Histórias de carinho e devoção mostram que não é possível permanecer indiferente ao Coração que tanto nos amou
O dia do Sagrado Coração de Jesus é sempre celebrado com grande festa na Arquidiocese de Londrina. Afinal, temos n’Ele um tríplice padroeiro: da cidade, da arquidiocese e da Catedral. Sendo assim, todas as paróquias desta Igreja particular celebram-nO com um carinho e um amor especial. Um amor que não se destina a um órgão separado do corpo, mas que ama a Jesus Cristo por inteiro, destacou o Papa Francisco em sua última carta encíclica, Dilext nos (Amou-nos). Mas, cujo amor é tão profundo que o coração se destaca. Um coração que, de tanto amor, bate fora do peito.
Essa imagem tão familiar nos lares cristãos chamou a atenção da pequena Gabriela Maria Carvalho Dutra, hoje com 13 anos. Nas suas mais remotas lembranças de infância, recorda-se das Missas e da adoração ao Santíssimo Sacramento, na primeira sexta-feira do mês, com a avó, que era coordenadora do Apostolado da Oração, movimento dedicado ao Sagrado Coração. “Desde os meus dois anos a minha avó me levava. Eu era tão pequena que as outras meninas, de quatro ou cinco anos, queriam me pegar no colo. Elas que cuidavam de mim”, conta Gabriela, que participa da Paróquia São Luiz Gonzaga, no distrito de São Luiz.

Sem saber muito colocar em palavras o que sentia, Gabriela ficava olhando para o Sagrado Coração e parecia que a imagem falava com ela. Pouco a pouco foi entendendo que a imagem a levava a uma interiorização e foi nascendo seu interesse pelo Apostolado da Oração. Achava bonita aquela fita vermelha que especialmente aquelas senhoras carregavam aos ombros, simbolizando o amor de Cristo e o compromisso assumido com Ele. “Eu queria a fita”, conta Gabriela. Mas como era muito nova, ainda não poderia recebê-la.
Até então não existia nenhum grupo do MEJ – Movimento Eucarístico Jovem na arquidiocese. Mas sua avó foi atrás de formar um: falou com o pároco, com a coordenação arquidiocesana do apostolado e com a coordenação estadual do movimento. Assim nasceu o primeiro grupo de MEJ na Arquidiocese de Londrina, na Paróquia São Luiz Gonzaga.
O grupo foi apresentado oficialmente durante a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus em 2022, no dia 24 de junho, na Catedral de Londrina, durante a Santa Missa com o Apostolado da Oração. Ao final da celebração, as crianças e adolescentes do MEJ coroaram a imagem do Sagrado Coração e os novos membros receberam a cruz do movimento, entregue pelo padre Paulo Alencar, assessor do apostolado, e pelo padre Luciano da Paixão, pároco da Paróquia São Luiz Gonzaga. Desde a formação do grupo, Gabriela é vice-coordenadora do movimento. “Saber que o Sagrado Coração de Jesus escolheu este lugar, escolheu os seus discípulos. Me sinto como uma discípula, uma serva do Senhor”, conta a menina.
Mas, e a fita, Gabriela recebeu a fita? Ainda não. Apesar de o MEJ ter uma fita vermelha como o Apostolado da Oração, para recebê-la é preciso ter recebido a Primeira Comunhão, o que na Arquidiocese de Londrina só acontece com 13 ou 14 anos. Com 13 anos, Gabriela fez sua Primeira Eucaristia no mês passado e aguarda ansiosa pela imposição da fita vermelha, que traz “o significado de ser de Cristo, de ser do Sagrado Coração de Jesus, de ser da Eucaristia”.
Sobre a experiência de receber Jesus na Eucaristia, Gabriela descreve como divino, “uma experiência que eu nem sei explicar, uma emoção tão grande de receber Cristo dentro da gente. A pergunta é: ‘eu sou digna de Cristo fazer morada em mim?’”, reflete a menina.
Unida ao mundo inteiro, como membro do MEJ, Gabriela faz seu oferecimento diário, rezando pelas intenções do Papa, pedindo ao Sagrado Coração de Jesus as bênçãos pelas necessidades do mundo e da Igreja. Pela manhã, a menina oferece tudo o que vai viver naquele dia e, à noite, tudo o que já viveu. “Ele é o melhor amigo, a quem podemos contar todas as coisas, todas as verdades que estão no nosso coração”, conclui Gabriela.

Movimento Eucarístico Jovem (MEJ)
O MEJ é a ramificação juvenil do Apostolado da Oração, presente em mais de 50 países e cujos membros são crianças, adolescentes e jovens de 10 a 25 anos.
Sua espiritualidade está centrada na Eucaristia, preparando e formando jovens comprometidos no serviço aos irmãos mais necessitados.
Nele, o jovem é chamado a se identificar com a atitude de entrega total e de oferta através dos pilares de sustentação: Eucaristia, Evangelho e Missão. Viver da Eucaristia, Sacramento do Amor, é estar de coração aberto a tudo e a todos. Não há fronteiras para o Amor!
Os mejistas (membros do MEJ) vivem esta missão ao estilo mais simples e completo: o de Jesus!
Fonte: aomej.org.br
Jubileu de consagração ao Coração de Jesus

Neste ano de 2025, o professor Lucas Henrique Martins, de 34 anos, pretende comemorar com grande festa os 25 anos como membro do Apostolado da Oração e devoto do Sagrado Coração de Jesus. Ele fez sua consagração quando ainda era um menino de 9 anos, no dia 12 de outubro de 2000, dia de Nossa Senhora Aparecida, na matriz de Santa Cecília do Pavão (PR). Lucas seguiu o exemplo da mãe, das avós e da bisavó, que participavam do Apostolado da Oração. “A fita vermelha sempre me chamava atenção em querer saber o que era, por que usavam, qual significado e eu, mesmo sem saber, queria usar também”, conta Lucas, que hoje participa do apostolado na Capela São José Marello..

De lá para cá, o jovem foi se aprofundando na devoção e no conhecimento sobre o Sagrado Coração. “O que mais me chama atenção é o amor com que Ele nos amou e continua amando, se entregando a cada sacrifício da Santa Missa por amor a nós, a mim que sou tão pequeno e pecador diante da Sua graça e da Sua misericórdia.”
Além das graças recebidas, o jovem conta que pôde testemunhar a concretização das 12 promessas que Jesus fez a Santa Margarida Maria Alacoque em muitos momentos da sua vida. Viu, por exemplo, a bisavó, as avós e a mãe assistidas pelos sacramentos e receberem a Eucaristia dias antes de morrerem. “E tantas outras pessoas que também faziam parte do Apostolado da Oração. Se preparam a vida toda e Ele prometeu que seria refúgio seguro na vida e, sobretudo, na hora da morte e assim o foi”, destaca.
“Através da espiritualidade sinto muito a presença dEle ao meu lado, tudo que faço olho para sua imagem que tenho em minha casa junto do Coração de Maria e digo: ‘Sagrado Coração de Jesus, eu confio e espero em vós’. Mesmo nas angústias e tribulações peço e digo confiante que vai me atender e estar comigo daqui até a eternidade”, conclui Lucas.
Devoção passada de filha para mãe
Na casa da coordenadora arquidiocesana do Apostolado da Oração, Eunice Tironi, a história com o Sagrado Coração de Jesus foi um pouco diferente. “Sempre são os filhos que copiam os pais, aqui foi a mãe que copiou a filha”, brinca Eunice. Ela e o marido Wilson participam do apostolado há 25 anos, mas sua mãe, Sebastiana Iracy Tironi, 88, nunca se interessara.
Até que há dois anos, depois de muito vê-los com a fita do movimento a participar de reuniões e atividades, sentiu o desejo. Foi até a paróquia, conversou com o padre e o grupo paroquial e se preparou para receber a fita. “Daí o padre me chamou dizendo que ia consagrar uma pessoa e que era para eu ir lá participar. Quando vi era minha mãe. Eu chorei tanto! Minha mãe seguiu. Uma sementinha que a gente plantou e o fruto saiu ali”, comemora Eunice.

Juliana Mastelini Moyses
Arquidiocese de Londrina
Matéria publicada na edição de julho e agosto de 2025 na Revista Comunidade




