“Quantos que se encontraram com os sinais de Deus através do testemunho de dom Geraldo? Deus seja louvado por isso”
Seguindo as celebrações de duas em duas horas no funeral de dom Geraldo Majella Agnelo, o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) presidiu a segunda Santa Missa, em nome da presidência da CNBB. A missa foi concelebrada pelos padres do Decanato Centro da Arquidiocese de Londrina, além do monsenhor Ademar Dantas, da Arquidiocese de Salvador (BA), e do padre Leandro Oliveira, da Diocese de Barreiras (BA).
Em sua homilia, dom Ricardo falou do sinal de Deus que foi a vida de dom Geraldo para a Igreja e para o mundo. Dom Geraldo mostra que servir à Igreja não pode ser mero ato momentâneo. Mas o amor e a generosidade devem permanecer em toda nossa vida. “Desde o primeiro suspiro até o último, quando Deus nos chamar. Isso chama-se perseverança!”
Refletindo a primeira leitura, que indaga quais olhos podem contemplar a Deus, o bispo lembrou que todos querem ver a Deus um dia na vida eterna, mas, além disso, “é preciso aprender desde já, no agora da nossa vida, a interpretar os sinais de Deus no dia a dia. Ele já está se fazendo presente no meio de nós, fazendo sua obra, fazendo milagres, fazendo o Seu Reino, nós que muitas vezes estamos distraídos e não percebemos os sinais concretos.”
Dom Ricardo afirmou que dom Geraldo, com seu legado de homem que soube dizer um sim constante e perseverante, que os sinais que Deus se dão especialmente no amor ao próximo. “Na CNBB, durante 2003 e 2007, conversando com assessores de quando ele foi presidente, disseram: ‘dom Geraldo foi um homem que ouvia, um pai, disposto a compreender um problema, ajudar a discernir onde estavam as respostas. Estes são os sinais de Deus”, lembrou o bispo.
“Aquele que ouve a vontade de Deus consegue interpretá-la no dia a dia. Quem ouve a Palavra de Deus consegue transmiti-la para os mais próximos. Deus se manifesta através dos olhos, dos ouvidos, do modo de ser, agora. Quantos que se encontraram com os sinais de Deus através do testemunho de dom Geraldo? Louvado seja Deus por isso! Louvado seja o nosso Deus, que escolheu esse homem para transmitir às pessoas, um caminho, um rumo, um sentido.”
Dom Ricardo também recordou outras funções que dom Geraldo exerceu na Igreja, levando sua presença paterna também ao Conselho Episcopal Latino Americano (CELAM), à Congregação para o Culto Divino, no Vaticano, e tantos outros. “Este é o sinal de Deus: fazer bem as mais pequenas e simples atividades do dia a dia, e responder com amor às mais simples e as mais complexas. Este é o testemunho de dom Geraldo”, descreveu dom Ricardo.
Em nome da CNBB e da presidência (dom Jaime Spengler, OFM, presidente; dom João Justino de Medeiros Silva, primeiro vice-presidente; e dom Paulo Jáckson Nóbrega de Sousa, segundo vice-presidente) dom Ricardo expressou os sentimentos à família e a todos que fizeram parte da vida de dom Geraldo.
O bispo também fez memória que, neste mesmo dia, lembra-se a morte de grandes nomes da Igreja do Brasil. “Estamos celebrando hoje também o dia do falecimento de dom Hélder Câmara, em 1999. Neste exato dia, o falecimento de dom Luciano Mendes de Almeida, em 2017. Grandes nomes que passaram pelo Brasil e nos mostraram que, apesar dos grandes cargos que tiveram, das grandes responsabilidade que assumiram, foram tão simples, serenos, que só podem ser sinal de Deus no nosso meio. Obrigado, dom Geraldo, pelo seu sim e pela sua generosidade”, agradeceu o bispo.
O secretário da CNBB também exortou os fiéis a seguirem os passos de dom Geraldo: “que possamos, quando Deus nos chamar, entregar o mesmo legado. Não o que fizemos, mas o sinal de Deus que fomos. Não o currículo, mas a fé que vivemos cada dia. Não nosso eu, mas quanto Deus se tornou presença viva em nós”.
Ao encerrar a missa, antes da bênção final, dom Ricardo convocou os presentes a testemunharem a alegria da ressurreição. “Querido dom Geraldo, vá em paz. Leve nosso abraço a dom Helder, a dom Luciano, a dom Geraldo Lyrio. A todos os homens e mulheres de boa vontade que já nos precederam. Que Nossa Senhora o acolha. Que a Virgem do Carmo possa levá-lo ao abraço eterno de Nosso Senhor Jesus Cristo.”
As missas em sufrágio de dom Geraldo Majella continuam na Catedral de duas em duas horas.
Juliana Mastelini Moyses
Pascom Arquidiocesana
Fotos: Daniel Kanki