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Pe. Manuel e o Cardeal Geraldo (Foto: Paróquia Sant’Ana)

Dom Geraldo Majella nos precedeu na caminhada para Deus, nesta madrugada. Para os que creem, como ele, a morte já foi derrotada pelo Senhor Jesus, a quem ele serviu durante toda a sua vida. O cardeal, o bispo, o padre, o cristão, repousa agora nos braços do Pai, pela sua infinita misericórdia.

Dom Geraldo foi acima de tudo um servus servorum Dei. Desde tenra idade, consagrado às “coisas do Senhor”, foi um padre discreto no ensino e na pastoral na Arquidiocese de São Paulo, segundo bispo da diocese de Toledo e também o segundo arcebispo da arquidiocese de Londrina. Em tudo, servo fiel à Igreja, emprestando-lhe sua docilidade e obediência onde assim o solicitassem.

Encontrado vizinho de Florestópolis, então uma cidade onde morriam 200 bebês em mil recém-nascidos, amigo da médica Zilda Arns, foi o cofundador da Pastoral da Criança. Deixou para os anais da história, a marca de uma organização que já salvou da morte precoce, milhares de crianças por este mundo afora.

Chamado a Roma pelo então Papa João Paulo II, passou nove anos na Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos. Um trabalho difícil e longe dos holofotes que ele realizou com a calma e a tranquilidade que lhe conhecíamos. Emprestou à tradução dos livros sagrados a sua sensibilidade e fidelidade às culturas onde iriam ser usados.

Quando nomeado arcebispo de Salvador, muitos foram os que lamentaram a sua nomeação, pelas dificuldades que essa arquidiocese apresenta com o sincretismo religioso. D. Geraldo “tirou de letra” e mais uma vez, a capacidade de dialogar e respeitar o diferente, com a sabedoria que vem do alto, se impuseram, tornando-o um pastor querido.

Sua passagem como Presidente da CNBB se deu num período difícil na renovação de sua estrutura e funcionamento. Mais uma vez um homem de diálogo e aberto ao novo.

D. Geraldo foi um homem de Deus, que impactou profundamente na vida de muitos padres e leigos. Dotado de um humanismo extraordinário, sabia entender, silenciar e perdoar. “Guardava muitas coisas no seu coração”. Na sua enfermidade inicial brindava com os amigos várias vezes, sempre sorrindo e em paz. Sua pele macia e corada, resplandecia num corpo que ia definhando sem perder a dignidade. Era um homem de amizades, de relacionamentos.

Era um homem de humor. Gostava de umas risadas, mesmo que fosse uma piada repetida à exaustão!

D. Geraldo, descanse em paz! Combateu o bom combate. Guardou a fé. Deixará saudades.

Padre Manuel Joaquim R. dos Santos
Pastoral Presbiteral

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