Terminou nesta quinta-feira, 2 de maio, em Sacrofano, em Roma, o encontro internacional “Párocos em prol do Sínodo, no qual mais de 300 presbíteros, de diferentes partes do mundo, estavam reunidos desde o dia 28 de abril, em preparação à segunda sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade, a ser realizada em outubro deste ano. O encontro envolveu os participantes, de modo ativo, com mesas redondas, workshops de propostas pastorais, diálogo com especialistas e celebrações litúrgicas.

Do Brasil, participaram quatro padres, indicados pela CNBB através da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada: padre Rafael Solano, da Arquidiocese de Londrina (PR); padre Eliezer Paiva, do clero de Imperatriz (MA); padre Ivanir Antônio Rampon, da Arquidiocese de Passo Fundo (RS); e o padre Vitor Hugo Silva, da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Pároco e professor

Padre Rafael Solano conta que do total de participantes, ele e outros 13 padres de diversas dioceses do mundo partilharam as experiências de serem párocos e professores de universidades. “[Ao todo] estamos presentes de 193 países. Está sendo uma experiência enriquecedora. Fazemos de manhã, uma experiência muito linda de contemplação a partir da metodologia que o Sínodo está propondo, fazendo o discernimento, e com o discernimento vamos fazendo oração entre nós. O Santíssimo sempre está exposto”, contou padre Rafael.

Padres brasileiros escolhidos pela CNBB para participarem do encontro em Roma

Ainda pela manhã, foram realizados os trabalhos em grupo. No grupo do padre Rafael participaram 12 pessoas de diferentes países, moderados pelo padre Adelson, jesuíta que trabalha na Universidade Gregoriana. “Ali chegamos a mais conclusões antes das duas da tarde, que é o almoço, depois descansamos uma hora, às três voltamos e já nos reunimos para fazer perguntas. Temos tido a presença de pessoas muito boas, no sentido de que você pergunta no jeito de ser escutado, mas também de ouvir, porque a grande novidade que o Sínodo veio nos trazer foi esse desejo de ouvir.”

Padre Rafael fala da bonita surpresa que foi assistir ao testemunho do padre Romão Martins, da Arquidiocese de Londrina, sobre seu trabalho missionário realizado nas paróquias Nossa Senhora Auxiliadora e São Vicente de Paulo em Londrina, transmitido aos participantes do encontro. “Desde já quero parabenizar a nossa arquidiocese. Foi passado o vídeo do padre Romão, que faz missões a outros lugares. Foi uma grande emoção e um orgulho participar da arquidiocese da qual um irmão padre faz esta experiência que é comentada no Sínodo.”

O encontro apresentou outros bonitos testemunhos, conta padre Rafael. “Me impactou profundamente na Emília România, uma região italiana, em que um padre se juntou a outros três padres, porque já não tem mais padres ali e tem um CPP fantástico. Para sete paróquias, três padres e um CPP de 35 pessoas. Coisa belíssima, verdadeiramente, umas experiências únicas”, conta.

“E o mais lindo de tudo é que nós podemos dizer que no Brasil já éramos sinodais, talvez sem sabê-lo, não? Então é uma riqueza muito grande da nossa Arquidiocese de Londrina. A catequese, os leigos, as leigas engajadas, o trabalho da Pascom. Então verdadeiramente me sinto muito feliz, muito honrado de poder estar aqui. Fui consultado, me fizeram participar em um momento muito especial sobre a dor do clero, especialmente no drama do suicídio. Foi um eco muito bom. Estou muito feliz, muito contente”, conclui padre Rafael, que retorna ao Brasil no sábado, 3 de maio.

Audiência com o Papa

No último dia de encontro, 2 de maio, os participantes tiveram uma audiência com o Papa Francisco. Ao final, o pontífice divulgou uma carta na qual expressa “gratidão e estima pelo trabalho generoso que diariamente realizais, semeando o Evangelho nos vários tipos de terreno”.

Compromisso e serviço para levar a Igreja adiante

O texto fala dos diferentes contextos em que vivem as paróquias, afirmando que os párocos “conhecem de perto a vida do povo de Deus, as suas fadigas e alegrias, as suas carências e riquezas”. Nesta conjuntura, o Papa disse que “uma Igreja sinodal tem necessidade dos seus párocos: sem eles, nunca poderemos aprender a caminhar juntos, nunca poderemos embocar aquele caminho da sinodalidade que ‘é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio’”.

“Jamais nos tornaremos uma Igreja sinodal missionária, se as comunidades paroquiais não fizerem, da participação de todos os batizados na única missão de anunciar o Evangelho, o traço caraterístico da sua vida. Se as paróquias não forem sinodais e missionárias, também a Igreja não o será”, enfatizou o Papa. Relembrando o que foi dito no Relatório Síntese da Primeira Sessão da Assembleia Sinodal, ele ressaltou que as paróquias estão a serviço da missão, vendo a necessidade de que “as comunidades paroquiais se tornem cada vez mais lugares donde partem como discípulos missionários os batizados e aonde regressam, cheios de alegria, para partilhar as maravilhas operadas pelo Senhor através do seu testemunho”.

Ele pediu aos párocos que acompanhem as comunidades às quais servem e que se comprometam com “a oração, o discernimento e o zelo apostólico, empenhar-nos por que o nosso ministério seja adequado às exigências duma Igreja sinodal missionária”. Para isso, ele vê a necessidade de ouvir o Espírito e redescobrir o fundamento de sua missão: “anunciar a Palavra e reunir a comunidade na fração do pão”.

Três recomendações

Francisco fez três recomendações aos párocos: viver cada vez mais seu carisma ministerial específico a serviço das muitas formas de dons difundidos pelo Espírito entre o Povo de Deus; aprender e praticar o discernimento comunitário, elemento-chave da ação pastoral de uma Igreja sinodal; intercâmbio e fraternidade entre os sacerdotes e com seus bispos, ser filhos e irmãos para serem bons sacerdotes, viver a comunhão para serem autênticos pais.

Enfatizando a necessidade de ouvir as vozes dos párocos em preparação para a segunda sessão da Assembleia Sinodal, convidou os participantes do encontro “Párocos em prol do Sínodo” a “serem missionários de sinodalidade nomeadamente entre os seus irmãos párocos, quando regressarem a casa, animando a reflexão sobre a renovação do ministério de pároco em chave sinodal e missionária”.

Confira a carta na íntegra:

CARTA DO PAPA FRANCISCO AOS PÁROCOS

Queridos irmãos párocos!

O Encontro Internacional «Os Párocos em prol do Sínodo» e o diálogo com quantos nele tomam parte dão-me ocasião para recordar, na minha oração, todos os párocos do mundo a quem dirijo, com grande afeto, estas palavras.

De tão óbvio que é, quase parece banal afirmá-lo, mas isso não o torna menos verdadeiro: a Igreja não poderia caminhar sem o vosso empenho e serviço. Por isso quero começar por vos exprimir gratidão e estima pelo trabalho generoso que diariamente realizais, semeando o Evangelho nos vários tipos de terreno (cf. Mc 4, 1-25).

Como se pode verificar nestes dias de partilha, as paróquias, onde realizais o vosso ministério, encontram-se em contextos muito diversos: desde paróquias situadas nas periferias das grandes cidades – conheci-as por experiência direta em Buenos Aires – até paróquias vastas como províncias nas regiões menos densamente povoadas; desde as localizadas nos centros urbanos de muitos países europeus, onde antigas basílicas acolhem comunidades cada vez mais pequenas e envelhecidas, até àquelas onde se celebra debaixo duma grande árvore, misturando-se o canto dos pássaros com as vozes de tantas crianças.

Os párocos conhecem tudo isto muito bem… Conhecem de perto a vida do povo de Deus, as suas fadigas e alegrias, as suas carências e riquezas. É por isso que uma Igreja sinodal tem necessidade dos seus párocos: sem eles, nunca poderemos aprender a caminhar juntos, nunca poderemos embocar aquele caminho da sinodalidade que «é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio».[1]

Jamais nos tornaremos uma Igreja sinodal missionária, se as comunidades paroquiais não fizerem, da participação de todos os batizados na única missão de anunciar o Evangelho, o traço caraterístico da sua vida. Se as paróquias não forem sinodais e missionárias, também a Igreja não o será. A este respeito, é muito claro o Relatório de Síntese da Primeira Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos: as paróquias, a partir das suas estruturas e da organização da sua vida, são chamadas a conceber-se «principalmente ao serviço da missão que os fiéis levam por diante no interior da sociedade, na vida familiar e laboral, sem se concentrar exclusivamente nas atividades que se desenrolam no seu interior e nas suas necessidades organizativas» (8, l). Por isso, é preciso que as comunidades paroquiais se tornem cada vez mais lugares donde partem como discípulos missionários os batizados e aonde regressam, cheios de alegria, para partilhar as maravilhas operadas pelo Senhor através do seu testemunho (cf. Lc 10, 17).

Como pastores, somos chamados a acompanhar neste percurso as comunidades que servimos e, com a oração, o discernimento e o zelo apostólico, empenhar-nos por que o nosso ministério seja adequado às exigências duma Igreja sinodal missionária. Este desafio diz respeito ao Papa, aos Bispos, à Cúria Romana e naturalmente também a vós, párocos. O Senhor que nos chamou e consagrou convida-nos, hoje, a pôr-nos à escuta da voz do seu Espírito e a mover-nos na direção que Ele nos indica. Duma coisa, podemos estar certos: não nos deixará faltar a sua graça. Ao longo do caminho, descobriremos também como libertar o nosso serviço de tudo aquilo que o torna mais cansativo e descobrir o seu núcleo mais autêntico: anunciar a Palavra e reunir a comunidade na fração do pão.

Exorto-vos, pois, a acolher este chamamento do Senhor para serdes, como Párocos, construtores duma Igreja sinodal missionária, empenhando-vos com entusiasmo neste caminho. Com tal objetivo, gostaria de formular três sugestões que poderão inspirar o estilo de vida e de ação dos pastores.

Convido-vos a viver o vosso carisma ministerial específico cada vez mais ao serviço dos dons multiformes semeados pelo Espírito no povo de Deus. Urge, pois, perscrutar com o sentido da fé, reconhecer com alegria e promover com diligência os carismas multiformes dos leigos, tanto os mais modestos como os mais altos (cf. Conc. Ecum. Vat. II, Decr. Presbyterorum Ordinis, 9), que são indispensáveis para se poder evangelizar as realidades humanas. Estou convencido de que assim fareis surgir muitos tesouros escondidos e encontrar-vos-eis menos sós na grande missão de evangelizar, experimentando a alegria duma genuína paternidade que não sufoca nos outros, homens e mulheres, suas muitas potencialidades preciosas, antes fá-las sobressair.

De todo o coração, vos sugiro que aprendais e pratiqueis a arte do discernimento comunitário, valendo-vos para isso do método da «conversação no Espírito», que muito nos ajudou no percurso sinodal e na condução da própria Assembleia. Estou certo de que podereis colher abundantes frutos não só nas estruturas de comunhão, como o Conselho Pastoral Paroquial, mas também em muitos outros campos. Como nos recorda o já citado Relatório de Síntese, o discernimento é elemento-chave da ação pastoral duma Igreja sinodal: «É importante que a prática do discernimento seja realizada também em âmbito pastoral, de modo adequado aos contextos, para iluminar a concretude da vida eclesial. Com esta prática será possível reconhecer melhor os carismas presentes na comunidade, confiar com sabedoria tarefas e ministérios, projetar à luz do Espírito os caminhos pastorais, indo para além da simples programação de atividades» (2, 1).

Por fim, gostaria de vos recomendar que coloqueis na base de tudo a partilha e a fraternidade entre vós e com os vossos Bispos. Esta solicitação ressoou forte no Convénio Internacional para a Formação Permanente dos Sacerdotes sobre o tema «Reaviva o dom de Deus que está em ti» (2 Tim 1, 6), realizado no passado mês de fevereiro aqui em Roma, com a participação de mais de oitocentos bispos, sacerdotes, consagrados e leigos, homens e mulheres, comprometidos neste campo, representando oitenta países. Não podemos ser autênticos pais, se não formos, antes de tudo, filhos e irmãos. E não seremos capazes de suscitar comunhão e participação nas comunidades que nos são confiadas se, primeiro, não as vivermos entre nós. Bem sei que, na sucessão das incumbências pastorais, este compromisso poderá parecer lateral ou até uma perda de tempo, mas realmente é verdade o contrário: de facto só assim somos credíveis e a nossa ação não desperdiça o que outros já construíram.

Não é só a Igreja sinodal missionária que precisa dos párocos, mas também o caminho específico do Sínodo 2021-2024 que tem por tema «Em prol duma Igreja Sinodal. Comunhão, participação, missão», em vista da Segunda Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que se vai realizar no próximo mês de outubro. Para prepará-la, precisamos de escutar a vossa voz.

Por isso, convido quantos participaram no Encontro Internacional «Os Párocos em prol do Sínodo» a serem missionários de sinodalidade nomeadamente entre os seus irmãos párocos, quando regressarem a casa, animando a reflexão sobre a renovação do ministério de pároco em chave sinodal e missionária e, ao mesmo tempo, permitindo à Secretaria Geral do Sínodo recolher a vossa imprescindível contribuição para a redação do Instrumentum laboris. A escuta dos párocos era o objetivo deste Encontro Internacional, mas não pode terminar hoje: precisamos de continuar a ouvir-vos.

Queridos irmãos, estou ao vosso lado neste caminho que também eu procuro percorrer. De coração vos abençoo a todos, e por minha vez preciso de sentir a vossa solidariedade e o apoio da vossa oração. Confiemo-nos à Bem-aventurada Virgem Maria Odighitria: Aquela que indica a estrada, Aquela que nos leva até ao Caminho, à Verdade e à Vida.

Roma, São João de Latrão, 2 de maio de 2024.

FRANCISCO

Fonte: CNBB

Foto: Vatican Media

Os padres brasileiros foram indicados pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o encontro em preparação para o Sínodo dos Bispos

Mais de 300 presbíteros, de diferentes partes do mundo, estão reunidos em Roma desde o dia 28 de abril para o Encontro Mundial de Párocos, em preparação à segunda sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade, que será realizada em outubro deste ano.

O encontro “Párocos para o Sínodo” segue até o dia 2 de maio e é promovido pela Secretaria Geral do Sínodo e pelo Dicastério para o Clero, em colaboração com o Dicastério para a Evangelização e com o Dicastério para as Igrejas Orientais.

Do Brasil, participam quatro padres, indicados pela CNBB, através da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada: padre Eliezer Paiva, do clero de Imperatriz (MA); padre Ivanir Antônio Rampon, da Arquidiocese de Passo Fundo (RS); padre Vitor Hugo Silva, da Arquidiocese do Rio de Janeiro e o padre Rafael Solano, da Arquidiocese de Londrina (PR).

Padre Rafael Solano destaca que o encontro ajuda a definir o perfil do padre sinodal: “A apresentação do cardeal Grech e do teólogo Tomás Halik deixaram claro para todos nós que o sínodo não pode nos infantilizar! Devemos sim ser como crianças para ouvir o que o Espírito tem a nos dizer. Um sínodo que nos permita escutar sem medo e agir a luz da escuta. O perfil do pároco sinodal se baseia numa realidade tridimensional: escuta, humildade e liberdade interior. Um pároco sinodal evita falar e se dedica a escutar”.

O encontro “Párocos para o Sínodo”

O encontro envolve os participantes, de modo ativo, com mesas redondas, a fim de partilhar suas boas práticas, workshops de propostas pastorais, diálogo com especialistas e celebrações litúrgicas. A sede do evento é a “Fraterna Domus” de Sacrofano, em Roma. O encontro é reservado e no último dia de trabalhos os participantes terão uma audiência com o Papa Francisco. Os resultados do encontro contribuirão para a elaboração do “Instrumentum Laboris”, documento de trabalho, para a segunda sessão da Assembleia Sinodal em outubro de 2024.

Fonte: CNBB

Neste domingo, 17 de outubro, será a abertura da fase diocesana do Sínodo dos Bispos, convocado pelo Papa Francisco para conclusão em 2023, com o tema: “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. A celebração será presidida pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz na Catedral Metropolitana de Londrina às 18h.

 

O Sínodo, anunciado em maio deste ano, será realizado em três fases: diocesana, continental e universal. Este caminho sinodal terá a duração de três anos. 

 

Atualmente, esta primeira fase será realizada em todas as dioceses do mundo, sob presidência de seu respectivo bispo e terá seu fim em abril de 2022. A assembleia em Roma acontecerá em 2023.

 

A fase arquidiocesana será marcada pela consulta ao Povo de Deus. O objetivo é que o processo sinodal se realize na escuta da totalidade dos batizados a partir de um Documento preparatório, acompanhado por um Vademecum.

A Arquidiocese de Londrina recebeu no dia 24 de agosto a visita de Lucas Barboza Galhardo. Natural de Caieras, em São Paulo, ele foi o único jovem brasileiro a participar como auditor da 15ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que ocorreu entre 3 e 28 de outubro do ano passado, no Vaticano. Ele proferiu palestra na Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ibiporã, com o tema “A força do coração dos jovens à luz do Sínodo da Juventude”. Cerca de 60 pessoas estiveram presentes no encontro, organizado pelo Movimento Apostólico de Schoenstatt de Ibiporã.

 

Membro da Juventude Masculina de Schoenstatt, Lucas integra a Coordenação Nacional da Pastoral Juvenil. Antes do Sínodo, esteve presente em diversos momentos de preparação, como a reunião pré-sinodal. O tema do Sínodo realizado em 2018 foi “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. “Foi um Sínodo com um processo de consulta e participação muito grande das pessoas antes da assembleia geral em si, que durou um mês. Tiveram iniciativas inéditas, como reunião dos jovens com o Papa Francisco, questionário online”, elencou.
O jovem classificou o último Sínodo como “incrível”, destacando o verdadeiro sentido desta importante assembleia. “A palavra Sínodo vem do grego e significa caminhar juntos. Então, tem este espírito. Foi uma experiência enriquecedora, estar lá com vários bispos, o Papa. Tudo muito positivo”, valorizou. Ao todo, foram 49 auditores de várias partes do mundo, sendo 33 jovens.

 

Estes auditores puderam participar de todos os momentos do Sínodo com os 267 padres sinodais, só não tendo direito a voto nos pontos elencados para a confecção do documento final. “Vimos um ambiente bom, de família. Isso ficou marcado para a maioria de pessoas que participaram”, relatou.

 

Segundo Lucas Galhardo, três mensagens o marcaram e foram as principais do balanço final após esta vivência tão intensa da vida da Igreja: escuta, discernimento e sinodalidade. “A escuta é tudo na vida, principalmente quando se trabalha com jovens. Muitos buscam ser ouvidos, seja para se sentir importante, parte de algo. E no Sínodo tinham realidades do Mundo inteiro. O próprio Papa falou muito sobre isso, de uma escuta que não passa somente pelo ouvido, mas pela cabeça, exige atenção, tempo, empatia”, ressaltou.

 

“O discernimento, porque temos que tomar decisões o tempo inteiro, ainda mais na juventude. Precisamos viver a cultura do discernir e transmitir isto, o que a própria Igreja tem muito. É um exercício da vida”, refletiu. “Já a sinodalidade é o espírito de caminhar juntos. Às vezes pensamos muito na mudança do outro, mas temos que pensar em nós. Se queremos uma Igreja com mudança, temos que pensar no que posso fazer, a contribuição dos dons de cada um, encontrando o ponto de comunhão, com todos dando das mãos: jovens, adultos, idosos, padres. Aí sim conseguiremos encontrar melhores soluções para a realidade que temos.”

 

A 15ª edição do Sínodo dos Bispos resultou no documento final, nomeado “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. “Surgiu de vários bispos a sugestão de usar a passagem dos discípulos de Emaús como linha condutora do documento”, contou. O Papa Francisco ainda escreveu uma exortação com base em toda esta experiência, intitulada “Cristo Vive”.

Pedro Marconi
Pascom Arquidiocesana

 

Fotos: Michael Moreto

 

Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, na tarde de segunda-feira, 11 de fevereiro, lembrou que o Sínodo dos Bispos para a Pan-Amazônia convocado pelo Papa Francisco em 2017 é uma iniciativa para que a Igreja compreenda sua missão evangelizadora naquela região do mundo: “é um evento, uma celebração da Igreja e para a Igreja”.

Brasília

Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, na tarde desta segunda-feira, 11 de fevereiro, lembrou que o Sínodo dos Bispos para a Pan-Amazônia é uma iniciativa para que a Igreja compreenda sua missão evangelizadora naquela região do mundo: “é um evento, uma celebração da Igreja e para a Igreja”.

O secretário-geral gravou um vídeo que está disponível abaixo e nas redes sociais no qual se vê o anúncio feito pelo Papa Francisco da realização da assembleia especial do Sínodo dos Bispos no mês de outubro de 2017. Dom Leonardo esclareceu: “da Igreja para a Igreja envolve toda a questão da Pan-Amazônia: os povos, o meio ambiente. Toda essa realidade, certamente será abordada. O Santo Padre, no entanto, deseja que encontremos novos caminhos para a evangelização, para a Pan-Amazônia”.

Dom Leonardo pede, no vídeo, que os brasileiros e as populações dos outros oito países que integram a região da Pan-Amazônia rezem pela boa realização do Sínodo.

 

Sínodo Especial

O documento preparatório para a assembleia de outubro está definido que a Amazônia é “uma região com rica biodiversidade, é multiétnica, pluricultural e plurirreligiosa, um espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, dos Estados e da Igreja”.

Na primeira parte deste documento, verifica-se a preocupação da Igreja em fazer um chamado a todos para “olhar a identidade e os clamores da Pan-Amazônia. Território, diversidade sociocultural, identidade dos povos indígenas, memória histórica eclesial, justiça e direitos dos povos, espiritualidade e sabedoria.Segundo o documento preparatório, “em sua história missionária, a Amazônia tem sido lugar de testemunho concreto de estar na cruz, inclusive, muitas vezes, lugar de martírio. A Igreja também aprendeu que neste território, habitado por mais de 10 mil anos por uma grande diversidade de povos, suas culturas se construíram em harmonia com o meio ambiente”.

O Sínodo se propõe, desde a sua convocação, a fazer uma revisão do trabalho de evangelização e, por isso, a Igreja deve fazer um sério discernimento diante da Palavra de Deus. O anúncio do Evangelho de Jesus na Amazônia é apresentado a partir das dimensões bíblico-teológica, social, ecológica, sacramental e eclesial-missionária. “Hoje o grito da Amazônia ao Criador é semelhante ao grito do povo de Deus no Egito (cf. Ex 3,7). É um grito de escravidão e abandono, que clama pela liberdade e o cuidado de Deus. É um grito que anseia pela presença de Deus, especialmente quando os povos amazônicos, por defender suas terras, são criminalizados por parte das autoridades; ou quando são testemunhas da destruição do bosque tropical, que constitui seu habitat milenar; ou, ainda, quando as águas de seus rios se enchem de espécies mortas no lugar de estarem plenas de vida”, afirma o texto de preparação.

E, por fim, o texto-base aponta para um comprometimento de todos diante da realidade: novos caminhos para uma Igreja com rosto amazônico. O texto reflete o que seria esse rosto, a dimensão profética, os ministérios e os novos caminhos. “No processo de pensar uma Igreja com rosto amazônico, sonhamos com os pés fincados na terra de nossos ancestrais e com os olhos abertos pensamos como será essa Igreja a partir da vivência da diversidade cultural dos povos. Os novos caminhos terão uma incidência nos ministérios, na liturgia e na teologia”, destaca o texto.

 

Veja o vídeo com a fala de dom Leonardo:

(CNBB)

Na Praça S. Pedro, o Papa Francisco presidiu à missa de abertura da XV Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos e pediu aos 266 Padres sinodais que reavivem a própria paixão por Jesus.

 

 

Manoel Tavares- Cidade do Vaticano

O Santo Padre presidiu esta manhã (03/10), na Praça São Pedro, à solene celebração da Santa Missa por ocasião da inauguração do Sínodo dos Bispos, que se realiza no Vaticano de 3 a 28 do corrente, sobre o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

 

O Papa iniciou sua homilia com o trecho do Evangelho de São João, que diz: “O Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará tudo e recordará tudo o que Eu lhes disse”.

 

Desta maneira tão simples, – disse o Papa – Jesus oferece aos seus discípulos a garantia de que o Espírito Santo os acompanhará em toda a sua obra missionária. O Espírito do Senhor é o primeiro a guardar e manter sempre viva e atual a memória do Mestre no coração dos discípulos e faz com que a riqueza e beleza do Evangelho sejam fonte de constante alegria e novidade. E Francisco exortou os presentes:

“No início deste momento de graça para toda a Igreja, em sintonia com a Palavra de Deus, peçamos insistentemente ao Paráclito que nos ajude a trazer à memória e reavivar as palavras do Senhor, que faziam arder o nosso coração. Memória para que possa despertar e renovar em nós a capacidade de sonhar e esperar. Os jovens serão capazes de profecia e visão, na medida em que nós, adultos ou idosos, formos capazes de sonhar, contagiar e partilhar os nossos sonhos e esperanças”.

 

 

Sonhos e esperanças

O Santo Padre expressou seu desejo de que “o Espírito do Senhor nos dê a graça de sermos Padres sinodais, ungidos com o dom dos “sonhos e da esperança”, para podermos ungir os jovens com o dom da profecia e da visão; possa dar-nos a graça de sermos memória atuante, viva e eficaz, que não se deixa sufocar e esmagar pelos falsos profetas, mas levar a inflamar o coração e discernir os caminhos do Espírito. E acrescentou:

“É com esta disposição de dócil escuta da voz do Espírito que viemos aqui, de todas as partes do mundo. Hoje, pela primeira vez, estão conosco também dois irmãos Bispos da China continental, a quem damos as nossas calorosas boas vindas. Com a sua presença, a comunhão de todo o Episcopado, com o Sucessor de Pedro, torna-se ainda mais visível”.

 

 

Dilatar os corações

Ungidos com a esperança, – disse Francisco – começamos um novo encontro eclesial, capaz de ampliar os horizontes, dilatar os corações e transformar as estruturas, que hoje nos paralisam, dividem e afastam dos jovens, deixando-os expostos às intempéries e órfãos de uma comunidade de fé que os apoie, de um horizonte de sentido e de vida. A esperança interpela-nos, destronca o conformismo e nos convida a trabalhar contra a precariedade, exclusão e violência, às quais está exposta a nossa juventude. E falando dos jovens, o Papa disse:

“Os jovens, fruto de muitas das decisões tomadas no passado, exortam-nos a cuidar do presente, com maior esforço e com eles, a lutar contra tudo aquilo que impede a sua vida de crescer com dignidade. Pedem-nos e exigem-nos uma dedicação criativa, uma dinâmica inteligente, entusiasta e cheia de esperança, e que não os deixemos sozinhos nas mãos de tantos traficantes de morte que oprimem a sua vida e obscurecem a sua visão”.

 

 

Sob a proteção de Maria

O dom da escuta sincera deve ser livre de preconceitos para entrarmos em comunhão com as diferentes situações do Povo de Deus, sem cairmos na tentação de certos moralismos, elitismos e de ideologias abstratas. E o Papa convidou os Padres Sinodais, dizendo:

“Irmãos, coloquemos este tempo sob a proteção materna da Virgem Maria, mulher da escuta e da memória, para que nos guie no reconhecimento dos vestígios do Espírito, a fim de que, entre sonhos e esperanças, possamos acompanhar e encorajar nossos jovens para que não cessem de profetizar”.

Neste sentido, Francisco recordou que, ao término do Concílio Vaticano II, os Padres Conciliares dedicaram a sua última mensagem aos jovens: «A Igreja, durante quatro anos, trabalhou para um rejuvenescimento do seu rosto, para melhor responder à intenção do seu fundador, Cristo, o eterno jovem… É especialmente para os jovens que a Igreja acende, neste Concílio Ecumênico, uma luz, que iluminará o futuro da juventude. A Igreja espera que a sociedade respeite a dignidade, a liberdade, o direito sobretudo dos jovens».

Francisco concluiu sua homilia exortando os Padres Sinodais e representantes da Igreja no mundo, a alargar seus corações, a escutar o apelo do Povo de Deus e a colocar suas energias a serviço da juventude:

“Lutem contra todo o egoísmo. Rejeitem dar livre arbítrio aos instintos da violência e do ódio, que geram guerras e suas consequentes misérias. Sejam generosos, puros, respeitadores, sinceros. Construam, com entusiasmo, um mundo melhor, que o dos seus antepassados. Padres sinodais, a Igreja olha para vocês com confiança e amor.”

 

Atenção Coordenadores de Pastorais e Movimentos da Arquidiocese de Londrina:

Conselho Pastoral Arquidiocesana – CPA

DOCUMENTO PREPARATÓRIO da XV Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos

“Jovens, fé e discernimento vocacional”

AMÉRICA

1) De que modo as comunidades se ocupam com os jovens que experimentam situações de violência extrema (drogas, prisão, dependências, casamentos forçados) acompanhando-os ao longo dos percursos de vida?

2) Que formação oferecei para apoiar o compromisso dos jovens em âmbito sociopolítico, tendo em vista o bem comum?

3) Em contextos de forte secularização, que ações pastorais resultam mais eficazes para prosseguir um caminho de fé depois do percurso de iniciação cristã?

COORDENADORES DAS PASTORAIS E MOVIMENTOS:
Enviar as respostas para o email do secretariado da Ação Evangelizadora: pastorallondrina@gmail.com
até o 17 de junho de 2017.