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Um convite a “voltar ao primeiro amor” (Cf. Ap 2, 3-5)

Encontro no Decanato Tamarana/Foto: Divulgação

Nos encontros com os coordenadores, animadores e nos próprios encontros dos Grupos Bíblicos de Reflexão (GBR) ouve-se falar que os GBR já foram mais atuantes e fortes na arquidiocese do que hoje. O que houve? Por que se enfraqueceu? Por que em algumas paróquias não existem mais os GBR, se estes são uma prioridade da arquidiocese? Estes foram alguns dos questionamentos feitos pela equipe de coordenação dos grupos.

Para buscar respostas, o grupo organizou encontros nos decanatos com os coordenadores paroquiais e decanais, para perceber a realidade particular de cada um. Foram apresentados três questionamentos: Como está o entusiasmo em nossos GBR? Quais as maiores dificuldades? e O que fazer concretamente para reacender a chama do amor à Palavra de Deus vivida, meditada e proclamada nos pequenos grupos?

A partir das respostas, a coordenação apresenta as impressões obtidas em cada realidade.

Encontro dos decanatos Ibiporã e Norte

Pontos positivos

Os grupos destacaram como pontos positivos a partilha, amizade e união que a vivência de comunidade e de ser Igreja doméstica propiciam. A oração nas casas favorece conhecer mais a realidade das pessoas e famílias do grupo, testemunho, vivência e partilha da Palavra. Os animadores e coordenadores, apesar das dificuldades, demonstram fidelidade, perseverança e uma busca constante de aprender.

No contato com as realidades das famílias nos encontros dos grupos é possível também atender aos pobres, doentes e idosos e descobrir novas lideranças para o trabalho na Igreja. Destaca-se também a bonita participação das crianças e, em alguns casos, encontros na área rural, em famílias distantes e até casas de famílias evangélicas.

Além disso, o Dia da Palavra, realizado com toda comunidade reunida, não apenas o pequeno grupo, celebrações da Palavra, missas nos setores e via-sacra nas ruas, com o incentivo do padre e outras lideranças, fortalecem e animam os grupos.

Desafios

Se por um lado são muitos os pontos positivos, por outro, também existem dificuldades. Comodismo, falta de apoio do pároco e das lideranças paroquiais, desculpas, pouca participação de jovens e lideranças, falta de comprometimento e uma má compreensão da importância da Palavra na vida das pessoas são alguns dos aspectos levantados. Pela participação em sua maioria de idosos enfrenta-se também o medo de sair à noite e a falta de segurança.

Aliado a isso, a comunicação virtual, bastante explorada durante a pandemia, é apontada como prejudicial à relação e proximidade entre as pessoas. Assim como o retorno das pessoas no pós-pandemia também é um desafio.

Alguns grupos também comentaram sobre a dificuldade de entender e interpretar alguns salmos ou outros textos bíblicos e a dificulta quando o diálogo entra em questões políticas. Encontrar pessoas que tenham disponibilidade para ser animadores dos grupos, a migração das pessoas para igrejas de outras denominações religiosas e a falta de compreensão da importância dos GBR também são dificuldades para os grupos.

O que fazer?

Diante disso, os coordenadores apontaram caminhos concretos para reacender a chama do amor à Palavra de Deus vivida nos pequenos grupos. Dentre elas propiciar formações que mostrem a importância dos pequenos grupos e reuniões mensais com os animadores, para incentivá-los na caminhada, já que o animador deve ser criativo e entusiasmar os demais participantes. Assim como fazer uma boa preparação dos encontros, de forma antecipada, adaptando-os à realidade de cada. E promover momentos celebrativos, como comemorar os aniversariantes do grupo, etc.

Como Igreja em saída, a sugestão é fazer, eventualmente, os encontros nas casas de quem não participa dos grupos, pois, muitas vezes, esta é uma oportunidade para que novas pessoas conheçam os GBR, mesmo que não consigam participar, e sintam a presença da Igreja próxima a sua família. Assim como fazer os encontros nas casas de catequizandos, doentes, ou de uma família enlutada, adaptando o encontro para essa realidade.

Por fim, os grupos apontam que é preciso perseverar no convite a novas pessoas. Ter coragem de convidar jovens, famílias e lideranças para participar do grupo.

Conclusões

Como maiores desafios enfrentados hoje nos GBR a coordenação destaca a falta de compreensão dos conteúdos ou textos bíblicos contidos no livro. A importância de fortalecer a Igreja doméstica, e o papel central que têm os encontros nos pequenos grupos, atingindo os mais afastados. O apoio, participação e valorização dos párocos e lideranças irão colaborar no fortalecimento dos grupos. Continuar com os encontros de formação com os animadores e coordenadores a nível arquidiocesano e nos decanatos para fortalecer e reanimar a caminhada. Fortalecer o Dia da Palavra e celebrações nos setores ou por proximidade.

Agradecimento

Nossa gratidão a todos os sacerdotes, religiosos, animadores e coordenadores paroquiais e decanais dos GBR que, apesar das dificuldades, não medem esforços para animar e acompanhar os grupos.

Prossigamos com esperança, pois a Palavra de Deus não pode parar de ser vivida e anunciada. São Paulo nos diz: “Ai de mim se não anunciar o Evangelho” (1Cor 19,16) e “Como são belos os pés dos que anunciam Boas Notícias” (Rm 10,15).

Estamos em comunhão com as Diretrizes Gerais da ação evangelizadora da Igreja no Brasil, n.109 (2019-2023) que nos motiva a fortalecer a Igreja nas casas, motivando a criar as comunidades eclesiais missionárias conforme os pilares indicados no documento.

Prossigamos o nosso lindo caminho no fortalecimento dos Grupos Bíblicos de Reflexão com fé, coragem e esperança. Nosso carinho e gratidão a todos os decanatos que nos ajudaram a colher um pouco da realidade que vai nos ajudar nessa missão.

Ir. Salette Besen
(Coordenadora arquidiocesana dos GBR)

Pe. Glauber Gualberto
(Assessor dos GBR)

Encontro dos decanatos Centro e Sul
Encontro no Decanato Sertanópolis
Encontro no Decanato Rolândia e Cambé
Encontro no Decanato Oeste
Encontro no Decanato Leste
Encontro no Decanato Porecatu

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