![Missa na Capela Nossa Senhora do Caminho lembra 44 anos da morte de Madre Leônia](https://arquidioceselondrina.com.br/wp-content/uploads/2024/07/44-anosa-morte-madre-leonia-ernani-roberto-2-830x420.jpg)
Os temporais no Rio Grande do Sul causaram estragos em 235 municípios gaúchos, fizeram um rio atingir a maior cheia de sua história, romperam parcialmente uma barragem e deixaram mortos, desaparecidos, centenas de ilhados e milhares de desabrigados.
O arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente do Regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leomar Antônio Brustolin, compartilhou, por meio de um artigo, o seu sentimento diante do agravo da situação.
“Nesse momento, ao contemplarmos ao redor, vemos mortes, desabrigados, ilhados, pontes caídas, estradas bloqueadas, destruição de casas e de construções. Nosso coração fica perturbado, nos perguntamos: o que podemos aprender disso tudo? Não temos respostas. Também o mal físico é um mistério. Saber contemplar o mistério sem fantasia ou racionalismo é uma sabedoria”.
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Dom Leomar afirma que um grande flagelo veio sobre as cidades e vilas e que muito se perdeu. Garantiu que todos rezam por aqueles que partiram, mas aconselha que para os que ficaram, é necessário, diante de Deus, aprender a viver e a conviver. “Deus está conosco, disso temos experiência e somos capazes de solidariedade, sobre isso podemos enxergar”.
“O profeta Isaías nos recorda que o próprio Deus, por meio de seu Cristo, veio e sempre vem para curar as nossas feridas, para anunciar nossa liberdade, para consolar os que choram, para dar alegria para quem vive na aflição, para nos vestir de salvação, com o manto da justiça, e nisso tudo se manifesta sua glória”.
O arcebispo enfatiza que não será a morte, o luto e as lágrimas que definirão a última palavra sobre a vida. Tampouco a destruição, o deslizamento e os alagamentos roubarão a esperança. “Somos um povo que sabe em quem depositou sua fé. A água que sacia a sede, limpa o que está sujo, refresca o calor e rega o que está seco, voltará a ser sinal de vida, de renovação e liberdade”.
“Esse dilúvio que veio sobre nós não apagará de nossa memória os feitos que o Senhor realizou ao longo da história da salvação. Nós sobreviveremos e encontraremos razões para reconstruir nossas estradas e nossas casas, nossas vidas e de fato, podemos estar ilhados, mas não isolados”.
Dom Leomar garante que todos sabem o quanto o Pai os ama e reafirma que “não será um desafio grande como o que estamos passando que nos separará desse amor e da comunidade humana que Ele ama”.
“Para nós servem as palavras de Cristo dizendo: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Essa paz é tão clara e forte que não ficamos com o coração perturbado e nem intimidado”.
E conclama a todos a enfrentar mais essa provação: “Deus está conosco. Isso passará, iremos superar. Mas desde já colhamos os frutos bons desse momento, sempre há uma luminosidade sideral em meio à noite escura. Recordo aqui tantas instituições governamentais, militares e civis dedicadas na defesa da vida nesse momento”, disse.
Campanha em favor das vítimas das chuvas
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Dom Leomar lembrou, ainda, que as comunidades paroquiais estão de portas abertas para acolher os desabrigados, alimentar os que perderam tudo, para atender as necessidades que emergem. “Como bem diz o Papa Francisco: somos comunidades que parecem Hospital de Campanha, que socorre imediatamente quem precisa”.
Recordou as comunidades que viram os caminhoneiros impedidos de viajar pelos bloqueios e lhes providenciaram refeições. “Recordo as coletas de doações que estão sendo realizadas em todo Estado especialmente pela CNBB Sul 3. Quanta luz de solidariedade. Tudo passa, mas esse amor já é consolação”.
“Nossa fé em Cristo nos compromete para continuarmos criando laços de solidariedade e amizade social, pois podemos estar ilhados, mas não isolados. Deus abençoe todos que decidiram tornarem-se consolação para os outros”.
CNBB
Foto de capa: Divulgação / CBMRS