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Arquidiocese de Londrina
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20 março, 2025
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Na quarta-feira, 19 de março, o Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) deu continuidade a sua reunião deliberando e discutindo temas importantes para a Igreja no Brasil. Um dos momentos significativos da manhã foi a aprovação de uma carta destinada ao Papa Francisco, manifestando o carinho e a proximidade do episcopado brasileiro em relação ao Sumo Pontífice, especialmente neste momento de enfermidade e provação que ele atravessa. A carta expressa a solidariedade dos bispos brasileiros, ressaltando sua oração constante e apoio incondicional ao Papa, em um gesto de afeto e comunhão.

Na sequência, o arcebispo de Santa Maria (RS), dom Leomar Antônio Brustolin, apresentou aos membros do Conselho Permanente, para apreciação e acréscimos, a décima nona versão do texto das “Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”, um documento que está sendo trabalhado com base em um processo de escuta e reflexão das dioceses e dos diversos organismos do povo de Deus. Dom Leomar destacou a importância da escuta como princípio central deste processo, algo que permeou toda a construção das diretrizes ao longo dos três anos e meio.

A proposta é que o texto seja avaliado e aprovado na próxima Assembleia Geral da CNBB, que irá ocorrer de 30 de abril a 9 de maio, em Aparecida, São Paulo. A aprovação e o aprofundamento deste texto representam um passo importante para a Igreja no Brasil, mostrando a disposição dos bispos em promover uma evangelização que seja fiel ao Evangelho e sensível às realidades contemporâneas.

Principais aspectos das diretrizes
Segundo dom Leomar, o objetivo geral das diretrizes é evangelizar, anunciando Jesus Cristo como Igreja peregrina e sinodal, fundamentada na Palavra e nos Sacramentos, e orientada pelo testemunho de fé, esperança e caridade. A proposta, de acordo com ele, é que o texto busque também dar visibilidade à formação de comunidades de discípulos missionários.

O texto das diretrizes será estruturado em vários pontos, sendo que um dos mais importantes é a “escuta dos sinais”. O documento pretende seguir com a proposta de um discernimento contínuo e uma conversão pastoral para responder aos desafios atuais, além de orientar as práticas evangelizadoras da Igreja. As diretrizes sugerem que a Igreja, como uma comunidade sinodal, deve estar atenta aos sinais dos tempos, buscando sempre uma renovação em seu compromisso pastoral.

“Temos uma acolhida muito grande às contribuições que nos tem chegado. Existem percepções que os senhores trazem e que são muito importantes”, disse dom Leomar.

Evangelização no meio empresarial
Outro tema abordado foi a evangelização no meio empresarial. A Comissão Episcopal para a Cultura e a Educação da CNBB reforçou a importância de integrar os valores do Ensino Social Cristão nas atividades econômicas. Por isso, convidou representantes da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE), uma organização sem fins lucrativos, ecumênica e de diálogo interreligioso, para apresentar suas estratégias no sentido de aplicar esses valores nas empresas, com o intuito de promover uma ética empresarial mais humana e responsável.

A associação tem como objetivo principal promover entre os líderes empresariais, dirigentes de empresas e empreendedores a formação e a implementação de uma economia que sirva em primeiro lugar às pessoas e o bem comum de toda a humanidade.

Também foram apresentados, por parte da associação, a realização de congressos, simpósios e encontros de diálogo entre bispos e empresários. Esses eventos são uma oportunidade para aprofundar a reflexão sobre o papel da Igreja no mundo dos negócios e seu compromisso com a justiça social e econômica.

Igreja rumo à COP 30
A COP 30, que será realizada no Brasil, foi também tema central das discussões. Os membros que compõem o projeto “Igreja no Brasil rumo à COP 30” expuseram como está a preparação para fortalecer o compromisso da Igreja no Brasil com a justiça socioambiental, como solicitado pelo Papa Francisco, e como a equipe tem fortalecido esse processo.

Na ocasião, foi apresentado um vídeo com a explicação da identidade visual que será utilizada pela Igreja no Brasil rumo à COP 30, reafirmando seu compromisso com a proteção do meio ambiente e com a denúncia das falsas soluções climáticas que surgem no debate global. O foco está na proteção dos territórios dos povos originários e tradicionais, na promoção da igualdade, no combate ao desmatamento e na transformação do sistema econômico para garantir um futuro mais sustentável.

Com a palavra, dom Jaime Spengler, presidente da CNBB, reafirmou a necessidade de uma presença forte e profética da Igreja, especialmente no contexto de urgência climática. Para isso, disse que é fundamental construir uma narrativa sólida e engajada, alinhada com os apelos papais.

Pré-COPs e formação ecológica
O grupo explicou, ainda, que a Igreja no Brasil está organizando uma série de Pré-COPs em todo o Brasil, com o objetivo de formar lideranças eclesiais e motivar a mobilização local em prol da preservação ambiental. Esses encontros preparatórios, divididos por macrorregião, visam aprofundar o entendimento sobre a crise climática e suas implicações para o futuro, além de garantir um impacto local efetivo.

Convite à reflexão – Em sua intervenção, dom Pedro Brito, arcebispo de Palmas, recordou que há uma cartilha produzida pela Rede Eclesial Pan-Amazônica “ABC das COPS” que destaca a relevância da COP 30 para a Amazônia e para os povos da região, lembrando a importância de a Igreja se envolver ativamente nesse processo.

Na sequência, dom Vicente Ferreira, bispo de Livramento de Nossa Senhora, na Bahia, reforçou ainda a necessidade dos bispos de divulgar artigos de opinião e outros materiais sobre o tema, para estimular o debate e a reflexão nos regionais da CNBB.

CNBB

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