplo, aos coríntios e aos filipenses, a Carta aos Gálatas é um esboço de um tratado teológico, no qual Paulo começa a organizar e a sistematizar seu pensamento de uma forma mais acadêmica.

 

Para adentrar no universo da Carta aos Gálatas, a arquidiocese promove, nesta sexta-feira, 3 de setembro, uma formação sobre a temática do Mês da Bíblia de 2021, com a professora Patrícia Zaganin, mestra em teologia Bíblica. O encontro arquidiocesano será transmitido ao vivo, às 20h, pelo aplicativo e redes sociais da arquidiocese:

Youtube (https://www.youtube.com/c/arquidiocesedelondrinaoficial)

Facebook (https://www.facebook.com/arquidiocesedelondrina).

 

Participe e deixe-se iluminar pela Palavra de Deus.

 

 

Todos os anos a ação evangelizadora da Igreja no Brasil tem como marco característico o mês de setembro ser dedicado à Bíblia. Em cada ano, um dos livros da Sagrada Escritura é lido, estudado e rezado. O 17º Plano de Ação Evangelizadora de nossa arquidiocese nos apresenta na terceira Urgência a Igreja como lugar de animação bíblica da vida e da pastoral. A comunidade que tem como missão assumir-se como casa da Palavra.

 

O Mês da Bíblia de 2019 tem como tema “Para que n’Ele nossos povos tenham vida – Primeira Carta de João”. É o quarto e último ano do ciclo do tema “Para que n’Ele nossos povos tenham vida”. Já refletimos a Profecia de Miqueias, a Primeira Carta aos Tessalonicenses, o livro da Sabedoria e por fim a Primeira Carta de João.

 

A palavra-chave da Primeira Carta de João é o verbo amar. Por isso o lema escolhido para o Mês da Bíblia 2019 é “Nós amamos porque Deus primeiro nos amou” (1Jo 4,19). O amor vem de Deus e chega a todos. Deus nos faz um convite e toda vez que somos convidados precisamos dar uma resposta, amar. A resposta ao amor de Deus é amor aos irmãos. Vamos nas próximas linhas conhecer um pouco mais essa carta no contexto histórico, literário e teológico.

 

A Primeira Carta de João faz perceber sua origem como uma homilia escrita. O autor se dirige de forma afetiva aos seus interlocutores, chamando-os de amamos e filhinhos. A tradição da Igreja apresenta como autor da Carta João, filho de Zebedeu, um dos doze e o mesmo autor das outras duas cartas e do Evangelho segundo João.

 

Sobre a teologia da carta encontramos duas fundamentais afirmações sobre Deus. Primeiramente que “Deus é Luz” (1Jo 1,5) depois “Deus é amor” (1Jo 4, 8.16). João apresenta que Deus é Luz e nEle não há trevas. Mais ao final percebemos que quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Aparecem os verbos crer, conhecer e permanecer, verbos importantes e muito presentes em todos os escritos de João. Podemos agrupar as afirmações “Deus é Luz” e “Deus é Amor” pois o amor é luz e quem não ama está nas trevas.

 

Do início ao fim da Primeira Carta de João aparece a pessoa de Jesus Cristo. A Carta é aberta e Ele é apresentado como Palavra da Vida já no primeiro versículo: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e nossas mãos apalparam da Palavra da Vida” (1Jo 1,1). O tema da encarnação vai ao longo da Carta se tornando mais presente e mais polêmico.

 

O centro do conflito que está na raiz da Carta são aqueles que negam a encarnação. Esses são chamados de anticristos. Esse termo aparece por cinco vezes Novo Testamento e todas elas nos escritos de João. A melhor forma de compreendermos seu significado está em lermos a Segunda Carta onde o autor diz: “Acontece que se espalharam pelo mundo muitos enganadores, que não confessam Jesus Cristo vindo na carne. Está aí o enganador, o Anticristo” (2Jo 7).

 

Uma riqueza da Primeira Carta de João é a forma como o autor se utiliza para exprimir o agir cristão: o verbo caminhar. Uma forma simples e pedagógica de toda Sagrada Escritura. Agir segundo a verdade é caminhar na luz, agir de forma mentirosa é caminhar nas trevas, e assim as expressões vão exprimindo o modo agir do cristão.

 

Que o Mês da Bíblia deste ano nos motive ao conhecimento da Primeira Carta de João. Ao ouvirmos que “Deus é Luz” nos encorajemos a permanecer e irradiar essa Luz. Podemos também nos questionar: é possível existir amor a Deus sem amor ao próximo? Assim, ao mesmo tempo a afirmação que “Deus é amor” deve nos ajudar a permanecer no amor e, desta forma, amarmos porque Deus primeiro nos amou.

Pe. Djonh Denys
Pároco Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Rolândia PR

“Anunciar o Evangelho e doar a própria vida” (cf. 1Ts 2,8)

mes da biblia 2017[dropcap]D[/dropcap]ia 30 de setembro é dia de São Jerônimo, um dos maiores biblistas de todos os tempos. Por isso, a Igreja dedica o mês de Setembro à Palavra de Deus. Todo ano, é escolhido um texto ou livro da Bíblia para estudo, reflexão, vivência e celebração. Neste ano o livro escolhido é a Primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses. Esta pequena Carta é a primeira carta escrita pelo apóstolo Paulo e também é o primeiro escrito do Novo Testamento.

Entre as tantas frases e expressões bonitas desta Carta, o lema escolhido foi tirado de 1Ts 2,8: “Anunciar o Evangelho e doar a própria vida”. A frase resume o que foi a vida e a paixão do Apóstolo Paulo depois da sua conversão. Viajando para tantos lugares, de cidade em cidade, Paulo anunciou o Evangelho (a Boa Notícia) que Jesus trouxe e fundou comunidades cristãs. Com suas Cartas o Apóstolo animava as comunidades e consolidava a mensagem que havia sido anunciada.

É importante recordar que Paulo não tinha em mãos os evangelhos escritos que nós temos hoje. Ele transmitia a mensagem que havia recebido dos apóstolos que conviveram com Jesus. É este Evangelho que foi anunciado como Palavra de Deus (1,6; 2,2.4.9) e que foi acolhido “não como palavra humana, mas como Palavra de Deus que produz efeito” (2,13) entre os fieis.

A Primeira Carta aos Tessalonicenses pode ser dividida em duas partes. A primeira parte (1,1–4,12) é uma grande ação de graças pela boa acolhida que os tessalonicenses tiveram do Evangelho anunciado. Na segunda parte (4,13–5,28) são mais reflexões teológicas a respeito da ressurreição e da parusia (final dos tempos) e algumas orientações finais.

Quem lê a Carta com cuidado vai perceber que a Carta não é só de Paulo, mas do grupo dos missionários: Paulo, Silvano e Timóteo (1,1). Há uma relação fraterna entre os remetentes e os destinatários. Percebe-se isso no jogo de palavras “nós x vós”. E é importante notar que por 17 vezes aparece a palavra “irmãos”. Esta Igreja que nasce é uma comunidade fraterna, de irmãos que transmitem e irmãos que acolhem o Evangelho. A Carta é marcada por uma profunda espiritualidade: vejam como aparecem tantas vezes os nomes divinos: Deus Pai, Senhor Jesus Cristo, Espírito Santo, Senhor, Deus, etc.

Os missionários fundaram a comunidade de Tessalônica e partiram para nova missão, mas ficou sempre a saudade, uma ligação afetiva que os unia mesmo quando estavam separados fisicamente. Isso nos ensina que a evangelização deve ser com amor e com paixão. Na Carta, os missionários se comportam ora “como uma mãe que acaricia os filhos” (2,7) e ora como “um pai que exorta os filhos” (2,11). É esta relação afetiva que os leva a evangelizar com o desejo de doar a própria vida, se necessário, para o bem e o crescimento da comunidade.

Os missionários rendem graças pelas três virtudes que a comunidade de Tessalônica pratica: a atividade da , o esforço da caridade e a perseverança da esperança (1,3). Estas três virtudes aparecem também em 1,8-10; 3,6 e 5,8, como uma marca que sustenta a comunidade. São as três virtudes cardeais que o cristianismo vai desenvolver na história da Igreja.

A evangelização e a fundação da Igreja em Tessalônica ocorreram em meio a conflitos (At 17,1-15). Os missionários foram vistos como aqueles que incomodavam e que estavam “revolucionando o mundo todo” (At 17,7), por isso Paulo, Silas e Timóteo tiveram que sair da cidade. Na Carta, recorda-se que o anúncio “ocorreu em meio a fadigas” (2,9). Paulo se refere a Satanás que está impedindo que ele retorne à comunidade (2,18) e teme que o Tentador destrua o trabalho realizado (3,5). Seguramente, “Satanás” e “Tentador” não se tratam de potências espirituais malignas, mas das estruturas do império romano, aliados a grupos judaicos, que se opunham ao trabalho de evangelização.

Com relação ao final dos tempos e à vinda de Jesus, havia uma espera ansiosa que tudo iria ocorrer muito em breve. A Carta procura animar os irmãos para que vivam o presente e que mantenham a esperança na ressurreição e – como pediu Jesus – que permaneçam em vigilância constante.

A mensagem desta Carta é um testemunho de como deve ser anunciado o Evangelho: com ardor pelo Reino, com entusiasmo e, ao mesmo tempo, com simplicidade e gratuidade. Hoje o mundo em crise nos desafia a sermos o testemunho vivo do Evangelho. A mensagem da boa nova de Jesus só chegará aos corações das pessoas se foi anunciada com paixão e com amor de quem é capaz de doar a própria vida pela causa do Reino de Deus.

Frei Ildo Perondi
Professor da PUCPR (Campus Londrina)