A Pastoral Familiar da arquidiocese convida toda comunidade para a formação sobre o Exortação Apostólica do Papa Francisco Amoris Laetitia, sobre o amor na família.
A formação será no dia 13 de abril, às 13h30 no Centro de Pastoral Jesus Bom Pastor e contará com espaço Kids.

Mais informações pelo telefone (43)3304-3914 (Patrícia) ou (43)98482-8281

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No sexto aniversário do pontificado do Papa Francisco vamos recordar os aspectos espirituais do magistério: do cristocentrismo à fé no poder da oração, da santidade do cotidiano à dimensão mariana

 


 

Cidade do Vaticano

Hoje, 13 de março, recordamos os seis anos da eleição do primeiro Papa proveniente do continente americano, o primeiro jesuíta, o primeiro com o nome de Francisco. Além dos eventos e dos fatos mais conhecidos destes seis anos com o Papa Francisco, 265º Sucessor de Pedro, queremos evidenciar 10 pontos do seu pontificado, mais especificadamente espirituais.

1. Viver a fé é encontrar Jesus

No centro do magistério do Papa Francisco há o mistério do encontro com o Senhor, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, do qual nasce o primeiro anúncio, o “querigma”: “Jesus Cristo ama-te, deu a sua vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te iluminar, fortalecer, libertar” (Evangelium gaudium, 164). A fé não é uma ideologia – as ideias dividem e levantam muros – mas um encontro concreto com o nosso Salvador que nos leva a encontrar os outros, mudando para sempre a nossa vida: deste encontro do amor nasce o desejo de levar a alegria do Evangelho ao mundo. É a força do amor de Jesus, vivido em primeira pessoa, que leva a dar a boa notícia, que é para todos: os cristãos são apenas pobres mensageiros que devem transmitir algo infinitamente acima deles.

2. A oração: Deus é Pai nosso e nós somos irmãos

A oração – afirma Papa Francisco – é a base da vida cristã: orar significa estar com Deus, confiar no Pai. A verdadeira oração é uma relação viva, uma experiência diária, feita de escuta e diálogo, de consolação e libertação, mas também de irritação: “Isso também é oração. Ele gosta de ouvir quando você está irritado e lhe diz sinceramente o que sente, porque é Pai”. Rezar – afirma Francisco – é compreender que somos filhos de um único Pai que não nos abandona e que somos todos irmãos além das nossas pequenas fronteiras. Rezar é ir ao encontro do outro, mistério do amor desde sempre no pensamento do seu Criador.

3. Deixar se transformar pelo Espírito Santo

Um aspecto forte deste pontificado é o convite a se deixar mudar pelo Espírito Santo. A vida do cristão – repete o Papa com frequência – é uma permanente conversão, um êxodo cotidiano do eu ao tu, do fechamento à saída, da defesa à acolhida: é uma exigência de profunda renovação espiritual que combate com as nossas resistências em não nos deixarmos transformar pela caridade, às vezes em nome de uma verdade que se quer possuir como um “pacote” de doutrinas que não dão margens à nenhuma dúvida. Enquanto que o Espírito – diz o Papa – nos “abala” com as suas surpresas e nos faz ir adiante com a sua força e crescer na fé com a sua sabedoria, mas também com as dúvidas: no sentido positivo, as dúvidas são um sinal de que queremos conhecer melhor Jesus e o mistério do seu amor por nós”.

4. A Igreja seja sempre a casa aberta do Pai

A Igreja é sacramento de salvação e por isso – afirma o Papa – “é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai”. Às vezes “nos comportamos como fiscais da graça e não como facilitadores. Mas a Igreja não é uma alfândega, é a casa paterna  onde todos têm o seu lugar com as suas dificuldades”. “Assim como as portas dos Sacramentos jamais se deveriam fechar”. Inventamos o oitavo sacramento, diz o Papa, o da alfândega pastoral. Por isso embora a Eucaristia seja a plenitude da vida sacramental, não é um prêmio para os perfeitos, mas um generoso remédio e um alimento para os fracos.

5. Constante renovação espiritual

A Igreja, povo de Deus – afirma o Papa – é chamada a se renovar constantemente para ser sempre fiel a Jesus. É um dinamismo interior movido pelo Espírito para compreender melhor as verdades cristãs e aumentar a inteligência da fé: é o desenvolvimento da doutrina que pode escandalizar, mas que em 2000 anos de história cumpriu muitos passos que hoje nos parecem óbvios. O perigo é absolutizar um determinado momento histórico e cristalizá-lo de forma particular, perdendo a perspectiva de um caminho. O Papa insiste em falar aos bispos e sacerdotes para que não se considerem príncipes, mas pastores que compartilham a alegria e os sofrimentos da comunidade.

6. A verdadeira fé nos coloca em crise

Papa Francisco colocou em crise o nosso cristianismo. Assim como fez Jesus, instigou os vizinhos, na época escribas e fariseus e lançou pontes aos afastados. Obrigou com uma linguagem muitas vezes forte e animada, a tomar posições sobre as suas palavras: podemos aceitá-las com humildade deixando-nos corrigir ou rejeitá-las com soberba indignação: “Uma fé que não nos coloca em crise – disse – é uma fé em crise; uma fé que não nos faz crescer é uma fé que deve crescer; uma fé que não nos interroga, é uma fé sobre a qual devemos nos interrogar; uma fé que não nos anima é uma fé que deve ser animada, uma fé que não nos abala, é uma fé que deve ser abalada”. Às vezes a linguagem de Francisco pode não agradar, pode parecer dura, mas é um estímulo para repensar na própria fé para que esta não seja considerada óbvia e para não cairmos em um fácil risco para os que nos estão perto: a hipocrisia.

7.  Sobretudo a caridade

A essência do cristianismo – repete o Papa – é a caridade. Podemos anunciar ao mundo as maiores verdades da fé dando até mesmo nossas vidas, fazer muitas obras e expulsar demônios, mas sem amor não somos nada. A caridade não é uma abstração. Francisco não cansa de recordar que no final de nossas vidas seremos julgados a respeito das coisas muito concretas. Este apelo tem uma raiz profundamente espiritual e escatológica: refere-se ao juízo final. No final de nossas vidas será o nosso amor concreto nesta vida a nos julgar. Se não reconhecermos Cristo no rosto do pobre, não reconheceremos Jesus quando o veremos face a face.

8. A santidade é a misericórdia de todos os dias

Este é o tempo da misericórdia. É outra frase do Papa que nem sempre é bem compreendida, como se fosse uma pieguice relativista. A misericórdia do Senhor, repete o Papa, é infinita, mas se não a acolhermos receberemos então a ira de Deus. É o inferno, a rejeição do amor de Deus. O Todo-Poderoso detêm-se apenas diante de uma coisa: da nossa liberdade. Por isso o Papa faz distinção entre pecadores e corruptos. Todos somos pecadores, mas os corruptos são os que se sentem justos e não querem acolher o perdão de Deus. Enquanto que os santos acolhem na sua fragilidade a misericórdia divina e a derramam sobre os outros. São pecadores que se deixam levantar pelo amor gratuito de Deus, que lhes dá força para dar suas vidas pelos outros, no silêncio de todos os dias.

9. Administrar um bem que nos foi confiado por Deus

Francisco dá um forte sentido espiritual às suas palavras e, seguindo a tradição, vê o cristão comprometido no mundo, mas com os olhos do céu. A invocação “venha o teu reino” é trabalhar nesta terra para construir aqui mesmo o reino do amor de Deus. O cristão não deve se fechar em si mesmo, mas deve contribuir para construir na sociedade a paz, a justiça, a fraternidade. Ao escrever a Encíclica sobre o cuidado da casa comum não queria ser lembrado como o “papa verde”, como foi definido por alguns, mas porque cuidar da casa comum é administrar um bem que nos foi confiado por Deus para o bem de todos.

10. A ajuda de Maria e a luta contra o diabo

Francisco cita com frequência o diabo. Não se envergonha de ser considerado um medieval por isso. “O diabo existe também no século XX” disse. Por trás do mal que o homem faz está o demônio. Diz isso não para diminuir a responsabilidade do homem, mas para explicar que a luta maior está no plano espiritual. O diabo é aquele que divide: quer nos dividir de Deus e dos irmãos, divide os povos, as comunidades, a Igreja, as famílias. Diz mentiras, acusações, é inimigo, mata. Neste combate Francisco apela sempre a Maria. Confia à Mãe de Deus, como faz no início e no fim de cada viagem internacional, quando vai à Basílica de Santa Maria Maior rezar diante do ícone da Salus Populi Romani. O Papa convidou os fiéis a continuarem a rezar o Terço, todos os dias, para pedir através da intercessão de Maria e de São Miguel Arcanjo a proteção da Igreja dos ataques do diabo. O Terço, diz, é a sua oração do coração.

Francisco convida a crer no poder da oração e no final de cada discurso faz este pedido que já nos é familiar: “Por favor, não esqueçam de rezar por mim”. Acrescentando às vezes: “Eu preciso!”.

Vatican News

Convocado pelo Papa Francisco em setembro do ano passado, começou hoje (21) e vai até o dia 24 de fevereiro, o encontro “A proteção de menores da Igreja”, com o objetivo de conhecer o drama das vítimas de abuso sexual, saber como reagir ao problema e tomar medidas rápidas com responsabilidade e transparência. O Papa quer ajudar os bispos a entenderem claramente o que devem fazer em casos de abusos de menores por membros do clero, conscientizando-os a respeito do sofrimento das vítimas e apontando os procedimentos e tarefas que devem ser realizadas em vários níveis.

Participam do encontro 190 pessoas, dentre elas 114 presidentes de conferências episcopais, 12 religiosos e dez religiosas. O Papa participará de todos os momentos do encontro. O arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, representará a CNBB.

Cada dia terá um tema específico: 1) Responsabilidade, 2) Prestação de contas, e 3) Transparência. Serão feitas apresentações acerca do tema no que diz respeito à pessoa do bispo e suas responsabilidades; o relacionamento do bispo com outros bispos; e a relação do bispo com o povo de Deus e a sociedade.

O encontro segue estrutura parecida à do sínodo: debate em assembleia; reuniões em grupo; orações, incluindo uma liturgia penitencial para pedir perdão a Deus pelos erros do passado. Algumas vítimas participam com testemunho e nos pequenos grupos.

Ouvir

O Papa pretende promover a conscientização da necessidade contínua de ouvir as vítimas. Desde o final do ano passado, um comitê organizador enviou aos participantes um questionário e um convite para que se reunissem com algumas vítimas / sobreviventes de abuso sexual por parte dos membros do clero. O questionário respondido foi entregue no final de janeiro e representa uma fonte de informação na compreensão de abordagens do abuso sexual em diferentes culturas. Os questionários serão objeto de estudo contínuo após a reunião.

 

Informações e programação podem ser acessadas no site do encontro. 

 

PASCOM Arquidiocesana

Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, na tarde de segunda-feira, 11 de fevereiro, lembrou que o Sínodo dos Bispos para a Pan-Amazônia convocado pelo Papa Francisco em 2017 é uma iniciativa para que a Igreja compreenda sua missão evangelizadora naquela região do mundo: “é um evento, uma celebração da Igreja e para a Igreja”.

Brasília

Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, na tarde desta segunda-feira, 11 de fevereiro, lembrou que o Sínodo dos Bispos para a Pan-Amazônia é uma iniciativa para que a Igreja compreenda sua missão evangelizadora naquela região do mundo: “é um evento, uma celebração da Igreja e para a Igreja”.

O secretário-geral gravou um vídeo que está disponível abaixo e nas redes sociais no qual se vê o anúncio feito pelo Papa Francisco da realização da assembleia especial do Sínodo dos Bispos no mês de outubro de 2017. Dom Leonardo esclareceu: “da Igreja para a Igreja envolve toda a questão da Pan-Amazônia: os povos, o meio ambiente. Toda essa realidade, certamente será abordada. O Santo Padre, no entanto, deseja que encontremos novos caminhos para a evangelização, para a Pan-Amazônia”.

Dom Leonardo pede, no vídeo, que os brasileiros e as populações dos outros oito países que integram a região da Pan-Amazônia rezem pela boa realização do Sínodo.

 

Sínodo Especial

O documento preparatório para a assembleia de outubro está definido que a Amazônia é “uma região com rica biodiversidade, é multiétnica, pluricultural e plurirreligiosa, um espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, dos Estados e da Igreja”.

Na primeira parte deste documento, verifica-se a preocupação da Igreja em fazer um chamado a todos para “olhar a identidade e os clamores da Pan-Amazônia. Território, diversidade sociocultural, identidade dos povos indígenas, memória histórica eclesial, justiça e direitos dos povos, espiritualidade e sabedoria.Segundo o documento preparatório, “em sua história missionária, a Amazônia tem sido lugar de testemunho concreto de estar na cruz, inclusive, muitas vezes, lugar de martírio. A Igreja também aprendeu que neste território, habitado por mais de 10 mil anos por uma grande diversidade de povos, suas culturas se construíram em harmonia com o meio ambiente”.

O Sínodo se propõe, desde a sua convocação, a fazer uma revisão do trabalho de evangelização e, por isso, a Igreja deve fazer um sério discernimento diante da Palavra de Deus. O anúncio do Evangelho de Jesus na Amazônia é apresentado a partir das dimensões bíblico-teológica, social, ecológica, sacramental e eclesial-missionária. “Hoje o grito da Amazônia ao Criador é semelhante ao grito do povo de Deus no Egito (cf. Ex 3,7). É um grito de escravidão e abandono, que clama pela liberdade e o cuidado de Deus. É um grito que anseia pela presença de Deus, especialmente quando os povos amazônicos, por defender suas terras, são criminalizados por parte das autoridades; ou quando são testemunhas da destruição do bosque tropical, que constitui seu habitat milenar; ou, ainda, quando as águas de seus rios se enchem de espécies mortas no lugar de estarem plenas de vida”, afirma o texto de preparação.

E, por fim, o texto-base aponta para um comprometimento de todos diante da realidade: novos caminhos para uma Igreja com rosto amazônico. O texto reflete o que seria esse rosto, a dimensão profética, os ministérios e os novos caminhos. “No processo de pensar uma Igreja com rosto amazônico, sonhamos com os pés fincados na terra de nossos ancestrais e com os olhos abertos pensamos como será essa Igreja a partir da vivência da diversidade cultural dos povos. Os novos caminhos terão uma incidência nos ministérios, na liturgia e na teologia”, destaca o texto.

 

Veja o vídeo com a fala de dom Leonardo:

(CNBB)

Com o tema “Somos membros uns dos outros” (Ef 4, 25): das comunidades de redes sociais à comunidade humana”, o Papa Francisco fala sobre a necessidade de usarmos as redes como caminho para o encontro e o diálogo

 

Todos os anos, no dia de São Francisco Sales, padroeiro dos jornalistas, o Papa divulga sua mensagem para o Dia das Comunicações Sociais, celebrado em 2019 no dia 2 de junho, Solenidade da Ascensão do Senhor. O Papa convida a refletir sobre a importância da relação entre as pessoas. “A rede é uma oportunidade para promover o encontro com os outros, mas pode também agravar nosso autoisolamento”. Por isso, escreve o Papa, é responsabilidade de todos um uso positivo das redes.

Membros uns dos outros

Citando a carta de São Paulo aos Efésios (4,25) (“Por isso, despi-vos da mentira e diga cada um a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros”), o Papa Francisco fala da responsabilidade que as pessoas têm umas com as outras. “A metáfora do corpo e dos membros leva-nos a refletir sobre a nossa identidade, que se funda sobre a comunhão e alteridade”.

Como cristãos somos membros do mesmo corpo, o que leva a não ver as pessoas como “potenciais concorrentes”, mas como um “companheiro de viagem”.

Da fé num Deus que é Trindade, segue-se que, para ser eu mesmo, preciso do outro. Só sou verdadeiramente humano, verdadeiramente pessoal, se me relacionar com os outros”

 

Do “like” ao “amen”

A imagem usada por São Paulo do corpo e dos membros para expressar a relação com Jesus e com as pessoas lembra que o uso das redes sociais não é um fim em si mesmo, mas sim um complemento do encontro pessoal em carne e osso, “vivido através do corpo, do coração, dos olhos, da contemplação, da respiração do outro”, escreve.

Assim, “se uma família utiliza a rede para estar mais conectada, para depois se encontrar à mesa e olhar-se olhos nos olhos, então é um recurso. Se uma comunidade eclesial coordena a sua atividade através da rede, para depois celebrar juntos a Eucaristia, então é um recurso…”

É esta a rede que queremos, defende o Papa, que em vez de capturar, liberta e preserva a comunhão de pessoas livres. “A própria Igreja é uma rede tecida pela Comunhão Eucarística, onde a união não se baseia nos gostos [“like”], mas na verdade, no “amen” com que cada um adere ao Corpo de Cristo, acolhendo os outros.”

 

<Clique aqui> para ler a mensagem do Papa Francisco para o 53º Dia das Comunicações Sociais na íntegra.

 

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

Vatican News publica o texto integral divulgado este sábado (06/10) pela Sala de Imprensa da Santa Sé acerca do caso envolvendo o estadunidense Theodore McCarrick.

 

Cidade do Vaticano

Depois da publicação das acusações acerca da conduta do Arcebispo Theodore Edgar McCarrick, o Papa Francisco, consciente e preocupado com o turbamento que as mesmas estão causando na consciência dos fiéis, pediu que fosse comunicado o seguinte:

Em setembro de 2017, a Arquidiocese de Nova Iorque sinalizou à Santa Sé que um homem acusava o então Cardeal McCarrick de ter abusado dele nos anos 70. O Santo Padre dispôs a respeito uma investigação prévia aprofundada, que foi realizada pela Arquidiocese de Nova Iorque e na conclusão da qual a relativa documentação foi transmitida à Congregação para a Doutrina da Fé. Enquanto isso, diante do fato que no decorrer da investigação emergiram graves indícios, o Santo Padre aceitou a renúncia do Arcebispo McCarrick do Colégio cardinalício, ordenando-lhe a proibição do exercício do ministério público e a obrigação de conduzir uma vida de oração e penitência. A Santa Sé não deixará, no tempo devido, de divulgar as conclusões do caso que envolve o Arcebispo McCarrick. Também em referência a outras acusações feitas contra o eclesiástico, o Santo Padre dispôs integrar as informações levantadas através da investigação prévia com um ulterior estudo detalhado de toda a documentação presente nos Arquivos dos Dicastérios e Escritórios da Santa Sé acerca do então Cardeal McCarrick, com a finalidade de apurar todos os fatos relevantes, situando-os em seu contexto histórico e avaliando-os com objetividade. A Santa Sé está consciente de que do exame dos fatos e das circunstâncias poderiam emergir escolhas que não seriam coerentes com a linha atual para tais questões. Todavia, como disse o Papa Francisco, «seguiremos o caminho da verdade, onde quer que nos possa levar» (Filadélfia, 27 de setembro de 2015). Seja os abusos, seja seu acobertamento, não podem mais ser tolerados e um tratamento diferenciado para os Bispos que os cometeram ou os acobertaram representa, de fato, uma forma de clericalismo não mais aceitável. O Santo Padre Francisco renova o premente convite a unir as forças para combater a grave chaga dos abusos dentro e fora da Igreja e para prevenir que esses crimes sejam novamente perpetrados contra os mais inocentes e os mais vulneráveis da sociedade. Ele, como anunciado, convocou os presentes das Conferências Episcopais de todo o mundo para o próximo mês de fevereiro, enquanto ressoam ainda as palavras de sua recente Carta ao Povo de Deus: « a única maneira de respondermos a esse mal que prejudicou tantas vidas é vivê-lo como uma tarefa que nos envolve e corresponde a todos como Povo de Deus. Essa consciência de nos sentirmos parte de um povo e de uma história comum nos permitirá reconhecer nossos pecados e erros do passado com uma abertura penitencial capaz de se deixar renovar a partir de dentro» (20 agosto 2018).

Confira a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2018. O Papa nessa mensagem destaca quem são e as consequências trazidas pelos falsos profetas ao coração do homem. Ele também chama a atenção para a falta de amor e o que essa triste realidade pode gerar à vida do homem e ao planeta. Diante desses grandes desafios o Papa Francisco propõe a oração, a esmola e o jejum como verdadeiros caminhos de atenção e amor a Deus e ao próximo. Por fim, o pontífice afirma ser possível recomeçar a amar diante da luz de Cristo que reacende em todos os corações a fé, a esperança e o amor.

Leia na íntegra:


 

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2018

“Porque se multiplicará a iniquidade,
vai resfriar o amor de muitos” (
Mt 24, 12)

 

Amados irmãos e irmãs!

Mais uma vez vamos encontrar-nos com a Páscoa do Senhor! Todos os anos, com a finalidade de nos preparar para ela, Deus na sua providência oferece-nos a Quaresma, “sinal sacramental da nossa conversão”, que anuncia e torna possível voltar ao Senhor de todo o coração e com toda a nossa vida.

Com a presente mensagem desejo, este ano também, ajudar toda a Igreja a viver, neste tempo de graça, com alegria e verdade; faço-o deixando-me inspirar pela seguinte afirmação de Jesus, que aparece no evangelho de Mateus: “Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos” (24, 12).

Esta frase situa-se no discurso que trata do fim dos tempos, pronunciado em Jerusalém, no Monte das Oliveiras, precisamente onde terá início a paixão do Senhor. Dando resposta a uma pergunta dos discípulos, Jesus anuncia uma grande tribulação e descreve a situação em que poderia encontrar-se a comunidade dos crentes: à vista de fenômenos espaventosos, alguns falsos profetas enganarão a muitos, a ponto de ameaçar apagar-se, nos corações, o amor que é o centro de todo o Evangelho.

Os falsos profetas

Escutemos este trecho, interrogando-nos sobre as formas que assumem os falsos profetas?

Uns assemelham-se a “encantadores de serpentes”, ou seja, aproveitam-se das emoções humanas para escravizar as pessoas e levá-las para onde eles querem. Quantos filhos de Deus acabam encandeados pelas adulações dum prazer de poucos instantes que se confunde com a felicidade! Quantos homens e mulheres vivem fascinados pela ilusão do dinheiro, quando este, na realidade, os torna escravos do lucro ou de interesses mesquinhos! Quantos vivem pensando que se bastam a si mesmos e caem vítimas da solidão!

Outros falsos profetas são aqueles “charlatães” que oferecem soluções simples e imediatas para todas as aflições, mas são remédios que se mostram completamente ineficazes: a quantos jovens se oferece o falso remédio da droga, de relações passageiras, de lucros fáceis mas desonestos! Quantos acabam enredados numa vida completamente virtual, onde as relações parecem mais simples e ágeis, mas depois revelam-se dramaticamente sem sentido! Estes impostores, ao mesmo tempo que oferecem coisas sem valor, tiram aquilo que é mais precioso como a dignidade, a liberdade e a capacidade de amar. É o engano da vaidade, que nos leva a fazer a figura de pavões para, depois, nos precipitar no ridículo; e, do ridículo, não se volta atrás. Não nos admiremos! Desde sempre o demônio, que é “mentiroso e pai da mentira” (Jo 8, 44), apresenta o mal como bem e o falso como verdadeiro, para confundir o coração do homem. Por isso, cada um de nós é chamado a discernir, no seu coração, e verificar se está ameaçado pelas mentiras destes falsos profetas. É preciso aprender a não se deter no nível imediato, superficial, mas reconhecer o que deixa dentro de nós um rasto bom e mais duradouro, porque vem de Deus e visa verdadeiramente o nosso bem.

Um coração frio

Na Divina Comédia, ao descrever o Inferno, Dante Alighieri imagina o diabo sentado num trono de gelo; habita no gelo do amor sufocado. Interroguemo-nos então: Como se resfria o amor em nós? Quais são os sinais indicadores de que o amor corre o risco de se apagar em nós?

O que apaga o amor é, antes de mais nada, a ganância do dinheiro, “raiz de todos os males” (1 Tm 6, 10); depois dela, vem a recusa de Deus e, consequentemente, de encontrar consolação n’Ele, preferindo a nossa desolação ao conforto da sua Palavra e dos Sacramentos.Tudo isto se permuta em violência que se abate sobre quantos são considerados uma ameaça para as nossas “certezas”: o bebê nascituro, o idoso doente, o hóspede de passagem, o estrangeiro, mas também o próximo que não corresponde às nossas expectativas.

A própria criação é testemunha silenciosa deste resfriamento do amor: a terra está envenenada por resíduos lançados por negligência e por interesses; os mares, também eles poluídos, devem infelizmente guardar os despojos de tantos náufragos das migrações forçadas; os céus – que, nos desígnios de Deus, cantam a sua glória – são sulcados por máquinas que fazem chover instrumentos de morte.

E o amor resfria-se também nas nossas comunidades: na Exortação apostólica Evangelii Gaudium procurei descrever os sinais mais evidentes desta falta de amor. São eles o egoísmo, o pessimismo estéril, a tentação de se isolar empenhando-se em contínuas guerras fratricidas, a mentalidade mundana que induz a ocupar-se apenas do que dá nas vistas, reduzindo assim o ardor missionário.

Que fazer?

Se porventura detestamos, no nosso íntimo e ao nosso redor, os sinais acabados de descrever, saibamos que, a par do remédio por vezes amargo da verdade, a Igreja, nossa mãe e mestra, nos oferece, neste tempo de Quaresma, o remédio doce da oração, da esmola e do jejum.

Dedicando mais tempo à oração, possibilitamos ao nosso coração descobrir as mentiras secretas, com que nos enganamos a nós mesmos, para procurar finalmente a consolação em Deus. Ele é nosso Pai e quer para nós a vida.

A prática da esmola liberta-nos da ganância e ajuda-nos a descobrir que o outro é nosso irmão: aquilo que possuo, nunca é só meu. Como gostaria que a esmola se tornasse um verdadeiro estilo de vida para todos! Como gostaria que, como cristãos, seguíssemos o exemplo dos Apóstolos e víssemos, na possibilidade de partilhar com os outros os nossos bens, um testemunho concreto da comunhão que vivemos na Igreja. A este propósito, faço minhas as palavras exortativas de São Paulo aos Coríntios, quando os convidava a tomar parte na coleta para a comunidade de Jerusalém: “Isto é o que vos convém” (2 Cor 8, 10). Isto vale de modo especial na Quaresma, durante a qual muitos organismos recolhem coletas a favor das Igrejas e populações em dificuldade. Mas como gostaria também que no nosso relacionamento diário, perante cada irmão que nos pede ajuda, pensássemos: aqui está um apelo da Providência divina. Cada esmola é uma ocasião de tomar parte na Providência de Deus para com os seus filhos; e, se hoje Ele Se serve de mim para ajudar um irmão, como deixará amanhã de prover também às minhas necessidades, Ele que nunca Se deixa vencer em generosidade?

Por fim, o jejum tira força à nossa violência, desarma-nos, constituindo uma importante ocasião de crescimento. Por um lado, permite-nos experimentar o que sentem quantos não possuem sequer o mínimo necessário, provando dia a dia as mordeduras da fome. Por outro, expressa a condição do nosso espírito, faminto de bondade e sedento da vida de Deus. O jejum desperta-nos, torna-nos mais atentos a Deus e ao próximo, reanima a vontade de obedecer a Deus, o único que sacia a nossa fome.

Gostaria que a minha voz ultrapassasse as fronteiras da Igreja Católica, alcançando a todos vós, homens e mulheres de boa vontade, abertos à escuta de Deus. Se vos aflige, como a nós, a difusão da iniquidade no mundo, se vos preocupa o gelo que paralisa os corações e a ação, se vedes esmorecer o sentido da humanidade comum, uni-vos a nós para invocar juntos a Deus, jejuar juntos e, juntamente conosco, dar o que puderdes para ajudar os irmãos!

O fogo da Páscoa

Convido, sobretudo os membros da Igreja, a empreender com ardor o caminho da Quaresma, apoiados na esmola, no jejum e na oração. Se por vezes parece apagar-se em muitos corações o amor, este não se apaga no coração de Deus! Ele sempre nos dá novas ocasiões, para podermos recomeçar a amar.

Ocasião propícia será, também este ano, a iniciativa “24 horas para o Senhor”, que convida a celebrar o sacramento da Reconciliação num contexto de adoração eucarística. Em 2018, aquela terá lugar nos dias 9 e 10 de março – uma sexta-feira e um sábado –, inspirando -se nestas palavras do Salmo 130: “Em Ti, encontramos o perdão” (v. 4). Em cada diocese, pelo menos uma igreja ficará aberta durante 24 horas consecutivas, oferecendo a possibilidade de adoração e da confissão sacramental.

Na noite de Páscoa, reviveremos o sugestivo rito de acender o círio pascal: a luz, tirada do “lume novo”, pouco a pouco expulsará a escuridão e iluminará a assembleia litúrgica. “A luz de Cristo, gloriosamente ressuscitado, nos dissipe as trevas do coração e do espírito”, para que todos possamos reviver a experiência dos discípulos de Emaús: ouvir a palavra do Senhor e alimentar-nos do Pão Eucarístico permitirá que o nosso coração volte a inflamar-se de fé, esperança e amor.

Abençoo-vos de coração e rezo por vós. Não vos esqueçais de rezar por mim.

Francisco

 

No dia 4 de janeiro o Papa Francisco através do Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano enviou uma mensagem aos participantes do 14º Intereclesial das CEBs, encontro que acontece em Londrina/PR dos dias 23 a 27de janeiro. A Nunciatura Apostólica do Brasil transmitiu a carta ao arcebispo de Londrina, Dom Geremias Steinmetz.

 

Veja a carta na íntegra:

logo nunciatura

Brasília, 5 de janeiro de 2018

Excelência,

Na ausência do senhor Núncio Apostólico, cumpro o dever de transmitir a Vossa Excelência o seguinte telegrama:

“O Papa Francisco, informado do XIV Encontro Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, que terá lugar na Arquidiocese de Londrina, de 23 a 27 de janeiro de 2018, deseja transmitir aos participantes vindos de todos os cantos dde o Brasil a sua palavra de estímulo e bênção, que possa ajudar as CEBs a trazerem aos desafios do mundo urbano “um novo ardor evangelizador e uma capacidade de diálogo com o mundo que renovam a Igreja” (Exort. ap. Evangelii gaudium, 29). Com efeito, como vê-se pelo lema do Encontro — “Eu vi e ouvi o clamor do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3, 7-8) — Deus nunca é indiferente ao sofrimento do seu povo, enviando Moisés, para salvar o povo hebreu da escravidão do Egito e, na plenitude dos tempos, enviando o seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, para nos libertar da escravidão do pecado e da morte. Essa ação redentora, que celebramos com fé na Liturgia, deve depois se manifestar numa vida pessoal onde brilhe a luz do Evangelho, isto é, numa existência inspirada no amor e na solidariedade, que é a linguagem do amor. Assim o Santo Padre, unido espiritualmente a essa Assembleia, invoca do Altíssimo a abundância dos seus dons e luzes sobre todos os presentes, de modo que, ouvindo o clamor dos pobres e famintos de Deus, de justiça e de pão, as Comunidades Eclesiais de Base possam ser, na sociedade e Nação brasileira, um instrumento de evangelização e de promoção da pessoa humana — sempre em comunhão com a realidade paroquial e com as  diretrizes da Igreja local (cf. Ibidem, 29) — capaz de vir encontro aos terríveis efeitos da cultura do “descarte”, que leva tantos irmãos e irmãs a viverem excluídos, numa exclusão que fere “na própria raiz, a pertença à sociedade onde se vive, pois quem vive nas favelas, na periferia ou sem poder já não está nela, mas fora. Os excluídos não são “explorados”, mas resíduos, sobras” (Ibidem,53). Como penhor destes votos e preces, que em espírito deposita aos pés de Nossa Senhora Aparecida, o Papa Francisco de todo coração, concede aos participantes, extensiva às suas famílias, comunidade de base, paróquias e dioceses, uma propiciadora Bênção Apostólica, pedindo que, por favor, não deixem de rezar por ele”.

Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado».
Do Vaticano, 4 de janeiro de 2018

 

Unindo-me aos votos, asseguro-lhe minhas orações.

Mons. Marcel Smejkal
Conselheiro da Nunciatura 

Os grupos saíram de Porto Velho (RO), na noite de terça-feira (16), 100 pessoas. E de Rio Branco (AC), quarta-feira (17) pela manhã, 45 lideranças indígenas com destaque à presença das mulheres e jovens. lan Imaek, liderança jovem que está indo representar a juventude shanenawa, huni kui, ashaninka e madha, diz: “Queremos que o papa tenha um olhar para nós juventude, não só nós juventude indígena, mas ribeirinha também. Queremos ganhar nossos espaços e assegurar os direitos já conquistados, mas que estão nos tirando”.

Edileuda Shanenawa, representante das mulheres shanenawa, do município de Feijó, no Acre, conta: “É um momento importante para os povos indígenas, para a história. Queremos um olhar atento às mulheres indígenas, à demarcação e o respeito à nossa cultura”, declara. 

Indígenas brasileiros se preparam para encontrar Francisco.
Indígenas brasileiros se preparam para encontrar Francisco.

Representantes da presidência da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), também já se encontra em Puerto Maldonado desde a manhã da quarta-feira (17) para reuniões em vista do Sínodo Pan-Amazônico que será realizado em outubro de 2019, em Roma e para o encontro com o papa. Dom Cláudio Hummes, presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia (CEA) da Conferencia Nacional do Bispos do Brasil (CNBB) e da Repam, destaca: “A decisão do papa Francisco de encontrar os indígenas da Pan-Amazônia, em Puerto Maldonado, é um dos gestos mais significativos do seu pontificado porque é um forte apelo em favor dos povos originários da Amazônia e também um renovado empenho seu no cuidado pela nossa casa comum”.

O cardeal afirma que esta 22ª Viagem Apostólica Internacional do pontificado de Francisco, visitando inicialmente o Chile e em seguida o Peru “acena também com esperança para a importância dos indígenas no contexto do Sínodo para a Pan-Amazônia”, diz dom Cláudio.

Somam-se à caravana que saiu de Porto Velho, com os povos indígenas e agentes de pastoral, o arcebispo da Arquidiocese de Porto Velho, dom Roque Paloschi; da Diocese de Juína (MT), dom Neri José Tondello; da diocese São Gabriel da Cachoeira (AM), dom Edson Taschetto Damian e da diocese de Humaitá (AM), dom Francisco Merkel.

Dom Roque Paloschi, expressa gratidão ao papa pela visita à Pan-Amazônia e diz: “O santo padre vem justamente num caminho de escuta, ouvir os povos originários desta região, tão sofridos, tão machucados, tão dizimados”. O arcebispo, que também é presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), afirma que os povos indígenas estão muito agradecidos por esse encontro. “É um momento de grande responsabilidade para nós que precisamos ouvir o clamor de Deus através do grito dos pobres e da criação, esta casa comum, que hoje temos a responsabilidade de zelar e cuidar para que verdadeiramente a vida se torne um grande hino de louvor das criaturas ao criador”, afirma dom Roque.

“Os povos indígenas ocupam um lugar especial no coração papa”, lembra dom Edson Taschetto Damian. Para o bispo, a mensagem de Francisco nessa viagem apostólica “é incisiva e esperançosa, forte para a Igreja e a sociedade”, e lembra que começa a “aterrissar” o Sínodo para a Pan-Amazônia com a presença do papa no Peru e seu encontro com os povos originários da região. “É um incentivo à evangelização da Amazônia de forma inculturada, que reconhece a Boa-Nova das culturas indígenas que acolhe a Boa-Nova de Jesus”, assegura dom Edson.

O bispo, recorda ainda, ser a presença do papa na Amazônia peruana um compromisso na defesa dos povos indígenas, principalmente “nesta nossa Amazônia brasileira em que os grandes projetos são colonialistas, são impostos à força, não levam em conta a presença dos povos originários e muito menos àquilo que eles têm a nos ensinar”, conclui o bispo de São Gabriel da Cachoeira, município com maior predominância de indígenas no Brasil. Nove, entre dez habitantes, são indígenas. Foram reconhecidas, por lei municipal, como línguas oficiais no município, ao lado do português, três idiomas indígenas: o nheengatu, o tucano e o baníua.

A convocação para o Sínodo e o chamado do papa para o encontro com os povos indígenas, segundo dom Neri José Tondello, “foi uma surpresa exuberante que vem boa hora para nos ajudar de maneira mais universal a nossa ação pastoral e evangelizadora dentro de nossas dioceses, mas sobretudo, dentro de um contexto amazônico com olhar atento aos povos indígenas”, garante o bispo.

Caravana segue ao encontro do papa.
Caravana segue ao encontro do papa.

Para dom Neri, o Sínodo ajudará a olhar o futuro da região com mais esperança e compromisso do ponto de vista pastoral, teológico e da espiritualidade própria da relação com a natureza. “Será um momento de rever a própria dimensão dos ministérios, da formação, rever a forma de olhar para o martírio histórico de nossa Amazônia”, afirma. O bispo, lembra ainda, que a Amazônia tem um bioma fundamental para a vida deste planeta. “Precisamos pensar como o mundo pode colaborar para que este bioma amazônico possa ser preservado e possa continuar a contribuir com a salvação do planeta”, sublinha do Neri.

Amanhã, quinta-feira (18), o papa visitará Iquique, terceira e última cidade visitada no Chile Nesta ele preside a missa no Campus Lobito. Em seguida almoça na casa de retiros dos padres oblatos no Santuário Nossa Senhora de Lourdes. Após a cerimônia de despedida, o segue às 17h para a segunda etapa de sua viagem apostólica: Lima, capital do Peru.

Francisco percorrerá quase 4 mil quilômetros para visitar Lima, Puerto Maldonado e Trujillo, entre os dias 18 e 21. Essa será a terceira vez que um papa visita o Peru, depois das viagens de João Paulo II em 1985 e 1988.

Por irmã Osnilda Lima 
Assessora de Comunicação da Repam Brasil

Começa nesta segunda-feira, 15 de janeiro, uma nova viagem internacional do Papa Francisco. Desta vez, ele visita o Chile e o Peru. Segundo informações do site oficial da Santa Sé, Vatican News, nestes dois países, o Papa se sentirá um pouco em casa, Ele já esteve nestas duas nações quando sacerdote e arcebispo de Buenos Aires. O Chile recebe pela segunda vez um Pontífice na sua história; recebeu João Paulo II em 1987, enquanto para o Peru será a terceira vez. Uma viagem pastoral, de 15 a 22 de janeiro.

O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, disse ao Vatican News: “Creio que não será uma viagem simples, mas será realmente uma viagem muito interessante”. O Papa chega ao Chile como pastor universal da Igreja para encontrar Igrejas locais; naturalmente, Igrejas que são particularmente vivas, particularmente ativas como a Igreja no Chile, como a Igreja no Peru e que, por outro lado, encontram-se também enfrentando numerosos desafios diante da realidade do mundo de hoje.

Em matéria assinada por Silvonei José, constata-se que os desafios da Igreja são muitos nestes dois países. O cardeal Parolin acenou para dois, particularmente, que o Papa tem muito a peito. O primeiro é o desafio da população indígena. Outro tema muito sentido pelo Papa e sobre o qual tem sempre voltado com palavras inclusive muito incisivas é o da corrupção, que impede o desenvolvimento e também a superação da pobreza e da miséria.

Portanto, uma viagem que abraça questões várias, sejam religiosas, sejam sociais, sejam políticas. A imprensa latino-americana chama também a atenção para o tema dos abusos sexuais. Tanto no Peru como no Chile as revelações sobre abusos sexuais envolvendo sacerdotes católicos estão no centro da atualidade. A 22ª viagem apostólica internacional do Papa Francisco “terá um propósito pastoral acima de tudo” e se concentrará em temas como “paz, unidade, esperança”, unidos “à alegria do Evangelho”, como indicou o Santo Padre na sua mensagem em vídeo enviada às populações dos dois países na véspera da sua partida. “Venho até vocês como peregrino da alegria do Evangelho, para compartilhar com todos a paz do Senhor e confirmá-los na mesma esperança. Paz e esperança compartilhadas entre todos”, disse.

Programa intenso

Um programa intenso e rico de encontros. O Papa Francisco visitará entre os dias 15 e 18 as cidades de Santiago, Temuco e Iquique, no Chile, e no Peru de 18 a 21 as cidades de Lima, Puerto Maldonado e Trujillo.

Entre os momentos salientes da viagem ao Chile, mencionamos o encontro com as populações mapuche chilenas e, em particular, a Missa que o Papa celebrará em Temuco, na quarta-feira, dia 17 de janeiro, para os povos indígenas da região. Será uma missa muito animada, com cantos e danças indígenas locais. O Papa também almoça em privado com oito membros da comunidade Mapuche.

Já no Peru, um dos principais encontros será em Puerto Maldonado. Ali o Papa Francisco, pela primeira vez, entrará em contato com as comunidades da Amazônia. O Santo Padre almoça com representantes das comunidades indígenas amazônicas, serão nove.

Um encontro que, junto com aquele com cerca de 3.500 indígenas no Ginásio de esporte Coliseo Madre de Dios no Chile, será também fundamental para a preparação do Sínodo Especial para a região Pan-amazônica convocado pelo Papa para outubro de 2019. Pode-se dizer que o encontro em Puerto Maldonado será um primeiro encontro do Sínodo, também porque estará presente o cardeal Baldisseri, que é o secretário-geral do Sínodo dos Bispos. Na Amazônia, o Papa Francisco entregará várias cópias da encíclica “Laudato Si” na língua local.

O Papa, como fez tantas vezes no passado, quer conversar com os povos indígenas, quer mostrar respeito por eles, precisamente ali, onde se encontram. Ao mesmo tempo, há o tema do respeito pelos povos e também pela Criação. Então, há também uma ligação com a encíclica “Laudato si”. Uma ocasião para reafirmar que podemos aprender muito das populações indígenas, sobretudo no que diz respeito à relação com a natureza. Tanto no Chile quanto no Peru, o Papa Francisco se encontrará com sacerdotes jesuítas. No Peru, os jesuítas celebram os 450 anos de presença no país.

Dados da Igreja

Professor Fernando Altemeyer Junior, do Departamento de Ciência a Religião da PUC-SP, enviou para assessoria de imprensa da CNBB dados atualizados da Igreja nos dois países que irão receber a visita do Papa Francisco.

Chile

Território: 656.950 quilômetros quadrados.

Línguas oficiais: espanhol e idiomas nacionais indígenas.

Atualmente 17.403.000 habitantes, dos quais 12.883.000 católicos, ou seja, 74 % da população, segundo estatísticas publicadas pela Santa Sé. O Pew Research Center mostra um índice de 64% no ano 2014. Há 27 circunscrições eclesiásticas, sendo 5 arquidioceses ou sedes metropolitanas, 19 dioceses, 1 prelazia territorial, 1 vicariato apostólico e 1 ordinariato militar. Existem 954 paróquias, 4.068 centros de atendimento pastoral.

São 52 bispos chilenos vivos em 15/12/2017: 3 cardeais arcebispos, 1 núncio apostólico, 4 arcebispos, 5 arcebispos eméritos, 19 bispos diocesanos, 6 bispos auxiliares, 1 prelado na ativa, 1 vigário apostólico, e 12 bispos eméritos.

Trabalham no país como agentes da pastoral: 2.415 sacerdotes (1.182 do clero secular e 1.233 do clero religioso ou regular), 1.029 diáconos permanentes, 476 membros dos institutos seculares, 1.611 missionários leigos, 384 irmãos, 659 seminaristas maiores, 4.303 religiosas consagradas, 46.282 catequistas. Batizados em 2012 foram 131.995 novos membros.

Os irmãos protestantes, de igrejas da Reforma e anglicanos, segundo o PEW Research Center são 17%, os sem religião 16 %, e há 3 % de outros credos religiosos que incluem judeus, muçulmanos, testemunhas de Jeová e tradições indígenas.

Os primórdios da evangelização remontam a uma primeira paróquia datada de 1547. A primeira diocese Santiago de Chile foi erigida em 27/06/1561. Foi indicado como primeiro bispo Mons. Rodrigo González de Marmolejo (27/06/1561 – faleceu em 09/10/1564).

27 Circunscrições eclesiásticas católicas no Chile:
1. Antofagasta (Arquidiocese)
2. Aysén (Vicariato Apostólico)
3. Chile, Militar (Ordinariato Militar)
4. Chillán (Diocese)
5. Concepción (Santissima Concezione) (Arquidiocese)
6. Copiapó (Diocese)
7. Illapel (Prelazia Territorial)
8. Iquique (Diocese)
9. La Serena (Arquidiocese)
10. Linares (Diocese)
11. Melipilla (Diocese)
12. Osorno (Diocese)
13. Puerto Montt (Arquidiocese)
14. Punta Arenas (Diocese)
15. Rancagua (Diocese)
16. San Bernardo (Diocese)
17. San Carlos de Ancud (Diocese)
18. San Felipe (Diocese)
19. San Juan Bautista de Calama (Diocese)
20. San Marcos de Arica (Diocese)
21. Santa Maria de Los Angeles (Diocese)
22. Santiago de Chile (Arquidiocese)
23. Talca (Diocese)
24. Temuco (Diocese)
25. Valdivia (Diocese)
26. Valparaíso (Diocese)
27. Villarrica (Diocese)
Vacantes: Valdívia.

Peru

Território: 1.285.216 quilômetros quadrados.

Línguas oficiais: Quéchua, Aimara e espanhol e dezenas de idiomas nacionais indígenas.

Atualmente 30.478.000 habitantes, dos quais 27.010.000 católicos, ou seja, 88,6 % da população, segundo estatísticas publicadas pela Santa Sé. O Pew Research Center mostra um índice de 76 % no ano 2014. Há 45 circunscrições eclesiásticas, sendo 7 arquidioceses ou sedes metropolitanas, 19 dioceses, 10 prelazias territoriais, 8 vicariatos apostólicos e 1 ordinariato militar. Existem 1.587 paróquias, 6.771 centros de atendimento pastoral.

São os atuais ministros do povo de Deus: 74 prelados peruanos vivos em 15/12/2017:
1 cardeal arcebispo eleitor, 1 núncio apostólico, 6 arcebispos, 3 arcebispos eméritos, 20 bispos diocesanos, 4 bispos auxiliares, 10 prelados, 8 vigários apostólicos e 21 eméritos.

Trabalham no país como agentes da pastoral: 3.260 sacerdotes (1.937 do clero secular e 1.323 do clero religioso ou regular), 61 diáconos permanentes, 165 membros de institutos seculares, 11.361 missionários leigos, 542 irmãos, 1.826 seminaristas maiores, 5.697 religiosas consagradas, 55.963 catequistas. Batizados em 2012 foram 364.330 novos membros.

Os irmãos protestantes, de igrejas da Reforma e anglicanos, segundo o PEW Research Center são 17 %, os sem religião 4 %, e há 3 % de outros credos religiosos que incluem judeus, muçulmanos, religiões japonesas e tradições indígenas.

O primórdio da evangelização remonta ao ano 1532, mesclada à ação destrutiva dos conquistadores espanhóis tal qual Francisco Pizarro (1471-1541). Em 05/09/1536 é erigida a primeira diocese, em Cuzco. A primeira santa latino-americana é a peruana Santa Rosa de Lima, dominicana terciária falecida em 1617 e canonizada em 1671.

45 Circunscrições eclesiásticas católicas no Peru

1. Abancay (Diocese)
2. Arequipa (Arquidiocese)
3. Ayacucho o Huamanga (Arquidiocese)
4. Ayaviri (Prelazia Territorial)
5. Cajamarca (Diocese)
6. Callao (Diocese)
7. Carabayllo (Diocese)
8. Caravelí (Prelazia Territorial)
9. Chachapoyas (Diocese)
10. Chiclayo (Diocese)
11. Chimbote (Diocese)
12. Chosica (Diocese)
13. Chota (Prelazia Territorial)
14. Chulucanas (Diocese)
15. Chuquibamba (Prelazia Territorial)
16. Chuquibambilla (Prelazia Territorial)
17. Cuzco (Arquidiocese)
18. Huacho (Diocese)
19. Huamachuco (Prelazia Territorial)
20. Huancavélica (Diocese)
21. Huancayo (Arquidiocese)
22. Huánuco (Diocese)
23. Huaraz (Diocese)
24. Huarí (Diocese)
25. Ica (Diocese)
26. Iquitos (Vicariato Apostólico)
27. Jaén en Peru o San Francisco Javier (Vicariato Apostólico)
28. Juli (Prelazia Territorial)
29. Lima (Arquidiocese)
30. Lurín (Diocese)
31. Moyobamba (Prelazia Territorial)
32. Peru, Militar (Ordinariato Militar)
33. Piura (Arquidiocese)
34. Pucallpa (Vicariato Apostólico)
35. Puerto Maldonado (Vicariato Apostólico)
36. Puno (Diocese)
37. Requena (Vicariato Apostólico)
38. San José del Amazonas (Vicariato Apostólico)
39. San Ramón (Vicariato Apostólico)
40. Sicuani (Prelazia Territorial)
41. Tacna y Moquegua (Diocese)
42. Tarma (Diocese)
43. Trujillo (Arquidiocese)
44. Yauyos (Prelazia Territorial)
45. Yurimaguas (Vicariato Apostólico)

Vacante: Yurimaguas (Vicariato Apostólico)