Na 5ª edição do congresso Catequistas Brasil, realizado de 2 a 4 de fevereiro deste ano em Aparecida, a coordenadora da catequese da Arquidiocese de Londrina, irmã Angela Soldera foi homenageada com o prêmio Frei Bernardo Cansi, que reconhece nomes ligados à catequese no Brasil. O prêmio leva o nome frei Bernardo Cansi, padre capuchinho precursor da Catequese Renovada no Brasil. Ao todo foram 11 homenageados.

Criado neste ano, o prêmio reconhece nomes referenciais da catequese, impulsionando e motivando os catequistas que seguem a missão de evangelizar, partindo da mistagogia e do querigma, formando discípulos missionários para o Reino de Deus.

Irmã Angela conta que recebeu a premiação com surpresa. “Mas também alegria e gratidão. Dedico essa homenagem a todos os catequistas, especialmente das dioceses em que trabalhei: Diocese de Caxias do Sul e Arquidiocese de Londrina.”

A religiosa conheceu frei Bernardo Cansi quando trabalhou na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em Brasília. Além disso os dois são nascidos na mesma diocese, Caxias do Sul (RS), em cidades próximas, a religiosa é natural de Nova Roma (RS) a menos de 100km de São Jorge (RS), cidade onde o frei nasceu.

Homenageados com o prêmio Frei Bernardo Cansi

Frei Bernardo Cansi

Nasceu em 3 de julho de 1937, em São Jorge (RS). Filho de Irene Maria Albarello e Alexandre Cansi, tinha por nome de batismo Fermino José Cansi. Ingressou no Seminário em Vila Flores (RS), fazendo a profissão temporária na Ordem em 1957, na cidade de Flores da Cunha (RS).

Sua profissão perpétua aconteceu em Ijuí (RS), ordenação diaconal em Porto Alegre (RS) e ordenação presbiteral em São Jorge (RS), no ano de 1966, por dom Frei Cândido Maria Bampi.

Na Província Capuchinha no Rio Grande do Sul, cursou o Instituto Superior de Pastoral Catequética (ISPAC) e trabalhou na Paróquia Santo Antônio, na capital gaúcha. Em 1970, Frei Bernardo foi transferido para a Província do Brasil Central e trabalhou nas cidades de Brasília (DF), Ceilândia Sul (DF), Campo Grande (MS) e Coxim (MS). Dedicou-se, fielmente, à liturgia e à implementação da Catequese Renovada em todo Brasil.

Escreveu 23 livros, mais de 40 artigos, foi membro da Academia de Letras de Brasília, deu início à Missa dominical pela TV Brasília e a Ave-Maria pela Rádio Planalto, e exerceu vários cargos na Província.

Frei Bernardo foi para Roma, na Itália, em 1995, cursar mestrado em Catequese pela Universidade Salesiana. Em 1996, quando se preparava para o doutorado, descobriu um câncer no estômago.

De acordo com o site da Congregação Capuchinha, Frei Bernardo é descrito como um “frade alegre, entusiasta, vibrante, persistente e sempre otimista”. Muito querido e amado pelos fiéis em Brasília, pela família, e conhecido em todo Brasil pelos cursos de catequese que orientava, faleceu no Brasil em 31 de agosto de 1996, com 59 anos de vida, 39 de vida consagrada e 30 de sacerdócio.

Pascom Arquidiocesana

Fotos: Arquivo pessoal

Na próxima terça-feira, 20 de junho, irmã Angela Soldera, SJBP, coordenadora da Animação Bíblico-catequética da arquidiocese, embarca para Roma para participar do Capítulo Geral da Congregação das Irmãs de Jesus Bom Pastor, a Congregação das Irmãs Pastorinhas. O encontro de 24 de junho a 16 de julho terá como tema: “Formar comunidades integradas missionárias e vocacionais”.

Realizado de seis em seis anos, é uma assembleia que avalia a caminhada da congregação, planeja a ação pastoral para o próximo sexênio e elege a nova coordenação geral. Participam o governo geral; as provinciais; e as delegadas indicadas por cada província. Irmã Angela é uma das duas delegadas indicadas pela Província do Rio Grade do Sul, a qual pertence. Neste ano também participarão algumas irmãs como observadoras do capítulo. Ao todo serão 30 religiosas do mundo todo. “Será uma soma de riquezas estar junto das diferentes nacionalidades, experiências e caminhada das irmãs espalhadas pelas diferentes nações”, destaca a irmã.

A programação começa com cinco dias de retiro e as atividades do capítulo no dia 29 de junho, festa de São Pedro e São Paulo, padroeiros da congregação. Questões internas e temas como a sinodalidade, a cultura do encontro e a realidade do clericalismo também serão abordadas no capitulo. “Uma das questões fundamentais que será debatida é, enquanto irmã pastorinha, como viver o carisma pastoral dentro do contexto de mundo, sociedade e Igreja que vivemos hoje”, explica a irmã Angela.

O carisma da congregação é atuar diretamente nas paróquias e dioceses, colaborando com o trabalho pastoral, ligado à catequese, liturgia, grupos bíblicos, juventude e no serviço de caridade: “no que a Igreja precisa e que nós podemos contribuir. O carisma especifico é a colaboração com o zelo pastoral dos pastores da Igreja”, explica.

Para irmã Angela é um momento de graça pela primeira vez participar de um capítulo da congregação. “É um dom de Deus e ao mesmo tempo uma responsabilidade grande. Estou indo com a expectativa e o espírito de serviço, porque é um momento de contribuir mais diretamente com a congregação”, afirma a irmã.

Na ausência da religiosa, os trabalhos da catequese na arquidiocese seguirão normalmente, com atendimentos às quartas e quintas da secretária Inês Cardoso. “O trabalho não vai parar, a equipe de coordenação, as decanas já estão organizadas”, informa irmã Angela.

Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana

Foto: Guto Honjo