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Queridos colegas e irmãos!

Neste dia especial para cada um de nós, em que encontramos no avental e no pão partilhado, a nossa razão de ser como Ministros Ordenados, não tenho nenhuma palavra que supere as do Papa Francisco. Contudo, é bom que refletirmos sobre a necessidade de desclericalizar e dessacralizar o tesouro que carregamos com a nossa ordenação! A história da Igreja dá conta de uma evolução na compreensão e vivência dos ministérios, cuja chave de interpretação é a de um princípio de clericalização ou sacerdotalização dos mesmos, perdendo-se progressivamente a consciência duma evocação ministerial de toda a comunidade, evidente na Igreja das origens.

Este fenômeno é paralelo a uma autonomização dos ministros ordenados e a um processo de interpretação dos ministros e ministérios da Igreja, a nível teórico e prático, em categorias sacerdotais provenientes do Antigo Testamento. Francisco tem palavras sábias aplicadas ao dia de hoje.

“Jamais devemos nos enraizar, nem no grupo cristão ao qual pertencemos, nem na responsabilidade que nos foi confiada, mas viver com espírito livre, em uma saudável indiferença. Jesus nos chama a partir da nossa pobreza, da nossa fragilidade, devemos responder a este chamado, com um eterno propósito de conversão É preciso rejeitar o carreirismo, a vida dupla, a busca das satisfações mundanas, abraçando a cruz e as mediações da Igreja: sacramentos, vida de oração, ascese, etc. Ao mesmo tempo devemos ser capazes de misericórdia precisamente porque somos tocados pela misericórdia do Senhor, não dando lições, mas testemunhando uma experiência de intimidade com Deus.

E em outra ocasião dizia no Congo: “Amados irmãos, partilhei convosco o que sentia no coração: cultivar a proximidade com o Senhor para ser sinais proféticos da sua compaixão pelo povo. Peço-vos para não transcurardes o diálogo com Deus e não deixardes que o fogo da profecia se apague por cálculos ou posições ambíguas com o poder, nem por uma vida cômoda e rotineira”.

E também aos padres no mês passado: “No tempo em que um certo cristianismo do passado se desvaneceu, abriu-se diante de nós um novo tempo eclesial, que exigiu e ainda exige uma reflexão também sobre a figura e o ministério do sacerdote. Não podemos mais pensá-lo como um pastor solitário, fechado no recinto paroquial; é preciso unir forças e partilhar ideias, para enfrentar alguns desafios pastorais que já são transversais a todas as Igrejas diocesanas de uma região. Penso na evangelização dos jovens, nos percursos de iniciação cristã, na piedade popular, que necessita de escolhas unitárias inspiradas no Evangelho. Penso também nas exigências da caridade e na promoção da cultura da legalidade” (Papa Francisco)

Sejamos felizes, é o que Deus quer e o que o povo espera.

Abraços

Padre Manuel Joaquim e Equipe da Pastoral Presbiteral

Foto: Guto Honjo

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