Gabriel Oberle, do Instituto dos Padres de Schoenstatt, será ordenado padre por dom Geremias Steinmetz no sábado (1º)

 

2022 começa com uma boa notícia para a comunidade católica de Londrina. Pela imposição das mãos do arcebispo dom Geremias Steinmetez, o jovem Gabriel Oberle, 34 anos, será ordenado sacerdote neste sábado (1º). A celebração realiza-se às 10h30, na Catedral Metropolitana, durante a solene missa dedicada a Santa Maria, Mãe de Deus. Ele pertence ao Instituto Secular Padres de Schoenstatt.

 

Nascido em Londrina, Gabriel sempre foi muito atuante em sua paróquia, a Cristo Redentor, no Jardim Piza, zona sul, integrando várias pastorais (Catequese, Liturgia, Pascom, Grupo de Jovens) e o Movimento de Schoenstatt. Em seus trabalhos pastorais, ele diz que sempre se sentiu chamado à vida sacerdotal, mas a decisão ocorreu quando concluía o curso de jornalismo, na UEL (Universidade Estadual de Londrina), em 2011. Os pais Miriam e Edmundo Oberle, mais o irmão Edmur, também muito atuantes na comunidade paroquial, não se surpreenderam quando revelou sua decisão por entrar para o seminário, mesmo acreditando que ele fosse atuar como jornalista. Gabriel conta que nunca lhe faltou o apoio e incentivo dos familiares durante seu período de formação e agora não escondem a alegria por sua ordenação.

 

Como lema de sua vida sacerdotal, ele escolheu a frase “Vosso é o Reino, o Poder e a Glória” (I Crônicas 29, 11) por entender que Jesus é o filho de Deus que, mesmo tendo o Reino, o Poder e a Glória, se fez homem para estar junto às pessoas como um deles. Essa proximidade de Jesus com a humanidade também inspirou na escolha por seu símbolo pessoal, que traz bordado em sua primeira estola. “Jesus está sentado no barco anunciando o Reino (Lc 5,1ss) de um modo muito natural. Assim vejo Jesus: aquele que nos leva a Deus de um modo natural, simples, amigo”, diz.

 

Além da decisão pelo sacerdócio, Gabriel conta que sua participação em grupos da igreja contribuiu também na escolha da comunidade religiosa que gostaria de atuar. Em 2008, após selar sua Aliança de Amor com Maria e participar mais ativamente com os jovens do Movimento de Schoenstatt, obteve as respostas que procurava. “Em Schoenstatt, o tema dos vínculos pessoais contribuiu para que eu me encontrasse com Jesus e com Maria de um modo mais natural”, resume.

 

As experiências vivenciadas em várias missões levando a Palavra de Deus a muitas pessoas, junto com o vínculo ao mesmo Santuário, também foram importantes na escolha do carisma religioso que abraçaria. “Fiz um acompanhamento vocacional e espiritual para postular-me ao noviciado durante o ano de 2011. Em março de 2012 comecei o noviciado no Paraguai”.

 

Em entrevista recente publicada no site nacional do Movimento de Schoenstatt, Gabriel expressa sua alegria por tornar-se sacerdote: “Acredito que vale a pena aceitar a escolha que Deus tem para nós. Nossa vida está nas mãos d’Ele, basta que reconheçamos isso. Deus me chamou ao sacerdócio para que eu tenha a felicidade de levar Cristo a mais pessoas. Eu só aceitei esse chamado.”

 

Após a ordenação, Gabriel irá realizar suas experiências sacerdotais como vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no bairro Jaraguá, em São Paulo (SP), onde está desde sua ordenação diaconal, realizada no último mês de julho.

 

A primeira missa do novo sacerdote Gabriel Oberle, será no domingo (2), às 9h30 na sua paróquia de origem, a Cristo Redentor (Rua Braga, 99, Jardim Piza, Londrina). O convite tanto para a ordenação como para a primeira missa é dirigido a todos os católicos de Londrina.

 

Célia Guerra
Pascom Arquidiocesana

Fotos: Divulgação

No final de outubro, cinco seminaristas serão ordenados diáconos transitórios e avançam mais um passo para se tornarem sacerdotes; dom Geremias exalta crescimento das vocações e reitor do Seminário Paulo VI explica etapas de formação

 

No final do mês de outubro, a Arquidiocese de Londrina se prepara para ordenar como diáconos transitórios cinco seminaristas: Alex Aparecido Barbosa, Elizeu Bonfim de Souza, Paulo Ricardo Batista, Renato Aparecido Ferraz Pelisson e Rodrigo Nunes dos Santos. Com idades entre 27 a 35 anos, de cidades da região de Londrina e também de outros Estados, eles estão próximos de receberem o primeiro grau da ordem, no qual ficarão em um período de seis meses a um ano, antes da ordenação sacerdotal, para assumirem a função de padre, como a população em geral assim conhece.

 

Para chegar a esta etapa, os cinco passaram por um processo de formação, de amadurecimento e discernimento pela vocação em servir o Povo de Deus. Segundo o padre Paulo Rorato, Reitor do Seminário Teológico Paulo VI, parafraseando o Papa Francisco, “as vocações constituem um ‘diamante bruto’, que deve ser trabalhado com habilidade, respeito pela consciência das pessoas e paciência, para que resplandeçam no meio do Povo de Deus”. Ele completa dizendo que, para a comunidade ter presbíteros servidores e santos, são necessárias “normas e orientações que favoreçam a formação de pessoas íntegras, cristãos maduros e consagrados fiéis a Deus para servir o povo”.

 

Dom Geremias Steinmetz, Arcebispo Metropolitano de Londrina, destacou a quantidade de seminaristas que serão ordenados em uma mesma cerimônia. “De fato, são cinco ordenações numa única celebração, isso de fato já fazia alguns anos que não acontecia aqui na Arquidiocese de Londrina. Com a graça de Deus nossas vocações estão crescendo, estão se desenvolvendo, sobretudo, estão perseverando. E nós então temos que dar possibilidade para que elas possam de fato continuar se desenvolvendo e daqui um pouquinho se colocarem a serviço de maneira mais profunda no trabalho de evangelização da nossa diocese”.

 

Quatro etapas compõem o tempo de formação para o sacerdório ministerial: a etapa Propedêutica; a etapa dos estudos filosóficos (ou do Discipulado); etapa dos estudos teológicos (ou de Configuração) e a etapa pastoral (ou de Síntese vocacional). “A passagem de uma etapa para outra tem como critério a maturação integral do candidato e não simplesmente a obtenção das metas formativas correspondentes a cada etapa”, acrescentou o padre Paulo Rorato.

 

Com duração de um ano, não podendo ser superior a dois, a Etapa Propedêutica tem como objetivo dar solidez à vida espiritual e abrir portas para um maior autoconhecimento em favor do crescimento pessoal. “Esta fase pode ser utilizada para um eventual complemento da formação cultural”, explicou o reitor.

 

No Discipulado – etapa dos estudos filosóficos -, é dada uma maior atenção à dimensão humana, em consonância com o crescimento espiritual. Se caracteriza pela formação do discípulo de Jesus destinado a ser pastor. Nesta fase, é feito um trabalho em cima da personalidade dos seminaristas. Nas palavras do Padre Paulo Rorato, “a falta de uma personalidade bem estruturada e equilibrada constitui um impedimento para a continuação da formação ao sacerdócio”.

 

Pela terceira etapa, a Configuração, ou etapa dos Estudos Teológicos, é uma fase de aprendizado da vida pastoral. O padre comenta que neste período o seminarista deve “fazer da própria vida um dom de si aos outros”. É onde deve suscitar na vida do discípulo os próprios sentimentos e comportamento do Filho de Deus.

 

E, de preferência fora das instalações do seminário, a quarta etapa: de síntese vocacional (ou pastoral) é um período que deve ser vivenciado a uma comunidade, oferecendo ao seminarista uma introdução à vida pastoral, junto com determinadas responsabilidades. “É também uma etapa que visa favorecer uma adequada preparação ao presbiterado, por meio de um acompanhamento específico, cabendo ao pároco ou a outro responsável que acolhe o seminarista, esta tarefa formativa”, explicou Rorato.

 

PREPARAÇÃO ÀS VOCAÇÕES

 

Publicada em 1992 pelo então Papa São João Paulo II, a exortação apostólica pós-sinodal “Pastores dabo vois” (“Dou-vos pastores”, em português), diz respeito à formação dos sacerdotes, e tem como público-alvo tanto o clero quanto aos fiéis leigos. O padre Paulo Rorato comenta que “a formação inicial e permanente deve ser integral, isto é, abranger a pessoa num todo”. O documento elenca quatro dimensões que dão identidade ao seminarista e ao presbítero. A primeira dimensão é a humana. “O chamado ao sacerdócio envolve o ser humano concreto. Portanto, é necessário que a formação ofereça os meios adequados para facilitar o seu amadurecimento, tendo em vista o exercício autêntico do ministério. O seminarista é chamado a desenvolver a sua personalidade tendo por modelo e fonte Cristo, o Homem perfeito”.

 

Já a dimensão espiritual tem como foco estreitar os laços de amizade com Jesus, por meio da oração silenciosa e prolongada. “Nesta relação de intimidade, forma-se o coração para aquele amor generoso e oblativo que torna fecunda a vida pastoral”. Rorato acrescenta que pela dimensão intelecual, o foco está na formação acadêmica e cultural do seminarista, para que ele possa compreender e assimilar a sua missão de pastor, e também transmitir o conteúdo da fé de modo adequado.

 

Deixando-se “conduzir pelo Espírito de Deus”, está a dimensão pastoral, onde é necessária a qualificação específica para o ministério. O reitor do seminário Paulo VI coloca que “Uma sólida formação pastoral requer não somente a prática de uma atividade de caráter apostólico, mas também de uma volta constante às fontes da teologia pastoral, que evidencia sempre o contributo das ciências humanas, especialmente da psicologia, da pedagogia e da sociologia”, explicou.

 

A Arquidiocese de Londrina conta atualmente com 26 seminaristas: dois no Seminário Propedêutico, oito na Etapa do Discipulado, dez na Etapa da Configuração e seis na Síntese vocacional. “Peçamos à Virgem Maria, Mãe das Vocações, que interceda pela perseverança desses nossos seminaristas e ajude a muitos de nossos jovens a dar o seu sim ao chamado que Deus lhes faz”, disse o padre Paulo Rorato. Já Dom Geremias espera que as ordenações envolvam a comunidade em geral. “Será um trabalho muito bom, muito bonito, vai chamar a atenção da nossa arquidiocese, visto que os meninos a serem ordenados são de várias regiões da diocese, portanto vai envolver a Arquidiocese como um todo, isso certamente será um momento de uma campanha vocacional, de uma conscientização vocacional e mostrar que Deus mesmo no meio de tantas dificuldades da cultura moderna, contemporânea, nessa cultura urbana que nós vivemos, que Deus continua chamando e tendo corações generosos, Deus de fato chama.”, concluiu.

 

Edson Neves
Pascom Arquidiocesana

Fotos: Terumi Sakai

Reportagem publicada na edição de outubro da Revista Comunidade. Acesse a edição completa clicando no <link>.

O Movimento de Schoesntatt de Londrina celebra neste domingo (24), os 40 anos de sacerdócio do padre Ivan Simicic, 71 anos, que está a sete anos à frente dos trabalhos do movimento não só na cidade, mas também atuando em âmbito nacional, no Instituto de Famílias. A festa tem também um tom de agradecimento e despedida, pois o padre retorna a seu país de origem, o Chile. Às 10 horas ele celebra uma missa na capela do Colégio Mãe de Deus. Depois, participa de um almoço organizado por lideranças do movimento, mas os ingressos de adesão já estão esgotados.

 

De voz calma e palavras de muita sabedoria, padre Ivan não esconde sua alegria por sua vida sacerdotal. “Tenho uma gratidão muito grande a Deus, por ter me escolhido, por ter conduzido a minha vida antes e durante meu ministério.” Ele conta que decidiu pelo sacerdócio aos 22 anos, após concluir a faculdade de agronomia. Um período que na vida de todo jovem, como define, é marcado por grandes decisões – mais estudo, trabalho, casamento… “Optei por ser padre. E, para mim, tem sido uma experiência gratificante, plena. Pela possibilidade de servir em diferentes países, lugares, pessoas, grupos. Mas minha maior alegria e me sentir como um instrumento de Deus, da Mãe, para as pessoas e comunidades que Ele me confia.”

 

Padre Ivan cita os ensinamentos do padre José Kentenich, fundador da obra de Schoenstatt, sobre o sacerdócio, baseado no livro de Hebreus: o sacerdote deve ser tirado do seu povo para ser colocado a serviço desse povo. “Venho desse povo concreto, da família de Schoesntatt, para ser Seu instrumento, estar a Seu serviço.” Ele destaca que destes 40 anos de sacerdócio, a maior parte, 30 anos, trabalhou fora do Chile – na Alemanha, Espanha, Portugal e aqui no Brasil.

 

Ele disse que volta para casa bem contente com o que pôde fazer aqui especialmente pelo que encontrou em Londrina, no Brasil, que foram pessoas acolhedoras, de muita religiosidade, vida de Igreja, jovens que participam de grupos, de vida sacramental. Diferente do que encontrou nos demais países por onde passou e mesmo no Chile, seu país. “Vim para ficar 2 ou 3 anos e fiquei 7 anos. O número da perfeição. Deus quis que fosse aqui e sou muito agradecido a Deus, a esta comunidade, à igreja. Desejo que o trabalho pelas famílias continue e que não fique fechado ao movimento, mas chegue às paróquias, a toda a Igreja.”

Célia Guerra
PASCOM Arquidiocesana

Fotos: Marcelo Sardeto/Divulgação