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Entre 14 e 16 de maio, tivemos a oportunidade de participar em Brasília, padre Vandemir Alberto Araujo e eu, padre Marcelo Cruz, do Seminário para Ecônomos. Nesse encontro, tivemos a oportunidade de atualizar e aprofundar nossos conhecimentos sobre gestão de pessoas e como administrar bem a economia das nossas igrejas.

Gostaria de destacar três palestras que me proporcionaram grande aprendizado, que foram particularmente enriquecedoras”.

 A primeira, do advogado dr. Hugo José Sarubbi Cysneiros, enfatizou a importância crucial da segurança jurídica na gestão das paróquias com foco nas questões trabalhistas e a importância do cuidado legal em nossas contratações e da gestão de colaboradores para prevenir litígios. Ele alertou para a necessidade de garantirmos a segurança jurídica para evitarmos consequências negativas, como processos trabalhistas onerosos e, consequentemente, grandes prejuízos financeiros para as paróquias.

A segunda palestra, que complementava a primeira, foi proferida pelo padre Vanderlei Bock, ecônomo da Arquidiocese de Porto Alegre. A palestra foi particularmente marcante por dois motivos principais: primeiro, pela comoção popular em todo o Brasil em decorrência das enchentes que assolaram sua região, fez questão de estar presente conosco, segundo, pelas valiosas reflexões que ele compartilhou, das quais destaco três pontos: primeiro, contar com uma equipe de gestão qualificada incluindo engenheiros para obras e reformas, além de um setor administrativo eficiente e uma assessoria para mitigar riscos de futuros processos.

O segundo ponto se refere às contratações no que se refere à prestação de serviço nas obras de nossas Igrejas, principalmente as exigências que precisamos fazer como: notas fiscais para prestação de serviços, exigir que as pessoas que trabalham em altura tenham o treinamento adequado e principalmente os (EPI) equipamentos de proteção individual, não basta adquirir, é preciso certificar que estão usando.

Por fim, a palestra de dom Edson Oriolo orientou que devemos estar atentos aos riscos de desvio de função por parte de funcionários e a boa vontade de paroquianos que desejam colaborar e se colocam em situações de risco. Também abordou a questão do voluntariado, deixando claro que a boa vontade, por si só, não é suficiente. É preciso nos certificar de que isso não gere futuros prejuízos financeiros e morais para as paróquias, por isso, a prudência não é um mero detalhe, mas sim uma ferramenta essencial para prevenirmos futuros danos e prejuízos.

Por fim, dentre as muitas colocações quero destacar a de dom Edson Oriolo, bispo de Leopoldina (MG). Ele nos proporcionou uma visão pastoral, mas também enfatizou que o principal responsável pela economia da Igreja é o bispo, nomear um ecônomo não isenta o bispo da responsabilidade pela gestão financeira de sua diocese.

Outro ponto crucial da fala de dom Oriolo, também destacado por outros palestrantes, é que não basta afirmar que a administração de uma Igreja está correta, é preciso demonstrar e comprovar essa afirmação. O bispo e seu ecônomo precisam se comprometer com as finanças da Igreja particular, sem deixar de lado o cuidado pastoral.

Sei que tem muitos outros assuntos que poderíamos dar destaque, mas esses conseguem nos dar um norte para perceber quão complexa e exigente é a administração de nossa arquidiocese, porque não é só a administração das finanças da Igreja, mas envolve a questão jurídica, moral e pastoral, que merecem dedicação e empenho.

Padre Marcelo Cruz
Ecônomo da Arquidiocese de Londrina e pároco da Paróquia Santana

Foto: CNBB

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