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Novos padres falam das experiências, alegrias e desafios do trabalho pastoral após receberem o sacramento da Ordem

O quanto o padre está presente no dia a dia da comunidade? O quanto isso é gratificante na vida do sacerdote e dos fiéis? Agora, imagina esses sentimentos para quem foi ordenado padre há poucos meses e semanas. Alegria, satisfação, crescimento pessoal e espiritual. Estas são apenas algumas das vivências experimentadas pelos novos sacerdotes da Arquidiocese de Londrina, que receberam o sacramento da ordem em 2022 e já estão atuando nas paróquias.

É o caso do padre Elizeu Bonfim de Souza, ordenado no final de março na sua cidade natal, Corumbataí do Sul (PR), numa cerimônia que contou com a presença de dom Geremias Steinmetz e parte do clero londrinense. “Estar presente na vida das pessoas é muito bom. Em cada momento feliz, de conquista, de celebrar a vida, os sacramentos. É perceptível como a presença do padre torna o momento mais significativo para as pessoas. Assim como os momentos de perdas, luto e doença”, resume o novo presbítero, que desde o início de 2021 trabalha na Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Km 9.

É perceptível como a presença do padre torna o momento mais significativo para as pessoas. Assim como os momentos de perdas, luto e doença

Souza teve o desejo de ser padre ainda criança, fortalecido pelos exemplos da família e da comunidade onde vivia. “O processo foi longo e rico de oportunidades para o amadurecimento. Iniciei o processo na Diocese de Campo Mourão e concluí na Arquidiocese de Londrina, num período de aproximadamente 11 anos. Tive oportunidade de conhecer muita gente e partilhar experiências enriquecedoras na faculdade, pastoral, na vida comunitária, seminário, missões. Ao mesmo tempo nunca deixei de estar próximo da família, que sempre acompanhou cada passo”, valoriza.

Depois que concluiu os estudos filosóficos e teológicos, fez o ano de síntese na própria Paróquia Nossa Senhora Aparecida. “Após a conclusão do tempo de seminário fiz uma rica experiência de inserção numa comunidade Quilombola no Vale de Ribeira, na cidade de Adrianópolis (PR). Apesar de ter sido uma curta experiência de 15 dias, considero que esse tempo facilitou para ter uma melhor convivência com o padre (Dirceu Fumagalli) que convivo até o presente momento. Temos a oportunidade de estar sempre partilhando experiências religiosas e sociais”, destaca.

Primeira missa do padre Elizeu Bondim na Arquidiocese de Londrina foi na Paroquia Sagrados Corações, Decanato Centro (Foto Terumi Sakai)

ADMINISTRADOR PAROQUIAL

O padre Rodrigo Nunes foi ordenado mais recentemente, em maio de 2022. Ele já era religioso da congregação Pequena Missão para Surdos e há três anos entrou para o seminário da Arquidiocese de Londrina, terminando a formação. “Fiz o ano de síntese pastoral na Paróquia São João Batista, em Bela Vista do Paraíso, onde aprendi o cotidiano da vida paroquial, serviços administrativos e pastorais. Tendo recebido o primeiro grau da Ordem em 30 de outubro de 2021, exerci o diaconato em Bela Vista até meados de janeiro deste ano quando fui transferido para a Paróquia da Ressurreição, em Rolândia”, relembra.

Desde então está na Paróquia da Ressurreição como administrador paroquial, função que lhe foi confiada ainda durante o diaconato. “Foi uma vivência muito intensa e também difícil. Administrar uma paróquia como diácono exige um esforço maior que o esperado tendo em vista a inexperiência e uma compreensível desconfiança dos paroquianos por não ser uma situação corriqueira. Além disso, tive que organizar a minha própria ordenação presbiteral enquanto administrava a paróquia, o que tornou tudo muito mais desafiador”, elenca.

Padre Rodrigo preparou a própria ordenação enquanto admnistrava a paróquia, o que tornou tudo muito mais desafiador (Foto Flábia de Paula)

DESAFIOS

Desafio, aliás, é que permeia a caminhada do sacerdote, ainda mais na fase inicial. “O principal desafio certamente é conciliar a administração do tempo entre trabalhos pastorais, administrativos e espirituais e ainda encontrar tempo para os afazeres pessoais”, comenta o padre Rodrigo Nunes.

Foto Flávia de Paula

Mesmo em meio a tanta correria, os dois sacerdotes dizem certos de terem ouvido o chamado de Deus e falado sim. “Fazendo dois meses de padre posso dizer que tenho sido muito feliz. Tem sido cada dia melhor. Mais do que isso é pensar que se não fosse padre, não sei como seria ou se de fato seria feliz como sou hoje. É uma graça inexplicável”, resume o padre Elizeu Bonfim de Souza.

‘Estou fazendo aquilo que eu nasci para fazer’

Padre Renato Aparecido Pelisson recebeu a ordenação presbiteral no dia 23 de abril na Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ibiporã, uma cerimônia, segundo ele, pensada e organizada há muito tempo. Desde então o trabalho não para: atuou na Paróquia São José, em Rolândia, onde já trabalhava como diácono, e, no final de maio, assumiu a função de vigário na Paróquia Santa Terezinha, de Sertanópolis.

Exercer o ministério junto ao povo de Deus é, para ele, uma experiência bonita, motivo de grande alegria. “Você quer ser melhor, porque vê o quanto o povo confia em você. Mesmo sendo tão novo perto de outras pessoas, o respeito, o carinho que as pessoas têm… Tem sido uma felicidade mesmo, aquela sensação: ‘eu encontrei de fato a minha vocação, eu estou fazendo aquilo que eu nasci para fazer’”, revela. Em Sertanópolis, pretende exercer o ministério com o mesmo carinho.

Logo na sua primeira missa na Paróquia São José, de Rolândia, no dia 24 de abril, padre Reanato celebrou um batizado (Foto Pascom Paroquial)

Sobre a diferença entre o trabalho antes e depois de ser ordenado, padre Renato conta que algo interiormente mudou. “Agora a gente conversa com as pessoas, mas a gente leva o sacramento do perdão na vida delas, estar na celebração da Eucaristia é a presença do próprio Cristo Ressuscitado no nosso meio, nós vamos celebrar o batismo, como diácono já fazíamos isso, mas agora de modo muito mais completo porque nós trazemos as pessoas cada vez mais para perto de Cristo. Então, esse mergulho no interior cada vez mais da  vida em Jesus, do Coração de Jesus. Isso muda e muda muito na vida da gente, é interessante”, finaliza.

Trabalho com as famílias e com a juventude

Assim também no ministério do padre Paulo Ricardo Batista. Ele foi ordenado no dia 19 de março, no dia 20 celebrou sua primeira missa e no dia 21 assumiu a função de pároco na Nossa Senhora das Graças de Ibiporã, onde desde dezembro do ano passado, ainda diácono, já trabalhava como administrador paroquial. Mesmo com pouco tempo de trabalho naquela comunidade, padre Paulo já identifica duas frentes de trabalho que merecem atenção: as famílias e a juventude.

Padre Paulo recebe a bênção de sua mãe no dia da ordenação (Foto Guto Honjo)

Digo isso em função do atual e generalizado estado de desestruturação familiar pela qual passa a nossa sociedade, fato esse que se verifica de maneira ainda mais latente em meio as suas camadas mais carentes”, destaca. Sobre o trabalho com a juventude, ele fala do grande número de jovens que residem na região, comprovado pela quantidade de creches, escolas e colégios na localidade. Nesse sentido, padre Paulo vê seu ministério ali como uma contribuição ao trabalho dos padres que o antecederam: padre Antônio Acir Squarcini e padre Josias Romero.

Tão importante quanto a missão de guiar a comunidade é, para ele, a missão de ser um sinal da graça de Deus junto ao povo a ele confiado. “O ministério sacerdotal perpetua no tempo e na história o sacrifício de Cristo. Por isso, sinto-me convidado nesse ministério e nessa missão a cultivar os mesmos sentimentos de Cristo, Jesus.” Sendo assim, ensinar, santificar e governar os fiéis em favor do povo de Deus”, conclui.

Padre Paulo, à esquerda, durante a Visita Pastoral do arcebispo dom Geremias Steinmetz às paróquias de Ibiporã (Foto Tiago Queiroz)

 Presença na comunidade

Padre Alex Aparecido Barboza foi o primeiro diácono transitório ordenado neste ano. Recebeu o presbiterato no dia 26 de fevereiro na Paróquia São Francisco Xavier, em Cambé, comunidade de origem de Alex. Ele presidiu a sua primeira missa no dia 27 de fevereiro, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima em Cambé e a partir dali iniciou seu trabalho como vigário da Paróquia Santa Terezinha de Sertanópolis, onde já atuava como diácono. Função que exerceu até o final de maio, quando foi transferido para a Paróquia São Tiago, em Londrina, como pároco.

Padre Alex iniciou seu ministério presbiteral na Paróquia Santa Terezinha, Sertanópolis (Foto Paroquial)

Padre Alex destaca que trabalhar pela primeira vez numa comunidade torna necessário aprender tudo de novo sob um outro olhar  e uma outra perspectiva. Ele fala da profunda gratidão que sente pela Paróquia Santa Terezinha, onde exerceu suas primeiras funções como sacerdote. “O novo sempre nos tira do comodismo, principalmente o novo de Deus, pois somos surpreendidos com o Seu amor misericordioso. Percebi que a minha presença, mesmo inexperiente, junto deles, é o que faz a comunidade acontecer”, finaliza padre Alex.

Pedro Marconi
(colaboração: Flávia de Paula, Juliana Mastelini Moyses e Henrique Reis)

Foto Destaque: Marilene Maria de Souza

Revista Comunidade edição maio de 2022.
DESTAQUE é a matéria principal mensal da Revista Comunidade, a revista oficial da Arquidiocese de Londrina, que tem como patrocinadores:

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