De 8 a 12 de julho, padre Alexandre Alves Filho esteve no Encontro Nacional de Coordenadores Diocesanos de Pastoral na Casa Dom Luciano, em Brasília
Mais de 200 pessoas participaram do Encontro Nacional de Coordenadores Diocesanos de Pastoral, realizado entre os dias 8 e 12 de julho, em Brasília (DF), pelo Secretariado Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O encontro teve como proposta favorecer o estudo dos principais temas ligados à evangelização na Igreja no Brasil, como o processo de atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da CNBB, o Sínodo sobre a sinodalidade e o Jubileu da Esperança, em 2025.
O encontro terminou na sexta-feira, 12 de julho, com a conferência do arcebispo de Goiânia e primeiro vice-presidente da CNBB, dom João Justino de Medeiros Silva. O coordenador da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Londrina, padre Alexandre Alves Filho, participou do encontro.
Como aspectos principais do encontro, o sacerdote ressalta o intercâmbio de experiência entre os coordenadores e o estudo aprofundado das temáticas. “Estudamos muito sobre a situação do Brasil, uma visão sobre a realidade brasileira. Também estudamos sobre as diretrizes. Fizemos a nossa contribuição para as diretrizes gerais da Ação Evangelizadora que devem ser editadas no ano que vem, em 2025. Fizemos um amplo estudo também sobre a perspectiva pastoral no mundo polarizado como vivemos. O que foi mais importante foi a troca de experiências entre os diversos coordenadores de norte a sul do país. Então eu tiro como ponto positivo esse intercâmbio de experiências e o estudo em larga escala que fizemos”, finalizou padre Alexandre.
A 113ª reunião do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi iniciada na manhã dessa terça-feira, em Brasília (DF), e vai até o final da manhã de quinta-feira, 20. Nas primeiras sessões do encontro, os bispos refletiram sobre a crise ambiental e sobre a vivência da fé pelo povo brasileiro, e partilharam a respeito da situação do Rio Grande do Sul. O arcebispo dom Geremias Steinmetz participa da reunião como membro do Conselho Permanente.
Crise ambiental O primeiro tema da reunião do Conselho Permanente foi a análise de conjuntura social, apresentada pelo bispo de Carolina (MA) e coordenador do Grupo Padre Tierry Linardy, dom Francisco de Lima. A abordagem sobre “A nossa Casa comum é a nossa causa comum”, analisou as causas e efeitos da crise ambiental global.
Foram consideradas na apresentação as limitações e negligências humanas em relação ao meio ambiente. O texto também é dedicado a observar os impactos do desenvolvimento nos biomas brasileiros.
Foi lembrada a enchente no Rio Grande do Sul, considerada a maior catástrofe climática de uma região metropolitana no hemisfério Sul.
Ao final da apresentação, dom Francisco destacou ser essencial às pessoas compreender a relação da biodiversidade com o equilíbrio ambiental, recordando o convite do Papa Francisco a uma conversão ecológica.
“A crise ambiental global e suas manifestações no Brasil exigem a adoção de práticas ecológicas fundamentais para atingir a estabilidade climática e a biodiversidade”.
A ecologia integral desafia, segundo o bispo, ampliar, como Igreja, o espaço de diálogo com cientistas e universidades, “para sermos promotores de diálogo mais articulado na sociedade”.
Crise climática é experiência No Rio Grande do Sul, “a crise climática não é mais uma teoria, para nós é uma experiência”, afirmou o arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente do Regional Sul 3 da CNBB (CNBB Sul 3). Com mais de 2,3 milhões de pessoas afetadas, sendo 176 mortos, em 478 municípios, o estado sofre as consequências das chuvas e enchentes que atingem a região desde o final de abril.
Junto com dom Leomar Brustolin, o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, também partilhou sobre a experiência das últimas semanas. Os bispos falaram sobre a tragédia, salientaram os fatores relacionados à geografia do estado e à falta de conclusão e manutenção de sistemas de contenção ou escoamento da água que se acumula no lago Guaíba. Também lamentaram a ocorrência de saques e outros crimes, a cobertura da imprensa com atenção aos animais em detrimento das pessoas e a politização da tragédia. “É um pecado mortal”, disse dom Leomar sobre a tentativa de políticos lucrarem com o momento de dor.
Mas quiseram dar destaque à solidariedade. Dom Jaime agradeceu a “disposição para ajudar, seja no atendimento ou na alimentação” e disse ser necessário “agradecer à Igreja no Brasil por essa solidariedade imensa”.
Dom Leomar contou que o regional foi auxiliado na hora certa. “Recebemos de todos o amparo na hora mais difícil”. E fez uma prestação de contas da campanha em favor dos atingidos promovida pelo Regional Sul 3. Segundo o arcebispo, a campanha ajudou a sensibilizar muita gente em todo o Brasil, “produziu e tem produzido muito resultado”, disse.
O maior desafio virá na sequência, para dom Leomar: “será a saúde mental”. É por esse motivo que o recurso arrecadado da Campanha “É Tempo de cuidar do Rio Grande do Sul” tem sido gerido por um conselho, que vai definir os passos para direcionamento dos recursos. Como ação urgente, os recursos são destinados à aquisição e distribuição de equipamentos de proteção individual para que as famílias consigam limpar suas casas. De imediato, há também o direcionamento para a aquisição de móveis e eletrodomésticos. Na sequência, o esforço será para o cuidado com a saúde mental.
“Temos esperança, confiamos, e agradecemos aos irmãos e irmãs de todo o Brasil que se mostraram solidários”, disse dom Leomar Brustolin.
Após a partilha dos bispos, o assessor de Comunicação da CNBB, padre Arnaldo Rodrigues, apresentou a motivação para ajudar o povo do Rio Grande do Sul com “o aparato de comunicação da Igreja no Brasil”. A Campanha É tempo de cuidar do RS, baseada no tripé: oração e solidariedade, informação e esperança, contou com estratégias de comunicação e articulação entre veículos de comunicação católicos para levar a campanha a mais pessoas por meio de um programa especial transmitido ao vivo por rádios e TVs de inspiração católica.
Modo de ser católico O último tema abordado na manhã desta terça-feira foi a análise de conjuntura eclesial, que tratou do descompasso entre o modo de ser católico atual e a realidade da sociedade brasileira. O bispo de Petrópolis (RJ) e diretor do Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (INAPAZ), dom Joel Portella Amado, aprofundou a questão da secularização; das novas territorialidades na vivência da fé católica; os diferentes perfis de pastoral presentes na atualidade, com seus valores e limites.
A Ecologia integral como um caminho de vida e de cura para um planeta doente foi o tema do primeiro dia de encontro formativo para os bispos referenciais das Pastorais Sociais e da Ação Sociotransformadora dos regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O encontro ocorre em Brasília (DF), nos dias 5 e 6 de junho de 2024, e é promovido pela Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da CNBB. O arcebispo dom Geremias Steinmetz participa do evento.
O bispo da Diocese de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão para a Ecologia Integral e Mineração da CNBB, dom Vicente de Paula Ferreira, trouxe sua contribuição ao primeiro dia de assessoria, ao destacar os conteúdos da encíclica do Papa Francisco “Laudato Si’” que fala sobre o cuidado da Casa Comum e da exortação apostólica “Laudate Deum”, do Santo Padre sobre a crise climática.
Estiveram presentes no início da formação o núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, e o secretário-geral da CNBB e bispo auxiliar de Brasília, dom Ricardo Hoepers. Dom Giambattista ressaltou a realidade dos eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul e a solidariedade da Igreja em ajudar as pessoas atingidas pela catástrofe das inundações que têm se tornado frequentes no cenário de mudanças climáticas.
O secretário-geral da CNBB, dom Ricardo, agradeceu a presença dos bispos no encontro e destacou o trabalho realizado pela Comissão Sociotransformadora em pautas imprescindíveis como a da ecologia integral. “É urgente que nos mobilizemos para o tema da Campanha da Fraternidade do ano que vem, para que se torne um tema de todos, em todo o Brasil”, enfatizou. No próximo ano, será refletido o tema “Fraternidade e Ecologia Integral”, com o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1, 31).
Lucro máximo e menor custo
Em seguida, dom Vicente Ferreira começou a formação refletindo sobre a situação atual, destacando o crescente paradigma tecnocrata que busca o lucro máximo com o menor custo. Trata-se de um modelo disfarçado de racionalidade, progresso e promessas ilusórias. Ele fez referência ao Papa Francisco na encíclica Laudato Si’, nº 31, enfatizando que “os próprios pobres, confusos e iludidos pelas promessas de tantos falsos profetas, caem na armadilha de um mundo que não foi feito para eles”.
O bispo lembrou que o planeta Terra é um organismo vivo, no qual tudo sobrevive em interdependência. “Por isso, para os problemas globais, as soluções têm de ser globais”, sugeriu. Convidou a “contemplar as feridas da terra e da gente como senhas pascais”. E reforçou o convite à conversão ecológica, eclesial e social. Essas, provocações do Papa Francisco.
Lembrou que a Ecologia Integral é paradigma que unifica e inspira a ação Sociotransformadora. Convidou a uma posição política diante das diversas situações de desrespeito aos direitos dos povos e da natureza, considerando a profecia da Igreja e a importância da participação cidadã em vista das eleições municipais. A partir de uma “espiritualidade ecológica: de simplicidade e poesia; nova aliança entre o ser humano e a terra; é preciso considerar a criação como sacramento do amor de Deus, primeiro livro no qual Ele escreve seus misteriosos afetos por nós”.
Por fim, convidou os bispos ao trabalho em grupos para refletirem a partir da exigência de uma urgente conversão ecológica, sobretudo tendo em vistas agendas como a Campanha da Fraternidade 2025 e a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30). Os participantes trouxeram sugestões para trabalhar a Ecologia Integral como eixo transversal no ministério episcopal, na evangelização com o povo e nas incidências políticas nacionais e internacionais.
Entre 14 e 16 de maio, tivemos a oportunidade de participar em Brasília, padre Vandemir Alberto Araujo e eu, padre Marcelo Cruz, do Seminário para Ecônomos. Nesse encontro, tivemos a oportunidade de atualizar e aprofundar nossos conhecimentos sobre gestão de pessoas e como administrar bem a economia das nossas igrejas.
Gostaria de destacar três palestras que me proporcionaram grande aprendizado, que foram particularmente enriquecedoras”.
A primeira, do advogado dr. Hugo José Sarubbi Cysneiros, enfatizou a importância crucial da segurança jurídica na gestão das paróquias com foco nas questões trabalhistas e a importância do cuidado legal em nossas contratações e da gestão de colaboradores para prevenir litígios. Ele alertou para a necessidade de garantirmos a segurança jurídica para evitarmos consequências negativas, como processos trabalhistas onerosos e, consequentemente, grandes prejuízos financeiros para as paróquias.
A segunda palestra, que complementava a primeira, foi proferida pelo padre Vanderlei Bock, ecônomo da Arquidiocese de Porto Alegre. A palestra foi particularmente marcante por dois motivos principais: primeiro, pela comoção popular em todo o Brasil em decorrência das enchentes que assolaram sua região, fez questão de estar presente conosco, segundo, pelas valiosas reflexões que ele compartilhou, das quais destaco três pontos: primeiro, contar com uma equipe de gestão qualificada incluindo engenheiros para obras e reformas, além de um setor administrativo eficiente e uma assessoria para mitigar riscos de futuros processos.
O segundo ponto se refere às contratações no que se refere à prestação de serviço nas obras de nossas Igrejas, principalmente as exigências que precisamos fazer como: notas fiscais para prestação de serviços, exigir que as pessoas que trabalham em altura tenham o treinamento adequado e principalmente os (EPI) equipamentos de proteção individual, não basta adquirir, é preciso certificar que estão usando.
Por fim, a palestra de dom Edson Oriolo orientou que devemos estar atentos aos riscos de desvio de função por parte de funcionários e a boa vontade de paroquianos que desejam colaborar e se colocam em situações de risco. Também abordou a questão do voluntariado, deixando claro que a boa vontade, por si só, não é suficiente. É preciso nos certificar de que isso não gere futuros prejuízos financeiros e morais para as paróquias, por isso, a prudência não é um mero detalhe, mas sim uma ferramenta essencial para prevenirmos futuros danos e prejuízos.
Por fim, dentre as muitas colocações quero destacar a de dom Edson Oriolo, bispo de Leopoldina (MG). Ele nos proporcionou uma visão pastoral, mas também enfatizou que o principal responsável pela economia da Igreja é o bispo, nomear um ecônomo não isenta o bispo da responsabilidade pela gestão financeira de sua diocese.
Outro ponto crucial da fala de dom Oriolo, também destacado por outros palestrantes, é que não basta afirmar que a administração de uma Igreja está correta, é preciso demonstrar e comprovar essa afirmação. O bispo e seu ecônomo precisam se comprometer com as finanças da Igreja particular, sem deixar de lado o cuidado pastoral.
Sei que tem muitos outros assuntos que poderíamos dar destaque, mas esses conseguem nos dar um norte para perceber quão complexa e exigente é a administração de nossa arquidiocese, porque não é só a administração das finanças da Igreja, mas envolve a questão jurídica, moral e pastoral, que merecem dedicação e empenho.
Padre Marcelo Cruz Ecônomo da Arquidiocese de Londrina e pároco da Paróquia Santana
A 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acaba de divulgar a “Mensagem aos Cristãos Católicos do Brasil”. Pela primeira vez se faz uma mensagem da assembleia às comunidades católicas, enfatizou o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, que trata da vida das comunidades. A mensagem inicia agradecendo “por tudo aquilo que de bom e belo existe para a missão”, por tudo o que é vivido e realizado nas comunidades. Igualmente o texto ressalta a santidade, com um número de “processos de beatificação e canonização como nunca houve antes”.
A carta dirige uma palavra de encorajamento sobre algumas questões, tendo como pano de fundo a sinodalidade: o diálogo, o respeito pelos outros, saber divergir sem brigar, insistindo em que “nossa fé não deve dividir, mas deve ser um elemento que ajuda a criar comunidade”.
A mensagem ressalta a necessária comunhão com o Papa e com os bispos e faz um convite a não desanimar diante das dificuldades presentes e à participação ativa na vida das comunidades e da sociedade. Finalmente, um chamado à preparação ao Jubileu 2025. De acordo com dom Odilo, trata-se de uma carta que pretende “encorajar, orientar, apoiar, respaldar a nosso povo católico”.
O arcebispo de Londrina (PR) e presidente da CNBB Sul 2, dom Geremias Steinmetz, faz uma avaliação da 61ª Assembleia Geral da CNBB, que será concluída nesta sexta-feira, 19 de abril.
Após um dia de descanso das sessões de trabalho, a 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), retoma as reflexões com o tema da Inteligência Artificial na segunda-feira, 15 de abril. O evento segue até o dia 19 deste mês. A apresentação foi feita pelo presidente da Sociedade Brasileira de Cientistas Católicos (SBCC), doutor Everthon de Souza Oliveira, e pelo secretário do Instituto Nacional de Pastoral Pe. Alberto Antoniazzi (Inapaz) da CNBB e sócio-fundador da SBCC, Pe. Danilo Pinto dos Santos.
A temática adquire relevância para o atual contexto, uma vez que as inteligências artificiais (IAs) configuram-se como um paradigma tecnológico em desenvolvimento, com potencial para gerar mudanças socioculturais significativas.
Desenvolvimento com ética
O professor Everthon explicou brevemente o desenvolvimento da IA e a sua capacidade de gerar conteúdos sem a intervenção humana. “A Inteligência artificial é capaz de executar múltiplas tarefas de forma autônoma e coordenada, adaptando-se a diferentes cenários e contextos em tempo real”, destacou.
Conforme abordou o especialista, o algoritmo vai construindo algo com sentido e contexto, resultando em uma pseudosemântica da máquina, com a construção de conceitos próprios, interpretando autonomamente a realidade de modo oculto aos operadores da ferramenta.
Everthon alertou que há possibilidades de cognição equivalente ou maior que a humana e questiona se a IA será capaz de nos desumanizar. “O risco que a gente corre agora é de não haver a formação moral, a base ética, num potencial tão grande que está distribuído”
Alguns dos pontos de atenção destacados pelo presidente dos cientistas católicos é a necessidade de uma regulação orientadora que não limite o desenvolvimento, mas que coloque os limites éticos em todas as etapas, desde o desenvolvimento até a comercialização. Outra necessidade no processo de evolução das Ias é a transparência na coleta de dados, na informação e na computação.
Perspectiva pastoral
Padre Danilo Pinto contribuiu na reflexão abordando as questões pastorais. Evocando a mitologia grega, o sacerdote questionou os limites da técnica recorrendo à tragédia do Prometeu Acorrentado. “É permitido para nós fazer o fogo?”
O texto de apoio apresentado aos bispos, aborda, a partir da categoria do regime da informação apresentada pelo filósofo Byung-Chul Han, o impacto das inteligências artificiais em âmbitos pastorais específicos, a partir de alterações no ethos religioso católico.
A personalização da experiência social foi um dos destaques feitos pelo secretário do Inapaz. “Quanto mais geramos dados, mais são consolidadas as informações acerca dos gostos e experiências pessoais sobre nós. A lógica algorítmica exclui o outro, fragmenta a percepção da realidade, determinando decisivamente processos pastorais.”
Realidades como as bolhas de informação, radicalização das ideias, polarização e desinformação também foram apresentadas como alertas para a realidade cada vez mais avançada da IA.
Na conclusão, o professor Everthon afirmou que a IA vai permear nossos âmbitos cada vez mais, inclusive o pastoral. “É a possibilidade termos uma pastoral mais inteligente, mas não corrermos o risco de ter uma evangelização artificial.”
Comunhão e partilha
Ao fim da sessão, um tempo foi reservado para os informes da Comissão Episcopal para a Comunhão e Partilha, projeto que contribui com a formação de seminaristas nas dioceses mais pobres do país.
A apresentação do relato foi feita pelo bispo de Primavera do Leste – Paranatinga (MT) e presidente da Comissão, dom João Aparecido Bergamasco (no meio na foto), pelo bispo de Formosa (GO), dom Adair José Guimarães e pelo bispo de São José dos Campos (SP), dom José Walmor Cesar Teixeira (à direita, na foto).
Em 2023, foram atendidos 323 seminaristas de 42 dioceses em 2023, com total mensal de R$ 381.096,25 por mês. O valor é obtido por meio da oferta de 1% da renda ordinária fixa por parte de todas as arquidioceses, dioceses e prelazias do Brasil. O projeto assumido pelo episcopado em Assembleia prevê reajuste de 20% no percentual de arrecadação em 2024.
Ao final da exposição, o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers agradeceu a Dom Cesar que desde o início participa da comissão, seja como presidente ou membro, e está deixando a função nesta assembleia. O prelado classificou sua participação como trabalho evangélico e de testemunho.
Com colaboração Marcus Tullius (Pascom-Brasil) – Comunicação da 61ª AG CNB
Neste sábado, 13 de abril de 2024, o arcebispo de Santa Maria, presidente da Comissão Episcopal Bíblico-Catequética da CNBB, dom Leomar Brustolin, presidiu a Celebração de Instituição do Ministério do Catequista, durante a 61ª Assembleia Geral da CNBB. A celebração foi a primeira missa no Brasil na qual foram instituídos no ministério 19 catequistas representando todos os regionais da CNBB.
Dom Leomar em sua homilia apresentou a importância do ministério do Catequista na atualidade e seu papel fundamental para a propagação da Palavra de Deus. Durante a reflexão, ele destacou a necessidade de fortalecer o anúncio do Evangelho e o acompanhamento das pessoas na comunidade cristã, citando a exortação apostólica Evangelii Gaudium do Papa Francisco. Ele ressaltou a importância de reconhecer a presença de Jesus em meio às adversidades da vida, fazendo referência ao relato bíblico da travessia do Mar da Galileia.
Ainda na homilia, também, enfatizou o papel fundamental dos catequistas na evangelização, mencionando a instituição desse ministério pelo Papa Francisco através do Motu próprio Antiquum Ministerium. Dom Leomar expressou sua gratidão aos 19 catequistas presentes na celebração, representantes dos 19 regionais da CNBB e reconheceu a diversidade de contextos em que atuam, desde comunidades indígenas até o trabalho com pessoas com deficiência.
Veja a homilia completa de dom Leonardo:
Símbolos entregues durante o ritual
A Cruz
Para o catequista, a cruz representa não apenas um símbolo de fé, mas também um profundo compromisso com a missão de transmitir os ensinamentos de Cristo. A cruz é um lembrete constante do sacrifício supremo de Jesus e do amor redentor que ele demonstrou por toda a humanidade.
Para o catequista, carregar a cruz significa seguir o exemplo de Cristo, dedicando-se ao serviço aos outros, à educação na fé e ao testemunho do Evangelho. Assim, a cruz na vida do catequista é um símbolo de renúncia pessoal, de entrega total a Deus e de uma jornada de fé e serviço ao próximo.
A Bíblia
A Bíblia é mais do que um livro sagrado; é uma fonte inesgotável de sabedoria, inspiração e orientação. Ela não apenas instrui sobre a fé e os ensinamentos cristãos, mas também nutre e fortalece a sua própria jornada espiritual. A Bíblia é o mapa que guia o catequista em sua missão de transmitir os ensinamentos de Cristo aos outros, servindo como um manual vivo de amor, compaixão e justiça. Ao mergulhar nas palavras sagradas, o catequista encontra respostas para as perguntas mais profundas da vida e descobre uma fonte de esperança e consolo em tempos de desafio. Assim, a Bíblia se torna não apenas um livro, mas um companheiro essencial em sua caminhada de fé e serviço.
A celebração foi um momento fecundo para os novos ministros da catequese. Todos sentiram-se abençoados sabendo do significado que é receber este Ministério como um serviço e de grande responsabilidade, que se traduz em amor a igreja e missão.
Testemunhos:
Para Maria Lúcia Pagliari Maciel, da diocese de Umuarama (PR), representando a CNBB Sul 2: “a catequese é permanente e tudo que o que eu rezo, falo e prego é aquilo que eu vivo. Vivo a catequese com a vida. Cristo vive e permanece em nós! As pessoas precisam sentir Jesus no seu olhar, na sua fala e no seu viver de cada dia.”
Flávio Souza dos Santos, da diocese de Eunápolis (BA) representante da CNBB Nordeste 3 diz que “a instituição recebida representa o coroamento dessa caminhada de evangelização que realizamos através do serviço à Catequese, levando as pessoas ao mergulho no grande mistério do encontro e do conhecimento de Jesus Cristo.”
A representante do Leste 2, da arquidiocese de Mariana (MG), Sueli de Fátima da Silva expressa que esse momento “foi o reavivamento e fortalecimento da vocação. Catequese é vocação, é dom Deus! O compromisso com o Reino de Deus e fazer com que Jesus Cristo se torne cada dia mais conhecido.”
“Como Ministra da Catequese estou sentindo a graça de viver este dom. E receber a Cruz, me parece muito pesada, mas seu propósito foi por amor, amor por mim, amor a Deus… Receber a Palavra de Deus, também tem um grande peso, pois traz consigo experiências de uma verdadeira Fé e um verdadeiro Testemunho. Mas o Senhor me chamou e eu respondi: Eis me aqui… Toma-me Senhor segundo Teu propósito”, são as palavras de Anamar Ferreira Arrais Silva, da diocese de Goiás, representante da CNBB Centro-Oeste.
Com colaboração de Jaison Alves (Sul 4) | Comunicação 61ª AG CNBB
“‘O ensinamento dos bispos falecidos são parte do patrimônio testemunhal da Igreja”, destacou o arcebispo na homilia
A Missa com Laudes da sexta-feira, 12 de abril, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, durante a 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fez memória dos bispos falecidos desde a última assembleia geral de 2023. A celebração foi presidida pelo arcebispo de Londrina (PR) e presidente do Regional Sul 2, dom Geremias Steinmetz, e concelebrada pelo arcebispo de Mariana (MG), dom Airton José dos Santos, e o bispo de Duque de Caxias (RJ), dom Tarcísio Nascentes dos Santos.
Refletindo sobre a importância de lembrar aqueles que contribuíram significativamente para a missão da Igreja, dom Geremias ressaltou: “É um dever para nós, mas é também uma honra, uma alegria, pois são pessoas que até a Assembleia Geral de 2023 caminhavam conosco.” Ele enfatizou ainda que os ensinamentos e obras dos bispos falecidos continuam a ser parte do patrimônio testemunhal, metodológico, espiritual, profético e espiritual da Igreja.
Dom Geremias, na homilia, destacou a passagem do Evangelho de São João (Jo 6,1-15), na qual Jesus multiplica os pães para alimentar a multidão faminta e enfatizou a importância de “refletir sobre a força dos pequenos, do pouco de cada um para que não falte nada para ninguém” seguindo o exemplo do Reino de Deus.
Em memória dos bispos falecidos, o arcebispo citou os nomes e relembrou suas contribuições pastorais e pediu que, do lugar onde estão, intercedam para que a Igreja no Brasil seja fiel aos ensinamentos do Senhor Ressuscitado:
Dom Ricardo Guerrino Brusati, arcebispo emérito de Janaúba (MG), em 14 de maio de 2023.
Dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo emérito de Mariana (MG), em 26 de julho de 2023.
Dom Fernando Legal, SDB, bispo emérito de São Miguel Paulista (SP), em 22 de agosto de 2023.
Cardeal Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de São Salvador da Bahia (BA), em 26 de agosto de 2023.
Dom Eurico dos Santos Veloso, arcebispo emérito de Juiz de Fora (MG), em 30 de setembro de 2023.
Dom Mauro Morelli, bispo emérito de Duque de Caxias (RJ), em 09 de outubro de 2023.
Dom José Haring, OFM, bispo emérito de Limoeiro do Norte (CE), 24 de dezembro de 2023.
Dom Walter Ivan de Azevedo, bispo emérito de São Gabriel da Cachoeira (AM), em 28 de janeiro de 2024.
Dom Antônio Fernando Brochini, CSS, bispo emérito de Itumbiara (GO), em 16 de março de 2024.
Destacando a vida e obra do cardeal dom Geraldo Majella Agnello, dom Geremias ressaltou seu papel na criação da Pastoral da Criança no Brasil, em 1983, ao lado da médica Zilda Arns. “Certamente um projeto inspirado pelo espírito”, afirmou o arcebispo, ressaltando a importância de projetos que unem o Evangelho à prática social.
“Imagino que estava numa situação como a de Jesus no Evangelho que ouvimos. Viu aquela multidão de famílias, com extremas dificuldades para sobreviver, numa cidade pequena do Norte Paranaense, onde tinha uma das maiores taxas de mortalidade infantil da época. Com esta percepção e com a ajuda das muitas pessoas certas, salvou milhares de vidas de crianças. Um Projeto que se espalhou por todo o país e por outros países para salvar vidas. Certamente um projeto inspirado pelo espírito. Bem ao estilo da Gaudium et Spes, que provoca para um diálogo fecundo entre o Evangelho e o mundo, a sociedade, a ciência, a tecnologia. Sempre objetivando a construção do Reino. Hoje temos mais presente a questão da sinodalidade. Pois estamos falando disso mesmo: precisamos iluminar a nossa pastoral com novas metodologias, novas criatividades”, descreveu dom Geremias.
Ao finalizar a homilia, dom Geremias conclamou os fiéis a seguirem os passos dos bispos falecidos, trabalhando incansavelmente pela vida e pela justiça. “Que eles, do lugar onde se encontram, intercedam para que nós sejamos sempre mais fiéis discípulos do Senhor Ressuscitado”, concluiu o arcebispo.
Entrevista com o arcebispo de Londrina (PR) e presidente da CNBB Sul 2, dom Geremias Steinmetz, sobre o 1º dia da 61ª Assembleia Geral da CNBB, que acontece em Aparecida (SP) até o dia 19 de abril. Dom Geremias convida todos os fiéis a acompanharem os bispos com a oração.