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Celebrando o Mês vocacional, somos chamados pela Santíssima Trindade a escutar Sua voz atravessando nosso coração, para juntos, como vocacionados, sermos em Cristo transfigurados.

O Mistério da Vocação se entrelaça com o Mistério da Transfiguração de Cristo (cf. Mc 9,2-10), pois o vocacionado do Senhor, do Kyrios, é o chamado no mais profundo do seu ser a alcançar a graça da transformação radical, ou seja, “descer” às suas raízes, para celebrar a essência plasmada e amada pela Trindade Santa. Pois a vocação, o chamamento existencial é apelo trinitário para que a pessoa na sua totalidade possa alcançar a plenitude de seu caminho, de sua história-vida, de sua existência.

Cotidianamente estamos em busca dessa realização plena/eterna, porém diante da fragmentação contemporânea, alguns se concentram em glórias passageiras, corruptíveis, e por vezes efêmeras, superficiais, levando o coração ao vazio, à perda de sentido para vida, à falta da alegria. Por isso a Igreja nos convida a parar, silenciar, escutar, em meio às inúmeras vozes do mundo, a Voz de Jesus, que atrai nosso coração para imersão em seu Amor Redentor. Amor transformador que na sinfonia harmoniosa, vai com sua notas celestiais, conduzindo o ser humano a vivência de sua vocação à existência, a optar fundamentalmente por Cristo, sendo testemunhas de sua Redenção no mundo, como batizados; imersos Nele resplandecemos a humanidade, vivenciando a vocação específica.

A transfiguração se desvela na vocação quando encontramos pessoas dispostas a serem outro Cristo no mundo, fracionando o Pão Eucarístico, sendo e celebrando o Mistério de se fracionar pela salvação da humanidade. Pois como afirma o Papa Francisco, o Cristo se fracionou, se fraciona e continará se fracionando por amor ao ser humano. Sendo assim, o ápice do Ministério Presbiteral é se fracionar pelo amado Povo de Deus. Povo escolhido que em família, vivencia o dom da unidade matrimonial, cônscios de que no coração da “família reside o futuro da humanidade”, como lembrava São João Paulo II. Futuro esse destinado a mundança plena de toda a criação que anseia, deseja a metamorfose do coração. Por isso, a necessidade de agradecer a coragem de tantos consagrados missionários, que deixando sua pátria, portam essa realidade divina a outras culturas.

Enfim, somos todos vocacionados transfigurados quando nos primeiros passos da iniciação cristã comprendemos que Deus nos Ama, nos Chama e nos Envia ao coração do outro que é terra de Missão. Nesse sentido celebremos nossa vocação fazendo de nossas paróquias verdadeiras sinfonias vocacionais, as quais na sua diversidade de carismas e realidade, vivem a unidade eclesial: reflexo da Santidade da Trindade que transfigura a totalidade da criação na celebração de nossa vocação.

Em Cristo,
Pe. Wendel Perre dos Santos.

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