#Compartilhe

Já se aproxima, novamente, a celebração da Festa do Sagrado Coração de Jesus. Neste ano de 2022 dar-se-á no dia 24 de Junho. Em Londrina é lembrado como Patrono da Arquidiocese e também como Padroeiro da Catedral homônima, Igreja Mãe da Arquidiocese, envolvendo assim todas as paróquias e comunidades desde a sua fundação.

É certo que esta devoção existe desde os primeiros dias da Igreja, mas ela foi se clarificando e tomando contornos culturais e teológicos com o passar dos anos e dos séculos. Hoje é uma verdadeira fonte de espiritualidade caudalosa a jorrar e derramar-se sobre a Igreja e todos os seus membros. Não há como dissociar a Festa do Sagrado Coração de Jesus da Festa da Divina Misericórdia. A primeira exige a segunda e vice versa. Motivar-nos para o seguimento mais perfeito de Nosso Senhor é sempre o apelo principal. É a linguagem do “coração” tão necessária nos nossos tempos.

Em 2016, Ano Jubilar da Divina Misericórdia, o Papa Francisco exortou os cristãos a seguir o exemplo de São João Paulo II e de Santa Faustina Kowalska, os quais mencionou como “luminosas testemunhas e apóstolos da Divina Misericórdia”. Francisco desejou que possamos “refletir e meditar sobre a grandeza da Divina Misericórdia, em um tempo em que o homem, devido aos progressos em vários campos da técnica e da ciência, tende a se sentir autossuficiente e emancipado de toda autoridade superior”. Em vez disso, continuou, “como cristãos, devemos estar cientes de que tudo é dom de Deus e que a verdadeira riqueza não é o dinheiro, que nos torna escravos, mas o amor de Deus que nos torna livres”.

João Paulo II refletiu muito sobre o tema da Divina Misericórdia. Inspirado pelo Concílio Vaticano II, assumiu de todo o coração sua estratégia pastoral de misericórdia. Na verdade, ele até levou essa estratégia um passo adiante. Ele acreditava que, entre todas as verdades, e a mais importante, que os católicos modernos precisam levar em suas vidas, da cabeça ao coração, é a que Deus é misericórdia. É essa verdade que nos ajuda a compreender realmente nosso Pai no céu e o Coração de nosso Salvador. Também escreveu em sua Encíclica Dives in Misericordia, mostrando como é central o seguimento do Senhor para compreender bem a misericórdia: “Jesus revelou, sobretudo com seu estilo de vida e com suas ações, como está presente o amor no mundo em que vivemos, o amor operante, o amor que se dirige ao homem e abraça tudo quanto constitui a sua humanidade. Este amor se nota particularmente no contato com o sofrimento, a injustiça, a pobreza; em contato com toda a ‘condição humana’ histórica, que de distintos modos demonstra a limitação e a fragilidade do homem, tanto física, como moral.” O Papa citou um trecho do ‘Diário de Santa Faustina Kowalska’, uma exortação que o Senhor Jesus lhe fez: “Minha filha, observa meu coração misericordioso e reproduz no seu coração e em suas ações sua piedade, de modo que você mesma proclame no mundo a minha misericórdia.”

Na festa da Divina Misericórdia, no II domingo de Páscoa de 2022, o Santo Padre Francisco recordou em sua homilia enquanto refletia sobe o Evangelho de Jo 20,19-31: Em primeiro lugar, a misericórdia de Deus dá alegria, uma alegria especial, a alegria de se sentir gratuitamente perdoado. Quando, ao entardecer do dia de Páscoa, os discípulos veem Jesus e O ouvem dizer pela primeira vez “a paz esteja convosco”, alegram-se (cf. v. 20). Estavam trancados em casa com medo; mas também estavam fechados em si mesmos, dominados por uma sensação de fracasso.

Pela segunda vez diz “A paz esteja convosco”, acrescentando: “Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio” (v. 22). E dá aos discípulos o Espírito Santo, para torná-los agentes de reconciliação: A quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados (v. 23). Não apenas recebem misericórdia, mas tornam-se dispensadores da mesma misericórdia que receberam. 

O Senhor repete pela terceira vez “A paz esteja convosco” quando volta a aparecer oito dias depois aos discípulos, para confirmar a fé fadigosa de Tomé. Tomé quer ver e tocar. E o Senhor não Se escandaliza com a sua incredulidade, mas vem em ajuda da mesma: “Coloca o dedo aqui e vê as minhas mãos” (v. 27). Não são palavras de desafio, mas de misericórdia. Jesus compreende a dificuldade de Tomé: não o trata com severidade, e o apóstolo sente-se tocado interiormente com tanta benevolência. E é assim que, de incrédulo, se torna crente e faz a mais simples e bela confissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus!” (v. 28). É uma bela invocação, podemos adotá-la e repeti-la ao longo do dia, especialmente quando experimentamos dúvidas e escuridão, como Tomé.

Que a qualidade da nossa fé seja demonstrada pela profundidade e testemunho da misericórdia de Deus em nossa vida.

Dom Geremias Steinmetz
Arcebispo de Londrina

Foto destaque: Edna Vieira

Palavra do Pastor – maio de 2022.
Palavra do Pastor é o artigo mensal do arcebispo dom Geremias Steinmetz na Revista Comunidade, a revista oficial da Arquidiocese de Londrina, que tem como patrocinadores

ALVARO TINTAS
BELLA CONFORT
GRUPO METAUS
LIVROS E LIVROS
METRONORTE

PLATOMAC EMBREAGENS
SEBO CAPRICHO
RADIADORES SÃO FERNANDO
TINTAS LONDRES COLOR

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.